Linn da Quebrada, bixa travesty

“Bixa Travesty”, documentário sobre Linn da Quebrada, estreia na mostra Panorama da Berlinale

Bixa Travesti, linn da quebrada
Em suas músicas, em seus discursos e em seu cotidiano, a vida nada fácil de Linn é apresentada. A “travesty” (grafia que ela prefere) é desafiada nas ruas. Sofrendo preconceitos, Linn se coloca longe de figura de vítima e vai para o enfrentamento. Fotos: Nube Abe

O documentário “Bixa Travesty”, dirigido pelo professor convidado do curso de documentárioKiko Goifman em parceria com a diretora Claudia Priscilla, estreia em fevereiro na Mostra Panorama do 68º Festival de Berlim, que acontece entre os dias 15 e 25/02.

O filme conta como a artista transgênero Linn da Quebrada enfrenta o machismo e as diversas formas de transfobia. Longe da figura de vítima, Linn enfrenta os preconceitos (do país que mais mata transexuais no mundo) e canta sua música: “A minha pele negra é meu manto de coragem”.

Kiko, que já teve seus filmes exibidos em alguns dos festivais mais importantes do mundo, diz que o filme terá sua estreia no festival certo: “O Festival de Berlim talvez seja o festival mais político da Europa, quiçá do mundo. Estamos ansiosos para as sessões do filme e debates. Não teria lugar melhor para uma estreia mundial. Vamos para uma das cidades mais interessantes e libertárias do planeta. Um lugar onde a transfobia é discutida há anos, mas que Linn da Quebrada, “Bixa Travesty”, ainda tem muito a dizer”.

A mostra ainda conta com mais dois filmes brasileiros: “Aeroporto Central” de Karim Aïnouz e “Ex-Pajé” de Luiz Bolognesi.

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guia carreiras do cinema

Guia Comparativo de Carreiras do Cinema

Você adora filmes, sabe tudo sobre os melhores lançamentos no cinema, já fez suas experiências gravando vídeos com o celular ou câmeras amadoras, tem criatividade e sensibilidade de sobra, gosta de artes, de escrever ou de fotografar, não é muito fã de rotina, sempre teve vontade de seguir uma carreira na sétima arte? Caso se encaixe em uma ou mais dessas alternativas, está no lugar certo.

 

Escolher uma profissão nunca é fácil. Para tornar tudo ainda mais complicado, existem algumas escolhas profissionais consideradas “normais” e outras um pouco mais “alternativas”. No Brasil, onde não há uma indústria audiovisual como a hollywoodiana, muitas pessoas acabam optando por carreiras teoricamente mais seguras ou convencionais do que o cinema. No entanto, embora seja cercado por glamour, o fazer cinematográfico é um trabalho como qualquer outro: exige estudo, algum talento, um pouco de sorte e muito esforço, mas pode ser bastante recompensador em vários aspectos, inclusive o financeiro. Uma das maiores dúvidas, para quem deseja ingressar na produção audiovisual, é: o que fazer? Como saber no que você é bom, em que área seus conhecimentos e habilidades melhor se encaixam?

 

A maioria dos estudantes de cinema entram em seus cursos com a ideia de que serão diretores. A primeira descoberta é que não há espaço em um set de filmagem para uma dezena de pessoas dirigindo, sem que as outras funções sejam preenchidas. A segunda descoberta – e talvez a mais importante – é que, na construção de um filme, existem outros departamentos tão criativos e fascinantes quanto a direção. Para conhecer as diversas profissões que existem dentro da produção cinematográfica e, assim, poder escolher a sua, preparamos um Guia Comparativo de Carreiras do Cinema, com tudo o que você precisa saber para dar os primeiros passos. Tendo essas informações em mente, fica muito mais fácil se aprofundar naquilo que você realmente quer ser.

 

Dentro do set

Primeiramente, vamos entender o básico sobre como funciona a criação de um filme. Antes de qualquer outra coisa, é preciso um roteirista, para colocar a história no papel. A partir disso, um diretor visualiza como aquelas palavras serão transformadas em imagens. O conceito visual é desenvolvido e realizado junto a um diretor de arte (que cuida, resumidamente, dos cenários, objetos e figurinos). Outro profissional envolvido na criação das imagens que aparecerão na tela é o diretor de fotografia, que planeja e executa todos os conceitos relacionados a luz, cores, texturas, enquadramentos e movimentos de câmera. Há também o responsável pela captação e o desenho de som. Finalmente, existe a pessoa que irá montar todo o conteúdo audiovisual captado – o editor. Não podemos esquecer dos atores, que dão vida aos personagens do roteiro. Tudo isso é orquestrado pelo diretor, mas só acontece com a presença de um produtor, que é o profissional que vai atrás dos recursos ou parcerias e faz a coisa, de fato, acontecer. Naturalmente, cada área do cinema possui suas hierarquias, que podem incluir assistentes e outros cargos relacionados. É possível montar um set com centenas de pessoas ou com apenas uma (nesse caso, um cineasta guerrilheiro com uma ideia na cabeça e uma câmera na mão). Contudo, mesmo em uma produção muito enxuta, essa equipe básica pode ser considerada como o mínimo necessário para que um filme aconteça.

