A Mostra de Cinema de Tiradentes, maior evento do cinema brasileiro, chega a sua 23a edição! Serão nove dias de programação gratuita, com exibição de 113 filmes (31 longas, 1 média e 81 curtas-metragens), divididos em 53 sessões de cinema. E mais uma vez os filmes dos alunos e professores da Academia Internacional de Cinema foram selecionados para a Mostra, que acontece de 24 de janeiro a 1º de fevereiro.
“Sábado não é dia de ir embora”, de Luísa Giesteira, ex-aluna do curso Filmworks, foi selecionado para a Mostra Formação e vai ser exibido no dia 29 de janeiro, às 17h30, no Cine Teatro SESI. O curta, que ganhou o prêmio de melhor roteiro e melhor direção no Filmworks Film Festival de 2019 e recebeu Menção Honrosa pelo Júri Oficial do Metrô – Festival do Cinema Universitário Brasileiro, narra a história de Rita, uma estudante pernambucana de Artes Visuais. Impactada pela greve de 2017 da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Rita se divide entre despedidas dos laços que criou no Rio e a fixação de resgatar seu último trabalho artístico-acadêmico, que está trancado em uma sala da universidade desde o início da paralisação.
Evelyn Santos, aluna do Filmworks São Paulo, foi a responsável pelo som direto do curta “Perifericu”, selecionado para a Mostra Foco, e vai ser exibido no dia 29/01, às 22h30, no Cine-tenda. O filme conta a história de duas mulheres que cresceram na periferia de São Paulo no meio de canções de rap, louvores de igreja e passos de vogue.
“Pão e Gente”, segundo longa do professor Renan Rovida, vai ser exibido na Mostra Aurora, no dia 30/01, às 20h, no Cine-Tenda. O filme é sobre despossuídos num ensaio pelo pão de cada dia.
O filme “Ensaio sobre o Fracasso”, de Cristiano Burlan, ex-aluno da AIC, será exibido na Sessão Debate, no dia 31/01, às 15h. O longa é sobre um projecionista de um cinema pornô no centro de São Paulo que realiza, em Super8, o seu primeiro filme, um ensaio sobre o fracasso de uma vida inteira. As cenas dos filmes que assistiu se cruzam com as novas imagens que capta; ficção e realidade se fundem tecendo uma ponte entre o passado e o presente.
Além da exibição de filmes, a Mostra vai promover 10 oficinas audiovisuais, entre elas “Cinematografia, a fotografia em movimento”, que vai ser ministrada pelo coordenador e professor de fotografia da AIC Cleumo Segond, nos dias 25, 26 e 27 de janeiro.
Estão abertas as inscrições para o 8º FRAPA – Festival de Roteiro Audiovisual de Porto Alegre. Considerado o maior evento voltado ao roteiro de cinema e TV da América Latina, o festival acontece de 14 a 17 de julho na Casa de Cultura Mario Quintana, em Porto Alegre (RS). A Academia Internacional de Cinema (AIC), parceira do FRAPA, vai premiar com uma bolsa para um Curso de Roteiro de Férias ou Semestral os roteiristas vencedores das categorias de Longa-Metragem e Piloto de Série; e com uma bolsa para o Curso de Roteiro Online o vencedor da mostra competitiva de curtas.
As inscrições para o concurso de roteiros de longa-metragem e piloto de série podem ser feitas até o dia 16 de março; e até o dia 30 de março para a Mostra competitiva de curtas-metragens. Os seis finalistas de cada categoria participarão do FRAPA[LAB], o laboratório de roteiros do FRAPA, e também apresentarão seus projetos em um pitching aberto dentro do Festival.
As Inscrições podem ser feitas através do site do FRAPA.
Compositor da trilha sonora do filme Judy, estrelado por Renée Zellweger e com direção de Rupert Goold, que estréia esta semana no Brasil, Gabriel Yared compôs as músicas de O paciente inglês, que lhe valeu o Oscar de Melhor Música, O talentoso Ripley, A vida dos outros, Betty Blue, dentre tantos outros filmes icônicos. Ele me recebeu em seu charmoso apartamento em Paris para uma entrevista exclusiva para a Academia Internacional de Cinema (AIC). Yared, sempre com um entusiasmo contagiante, compartilhou comigo, ao longo de duas tardes, diversos momentos importantes da sua trajetória profissional, sua visão singular quanto ao papel da música no cinema, a influência de Godard no seu processo criativo e a importância da música popular brasileira na sua obra. Detentor dos mais prestigiosos prêmios internacionais de música para cinema, Yared recebeu recentemente, em Viena, o Max Steiner Film Music Achievement Award.
