Live sobre cinema de terror

No próximo dia 22 de novembro, às 20h30, a Academia Internacional de Cinema (AIC) promove um bate-papo ONLINE no canal do Youtube, com o diretor canadense Zach Gayne e com Isabella Melo, produtora executiva no Phenomena Festival – festival de cinema de horror e fantasia, idealizado pelo ex- aluno da AIC Cauê Custódio. A conversa será em inglês e o público poderá participar enviando perguntas. O tema será: DIY Indie Filmmaking.

O diretor, produtor e escritor Zach Gayne vai falar sobre a produção do seu primeiro longa,  “Homewrecker”, e como é possível fazer um bom filme com pouco dinheiro:  “Os aspirantes a cineastas acham que o cinema exige recursos inatingíveis. Como cineasta que concluiu dois filmes com baixíssimo orçamento, sempre gosto de enfatizar que a falta de recursos pode ser uma oportunidade para soluções criativas. Se você possui uma câmera, já possui a maior parte do que precisa para começar”, explica Zach.

A produtora Isabella Melo trabalhou na produção dos curtas “O Bosque dos Sonâmbulos”, “As Núpcias de Drácula”, entre outros.  Atualmente dirige a produtora de conteúdo e espetáculos Alhena Produções e atua como produtora executiva no Phenomena Festival, que acontece de 28/11 a 13/12, em São Paulo e em Paraty. A programação completa está disponível no site do evento.

 

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10 produtoras de cinema brasileiras que você deve conhecer!

Você sabe qual é a função das produtoras de cinema? São elas as responsáveis por produzir filmes e selecionar ideias de filmes — ainda no roteiro ou em projetos-piloto — que vão receber incentivo financeiro. Além disso, se abraçado por uma produtora de renome, um filme está mais propenso a conseguir meios adequados de distribuição, aproximando-se do público.

Ou seja, o apoio dessas organizações avaliza uma obra, facilitando sua chegada a salas de cinema de shoppings, rua, televisão aberta e fechada e serviços de streaming como o Netflix. Sem seu apoio, grandes criações audiovisuais podem permanecer desconhecidas.

Neste artigo, você vai conhecer um pouco mais sobre a atuação dessas empresas. Vamos abordar o modo como é feita a produção e distribuição cinematográfica no Brasil e falar um pouco sobre as principais produtoras comerciais e independentes. Continue a leitura!

 

A produção cinematográfica no Brasil

As produções estrangeiras têm influenciado o cinema brasileiro por muitos anos e, por consequência, também os catálogos das produtoras de cinema. Essa tendência se fez sentir desde o marco inicial da nossa produção, em 1986, no Rio de Janeiro, quando foram exibidos vídeos curtos que abordavam o cotidiano de cidades europeias.

É claro que de lá para cá houve e há diversos casos de produtoras de cinema que conseguiram investir em produções nacionais e fomentar a criação tipicamente brasileira.

Como exemplos disso, podemos citar o Cinédia, primeiro grande estúdio brasileiro, que financiou obras como Alô, Brasil (1935), Alô, Alô, Carnaval (1936), Bonequinha de Seda (1936) e Pureza (1940).

Mais ou menos na década seguinte, veio a Vera Cruz, com sucessos como Este Mundo é um Pandeiro (1947) e Carnaval no Fogo (1949), seguida pela Atlântida e suas chanchadas com Grande Otelo e outros atores.

Nos anos 1960 acontece um dos nossos maiores movimentos cinematográficos de todos os tempos: o Cinema Novo de Glauber Rocha e Nelson Pereira dos Santos é, até hoje, a grande referência de criação da Sétima Arte brasileira para o mundo.

Nos anos 1980, tivemos o ápice da Embrafilme, embora tenha sido criada quase duas décadas antes. Essa produtora se destacou por viabilizar sucessos do quilate de Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976) de Bruno Barreto.