 

Roteirista

O trabalho do roteirista é, basicamente, colocar as ideias na página. Ele é o primeiro a começar a contar uma história que ganha vida durante a produção e só termina, de verdade, na sala de edição. A profissão é para quem gosta muito de escrever e está preparado para uma rotina um pouco mais solitária do que a das outras carreiras cinematográficas. No entanto, não existe roteirista apenas no cinema. A carreira possibilita trabalhos na TV, internet, conteúdos institucionais etc.

 

Diretor

A função do diretor, em um set de filmagem, é saber o que quer. Ele não é apenas a pessoa que grita “ação!” e “corta” no início e final de cada cena, mas quem deve fazer as escolhas narrativas para transformar a história que está no papel em imagens em movimento. É na cabeça do diretor que o filme se constrói. Como o maestro de uma orquestra, esse profissional conduz o restante da equipe para executar sua visão da história. Para atuar na área você precisa ser determinado, ter espírito de liderança, muita sensibilidade e criatividade.

 

Produtor

A produção é a espinha dorsal de qualquer projeto audiovisual, responsável pelo planejamento e pela execução de todas as ações que viabilizam o filme. Em resumo, é o produtor quem dá condições para que os demais departamentos funcionem de maneira adequada, a fim de que o projeto fique pronto no tempo previsto pelo cronograma e dentro do orçamento. Um bom produtor deve estar preparado, acima de tudo, para resolver problemas. Quem deseja ingressar nessa carreira deve ter muito jogo de cintura, ser um bom comunicador e um excelente negociador.

 

Diretor de Arte

Em poucas palavras, o diretor de arte (ou production designer) é o responsável por criar o conceito visual do filme e orientar sua equipe para a execução dessas ideias. É como se ele ajudasse a dar tridimensionalidade ao roteiro, por meio de cenários, objetos e figurinos, criando a realidade na qual os personagens irão habitar. É esse profissional quem desenvolve (conceitualmente e na prática) tudo o que depois será captado pela câmera. Geralmente, quem se interessa pela área são as pessoas mais artísticas, com a criatividade aflorada e alguma facilidade para lidar com desenhos, modelagem e perspectiva.

 

Diretor de Fotografia

A direção de fotografia é a área que controla o processo de construção e registro das imagens de um filme, levando para a tela tudo o que foi visualizado na pré-produção, por meio de ferramentas técnicas como iluminação, filtros, lentes, movimentos de câmera, enquadramentos, cores e exposição. Em resumo, o diretor de fotografia usa a câmera e a luz para transformar as palavras do roteiro em imagens. Essa é uma área para quem gosta de tecnologia e se interessa por câmeras, luzes, maquinário. Contudo, não basta ter facilidade para lidar com os aspectos técnicos. É necessário ser criativo, desenvolver apuro visual e adquirir uma excelente bagagem sobre a linguagem cinematográfica.

 

Profissional de Som

Em produções de longa-metragem, em geral a equipe de som é composta por diversos profissionais, que são responsáveis pela captação no set (gravando os diálogos, o ruído dos ambientes e efeitos diversos) e pela edição e mixagem desses sons. As funções mais importantes são a de técnico de som direto, que grava o som das cenas, editor de som, que além de sincronizar todo o material, cria a linguagem sonora do filme para potencializar o impacto das imagens, e profissional de mixagem, que faz com que os sons apareçam de maneira orgânica no filme.

 

 

Editor

A edição é a essência da arte cinematográfica. O editor ou montador é a pessoa que realiza a difícil tarefa de organizar e posicionar todas as cenas do filme. Para editar imagens em sequências coerentes, é preciso conhecer a fundo não apenas a linguagem cinematográfica e seus recursos, como também o filme que se quer contar – por isso, o editor tem uma relação muito próxima com o diretor. Profissionais dessa área precisam ser extremamente organizados, concentrados e detalhistas.

 

Ator

De toda a equipe de filmagem, os atores são os únicos que aparecem na tela de cinema. O trabalho desse profissional é como a ponta de um iceberg: de toda a movimentação gigantesca que existe por trás de uma produção cinematográfica, ele é o elemento humano que será visto no final. É o ator quem imprime vida à história, a pessoa com quem o público se identifica. Por isso, sua função é se entregar, buscar essa conexão com o espectador, usando seu talento para ajudar a tirar a história do papel e dando sua contribuição para torná-la mais interessante.