Suspenso entre duas temporalidades distintas, a das superproduções hollywoodianas e a da grande tradição do cinema europeu, Yared nos dá um testemunho das enormes possibilidades e desafios que atravessam a relação entre música e imagem.
Pode nos contar um pouco sobre o seu trabalho no filme Judy?
O que mais me atraiu em Judy foi a história dramática da grande estrela que foi Judy Garland e de sua trágica morte. Ela foi uma atriz lendária e uma criança prodígio, que pertencia à tradição hollywoodiana que a mantinha, por contrato, presa a um estúdio como a MGM. Com este projeto eu aprendi bastante sobre a Hollywood dos anos 30 e 40, como se podia criar uma estrela ainda muito jovem, mas já vulnerável a se tornar totalmente ostracizada. O filme tem diversas canções interpretadas pela própria Renée Zellweger e a minha música cobre cerca de 40 minutos do filme. É como se as canções refletissem a imagem externa que Judy projetava, que é contrabalançada pela minha música, que expressa o seu monólogo interior, seus sentimentos, angústias, seus medos e sua solidão.
Você morou no Brasil por dois anos durante sua juventude…
Quando eu tinha 18 anos, conheci, por acaso, no Líbano, Augusto Marzagão, fundador e diretor do Festival Internacional da Canção, um grande evento anual que ocorria no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro.
Ele me ouviu tocando e me convidou para representar o Líbano no Festival de 1971; tão logo cheguei no Brasil, senti que era o meu país; foi muito estranho.
Quando o festival acabou, eu não queria ir embora, então comecei a procurar trabalhos, qualquer coisa para fazer. Aí eu encontrei o Mauro Furtado, dono do bar Number One, que ficava em Ipanema; ele me ofereceu uma banda com a qual eu poderia tocar todas as noites; então eu compunha durante o dia e à noite eu tocava. Conheci músicos incríveis como Ivan Lins – pra quem eu produzi um álbum – Paulo Moura, Milton Nascimento, Chico Buarque, Jorge Ben… Acabei morando dois anos no Brasil.
Até hoje, a minha música tem uma influência brasileira muito forte, como, por exemplo, a que compus para Betty Blue, ou a peça para violão que fiz para o filme Cidade dos Anjos.
A música brasileira, especialmente a Bossa Nova, tem lindas melodias e harmonias sofisticadas; tem alguma coisa nela que sempre flui, nunca como o esperado. É muito elegante e musical.
Sua música é muito eclética e é atravessada por diversas influências; como você descreveria o seu estilo?
Uma metáfora: numa árvore, nenhuma folha se parece com a outra, embora elas todas pertençam à mesma árvore. Um compositor tem que se vestir de acordo com o filme, os diálogos, muitas coisas; mas por trás deste disfarce, você sente que tem alguém ali. Somos, dentro de nós, tudo que queremos, tudo que amamos. Quando eu escrevo, eu sou brasileiro, da mesma forma que quando componho um tango, eu sou argentino, ou quando componho uma música que soa húngara, eu sou húngaro. Isto é estilo, porque estilo não é repetir sempre a mesma coisa; é às vezes se esconder por trás daquilo que lhe foi pedido. Não sou a pessoa mais indicada para falar sobre mim e meu estilo, mas em minha música você sempre vai encontrar uma melodia muito pessoal, harmonias sofisticadas e uma estrutura bem definida.
Pode nos falar um pouco sobre o seu processo de composição musical para um filme?
Prefiro começar a compor antes da filmagem. Começo a pensar sobre a música logo após ler o roteiro e conversar com o diretor. Aí eu começo a compor uma peça em homenagem ao filme que “ainda não existe”. A partir da conversa com o diretor e da leitura do roteiro, eu componho, então, uma música que existe por si só, por ela mesma, que tem a sua própria estrutura, independentemente das imagens.