No entanto, como dissemos, a distribuição de filmes sempre foi desigual no que diz respeito ao privilégio que concedia a produções estrangeiras, em detrimento das nacionais: filmes europeus, antes da Segunda Guerra, e dos Estados Unidos, a partir do fim da década de 1940.

Hoje, embora essa desigualdade ainda persista, vivemos um momento privilegiado do mercado de cinema nacional. Tudo isso em função dos louros de produções brasileiras que rodaram o mundo, como O Beijo da Mulher Aranha (1985), os já clássicos Cidade de Deus (2002) e Tropa de Elite 2 (2010) e os sucessos recentes de público e crítica Aquarius (2016) e Bacurau (2019).

A tendência é que, toda vez que falta investimento, as produtoras se verem obrigadas a investir em obras com maior apelo comercial, visando ao posterior sucesso da sua distribuição. Isso é especialmente ruim para certos gêneros, como o documentário.

 

O mercado de produção audiovisual no Brasil

Pode levar algum tempo até que você se firme como profissional em tempo integral de alguma produtora ou consiga fazer com que seus filmes sejam abraçados por elas. Até lá, é provável que tenha que ter outros empregos ou que atue como freelancer.

Seja como for, o principal é ter foco. Por exemplo, deixe claro aos contratantes que você está em busca de um cargo ou habilidade específica (assistente de direção, operador de câmera, ator ou roteirista) e evite se candidatar a vagas que fujam dos seus planos profissionais.

Boa parte das contratações feitas pela indústria se baseiam em indicações ou networking. Na Academia Internacional de Cinema, por exemplo, recebemos contato de diversos contratantes ou produtoras buscando por profissionais específicos, entre alunos e ex-alunos.

Logo, seja assíduo em cursos e atividades que vão colocá-lo em contato com boas oportunidades de colocação profissional na área de cinema. Buscar especialização também é uma ótima ideia!

10 produtoras de cinema para você conhecer

Não foi fácil fazer uma seleção com apenas 10 opções. O Brasil é bem servido de produtoras de cinema, tanto as comerciais quanto as independentes.

Veja, abaixo, um pouco das especificidades de cada uma, o que vai ajudá-lo na hora de enviar currículos ou se cadastrar para alguma vaga. Boa parte delas se localiza no sudeste, mas incluímos também algumas exceções.

 

Conspiração Filmes

A Conspiração é uma produtora de tamanho considerável, para os padrões brasileiros. Sua área de atuação é muito diversificada, envolvendo Cinema, Publicidade, TV, criação de conteúdo corporativo e outros.

Essa diversificação pode significar muito aprendizado e experiência para quem trabalhar lá. Tem sedes no Rio de Janeiro, em São Paulo e na cidade de Betim, próxima a Belo Horizonte.

 

O2 Filmes

A O2 Filmes é a produtora independente brasileira responsável por obras como Cidade de Deus (2002) e Ensaio Sobre a Cegueira (2008), adaptação para cinema do livro homônimo de José Saramago, ambos do diretor brasileiro Fernando Meirelles. Está presente no Rio e em São Paulo.

 

Bananeira Filmes

Essa produtora é mais conhecida pelo nome de sua fundadora, Vânia Catani. Ela é membro da Academy of Motion Picture Arts and Science, academia norte-americana responsável pela produção do Oscar, premiação cinematográfica mais conhecida do mundo.

A principal característica da Bananeira é investir em produções independentes de qualidade artística inquestionável.

 

LC Barreto Filmes

Responsável por sucessos como Dona Flor, O Quatrilho (1996) e O Que É Isso, Companheiro? (1998), a LC Barreto Filmes nasceu da sociedade de Lucy, Luiz Carlos e Paula Barreto. A produtora está sediada no Rio de Janeiro, mas tem escritórios espalhados pela América Latina, com projetos no Equador, por exemplo.

 

Dezenove Produções

Dentre outras desta lista, a Dezenove é uma das mais recentes. Fundada em 1991 por Sara Silveira, Maria Ionescu e Carlos Reichenbach, a produtora produz longas para o mercado brasileiro e internacional.

