Em sua segunda passagem pela Academia Internacional de Cinema (AIC) Mini Kerti fala sobre a série “Sob Pressão”, sucesso de crítica e audiência da TV Globo, que dirige ao lado de Andrucha Waddington. A diretora trouxe detalhes do projeto, desde a ideia original até a pós-produção e respondeu as dúvidas dos alunos e convidados.
Mini Kerti contou que a série realista foi inspirada nas séries médicas americanas, mas com as características dos hospitais públicos brasileiros. “A ideia sempre foi trabalhar de forma documental, com câmera na mão e apelo as temáticas sociais”. Falou sobre a criação dos personagens, as fases do roteiro e sobre os arcos dramáticos da série.
Finalizou falando da importância de ser um diretor produtor, que se relaciona diretamente com o orçamento e com poder de decisão para optar por aquilo que beneficia o projeto. “Direção são escolhas, o tempo todo. Para decidir você precisa saber ouvir, trocar com a equipe e saber escolher qual caminho tomar, na hora certa”.
Diretora e sócia da Conspiração, Mini Kerti esteve à frente de dezenas de comerciais para marcas como Itaú, TIM, Panasonic, Nestlé e a campanha internacional da Sadia. Com seu primeiro longa – “Muitos homens num só” (2015), protagonizado por Alice Braga e Vladmir Brichta – ganhou dez prêmios no Cine PE, incluindo o de melhor direção.
Atualmente prepara uma série documental para HBO, sobre o músico Jorge Mautner (“Kaos em Ação”) e ainda o documentário “Refavela”, que acompanha a turnê de mesmo nome do cantor Gilberto Gil.
A Semana de Orientação acontece durante essa semana no Rio de Janeiro e em São Paulo e este ano traz ainda Daniel Rezende, Tata Amaral, Pedro Freire, Isadora Ferrite e Vanessa Prieto. Confira a programação completa aqui.
Vale lembrar que o evento é aberto ao púbico e gratuito e abre o ano letivo da escola.
O diretor é o fio condutor de uma narrativa gravada. É na cabeça dele que a história do filme – ou de qualquer outro produto audiovisual, de fato, se constrói. Como o maestro de uma orquestra, ele conduz os outros profissionais a executarem sua visão do filme. Difícil quantificar valores para um trabalho tão técnico e criativo. Afinal, quanto vale o trabalho desse profissional?
Falar de salário é uma coisa complicada. A maioria dos profissionais da área afirma que é muito difícil estipular uma média de salário para a carreira de diretor. Segundo o Novo CAGED, eSocial e Empregador Web (com um total de 39 salários de profissionais admitidos e desligados pelas empresas no período de Maio de 2021 a Abril de 2022) estipula que uma média salarial para diretores em longa, média ou curta-metragem seja de R$ 4.777,00 reais por mês, porém esse valor pode chegar a até R$ 13.998,00 por mês, dependendo do tamanho da produção e do tipo de filme. Em publicidade, um diretor pode ganhar até 10% do orçamento total do filme, o que torna essa possibilidade bastante atrativa para quem quer ingressar no mercado.
Se tratando de projetos mais autorais, de diretores iniciantes, com equipe enxuta, pode acontecer de o diretor renunciar a seu cachê para investir esses recursos em outros aspectos da produção do filme ou quem sabe até pagando um profissional, de outra área, que ele ache essencial para o sucesso do projeto. Nesses casos, é comum também que o diretor seja produtor do filme e tenha participação nos resultados como bilheteria ou prêmios em festivais. Se o filme for bem-sucedido comercialmente, o diretor pode acabar investindo esses lucros em seus futuros trabalhos.
Existem os projetos autorais, mas também as grandes produções, sejam brasileiras ou hollywoodianas. Embora a assessoria de imprensa da Rede Globo não revele os valores dos salários de seus profissionais, a mídia especulativa diz que que um diretor de novela pode ganhar até 300 mil reais por mês. Já nos Estados Unidos, a pesquisa “What Hollywood Earns”, feita em 2017, revela a média salarial de diversas profissões da indústria do cinema e da televisão. Por lá os salários de diretores variam de 500 mil a 3 milhões de dólares por projeto. Em geral, seja aqui ou lá fora, em um pequeno ou grande projeto, o cachê do diretor é um dos mais altos do filme.
Embora seja uma profissão instável, que não pode ser muito pensada em termos burocráticos, o reconhecimento no caso de um bom trabalho é sempre muito maior do que para os demais profissionais, em especial os das áreas técnicas. Além disso, a formação em direção cinematográfica abre portas para diversas outras possibilidades. A televisão (principalmente seriados) pode ser uma excelente opção para os diretores iniciantes, não apenas pela estabilidade financeira, mas por utilizar uma linguagem que tem dialogado muito com a estética do cinema.
Para saber mais sobre a carreira de um diretor cinematográfico, veja nosso artigo completo: Quero ser Diretor de Cinema.