A questão da música para filme é que se você começa a compor diretamente para as imagens, sem antes conceber uma peça para o filme como um todo, você não terá os ingredientes necessários para fazê-lo, porque a música para filme tende a ser atomizada, ela é muito esparsa. Você precisa ter uma unidade, um todo, que possa ser destilada ao longo do filme.
Sauve qui peut (la vie) (1980), de Jean-Luc Godard, foi o seu primeiro trabalho no cinema. Que influência teve Godard na sua singular abordagem de composição musical para cinema?
Sauve qui peut (la vie) praticamente formou minha compreensão de composição musical para cinema. Godard me contou a história, o enredo do filme, e me disse que não era necessário ver as imagens. Ele simplesmente me deu oito compassos de uma ópera de Ponchielli, La Gioconda, e propôs que eu trabalhasse em torno do tema; variando e desenvolvendo-o, mesmo “escondendo” o tema quando necessário. Eu compus a música para sintetizadores – o que era bastante moderno para a época – e a gravei em camadas. Durante as gravações, Godard vinha e ficava assistindo – ele ficava lá e não falava nada, ele apenas escutava, escutava, escutava… Quando eu entreguei-lhe a gravação finalizada, ele pegou toda a música e editou as cenas para a música. E quando a música tinha de ser cortada, ele cortava daquela maneira “bem Godard”, ou seja, abruptamente. A música ficou em total osmose com o filme – ela é o resultado de uma mistura de músicas originais minhas e de músicas inspiradas por Ponchielli, nas quais às vezes você consegue identificar o tema, às vezes não.
Você fala da importância de dar “espaço” para a música. Pode falar um pouco sobre isso?
Veja como Fellini dava espaço à musica do Nino Rota. O mesmo acontecia com Sergio Leone e Ennio Morricone, Alfred Hitchcock e Bernard Hermann. Estes diretores davam um espaço real para a música, que então adquiria uma verdadeira personalidade e assumia o lugar de um verdadeiro personagem na história. Para se atingir este nível de cumplicidade artística, você tem que ter uma relação de muito entendimento com o diretor. Eu nunca tive que pedir para o Anthony Minghella me dar espaço; ele simplesmente dizia “vá em frente, crie”. Mesma coisa com Jean-Jacques Beineix em Betty Blue – toda a música foi composta antes das filmagens. Eu mandei meus demos para a equipe toda: o produtor, diretor, diretor de fotografia, atores, todos eles conheciam a música e a colocaram para tocar durante as filmagens. Então quando o filme saiu, as pessoas falaram “Nossa, como as imagens e a música estão em harmonia!”. Mas isso aconteceu porque a música foi composta – compor significa “por junto” – com o filme.
Muitos diretores usam músicas ditas “temporárias” (temp track) como fonte de inspiração; durante as filmagens e o processo de edição são utilizadas trilhas sonoras tiradas de diversas fontes, como, por exemplo, músicas de outros filmes etc. e as mostram para o compositor como referência para ele criar a sua própria trilha original. O que acha disso?
Quando estava trabalhando no Paciente Inglês, eu mandava para o editor, o maravilhoso Walter Murch, demos durante o processo de edição para que ele pudesse adicioná-los às imagens. Ele nunca editava as imagens com qualquer música “temporária”; editores hoje em dia estão habituados a editar as imagens com um temp track em mente, e o problema disso é que eles se acostumam com ela, se viciam nela, e depois têm dificuldade de se abrir para um compositor que chega ao projeto com suas próprias ideias. Então, eu mandava demos para o Walter para ajudá-lo durante as edições; e olha que isso era em 1996, quando a tecnologia não era tão avançada e os demos soavam de forma amadora, se comparada ao que temos atualmente. Mas Walter os usava assim mesmo. Mesma coisa com O Talentoso Ripley, mesma coisa com Cold Mountain.
Ter a música tocada durante as filmagens e o processo de edição pode ser muito importante. Uma nova música, em vez do temp track, pode abrir o horizonte de um diretor e apresentar-lhe novas maneiras de pensar as imagens e os sons; mas para isso acontecer, para tirá-lo de sua zona de conforto, ele precisa estar ciente do quão importante é contratar um compositor nas fases iniciais de um projeto, porque um compositor é essencial ao processo todo. Fico feliz que atualmente compositores como Hans Zimmer estejam adotando esta abordagem – eu comecei assim 40 anos atrás.