Dublador

O dublador é um profissional que empresta a sua voz para dar vida a personagens em filmes, séries, desenhos animados e outros meios audiovisuais. Esses artistas trabalham na técnica conhecida como dublagem, na qual recriam os diálogos originais de uma produção em um idioma diferente. O trabalho do dublador é muito mais do que simplesmente repetir as falas em outra língua; eles precisam captar a essência do personagem e transmitir suas emoções, entonações e características vocais.

 

Ficou mais fácil escolher sua área de interesse? Então não perca tempo e venha para a AIC vivenciar a real experiência de fazer cinema.

Texto por: Katia Kreutz | edição Mônica Wojciechowski | Foto: Bia Takata

Última revisão: 24/06/2022

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peripatético

Professores e Alunos AIC na Mostra Tiradentes 2018

21-Mostra-de-Cinema-de-TiradentesNa próxima sexta-feira (19/01) começa o maior evento do cinema brasileiro, a Mostra de Cinema de Tiradentes, que este ano chega a sua 21ª edição, apresentando ao público, até o dia 27/01, a diversidade da produção cinematográfica brasileira. Mais um ano professores e alunos da Academia Internacional de Cinema (AIC) estão presentes na Mostra com os mais diversos filmes.

Filmes de alunos e professores (por ordem de data de exibição):

  • No dia 20/01 tem exibição de “Arábia”, filme ganhador da última edição do Festival de Brasília. Dirigido por Affonso Uchôa e João Dumans, o filme conta com a atuação do professor Renan Rovida. Veja horário, local de exibição e sinopse.
  • No dia 22/01 tem o documentário “Madrigal para Um Poeta Vivo”, de Adriana Barbosa e Bruno Mello Castanho, que também conta com a atuação do professor Renan Rovida. Veja horário, local de exibição e sinopse.
  • No dia 23/01 tem a ex-aluna Jessica Queiroz, com “Peripatético”, vitorioso no Festival de Brasília. O curta recebeu prêmio de Melhor Roteiro e prêmio Especial do Júri. Veja horário, local de exibição e sinopse.
  • Também dia 23 tem o curta do professor Henrique Zanoni: “Quem Perdeu o Telhado em Troca Recebe as Estrelas”. Veja horário, local de exibição e sinopse.
  • Dia 25/01 tem “Baixo Centro” de Ewerton Belico e Samuel Marotta, que conta com o professor Renan Rovida no elenco. Veja horário, local de exibição e sinopse.
  • Também dia 25, mais professor Renan Rovida. Desta vez como protagonista do curta “Memórias de um Primeiro de Maio”. Veja horário, local de exibição e sinopse.
  • Dia 26/01 tem “Antes do Fim”, do professor Cristiano Burlan, destaque no último Festival de Brasília. O filme traz os veteranos Jean-Claude Bernardet e Helena Ignez como protagonistas. Veja horário, local de exibição e sinopse.
  • Dia 27/01 tem “Raiz”, da ex-aluna Andressa Matias Carvalho. O filme foi vencedor do prêmio de melhor filme e júri popular no Filmworks Film Festival de 2014. Veja horário, local de exibição e sinopse.

Ao todo a Mostra exibe mais de 100 filmes brasileiros em pré-estreias nacionais e realiza oficinas, debates e mesas temáticas, além da Mostrinha de Cinema para o público infanto-juvenil.

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Como fazer um roteiro

Como Fazer um Roteiro

9 passos que os roteiristas profissionais utilizam para fazer seus roteiros, com exemplos e modelos para download.

Por Mônica Wojciechowski com colaboração e consultoria técnica dos professores e roteiristas Clara Meirelles e Paulo Marcelo do Vale

Fazer o roteiro de um filme pode ser uma tarefa hercúlea: exige criatividade, dedicação e persistência para que ideias maturem.

Roteiristas profissionais e experientes muitas vezes demoram anos para escrever e ainda mais tempo para revisar um roteiro e fazer novos tratamentos, ou seja, novas versões da mesma história, a fim de que ela fique perfeita.

Muitos dos longas que conquistaram o público no cinema nacional passaram por um processo extenso de escrita e revisão:

  • Cidade de Deus passou por 12 tratamentos antes de ficar pronto.
  • A cineasta Anna Muylaert conta que começou a pensar e escrever o roteiro de Que horas Ela Volta em 2002 e o filme só estreou nos cinemas em 2015.
  • Bingo: O Rei das Manhãs, lançado recentemente e escrito por Luiz Bolognesi, passou por 10 tratamentos ao longo de 4 anos.

 

Ufa! Mas, isso não é motivo para desistir.