*Foto Yuri Pinheiro
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Em que momento a vida deixa de ser um direito e passa a ser um dever? Essa é uma das questões abordadas em “Antes do Fim”, último longa-metragem do diretor e professor da Academia Internacional de Cinema (AIC) Cristiano Burlan, que estreia nos cinemas no próximo dia 15 de fevereiro.
A coprodução entre Bela Filmes e canal Brasil, protagonizado por Helena Ignez e Jean-Claude Bernardet, trata com leveza de questões existenciais relacionadas ao corpo e à velhice, encarando o suicídio como um ato de resistência. O filme retrata a vida do casal de idosos que na ficção leva o mesmo nome dos atores. Jean sente-se preso na lógica de longevidade que a indústria farmacêutica o impõe e decide planejar um suicídio consciente. Ele convida Helena para que o suicídio seja a dois. Ela, por sua vez, hesita, sabe que viverá bem inclusive se precisar viver só, mas o ajuda em suas intenções.
A proposta de Burlan era questionar o lugar do idoso na sociedade. Para o diretor, mais importante do que a oportunidade de trabalhar com duas figuras extraordinárias do cinema brasileiro foi explorar o encontro de dois corpos em uma fase na qual muitas pessoas simplesmente abandonam a vontade de viver. “O filme não é sobre a morte, mas sobre a vida. Fala sobre a relação que se descobre entre esse casal de artistas, antes do fim. Viver não pode ser um dever, mas um direito, um desejo”, conta.
Não é a primeira vez que o diretor trabalha com Jean-Claude Bernardet. Já Helena Ignez, ícone do Cinema Marginal, é a primeira vez. Porém, da parceria Burlan-Ignez, se estende para novas produções, a atriz participa do longa-metragem “O Projecionista”, que está em fase de finalização. “É sempre um desafio trabalhar com Helena e Jean-Claude, eles são intensos, rebeldes e embarcam comigo nesse abismo que é produzir filmes nas circunstâncias em que faço”, diz.
O filme passou pelo último Festival de Brasília, ganhou prêmios de melhor filme e direção no Festival de Aruanda e recentemente esteve na Mostra de Tiradentes. Gravado em 2016, o longa conta também com a participação dos ex-alunos Renato Maia (montagem), Lucas Negrão (finalização de imagem), Helder Martins (fotografia), Emily Hozokawa (assistente de direção), Amanda Bortolo (produção de set) e dos professores Ana Carolina Marinho e Henrique Zanoni no elenco.
A Semana de Orientação da Academia Internacional de Cinema (AIC) chega (com muito orgulho!) a sua 13ª edição. O evento mais aguardado da escola acontece na semana do dia 19 de fevereiro e traz para o debate grandes nomes do cinema nacional.
Que tal ouvir sobre uma das produções nacionais mais bem recebidas pela crítica no ano passado? “Bingo, o Rei das Manhãs” será exibido no estúdio da AIC e o diretor Daniel Rezende responde às perguntas dos convidados.
As cineastas Tata Amaral e Mini Kerti representam o audiovisual feito pelas mulheres e trazem episódios das suas séries “Causando na Rua” e “Sob Pressão” e discutem sobre o formato que mais cresce no país.
O diretor Pedro Freire, famoso por suas incursões no cinema e na TV Globo e a atriz Isadora Ferrite, que atualmente está na novela “Deus Salve o Rei”, trazem o universo do teatro, cinema e TV e falam sobre direção de atores e atuação.
A atriz, escritora, produtora e roteirista Vanessa Prieto, que atuou em “Falsa Loura” de Carlos Reichenbach e na série “Zé do Caixão”, contracenando com Matheus Nachtergaele, fala sobre direção de atores, atuação e elementos da construção da cena.
Vale lembrar que o evento, aberto ao púbico e gratuito, abre o ano letivo da escola e acontece nas duas unidades: São Paulo e Rio de Janeiro. Conheça os convidados já confirmados e faça hoje mesmo a sua pré-inscrição.
Um dos montadores mais reconhecidos do cinema brasileiro, com mais de 15 filmes no currículo. Indicado ao Oscar de Melhor Montagem por seu trabalho em “Cidade de Deus” e responsável pela edição de grandes títulos como: “O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias”, “Ensaio Sobre a Cegueira” e “Tropa de Elite” (1 e 2). Estreou sua carreira como diretor ano passado com o longa “Bingo – O Rei das Manhãs”, filme aclamado pela crítica: “o filme mais excitante, exuberante, atrevido e original feito por um cineasta brasileiro desde que Cidade de Deus foi lançado, quinze anos atrás”, diz a jornalista Isabela Boscov da Revista Veja. Ele também compõe a equipe da nova série do Netflix – “O Mecanismo”, que estreia em março, sobre a operação Lava Jato.
Tata Amaral
Umas das diretoras mais importantes e premiadas da atualidade. Em 1997 estreou com o longa “Um Céu de Estrelas”, um dos três filmes nacionais mais importantes da década passada. Seu terceiro longa, “Antônia”, inspirou a série de televisão homônima exibida na Rede Globo, com recorde de audiência para o horário e que foi indicada ao International Emmy Awards. Em 2013, lançou o longa “Hoje”, eleito Melhor Filme pelo júri e pela crítica no 44º Festival de Brasília, além de prêmio de Melhor Roteiro, Atriz, Fotografia e Direção de Arte.