Você costuma dizer que suas músicas para filme existem independentemente das imagens; isso significaria que, em sua essência, a música é desprovida de qualquer imagem, ou, ao contrário, que há sempre na música uma potencial criação de imagens?
Acho que a música para filme, que está se tornando a nova música clássica contemporânea, deve mesmo ser tocada em salas de concerto. Mas para isso acontecer, ela deve ser uma peça de qualidade que exista por si mesma, que possa ser tocada sem imagens, pois o poder da música é justamente o poder de despertar imagens interiores nos ouvintes. Então eu sempre falo para o meu público antes de um concerto: “Vocês sabem que há imagens por trás destas músicas, mas agora, depois de servir às imagens, a música retorna à sua essência, que é ser música. Então fechem seus olhos e criem suas próprias imagens, seu próprio filme; esta é a razão deste concerto”. Relaciono a música para filme com a música para ballet, que foi a revolução musical mais importante do início do século passado; Debussy, Ravel e Stravinsky revolucionaram completamente a música, como acontece atualmente na música para cinema. Ao mesmo tempo em se vê as imagens, recebe-se a música de forma subliminar. Tenho sempre consciência disto, quer esteja compondo para um filme, uma ópera, uma peça de concerto, ou mesmo para um comercial de 15 segundos.
O escocês John Grierson é considerado o criador do conceito de documentário, e constituidor de uma comunidade em torno dele. Na época, a discussão era entre filmes feitos em estúdio ou aqueles tomados ao ar livre. Mais recentemente, se opuseram os conceitos de “documentário” e o de ficção. Hoje, a discussão mais profícua é o contraste (e semelhança!) do documentário com o jornalismo, em especial aquele de TV aberta.
Ao optar por fazer um filme ficcional sobre a vida de Fred Mercury, por exemplo, é preciso contar com atores caracterizados e que interpretem as situações apontadas no roteiro — ainda que inspiradas em acontecimentos verídicos. Já quando a escolha é a de retratar a carreira de Beyoncé em formato documental, a própria artista aparece em cena e a construção da obra se dá em cima de depoimentos reais e não encenações.
Como quaisquer outras obras cinematográficas, ele pode ser produzido em formato de curta ou longa-metragem, e conter outros elementos que ajudem a contar a história em questão, como: animações, narradores e personagens.
Quer saber mais sobre como fazer um documentário? Então continue conosco e acompanhe esta leitura até o final!
Quais as diferenças entre um documentário e um filme de ficção?
Existem diferenças entre a produção de um documentário e de um filme ficcional em todas as etapas de sua criação — que chamamos de pré-produção, produção, e pós-produção. Vamos conferir cada uma delas a seguir.
Pré-produção
Em um filme de ficção, essa é a etapa da criação de roteiros, seleção de elenco, escolha de locação etc. De todos esses exemplos, só o último acontece de forma semelhante no preparo de um documentário.
Certamente você vai precisar de locações e cenários para rodar seu filme, mas não contará com atores. No lugar deles, um documentário trabalha com a seleção de personagens, ainda que ambos atendam pelo nome do “elenco”. Por se tratarem de pessoas reais, a criação do roteiro também será diferenciada, visto que você não terá como colocar as palavras exatamente da forma como deseja na boca de cada uma delas. Fala-se em pauta, ou pré-roteiro, mais até do que um roteiro propriamente dito.
Produção
Durante a produção de um filme de ficção, as filmagens em tese, devem seguir o roteiro à risca. O documentário, por sua vez, se propõe a retratar situações a partir da visão de um observador. O roteiro do documentário é mais aberto, o diretor deve olhar “para o lado” da cena principal, pois ali podem estar elementos instigantes que deixam o documentário mais complexo, com mais camadas de interpretação.
Assim, muitas filmagens incluem a captação de cenas de bastidores, de reações e de outras situações não previstas no roteiro. Portanto, o jogo de cintura aqui deve ser maior e é preciso contar com uma equipe que esteja aberta para enfrentar esse tipo de situação.
Pós-produção
A pós-produção é uma das etapas mais diferentes entre a criação de um filme ficcional e um documental. Trata-se da fase de montar as cenas e organizá-las de forma a dar fluidez e sentido à história. Ainda que a edição de um filme possa, vez ou outra, incluir elementos não previstos no roteiro, isso é muito mais comum em um documentário.