Afinal, já que inspiração não se sustenta sem uma boa dose de transpiração, as grandes histórias, com certeza não foram escritas em uma única sentada em frente ao computador.

Antes de continuarmos com as técnicas, cadastre-se abaixo e receba no seu e-mail os Modelos de Formatação de Roteiro e de Ficha de Personagem.

Para ir realmente a fundo, vale a pena também conhecer os nossos cursos de Roteiro.

 

Banner "Quer se tornar roteirista?"

 

Mas afinal: o que é um Roteiro de Cinema?

Para começar precisamos entender o que é um roteiro e para que ele serve.

Um roteiro nada mais é do que um documento, um guia contendo (basicamente) as cenas e diálogos de um filme ou qualquer outro produto audiovisual.

É como se fosse o filme escrito, antes da gravação.

Ele é essencial para que o projeto tome forma, a produção defina as locações (lugares onde o filme será gravado), o diretor conheça os personagens e possa selecionar os atores, para que os atores conheçam seus personagens e aprendam as suas falas e para que a equipe de produção priorize seu trabalho e decida, por exemplo, a ordem de gravação das cenas.

Doc Comparato, teórico e dramaturgo, define roteiro assim:

É a forma escrita de qualquer audiovisual. É uma forma literária efêmera, pois só existe durante o tempo que leva para ser convertido em um produto audiovisual. No entanto, sem material escrito não se pode dizer nada, por isso um bom roteiro não é garantia de um bom filme, mas sem um roteiro não existe um bom filme.

 

Como começar a escrever um roteiro?

Criamos aqui um passo a passo para ajudá-lo a ordenar o que precisa ser feito para escrever um roteiro, mas, o esforço e determinação são algo pessoal.

Vale lembrar que não existe receita de bolo e que cada autor tem sua própria didática

Os melhores roteiristas leem diversos livros, manuais e fazem muitos cursos antes de se tornarem profissionais.

Mas, consultamos dois roteiristas profissionais, Clara Meirelles e Paulo Marcelo do Vale, professores da Academia Internacional de Cinema (AIC), para tentar facilitar o trabalho de quem está começando.

 

Em resumo:

  1. Planeje – Como Tirar a Ideia da Cabeça e Colocar no Papel
  2. Desenvolva Sua História – Além de uma boa ideia você precisa pesquisar muito
  3. Defina o Conflito do seu filme – Elemento Básico da dramaturgia
  4. Construa personagens consistentes dentro da curva dramática
  5. Faça o Argumento
  6. Desenvolva cada cena: Escaleta, a estrutura do roteiro
  7. Escreva seu ROTEIRO
  8. Revise
  9. Apresente para Alguém e Faça novos Tratamentos

 

1. Planeje – Como Tirar a Ideia da Cabeça e Colocar no Papel

De grandes ideias o mundo está cheio.

Mais do que uma ideia, você precisa de uma história de verdade, com um bom personagem e um excelente conflito (daqui a pouco falaremos mais sobre conflito e personagens).

O que é importante reforçar é que além da história também é importante ter bem claro para quem você está escrevendo, conhecer seu “público”, saber quem pretende atingir.

Outras questões:

  • Seu roteiro será inscrito em algum edital ou oferecido a alguma produtora?
  • Qual o objetivo do vídeo ou filme?

Comece fazendo um planejamento, respondendo a essas e outras questões que ache importante.

Desenhe uma estratégia e tenha em mente como torna-la efetiva para que seu projeto saia do papel.

 

2. Desenvolva Sua História – Além de uma boa ideia você precisa pesquisar muito

Grandes filmes nem sempre tem ideias mirabolantes.

Muitas vezes, ideias simples, aquelas que a gente não se perde para contar, acabam rendendo grandes histórias.

Como é o caso do clássico filme francês “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain” que parte de uma caixinha que a personagem encontra escondida em seu apartamento, com brinquedos e outros objetos.

A protagonista decide encontrar o dono da caixa para devolvê-la, pois ela acredita ser valiosa para o proprietário. A partir daí toda a história se desenrola.

Uma ideia aparentemente simples, mas desenvolvida com maestria.

Como será que os roteiristas Jean-Pierre Jeunet e Guillaume Laurant tiveram essa boa ideia?

PESQUISA! Sim, muita pesquisa.

Muitas vezes as ideias brotam da observação de pessoas na rua, no metrô, tomando um café ou lendo uma matéria no jornal. O importante é que você não se prenda a ideia romântica da originalidade.

Um novo olhar sobre algo corriqueiro pode render um bom filme.

Cada escritor tem uma técnica, mas todos defendem que uma pesquisa ampla sobre o tema é essencial.

Vá em busca de livros, peças, filmes e outras histórias sobre o mesmo tema.