 

Descoloniza Filmes

Como o nome indica, a Descoloniza se propõe “descolonizar o pensamento”, nas suas próprias palavras. Fundada por Beatriz Seigner (formada pela AIC) e Ibirá Machado, a produtora privilegia criações feitas por mulheres, fora do eixo de Estados Unidos e Europa Ocidental e com temáticas disruptivas.

 

Canal Curta!

O Canal Curta! é um canal de TV, mas também uma produtora independente com um catálogo ligado diretamente às artes e humanidades. Recebeu o título de “superbrasileira” pela Ancine, e a composição do seu quadro tem maioria de mulheres.

 

Alumbramento

Importante produtora independente do Ceará, a Alumbramento teve o filme Estrada Para Ythaca (2010) premiado no Festival de Cinema de Tiradentes daquele ano.

Encerrou suas atividades em março de 2019, depois do lançamento, em coprodução com a Bananeira Filmes, da obra O Último Trago. Sua trajetória foi marcada pela produção coletiva, independente e pelo questionamento político da realidade brasileira.

 

Novelo Filmes

A Novelo é uma produtora independente sediada em Florianópolis e nasceu da sociedade entre Ana Paula Mendes, Cíntia Domit Bittar e Maria Augusta V. Nunes. Uma de suas principais realizações é o longa Quebranto (2014), grande vencedor do Edital Catarinense de Cinema daquele ano.

 

Taiga Filmes

Fundada por Lúcia Murat, nos anos 1980, a Taiga Filmes já produziu videoclipes, curtas e longas ao longo dos seus quase 40 anos. Produziu também a série Testemunho, sobre personagens icônicos da História do Brasil.

Embora pouco lembradas pelas pessoas que não trabalham no ramo audiovisual, as produtoras têm valor inestimável na valorização dos filmes brasileiros. Além disso, elas são responsáveis por levar esses filmes ao grande público, por meio de contratos com distribuidoras e outros.

 

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Que tal entrar em contato com a AIC e conhecer nossas opções de cursos? São muitos os nossos alunos e ex-alunos que hoje trabalham em produtoras ou têm seus filmes aprovados por elas!

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Festival de Brasília: por que é interessante para você?

O Festival de Brasília do Cinema Brasileiro acontece anualmente no Distrito Federal, comumente no segundo semestre. Dividido entre mostras competitivas e de exibição, o evento também oferece cursos e palestras a profissionais e aspirantes ao mundo do audiovisual.

Participar de festivais é uma forma de ganhar visibilidade no mercado, receber feedbacks sobre seus trabalhos e ainda criar e desenvolver uma rede de contatos com os outros participantes. 

Com isso em mente, neste texto você conhecerá o Festival de Brasília em mais detalhes, descobrirá duas grandes vantagens de enviar o seu material e, por fim, ficará por dentro de alguns cases de sucesso de ex-alunos e professores da Academia Internacional de Cinema. Confira!

O Festival de Brasília

O Festival de Brasília é um dos mais antigos e tradicionais festivais do cinema brasileiro. Organizado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal, em 2019, ele chega a sua 52 ª edição. Curtas e longas-metragem podem se inscrever e o evento é dividido entre:

  • Mostra Competitiva: que premia em dinheiro longas e curtas-metragens inéditos no Distrito Federal em 13 e 10 diferentes categorias, respectivamente (o prêmio vai de R$ 5.000,00 a R$ 50.000,00);
  • Mostra Brasília BRB de Cinema: que seleciona curtas e longas de produtores brasilienses, com o intuito de prestigiar esses profissionais e fomentar o mercado local;
  • Mostra Futuro do Brasil: incluída apenas a partir da 50 ª edição do Festival, que exibe seis longas-metragem ainda em fase de finalização a curadores de mostras e festivais internacionais.  