Isso acontece justamente porque o roteiro de um filme documental é mais aberto e flexível a situações inesperadas. Certamente o editor de uma não-ficção tem muito mais escolhas a fazer sobre quais filmagens incluir e o que deixar de fora e sobretudo como “costurar” essas realidades todas de forma a fazer um trabalho íntegro e compreensível ao espectador. Isso tem muito a ver com a abordagem que o diretor deseja imprimir na obra.
Quais as etapas mais comuns de um documentário?
Agora que você já conhece as principais diferenças entre a produção de um filme ficcional e um documentário, vamos abordar passo a passo as etapas mais comuns a essa modalidade cinematográfica. Confira!
Pesquisa
O pesquisador é um profissional fundamental na produção de um documentário. É ele quem vai avaliar a aplicabilidade da ideia do filme. Os personagens têm profundidade e estariam dispostos a contar suas histórias? Aonde seriam as filmagens? Que elementos participarão da cena? Existe material de pesquisa (arquivos) para enriquecer o audiovisual? Tudo isso deve ser respondido nesta etapa.
Planejamento
Planejar um documentário envolve tanto a organização de elementos técnicos (como os equipamentos a serem utilizados nas filmagens), como aspectos mais burocráticos (licenciamento de materiais utilizados e autorizações de uso de imagem dos personagens entrevistados, por exemplo).
Argumento
O argumento de um documentário pode ser escrito durante ou após a pesquisa. Comumente, esse é o documento apresentado a potenciais financiadores ou submetido a editais. Ele deve vender a ideia que o documentário quer contar e explicar a sua relevância (com base no que foi levantado na pesquisa).
Roteiro
O roteiro (também chamado de pré-roteiro em documentários) vai estabelecer a ordem das filmagens e dos personagens a serem entrevistados. Pode elencar objetos e trazer especificações sobre a abordagem pretendida no filme. Novamente, é importante ter em mente que muita coisa pode mudar durante as filmagens.
Filmagem
A filmagem de um documentário precisa mesclar com sabedoria o que foi planejado e o que surge no improviso, afinal, existe um cronograma de filmagem (e montagem) a ser seguido. É importante que ele seja flexível e, sempre que possível, tente entrevistar personagens principais mais de uma vez.
Som
O som também precisa ser considerado durante as etapas de roteiro para que seja executado propriamente nas filmagens e na edição. É possível trabalhar com o som direto (o que é captado durante as filmagens) e mesclá-lo criativamente com sons produzidos em estúdio (como trilhas e efeitos sonoros). O som, no entanto, é um aspecto crítico: se for mal captado, não será possível refazê-lo.
Edição
A montagem de um documentário é responsável pela estruturação final da narrativa pretendida. Aqui acontece o que chamamos de “terceiro filme”, feito a partir do material bruto, sem apego às formulações originais. A realidade do que foi filmado se impõe!
Qual a importância dos equipamentos na produção de um documentário?
Como em qualquer produção cinematográfica, a escolha dos equipamentos utilizados pode fazer toda a diferença no resultado final do seu documentário. Porém, dependendo do tema do seu filme, é preciso que essa atenção seja redobrada.É preciso saber se você vai gravar à noite e se poderá contar com uma grande estrutura de som e iluminação para a captação das cenas de cobertura (as que não são de depoimento). Outro ponto a ser considerado é o ambiente utilizado para essas cenas, uma vez que até o aparato técnico pode impactar na execução da obra.
Existe a possibilidade de algumas dessas filmagens serem realizadas com um bom celular ou uma GoPro, por exemplo? Tudo isso precisa ser avaliado ainda nas etapas de planejamento e pesquisa para que você tenha tempo hábil de encontrar soluções pertinentes e criativas ao seu projeto.
Como você viu, filmes não ficcionais são tão relevantes ao cinema como os narrativos e podem, inclusive, ter um peso histórico. Se você quer de fato saber como fazer um documentário, é interessante investir em qualificação profissional. Saber identificar os melhores equipamentos, conhecer estratégias de como entrevistar e dominar técnicas de direção são habilidades desenvolvidas em um curso na área.