O que já foi feito e o que você pode acrescentar de novo?

Qual abordagem e linguagem será a mais original?

Também é preciso definir o gênero que está escrevendo. É um drama? Uma comédia? Ou quem sabe uma comédia romântica?

É importante lembrar que um roteiro não conta uma história, ele mostra uma história.

Por isso, um roteirista precisa criar ações que imageticamente traduzam o que ele quer dizer.

Por exemplo, não é no roteiro que você irá descrever minuciosamente um jardim. Você precisa dizer o que acontece no jardim, qual a ação.

 

3. Defina o Conflito do seu filme – Elemento Básico da dramaturgia

A vida é um emaranhado de conflitos.

Temos conflitos diários para resolver, alguns simples como “saio para almoçar ou faço almoço em casa? ”

Nos filmes é a mesma coisa.

O personagem precisa tomar decisões o tempo todo e, como na vida, existem obstáculos.

Na dramaturgia clássica o conflito é gerado a partir da necessidade do personagem, quando ele não consegue cumprir seus objetivos.

Nesse sentido, o conflito geralmente vai contra o protagonista.

O roteirista Robert McKee diz que “em uma história, nada se move para frente se não for através de conflito”.

Pois bem, qual o conflito da sua história?

Se ainda não tem, precisa encontrar.

Assim como na vida também existem diferentes tipos de conflito.

Vamos aos mais clássicos:

  • O conflito interno (entre protagonista e ele mesmo)
  • O pessoal (entre o protagonista e personagens secundários)
  • O extrapessoal (entre o protagonista e uma empresa ou algo não-humano, como a natureza).

As tramas mais complexas abrigam mais de um tipo de conflito.

 

Para que não restem dúvidas sobre o que é conflito, vamos aos exemplos:

Conflito interno: em “Despedida em Las Vegas” Nicolas Cage vive um roteirista alcoólatra que resolve beber até morrer e vive vários conflitos com a sua consciência;

Conflito pessoal: é bem comum nas comédias, como esquecer dos desentendimentos entre Ben Stiller e Robert De Niro em “Entrando numa Fria”?;

Conflito extrapessoal: Julia Roberts vivendo Erin Brockovich e lutando contra a empresa de energia PG&E ou James Franco vivendo o alpinista Aron Ralston que fica preso em uma fenda quando uma pedra cai no filme “127 Horas”.

 

Que tal tentar lembrar o nome de um filme que traga mais de um conflito? Está aí um bom exercício.

Enfim, o que você precisa saber é que todo bom roteiro tem um conflito essencial e deve ser resumido em uma única frase.

 

4. Construa personagens consistentes dentro da curva dramática

Defina os personagens

Os roteiristas são unânimes ao dizer que um bom filme precisa de personagens consistentes.

Syd Field diz que personagem é ação e que não existe personagem sem história, nem história sem personagem.

Você conhece a fundo seu personagem?

  • Que cor ele mais gosta?
  • Quantos anos ele tem?
  • Como foi sua infância?
  • Quem são seus pais?

Mesmo que essas informações não apareçam no roteiro, quanto mais nuances e camadas você construir mais real ele irá parecer.

Você precisa saber e entender do protagonista como se ele fosse um amigo próximo.

Existem várias técnicas para traçar o perfil de um protagonista.

A mais conhecida são as fichas ou formulários onde o roteirista preenche as informações com as características do personagem.

Preparamos uma ficha para você começar. Ela contém algumas informações básicas e você pode (e deve) incluir outras tantas questões. Lembrando que quanto mais souber do personagem, melhor.

Todos os livros de dramaturgia dedicam um capítulo aos personagens.

O húngaro Lajos Egri, autor de “The Art of Dramatic Writing”, foi o que mais se dedicou ao estudo do personagem.

 

Desenhe a Curva Dramática

 

Como fazer um Roteiro - Curva Dramática Clássica

 

A curva dramática consiste no crescimento da situação dramática até o cume, depois ela começa a descer, até voltar à normalidade.

Ela está intimamente ligada ao arco do personagem.

Por meio de uma trama, um personagem corrige ou não uma falha, supera ou não um trauma.

A curva dramática é a responsável por nos deixar ansiosos ou tensos na poltrona do cinema.

É basicamente as variações de intensidade do filme.

Na curva dramática clássica a história começa de um ponto de partida que mostra o recorte escolhido para apresentar ao espectador a situação, o estado inicial de repouso ou equilíbrio do protagonista.

Por algum motivo há uma ruptura do conforto inicial, então o protagonista parte para a busca de um novo equilíbrio, que é representado pelo crescimento da curva.

O ponto de clímax é o ponto onde o conflito alcança seu grau máximo e se resolve.