Além dessas mostras, a programação do festival inclui um extenso cronograma formativo e de aprimoramento de profissionais e estudantes do audiovisual. As oficinas ofertadas em 2019 abrangem diferentes aspectos da produção audiovisual. Para você ter um gostinho do que o aguarda:

  • Fotografia e iluminação com materiais alternativos, com Ricardo Pinelli e André Lavenère;
  • Supervisão de pós-produção, com Marcelo “Sica” Siqueira;
  • Assistente de direção, com Luciana Baptista;
  • O som em cena, com Beto Strada.

Você pode ver a lista completa de oficinas, conferir mais detalhes sobre os tutores, informações sobre regulamento e pagamento de cada uma delas no site do Festival. Masterclasses, workshops, oficinas, rodadas de negócios e uma área inteiramente dedicada a tecnologias e novas mídias também integram as atividades paralelas deste ano.

A inscrição no festival

Curtiu conhecer mais sobre o Festival de Brasília, mas ainda não está convencido do porquê se inscrever? Então confira a seguir duas grandes vantagens que a participação em festivais como esse pode trazer a profissionais e (especialmente) a estudantes do audiovisual.

Ganhar visibilidade no mercado

Um dos principais motivos de inscrever o seu filme em festivais de cinema como o de Brasília é trazer visibilidade ao seu nome e às suas produções. É possível encontrar vantagens mesmo em mostras não competitivas — aquelas que não oferecem premiações em dinheiro.

Afinal, por meio do aceite em mostras audiovisuais, você consegue ter uma baliza sobre o seu trabalho e identificar se está no caminho certo. Além disso, outros profissionais da área, inclusive estrangeiros, podem se interessar pelo seu trabalho. O que nos leva ao próximo tópico.

Fazer networking

O networking é importante em qualquer área de atuação e não seria diferente no mercado audiovisual. Afinal, ninguém trabalha sozinho! 

Um único contato com outros profissionais dificilmente fecha um novo trabalho do dia para a noite, mas pode dar início à criação de um relacionamento duradouro que, por sua vez, pode vir a abrir novas e diferentes portas.

Além disso, essa é uma forma de conhecer a movimentação atual do mercado, conhecer novos nomes que podem surgir na área e, ainda, se inspirar para futuras produções de sucesso.

A AIC no Festival de Brasília

Com 15 anos de atuação no mercado, mais de 40 cursos no portfólio e mais de 3200 filmes produzidos na casa, a Academia Internacional de Cinema tem uma longa e duradoura relação com o Festival de Brasília. A seguir, você conhece filmes de ex-alunos e professores que foram destaque nos dois últimos anos do festival.

50ª Edição

Em 2017, o longa-metragem “Antes do Fim”, do professor Cristiano Burlan foi exibido na Mostra Esses Corpos Indóceis do Festival de Brasília. O filme foi uma co-produção entre a Bela Filmes e o Canal Brasil e contou ainda com a participação dos então professores Ana Carolina Marinho e Henrique Zanoni no elenco.

Diversos ex-alunos integraram a produção, como Renato Maia, na montagem; Lucas Negrão, na finalização; Helder Martins, que ficou com a fotografia; Emily Hozokawa, que atuou como assistente de direção e Amanda Bortolo, que foi a responsável pela produção de set.

Nesse mesmo ano, Jéssica Queiroz, ex-aluna do Filmworks e a primeira mulher negra a participar da mostra competitiva de curtas no festival, levou dois prêmios para casa. “Peripatético” conta a história de três jovens da periferia que crescem à margem da sociedade e buscam alternativas para ir atrás de seus sonhos. Em 2017, ele foi o escolhido nas categorias de Melhor Roteiro (Ananda Radhika) e Prêmio Especial.

51ª Edição

Dois “filhos” da AIC foram premiados na Mostra Competitiva do Festival de Brasília de 2018. O time dos ex-alunos foi muitíssimo bem representado por Beatriz Seigner, que levou como Melhor Direção e Melhor Filme por “Los Silencios”, longa que retrata conflitos armados na tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia.