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Qualquer discussão que aborde o mercado cinematográfico vai girar em círculos se não nos propusermos a responder primeiro a pergunta: “é possível viver de arte no Brasil?”. A resposta pode ser vista todos os dias, para quem convive com profissionais de criação em diversos ramos.
No entanto, o que eles fazem para sobreviver nesse mercado? Quais são os diferenciais daqueles que se firmam na produção audiovisual, seja como autônomos ou contratados de empresas de Cinema, publicidade e outras?
Este artigo vai abordar todas essas questões, oferecendo a você uma visão mais próxima do que significa viver da própria criação no país. Vamos detalhar o mercado cinematográfico, suas possibilidades e os diferenciais para se empregar nesse nicho. Entenda!
O mercado cinematográfico e suas tendências
Recentemente, a política do audiovisual passou por mudanças, o que afeta toda a cadeia produtiva da área no Brasil. As projeções são de que fique mais difícil conseguir patrocínios para a realização de obras cinematográficas, principalmente oriundas de fundos públicos.
No entanto, o profissional formado em Cinema não vive apenas da criação de filmes e documentários autorais. Existem muitas opções de trabalho, e cada uma delas exige habilidades diferentes do cineasta.
É necessário, também, desenvolver algumas aptidões que ajudam em qualquer carreira, e é nelas que vamos nos deter neste artigo. Abaixo, relacionamos algumas possibilidades de atuação que o profissional deve observar para se dar bem em cada área.
Vídeos publicitários
O brasileiro consome, em média, 4 horas e meia de conteúdo em vídeo por dia. Esse formato foi considerado tendência por profissionais de marketing digital e publicitários há alguns anos, e vem confirmando seu favoritismo entre os usuários.
Assim, não deve faltar espaço para a produção audiovisual na publicidade nos próximos anos. O provável é que os vídeos recebam cada vez mais demanda dos clientes dessas empresas e, consequentemente, cada vez mais orçamento nas campanhas.
Tendo isso em vista, não seria otimismo exagerado dizer que, mesmo em um cenário de crise, a oferta de emprego para cineastas no ramo da produção de vídeos para o mercado publicitário deve aumentar.
Conteúdo para canais do YouTube
A produção audiovisual para a maior plataforma de vídeos do mundo é tradicionalmente amadora e feita com poucos recursos financeiros. No entanto, se essa ainda é a tendência entre usuários que mantêm seus canais pessoais, a coisa é bem diferente para empresas.
Existe uma expectativa de que a produção audiovisual de grandes organizações seja mais elaborada. Nesse sentido, não basta uma boa ideia e uma câmera de smartphone. Vão ser necessários um roteiro e um direcionamento seguro na atuação.
Em casos em que o orçamento permitir, até a direção de arte, fotografia e assistência de direção devem ser empregadas. Quando o assunto é gerar conteúdo no YouTube, o que está sendo dito ainda é o mais importante, mas o modo como essa ideia é transmitida ao público pode ser o diferencial para que o vídeo atinja as primeiras colocações na busca.
Vídeos institucionais
A mesma lógica vale para vídeos criados para gerar reconhecimento da marca de empresas. Não importa se eles se direcionam aos próprios funcionários dessas organizações ou a consumidores potenciais.
No contexto de uma empresa que oferece serviços para outras empresas, por exemplo, um contrato milionário pode justificar um custo alto com vídeos de venda. E se falamos de pequenos negócios, também não é diferente. Muitos deles investem na contratação de profissionais de vídeo para apresentar um portfólio mais profissional.
Outros tipos de filmagens
Outras áreas do segmento artístico também são clientes potenciais do profissional do audiovisual. Músicos com seus videoclipes e shows, assim como atores e bailarinos com suas apresentações de artes cênicas e dança têm muito a ganhar com o olhar artístico de um cineasta.
Como conseguir seu espaço nesse nicho concorrido
Falando do nicho de Cinema propriamente dito, ainda assim são grandes as possibilidades de atuação. No entanto, é necessário saber cultivar alguns diferenciais que contribuem para a boa relação de qualquer profissional com seus clientes.
Dê importância ao planejamento
Ao executar um trabalho, é muito fácil concentrar-se na parte criativa, deixando de lado alguns elementos importantes para a conclusão de um filme. Por exemplo, um erro comum é pular as partes de pré-produção e começar logo a filmar.