 

5. Faça o Argumento

Com a história e o conflito na cabeça é hora de escrever o argumento, que é um documento escrito antes da Escaleta.

O argumento é um texto corrido que conta de forma simples a sua história.

Você deve escrevê-lo em forma de prosa (parágrafos e discurso direto), no tempo presente e mantendo a estrutura de atos: começo, meio e fim.

Também é o momento de apresentar todos os personagens importantes para o enredo.

Não existe muito consenso com relação ao tamanho do argumento. Para autores iniciantes recomenda-se algo em torno de 3 a 5 páginas.

Afinal, você precisa cativar rapidamente um possível produtor que recebe dezenas de projetos semanalmente.

Por fim, leia o argumento em voz alta e dê para outras pessoas lerem e contarem o que entenderam da sua história.

Reescreva quantas vezes achar necessário, para que fique atraente e de fácil entendimento.

 

6. Desenvolva cada cena: Escaleta, a estrutura do roteiro

Após colocar toda a ideia do roteiro no papel através do argumento é hora de estruturar como o roteiro será desenvolvido.

A escaleta é esta estrutura, o esqueleto do roteiro, com o resumo de cada cena.

Ela deve conter a indicação e separação das cenas, as situações e ações do personagem.

Nesse momento você ainda não precisa se preocupar com o diálogo.

Roteiristas profissionais defendem que a escaleta é essencial, é um estudo do roteiro.

É na escaleta que o ritmo do filme deve ser acertado e é também quando a ordem da história será apresentada.

Uma técnica bastante usada é separar as cenas em cartelas, assim você pode mudar a sequência delas.

Post Its coloridos também funcionam. Você pode usar as cores para separar tramas especificas.

 

7. Escreva seu ROTEIRO

Com o argumento escrito e redondo e a escaleta feita é hora de se concentrar nos diálogos.

Nessa fase você já deve conhecer seus personagens mais do que a si mesmo e está pronto para tirar todas as frases da boca dele.

Então, só sentar em frente ao computador e deixar os diálogos fluírem.

Como você já viu por aí, existem padrões de formatação para escrever roteiros e é importante que você os siga.

O mais conhecido e utilizado é o formato Master Scenes.

Nesse formato você irá utilizar a fonte Courier New tamanho 12.

A fonte se parece com as letras das antigas máquinas de escrever e esse padrão fará com que cada página de roteiro corresponda a mais ou menos 1 minuto de cena no filme.

As páginas trarão os seguintes elementos:

  • Cabeçalho de cena
  • Ação
  • Diálogos
  • Transição.

Cabeçalho:

O cabeçalho introduz uma nova cena. Geralmente criamos uma nova cena quando existe alguma mudança de espaço (lugar) ou tempo.

O cabeçalho aparece sempre em letras maiúsculas e traz as informações sobre onde a cena acontece e em qual tempo.

Se a cena é dentro de alguma locação usamos a sigla “INT” e se for externa, cenas filmadas em ambientes abertos como praças a indicação é “EXT”.

Veja o exemplo abaixo:

INT. BIBLIOTECA DA ESCOLA – DIA

EXT. PRAÇA DA CIDADE – NOITE

Ação

Depois do cabeçalho vem a ação, que é a descrição do que ocorre na cena, sempre no tempo presente:

“Maria lentamente coloca a mão na maçaneta e abre a porta de casa”.

Por fim, o bloco de diálogo, composto pelo nome do personagem e o que ele fala.

Clique na figura abaixo para visualizar cada um desses elementos e conhecer outros.

Como Fazer um Roteiro - Exemplo de Formatação de Roteiro

 

8. Revise

Depois de pronta a primeira versão, revise.

Não apenas 1 vez, mas 10.

Talvez 100.

Ler em voz alta também é uma técnica bem utilizada.

Você precisa visualizar cada cena que criou e escutar cada frase saindo da boca do protagonista.

 

9. Apresente para Alguém e Faça novos Tratamentos

É muito legal apresentar o roteiro para alguém mais experiente. Se possível para um roteirista profissional.

Para isso existem cursos e laboratórios de roteiro.

Novos olhares em cima de um trabalho que você está debruçado e apegado pode render boas e novas versões.

 

 

Dicas importantes

  • A capa do roteiro deve conter o título da obra e o nome do roteirista e claro, seus contatos como e-mail e telefone. A primeira página nunca é numerada.
  • Todas as outras páginas devem conter numeração.
  • Como já falamos a fonte padrão é a Courier News tamanho 12 e o espaçamento é simples.
  • Não use itálico nem negrito.
  • Na descrição da ação não repita informações que já estão no cabeçalho.
  • Existem diversos manuais de formatação de roteiro na internet, mas, o ideal é não desperdiçar energia com isso. Existem softwares que padronizam tudo automaticamente para você, o mais usado por roteiristas profissionais é o Final Draft, mas, você pode começar com softwares mais simples. O Celtx tem uma versão gratuita e a Amazon disponibiliza o Story Writer que é totalmente gratuito.
  • Leia muitos roteiros na internet, existem vários sites que disponibilizam roteiros na integra.