Do lado dos professores, Kiko Goifman, que ministra o curso de documentário, levou nas categorias de Melhor Trilha Sonora, Melhor Longa Eleito pelo Júri Popular e Menção Honrosa do Júri por “Bixa Travesty”. O longa conta a rotina e os desafios enfrentados pela cantora e compositora transsexual Linn da Quebrada.

Como você viu, a AIC já tem experiência na inscrição de trabalhos em mostras, como o Festival de Brasília e outras premiações nacionais. Temos uma equipe preparada não só para auxiliá-lo durante a inscrição do seu filme, como também apta a oferecer a formação que você merece.

O 52º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro acontece de 22 de novembro a 1º de dezembro de 2019 com o intuito de fomentar a produção audiovisual no país, premiar as produções de destaque e contribuir com a formação de futuros profissionais. As inscrições podem ser realizadas no site do evento até o dia 31 de outubro. Você não vai querer ficar de fora dessa, vai?

Gostou deste texto e já está arrumando as malas para o Distrito Federal? Então aproveite para compartilhá-lo em suas redes sociais e para chamar os amigos para embarcarem juntos com você nessa aventura!

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Conheça a história de sucesso do cinema de Hollywood!

O cinema de Hollywood, se a expressão for levada ao pé da letra, nem pertence apenas àquela cidade. Quando falamos dessa forma, estamos nos referindo a todo o circuito comercial e milionário da Sétima Arte dos Estados Unidos, além de alguns de seus desdobramentos.

Assim, há estúdios na Florida, por exemplo, e em diversos outros estados do país. Hollywood propriamente dito é um município com pouco mais de 200 mil habitantes submetido politicamente à capital do estado da California, Los Angeles.

Neste artigo, você vai conhecer brevemente o desenvolvimento do milionário mercado norte-americano de cinema desde sua fundação até as produções atuais, conhecido pelo nome de uma das principais cidades onde essa produção acontece. Continue a leitura!

Cinema de Hollywood: os primórdios

Com muito tino comercial, ninguém menos que Thomas Edison — o inventor da lâmpada elétrica — pode ser creditado como o empresário que forneceu as bases para a criação da indústria cinematográfica de Hollywood.

Edison reuniu empresas que detinham patentes em torno dos estágios de criação e distribuição de obras cinematográficas, cinemas, equipamentos e tecnologias. Por meio da formação de algo que mais tarde conheceríamos com o nome “monopólio”, criou a MPPC — Motion Pictures Patents Company.

Por meio de patentes, o inventor e outros empresários controlavam com mão de ferro tudo que era produzido no setor, obrigando artistas e produtores a pagar valores muitas vezes abusivos para criar e vender suas obras.

Em alguns casos, Thomas Edison comprava os direitos de filmes e lucrava muito com eles, remunerando mal os artistas e equipe envolvidas.

A Era dos Estúdios

Desgostosos com essa situação, vários desses artistas resolveram se mudar para um estado que ficasse fora da alçada da MPPC. O lugar que escolheram foi a California, e lá fundaram os oito estúdios considerados os mais icônicos da indústria cinematográfica até hoje: United Artists, Paramount, MGM, Warner Bros, Fox, Universal, Columbia e RKO.

Os estúdios controlaram a produção de cinema nos Estados Unidos e também a distribuição dos filmes mundo afora. Com isso, acumularam em torno de si muito poder político, além de lucros exorbitantes.

Eles não tinham caráter de monopólio (os estúdios do chamado “Big Eitght”, ao contrário do que acontecia com a associação de Thomas Edison, competiam entre si), mas também não agradavam muitos artistas com as condições que impunham.

A United Artists, como o nome indica, foi uma organização desses artistas dissidentes para conseguir lidar com a criação e distribuição de obras independentes, além dos próprios filmes.

Datam dessa época clássicos absolutos como Grande Hotel (1932), Drácula (1931), Casablanca (1943) e Cantando na Chuva (1952).