Na maioria das vezes, isso acontece em decorrência de um prazo curto ou de pressão excessiva por resultados da parte da coordenação do projeto ou do cliente. É justamente nesse momento que fica fácil esquecer que o planejamento não é uma burocracia.
Ele serve para diminuir o tempo de execução do trabalho, economizando dinheiro e otimizando as etapas.
Divida as tarefas com outros profissionais
Mesmo que você seja metódico e cumpra todas as etapas de pré e pós-produção, não é uma boa centralizar muitas funções. Isso acontece, em primeiro lugar, porque a pluralidade de olhares é muito enriquecedora para a criação cinematográfica, assim como para qualquer obra artística.
Em segundo, porque realizar todas as etapas sozinho vai gerar estresse e comprometer a qualidade final do seu trabalho sem que você perceba.
Saiba lidar com as atividades não artísticas
A nova configuração do mercado cinematográfico exige do cineasta — e dos artistas em geral — que se torne empreendedor. Isso significa resolver problemas que não são propriamente artísticos em boa parte do tempo.
Captação de clientes, atendimento, relatórios, comprovação de gastos, controle financeiro… São muitas as habilidades que um profissional autônomo da área de Cinema deve desenvolver, mesmo que superficialmente.
Essas aptidões agregam muito à profissão do audiovisual, uma vez que transformam o cineasta em um artista completo. Ele consegue enxergar diversas nuances práticas no seu dia a dia, não ficando preso a dilemas de certa forma banais da criação sem prazos.
Na AIC, nossa maior preocupação é aliar teoria e prática nos cursos. Nossos professores estão inseridos no mercado cinematográfico e, por meio de um ensino pragmático, tomamos o cuidado de preparar os alunos para o mercado de trabalho.
Quer saber mais sobre como enxergar a sua carreira no mercado cinematográfico como um empreendimento? Gostaria de ouvir a opinião de profissionais desse ramo e suas experiências? Entre em contato com a gente e faça a sua inscrição nos nossos cursos!
Ir à faculdade, estudar em casa, fazer todos os trabalhos, correr para o estágio ou mesmo para o emprego que paga as contas no fim do mês, socializar com os amigos e ainda tentar se divertir. É, a vida dos estudantes não é fácil. Ao fim do dia, a sensação é de que não dá tempo de nada!
Se você já se pegou pensando que falta tempo para se preparar para o mercado de trabalho, você não está sozinho ou errado. A pressão é cada vez maior, assim como a competitividade entre os novos profissionais. Uma forma de manter todos os pratinhos equilibrados e não ficar para trás da concorrência é investir em um bom curso de férias.
Com curta duração, mas carga horária intensa, esse tipo de formação pode trazer diversas vantagens. Quer saber mais sobre o tema? Então, acompanhe a leitura deste texto para entender mais a fundo como funciona um curso de férias e quais as suas principais vantagens!
O que é e como funciona um curso de férias?
Um curso de férias consiste em uma formação de curta duração. Assim, comumente é ministrado no período do recesso escolar — especialmente nos meses de julho ou janeiro. Dificilmente ele tem mais de 30 dias de duração, mas alguns cursos podem trazer cargas horárias maiores, podendo chegar a 50 horas totais ou até mesmo ultrapassar esse período.
Essa modalidade de formação é bastante popular entre alunos de cursos de idiomas. Afinal, estudar inglês nas férias é considerado hoje em dia um “atalho” para quem precisa alcançar a proficiência em pouco tempo.
Porém, outras áreas oferecem cursos específicos nessa modalidade, que trazem grandes vantagens a quem está querendo ingressar em uma nova carreira, ganhar uma chance no mercado de trabalho ou se aperfeiçoar em uma área ainda não dominada.
Quais as principais vantagens desse tipo de curso?
Depois de um semestre inteiro de correria, testes e avaliações, o período das férias realmente traz um merecido descanso. Porém, é possível otimizar ainda mais o tempo livre com o investimento em um curso de férias. Se você acha que vai “perder tempo” com esse tipo de formação, saiba que está muito enganado.
Cursos de curta duração, mas com uma intensa carga horária, podem ser uma ótima oportunidade para investir na sua carreira. Trata-se de uma forma diferente de se aperfeiçoar em um tema específico e aumentar a rede de contatos no mercado — o que é especialmente interessante para quem está começando.