 

Guia AIC de Roteiro Para Cinema

Se interessou pelo universo da escrita? Então não perca tempo e receba nosso e-book repleto de conteúdo e dicas para escrever suas histórias.

 

 

Deu para perceber que para se tornar roteirista precisa de muita dedicação, esforço e estudo, né?

Mas com esse passo-a-passo dá para começar a se aventurar!

 

 

Se você gostou do artigo e quer conhecer ainda mais, estudar referências e praticar a escrita de roteiros, conheça os nossos cursos na área de Roteiro:

 

Além dos cursos de Roteiro a AIC oferece cursos de cinema que abrangem toda a cadeia produtiva do audiovisual – da ideia à distribuição. Os formatos e duração variam de acordo com a área e com a proposta dos cursos: cursos online ao vivo, cursos mais curtos e concentrados – como os intensivos de férias, cursos semestrais de curta e média duração, cursos anuais de formação livre em áreas específicas do cinema e os cursos Técnicos: Filmworks e Atuação para Cinema e TV, com duração de dois anos. Um catálogo com mais de 50 cursos oferecidos durante todo o ano nas unidades Online, São Paulo e Rio de Janeiro. Confira:

 

Quem saber mais sobre algum curso da Academia Internacional de Cinema? Entre em contato com a gente pelo Whastsapp ou por E-mail.

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*Além das entrevistas com os roteiristas Paulo Marcelo do Vale e Clara Meirelles, os livros consultados para esse artigo foram: “Manual de Roteiro”, de Leandro Saraiva e Newton Cannito e “O poder do Clímax –  Fundamentos do Roteiro de Cinema e TV”, de Luiz Carlos Maciel.

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Wagner Moura Academia Internacional de Cinema

Retrospectiva 2017

Mais um ano chegando ao fim. 2017 foi um ano de intensa produção nas duas unidades da Academia Internacional de Cinema (AIC): São Paulo e Rio de Janeiro. Teve muito curta-metragem e documentário saindo do forno, prontos para fazer carreira nos festivais desse mundão. Também teve produção, direção de arte, roteiro, atuação e muito debate, bate-papo e arte. O público pediu e a AIC atendeu, lançamos cursos novos e trouxemos grandes nomes para os já tradicionais eventos, fortalecendo a contínua conversa sobre a prática do cinema. Ficou de fora em 2017? Corre que em 2018 tem muito mais.

Quem esteve na AIC – Conversas sobre Cinema

Na Semana de Orientação, evento que abre o ano letivo da escola, muita gente bacana. Em São Paulo a cineasta Marina Person (Califórnia) fala sobre os desafios da carreira no cinema, Beto Brant (O Invasor) conta sobre seu documentário “Pitanga” e Marçal Aquino sobre a arte de contar histórias. No Rio de Janeiro José Luiz Villamarim fala sobre “Redemoinho”, seu primeiro longa-metragem além das diferenças entre cinema e televisão. Wagner Moura conta sobre sua estreia como diretor em filme sobre Marighella e Emília da Silveira sobre seus documentários e a ditadura.

Kevin Macdonald
O diretor escocês Kevin Macdonald, premiado por sucessos como “O último rei da Escócia”, na AIC, em junho de 2017.  Foto: Alê Rocha

Em maio o diretor escocês Kevin Macdonald, premiado por sucessos como “O último rei da Escócia” e os documentários “Being Mick” e “Marley”, ministra aula aberta e gratuita na AIC Rio de Janeiro e fala sobre questões fundamentais na direção de documentário e ficção.

Em junho acontece a Semana de Cinema e Mercado. Em São Paulo o evento conta com a participação da cineasta Laís Bodanzky falando sobre “Como Nossos Pais” e Caio Gullane dá uma aula sobre gestão de projetos audiovisuais. No Rio de Janeiro Ilda Santiago traz um pouco da rotina do Festival do Rio e Fellipe Barbosa e Clara Linhart mostram fotos e contam sobre a produção de “Gabriel e a Montanha”. Para fechar a semana, nas duas unidades, um bate-papo de mulheres cineastas sobre a presença feminina no Cinema Brasileiro. Em São Paulo o debate é mediado pela diretora assistente e produtora Lara Lima e composto pela diretora Jéssica Queiroz, a atriz americana Britt Harris e a roteirista e diretora Maria Clara Escobar. No Rio de Janeiro as convidadas são a distribuidora Priscila Miranda, a diretora de fotografia Andrea Capella e a diretora do Festival Internacional de Cinema Feminino, Paula Alves. Dá para sentir um pouquinho do clima do bate-papo assistindo o vídeo.