Mini Kerti
Sócia da Conspiração Filmes, a diretora esteve à frente de dezenas de comerciais de grandes marcas e já fez videoclips de artistas como Daniela Mercury e MV Bill. Seu primeiro longa, “Muitos Homens num Só”, protagonizado por Alice Braga e Vladmir Brichta – ganhou dez prêmios no Cine PE, incluindo o de melhor direção. Atualmente codirige, ao lado de Andrucha Waddignton, a série “Sob Pressão”, sucesso de crítica e audiência da Rede Globo, prepara uma série documental para HBO sobre o músico Jorge Mautner (“Kaos em Ação”) e ainda o documentário “Refavela”, que acompanha a turnê de mesmo nome do cantor Gilberto Gil. Também dirige o programa “Superbonita”, da GNT, desde 2015.
Vanessa Prieto
Indicada ao prêmio Candango de Melhor Atriz Coadjuvante no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro pelo longa-metragem “Falsa Loura” (2007), de Carlos Reichenbach, a atriz, produtora, roteirista e escritora também foi finalista ao prêmio Jabuti pelo livro infantil “O Silêncio em Apuros” (2016). Também fez a série “Zé do Caixão” no canal Space, contracenando com Matheus Nachtergaele como Sarita Del Ciel e está na série “O homem da sua vida” no canal HBO, contracenando com Augusto Madeira, sob direção de Daniel Rezende e Fernando Coimbra. Na Rede Globo, fez o seriado “Sítio do Pica-Pau Amarelo” em 2007 como a noiva caipira de Eri Johnson e participou da novela “Pé na Jaca”.
Pedro Freire
Diretor e roteirista de cinema, teatro e televisão. Foi roteirista e preparador de elenco do longa “Aspirantes”, de Ives Rosenfeld, que ganhou os prêmios de Melhor Ator e Melhor Atriz Coadjuvante no Festival do Rio de 2015. Fez também a preparação de elenco para Marcelo Gomes, Eduardo Valente e Bernard Attal. Trabalhou como Assistente de Direção para Karim Aïnouz em “O Céu de Suely”, “Maré” de Lúcia Murat e como diretor de casting para Sérgio Machado e Jonathan Nossiter. Graduou-se em Direção Cinematográfica na Escola de Cinema de San Antonio de los Baños, em Cuba e estudou direção de atores, teatro e roteiro em Madrid. Escreveu e dirigiu 7 curtas-metragens que competiram em festivais internacionais, entre eles “O Teu Sorriso”, com Paulo José e Juliana Carneiro da Cunha. Em TV, dirigiu as novelas “Meu Pedacinho de Chão”, sob a direção geral de Luiz Fernando Carvalho, e “Sete Vidas”, direção geral de Jayme Monjardim, entre vários outros programas.
Isadora Ferrite
A atriz e diretora, que atualmente está na novela “Deus Salve o Rei”, tem 22 anos de carreira e já fez cerca de 30 peças e algumas participações em cinema e televisão. Trabalhou com diretores como José Celso Martinez Corrêa, Roberto Lage, Elias Andreatto, Vladimir Capella, Marcio Vianna, entre outros. Acaba de voltar para o Rio de Janeiro depois de 3 anos em Madri e 15 em São Paulo. Seu último trabalho em teatro foi no espetáculo “Elza e Fred”, direção Elias Andreatto e suas últimas participações na televisão foram na novela “A Regra do Jogo” e na série da FOX “Nem Vem Que Não Tem”.
A pequena cidade de Park City é neste momento palco do maior festival de cinema independente dos EUA, o Sundance. Dentre a intensa programação e grandes estreias, o curta-metragem “Thursday Night”, editado por Ricardo Saraiva, ex-aluno da Academia Internacional de Cinema (AIC), selecionado entre os mais de 9 mil curtas enviados.
O filme, dirigido pelo português Gonçalo Almeida, foi rodado em Londres e conta a história de Bimbo, um cachorrinho que recebe uma estranha visita que lhe traz com uma mensagem importante.
O curta, com um “q” de filme de terror, recebeu prêmios no Lisbon International Horror Film Festival e no Fantastic Fest Texas. Também já passou por outros nove festivais em diversos países. Para quem estiver por perto e quiser conferir o filme ainda será exibido amanhã (26/01) às 12h30 e no sábado (27/01) às 18h. Saiba mais aqui.
Ricardo também editou o filme “Leidi”, do diretor colombiano Simon Mesa-Soto, premiado em Cannes em 2014 e recentemente o videoclipe “You”, da banda inglesa Field Trip to the Moon, dirigido por Steve Barron, diretor irlandês conhecido pelos clips que dirigiu para a Michael Jackson, Madonna, Paul McCartney, A-Ha e Bryan Adams. No momento Ricardo está montando o longa-metragem “Faz-me Companhia”, também do diretor Gonçalo Almeida.