Confira, a seguir, quatro grandes motivos para investir nesse tipo de formação!
Curta duração
A curta duração é sim uma vantagem. Comumente, ela faz com que os cursos de férias sejam mais específicos. Assim, você não vai passar 6 meses estudando uma longa disciplina para que poucas coisas possam ser aplicadas de forma prática.
Pelo contrário: como o tempo é curto, o foco é primordial, e a grade curricular que será trabalhada é bastante enxuta. Dessa forma, de cara você já pode escolher um curso específico, mas bastante direcionado às suas necessidades e com muito a acrescentar à sua formação.
Bom custo-benefício
O custo investido para a realização de um curso de férias é baixo se comparado com qualquer formação de longa duração. Porém, o retorno obtido pode ser extremamente satisfatório e contribuir bastante para a sua qualificação. Isso acontece especialmente porque as aulas costumam ter uma programação mais intensa, como veremos a seguir.
Além disso, essa modalidade de aulas também é muito interessante para quem ainda não tem certeza da área de atuação que deseja seguir dentro da formação escolhida. Vamos supor que você queira trabalhar com cinema, mas ainda não consegue entender se prefere estar em frente ou atrás das câmeras; ou quer uma carreira em publicidade, mas segue em dúvida entre as áreas de criação e atendimento, por exemplo.
Se esse é o seu caso, você pode investir em cursos de férias específicos para descobrir onde está a sua maior habilidade ou com quais áreas você tem mais afinidade. Com um investimento relativamente baixo e um tempo de dedicação não muito longo, você já terá um nível de imersão satisfatório para uma decisão mais bem orientada.
Criação de networking
Não importa a área que você escolher atuar: você nunca trabalhará sozinho! Dito isso, já fica mais fácil entender a importância do networking, não é mesmo? Criar uma rede de contatos é fundamental não só para ter apoio dentro da profissão, mas também para expandir o seu nome e cavar novas oportunidades.
Participar de eventos, congressos e cursos de férias é uma forma de conquistar isso. E quanto antes melhor! Muitas vezes, é o networking que determina o ingresso (ou não) de alguém em determinada área do mercado de trabalho!
Atividades intensas
As cargas horárias dos cursos de férias podem variar, assim como o número de encontro semanais. Porém, uma coisa é certa: as atividades são bastante intensas!
Diferentemente de um curso mais longo, em que você não convive de forma tão frequente com aquele grupo e ainda tem outras atividades no meio do caminho, nessa modalidade de formação, as trocas costumam ser menos espaçadas.
O contato intenso e frequente com o tópico estudado permite um maior estímulo da sua criatividade, assim como o reforço e o real aprendizado da disciplina. Isso é ainda mais impactante quando o curso oferece atividades práticas — e é sobre isso que falaremos a seguir!
Como escolher um curso de férias?
Já está convencido de que fazer um curso de férias é importante para o seu futuro profissional? Ótimo! Porém, agora resta a dúvida sobre qual instituição de ensino escolher. Não se preocupe, pois também temos algumas dicas para ajudar nesse processo!
A primeira delas é optar por uma escola que já tenha experiência em cursos de férias. Aqui, a forma de trabalho é diferente, os encontros são mais frequentes e as atividades são intensas — portanto, o ideal é escolher uma instituição que conte com metodologias e professores já adaptados a essa realidade.
A qualidade e o reconhecimento no mercado são outras características que não podem ficar de fora da sua decisão. Pesquise sobre as escolas que você tem interesse e, se possível, localize ex-alunos para saber mais sobre a experiência que tiveram. Também vale “dar um Google” nos professores para entender se suas expectativas serão atendidas.
Por fim, mas não menos importante: confira a grade do curso! Se a informação não estiver suficientemente clara online, entre em contato por telefone ou pessoalmente para tirar todas as suas dúvidas. O ideal é que a formação privilegie o aprendizado prático, de forma a tirar um bom proveito da intensidade da carga horária.
O mercado de trabalho está cada vez mais exigente, e é preciso aproveitar toda e qualquer oportunidade para investir no seu futuro profissional — inclusive os momentos que poderiam ser de folga. Fazer um curso de férias traz muitos ganhos e, mesmo com uma carga horária intensa, a exigência é reduzida. Assim, ainda sobra uns minutinhos para a sua série favorita na Netflix!
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