A parceria entre a Academia Internacional de Cinema (AIC), a Escola de Artes da Universidade de Columbia e o Columbia Global Centers | Rio de Janeiro trouxe para o Brasil o ex-diretor de programação da Film Society do Lincoln Center e do Festival de Cinema de Nova York, Richard Peña, para a aula aberta e gratuita sobre o cinema independente de Maya Deren.

 

Filmes, Festivais, Estreias e Eventos        

O ano começa bem com a estreia mundial de “Sem Raiz”, do professor Renan Rovida, na Mostra de Tiradentes e o documentário “City of The Sun”, editado pelo ex-aluno Ramiro Suárez, selecionado para o 67º Festival Internacional de Cinema de Berlim.

Richard Pena Centenário Maya Deren Academia Internacional de Cinema (AIC)
Richard Pena, professor da Univeersidade da Columbia, em aula especial em comemoração ao Centenário da cineasta Maya Deren na Academia Internacional de Cinema (AIC).  Foto: Alê Borges

Piano forte, da aluna Anabela Roque, estreia internacionalmente no 26º Arizona International Film Festival e curtas documentários feitos por alunas e alunos da AIC discutem o empoderamento da mulher negra. “Olhos de Argila”, curta que conta com a direção de fotografia do ex-aluno Luiz Augusto Moura, recebe o prêmio ABC de Melhor Direção de Fotografia Estudantil.

Em junho acontece mais uma edição do Filmworks Film Festival, o festival de cinema exclusivo da AIC, premiando filmes dos alunos em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Demônia”, curta de Cainan Baladez e Fernanda Chicolet que leva a assinatura dos professores Roney Freitas na Produção Executiva, Dicezar Leandro na Direção de Arte e André Luiz de Luiz na Direção de Fotografia, recebeu sete prêmios no 40º Guarnicê Festival de Cinema: Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Roteiro, Melhor Trilha Sonora, Melhor Atriz, Melhor Ator e Melhor Ator Coadjuvante.

Acontece o primeiro workshop “Como Ser um Youtuber” em parceira com o canal Pipocando, professores e alunos são selecionados para o Festival de Curtas de São Paulo, para o Festival de Brasília e para a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

A ex-aluna Jéssica Queiroz recebe dois prêmios no Festival de Brasília com o elogiado curta “Peripatético”. “Pontos de Vista” da aluna Isa Meneghini é selecionado para festivais e ganha prêmio de Melhor Roteiro em Bento Gonçalves e “Piano Forte” segue carreira em mais de 10 festivais.

A AIC também apoia o Festival do Minuto e a 17ª Goiânia Mostra Curta oferecendo bolsas de estudo para os vencedores.

Novos Cursos

Alguns novos cursos foram lançados: Formação livre em edição, Atuação para cinema e TV TEENS – Férias, Direção de atores para cinema – Férias e, destaque especial para dois novos cursos: Técnico em Atuação para Cinema e TV, onde ao longo de dois anos o aluno participa de inúmeros exercícios práticos e atua em doze projetos cênicos gravados em set de filmagem profissional, com orientação individual de alguns dos melhores atores e diretores do Brasil e o Curso de Roteiro Online, que inaugurou a nossa Escola de Cinema Online.

Artigos com ainda mais Conteúdo

Em 2017 também colocamos no ar o novo site da escola, com informações dispostas de forma mais organizada. Um site mais leve, dinâmico, com uma navegação simplificada, com menus divididos por área do cinema e 100% responsivo – adaptado para carregar em qualquer tamanho de tela.

Peripatético, da ex-aluna Jéssica Queiroz, ganha dois prêmios no Festival de Brasília
Peripatético, da ex-aluna Jéssica Queiroz, ganha dois prêmios no Festival de Brasília. Foto Humberto Araujo – Festival de Brasilia

No site novo uma nova sessão com conteúdos educativos, com dicas profissionais e de acesso livre e aberto para a comunidade. A sessão começou com uma série de reportagens sobre profissões de cinema, esmiuçando áreas especificas do audiovisual. Cada reportagem ampliou ainda mais a proposta de manter a discussão sobre cinema e trouxe informações importantes sobre cada profissão. Confira alguns dos artigos mais lidos do ano:

Quero Ser Roteirista
Quero Ser Diretor de Fotografia
Quero fazer documentário
Quero trabalhar com som no cinema
Quero ser ator de cinema
Quero ser diretor de cinema
Quero ser diretor de arte
Quero ser editor de cinema
Como Fazer um Roteiro

*Foto Destaque: Ricardo Aleixo.

 

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