A Era de Ouro

A Era dos Estúdios e a Era de Ouro não se sucedem historicamente. Na verdade, elas se sobrepõem, uma vez que a última começa na década de 20 e só termina nos anos 60, quando a televisão se estabelece como meio de comunicação de massas.

Além disso, a maior parte dos sucessos da Era de Ouro foi financiada com o dinheiro dos estúdios. Tecnicamente, ela compreende as décadas de 20 e 30, mas seus efeitos se fazem sentir pelo menos até os anos 50, quando os elementos da Nova Hollywood começam a aparecer.

Assim, a Era de Ouro envolve produções muito díspares, e estrelas as mais variadas, indo de Charles Chaplin a Alfred Hitchcock, passando por Carmen Miranda, Elvis Presley, Marilyn Monroe, Marlon Brando e Audrey Hapburn, só para citar alguns exemplos.

Esse estágio do cinema norte-americano é lembrado principalmente pelos musicais, mas vai muito além deles. A evolução humana e tecnológica ao longo desses 40 anos é indiscutível: técnicas de atuação, câmeras e colorização foram experimentadas e sedimentaram-se como referências.

Anos 20

Se tivéssemos que eleger a época mais importante para o cinema norte-americano, não seria exagero dizer que ela coincide com os anos 20.

Essa década é marcada pela genialidade de Charles Chaplin e Walt Disney, e foi quando aconteceu o advento do cinema falado, que representou uma modificação profunda na forma como o american way of life experimentava o entretenimento.

A Disney lançou seu curta de animação Steamboat Willie (1928), abrindo caminho para o mercado do cinema animado. Isso permitiu os primeiros passos daquilo que viria a ser a Walt Disney Company, uma das maiores empresas de cinema de Hollywood e certamente a maior referência mundial em animação até os dias de hoje.

Também data dos anos 20 a criação da Academy of Motion Picture Arts and Sciences e a icônica premiação do Oscar, organizada por ela desde sua fundação. Guardadas as proporções do crescimento dessa associação em grandeza e abrangência, o prêmio permanece nos moldes originais até hoje.

Anos 30

O cinema dos Estados Unidos, na terceira década daquele século, assumiu contornos de uma contradição econômica e social. Os anos 30 começaram com a Grande Depressão, fortíssima crise econômica que abateu o país e levou parte enorme da sua população à falência e pobreza.

Assim, o clima inicial das produções no início dessa década era de pessimismo, e elas exploravam temáticas como decadência moral, crimes e personagens que agiam na trama sem qualquer linha ética.

Não demorou, no entanto, que entidades conservadoras se mobilizassem contra essa maneira de contar histórias no cinema. A Legião da Decência, formada por membros da Igreja Católica, atuou fortemente para regular a produção da época.

Assim, cenas com alto teor sexual foram desestimuladas, e personagens como gangsteres e prostitutas passaram a aparecer muito menos e com papéis laterais nas obras da época.

Os filmes se transformaram em uma forma de escapismo da realidade econômica, e acabaram ajudando a resgatar a fé e esperança dos americanos no governo, na economia e instituições.

Nos anos 30 surge a Technicolor, empresa cuja tecnologia possibilitou as primeiras filmagens a cores, ainda que rudimentares, se comparadas ao que viria a seguir.

Anos 40

O pano de fundo político também afetou drasticamente o cinema nos 10 anos seguintes. O país preparava seu ingresso na Segunda Guerra Mundial, e a aposta de Hollywood na lógica escapista assumiu novos contornos.

Dessa vez, o foco era os musicais, que elevavam ao patamar de estrelas tanto atores e atrizes — e a brasileira Carmem Miranda foi uma delas, tornando-se a mulher mais bem paga dos Estados Unidos — quanto os compositores e coreografistas que se envolviam nas produções.

O governo Roosevelt, antevendo as consequências políticas do fim da Segunda Guerra, começou um processo de aproximação dos Estados Unidos com outros países do continente americano.

Essa aproximação foi talvez uma das maiores ações no sentido de internacionalizar o cinema de Hollywood. O personagem Zé Carioca foi criado por Walt Disney à época, como forma de homenagear o Brasil, por exemplo.

Também são produções icônicas da década de 40 (embora estivessem de fora do “mainstream” dos musicais): O Falcão Maltês (1941) de John Huston, O Grande Ditador (1940) de Charles Chaplin, Casablanca (1943), de Michael Curtiz, Cidadão Kane (1941) e diversos filmes de Alfred Hitchcock.

Anos 50

Embora a Era de Ouro continue por boa parte da década de 50, a Era dos Estúdios tem seu fim pouco antes desse período. Esses estúdios encontraram uma solução economicamente mais viável atuando não como produtores de cinema, mas como distribuidores.

Assim, demitiram seus principais artistas e concentraram-se nesse novo papel. Isso abriu o caminho para que as produções da época engrandecessem o papel dos atores, e esses foram elevados à categoria de grandes astros das produções.

Apenas para ficar em alguns grandes nomes dessa década, podemos citar Marilyn Monroe, Grace Kelly, Elvis Presley, Brigitte Bardot e Audrey Hepburn, além de Gene Kelly nos musicais.

O cinema europeu e internacional também se tornou forte na época, embora a maior parte do que produzisse não pudesse ser enquadrado na categoria que hoje chamamos de “cinema comercial”. Assim, é nos anos 50 que surge o movimento francês da Nouvelle Vague, além das primeiras obras icônicas de Akira Kurosawa.

O cinema americano incorporava alguns elementos dessa produção internacional, mas seguia apegado a uma de suas grandes características: o foco na narrativa. Assim, um dos grandes ícones dos anos 50 foi Alfred Hitchcock. Datam dessa época seus longas Disque M Para Matar, A Janela Indiscreta (ambos de 1954) e Um Corpo Que Cai (1959).

A era da Nova Hollywood

O sentimento da contracultura invade o fazer artístico dos Estados Unidos a partir da década de 60 e tem início o movimento chamado New Wave. No cinema, a liberdade criativa passa a ser o mote dessa nova geração, e o papel do diretor ganha relevo, em contraposição aos atores, que foram figuras de destaque nas épocas anteriores.

Assim, nomes como Brian De Palma, Stanley Kubrick, Steven Spielberg e Francis Ford Coppola, Roman Polanski e Martin Scorcese são elevados ao status de celebridades mundiais.

O aprofundamento estético e conceitual dessa fase está relacionado à criação das primeiras faculdades de cinema, o que levou às discussões da Sétima Arte para o meio acadêmico. Assim, há uma lista de sucessos de bilheteria com enredo denso e altas doses de confrontos psicológicos na trama.

Também houve desenvolvimento dos efeitos especiais, elevando a produção hollywoodiana ao patamar de espetáculo pela qual é conhecida até hoje. Alguns filmes dessa época são a trilogia Poderoso Chefão (1973), Taxi Driver (1976), Star Wars (1977), 2001 — Uma Odisseia no Espaço (1968) e tantos outros clássicos absolutos.

Cinema de Hollywood na época atual

A partir dos anos 80, há um movimento contraditório em Hollywood, que marca sua última fase. Se, por um lado, as grandes produções ganham as salas de exibição — e os efeitos especiais ajudam a transformar um filme em uma experiência — por outro lado, com a popularização das câmeras VHS, o dito “uma câmera na mão e uma ideia na cabeça” fornece as linhas gerais para produtores e cineastas independentes.

Na prática, essa contradição faz parte de um modelo de negócio ousado que acabou determinando os rumos do cinema dos Estados Unidos dos anos 80 até hoje: estratificar a produção, diminuindo o investimento e potencializando os lucros.

Assim, temos a camada principal de investimento, com os chamados blockbusters, filmes multimilionários com apelo enorme e estratégias de marketing multinacionais. Um bom exemplo deles é Titanic (1998), com um orçamento de 280 milhões de dólares.

Abaixo dos blockbusters, há produções um pouco mais modestas, mas que lucram mais proporcionalmente, com relação a seus custos: A Bruxa de Blair (1999) e Atividade Paranormal (2009) são bons exemplos.

Embaixo, há o cinema dito “independente”. São obras de diretor, cujo potencial de lucro é muito grande, quando comprado ao valor ínfimo investido. São exemplos disso os filmes Amnesia (2001), de Christopher Nolan e Enterrado Vivo (2010) de Rodrigo Cortés.

A importância do investimento em cinema

Estudando a história de Hollywood, é possível perceber o forte vínculo da indústria cultural com a política e sociedade de um país. Isso pode ser utilizado para gerar escapismo baseado no entretenimento ou para melhorar a autoestima da população em momentos difíceis.

Uma coisa, no entanto, é fato. O vínculo com o cinema é algo muito forte para o público de outros países e isso não é diferente no caso do Brasil. Investir na produção cinematográfica emprega milhares de pessoas e traz retorno financeiro, econômico e social para um país.

O cinema brasileiro possui poucos investimentos e não vem ao caso compará-lo ao norte-americano do ponto de vista quantitativo. Quando o assunto é qualidade, no entanto, temos nossa forma de contar histórias nas grandes telas, e o aumento do público em torno das produções brasileiras é indiscutível.

Em 2017, um artigo do jornal El Pais demonstrava como o ramo audiovisual empregava 200.000 pessoas no país e crescia em meio à crise. Em 2014, ele chegou a faturar mais que a indústria automobilística brasileira.

Seja por meio de incentivos estatais, linhas de créditos para cineastas ou projetos de lei do audiovisual, o certo é que é muito bom para a economia do país que o cinema brasileiro continue crescendo.

E como inspiração para isso, temos o cinema de Hollywood — descrito aqui nos seus processos determinados pela economia dos Estados Unidos e sua política — ou outras produções que, tomadas em conjunto, são referência mundial, como acontece com o cinema japonês, iraniano e francês, só para citar alguns exemplos.

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Concurso Latino-Americano de Curtas-Metragens

Estão abertas as inscrições para o II Concurso Latino-Americano de Curtas-Metragens, até o dia 30 de novembro. Podem se inscrever diretores dos países membros da Associação Latino-Americana de Integração (ALADI). A iniciativa é impulsionada pela Embaixada do Equador no Uruguai e realizada com apoio da Cinemateca Uruguaia.

Este ano a temática dos curtas-metragens deverá ser relativa à mulher empreendedora e estar em consonância com os princípios da integração latino-americana. Serão aceitos filmes realizados entre 1 de julho de 2018 a 1 de julho de 2019, com até 30 minutos de duração (incluídos os créditos).

Os interessados deverão fazer a inscrição e o upload dos curtas-metragens através da página web da ALADI.

 

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Planeta Fábrica, da professora Julia Zakia, é premiado no Curta Cinema

O filme Planeta Fábrica, de Julia Zakia – professora da Academia Internacional de Cinema (AIC), ganhou o Grande Prêmio Nacional do Curta Cinema – Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro. A 29ª edição do Festival, que qualifica os ganhadores da Competição Nacional e Internacional a pleitearem uma indicação ao Oscar, apresentou mais de 150 filmes de 35 países e 13 estados brasileiros, entre os dias 30 de outubro e 6 de novembro.

Planeta Fábrica registra os últimos momentos de uma tradicional fábrica de chapéu que será demolida. O curta acompanha seu declínio até o completo abandono e fechamento, resumindo 100 anos de história em 11 minutos.

Julia Zakia é formada em audiovisual pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), com ênfase em direção e fotografia. Desde 2004 trabalha nas duas funções, tendo dirigido e fotografado curtas e longas metragens selecionados em importantes festivais nacionais e internacionais. Assina também a direção de fotografia de séries para a televisão e web. Julia é professora do curso Formação Livre em Direção de Arte, da AIC.

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