Entenda como funciona a direção de fotografia e o que faz um diretor
A direção de fotografia é uma das muitas funções que envolvem a criação de um filme. Seu propósito é trazer vida às definições do roteiro e produzir algo cinematográfico, com qualidades visuais que reforcem os aspectos já explorados na narrativa e orientem o olhar do espectador.
Contudo, por conta da variedade de conceitos que envolvem o mundo dos filmes, muitas pessoas têm apenas uma noção vaga do que esse termo significa e de como ele se diferencia de outros. Enquanto a edição se preocupa em organizar os planos logicamente e a direção de arte cria os cenários, a fotografia capta as imagens.
Se você ama o cinema e deseja aprofundar seus conhecimentos sobre a área para buscar uma carreira de sucesso, não deixe de ler os tópicos deste conteúdo!
O que é a direção de fotografia?
O cinema é uma arte diferente da música e da literatura. Enquanto a música é voltada para os sons e para as sensações auditivas, a literatura afeta as pessoas exclusivamente pelo sentido visual.
Já o cinema consegue unir texto e sons com a construção de imagens em movimento. Para que isso aconteça de uma forma eficiente e transmita as ideias necessárias, a direção de fotografia é essencial.
Essa função cria a parte visual do filme e se encarrega de traduzir para a tela o que está descrito no roteiro. Ou seja, ela é responsável por criar as cenas e os enquadramentos, destacando aspectos do cenário e das cores que devem ser vistos pelo espectador.
Uma fotografia inteligente permite a manipulação dos nossos olhos para que concentremos no que é realmente importante. Afinal, o cinema também é uma forma de arte que difere do teatro, justamente porque existe uma câmera. A história é contada pelos elementos do roteiro, assim como pelos enquadramentos definidos.
A direção de fotografia, também chamada de cinematografia, cuida dos movimentos de câmera do filme, de zoom e de outras técnicas que permitem a compreensão do que está acontecendo em cena.
O estilo do diretor afeta o filme como um todo: uma câmera que se movimenta mais tende a conferir um ritmo mais dinâmico para a obra. Por outro lado, uma câmera estática foca as atuações e a movimentação de pessoas na cena.
Movimentos de câmera
As movimentações de câmera se dividem em algumas, como:
- travellings: nome dado aos movimentos ao redor do espaço de forma mais livre;
- tracking shot: consiste em um movimento pelo espaço de maneira mais linear, como em cenas que acompanham um personagem caminhando;
- panorâmica: a câmera não se desloca, mas gira ao redor do próprio eixo, provocando um ângulo de 360 graus.
Os movimentos verticais são chamados de tilts e, geralmente, ocorrem em velocidade lenta. Por sua vez, os movimentos horizontais são denominados pan.
Tamanho dos planos e posicionamento
Outra parte importante dessa função é o trabalho com a definição do tamanho dos planos. Se é necessário um plano mais aberto, um plano médio ou um close-up. Quanto mais aberto, mais informações são enquadradas, o que pode ser útil, a depender do objetivo da cena.
Quanto mais fechado, mais íntimo o frame e mais específico, o que funciona como um grito dos diretores para que as pessoas prestem atenção a determinadas expressões e objetos.
A cinematografia também se importa com a posição da câmera, isto é, onde ela é colocada no cenário. O ângulo alto (chamado de plongée) ocorre quando a câmera está acima deles. Já o ângulo baixo (também chamado de contra-plongée) é quando o equipamento é posicionado abaixo dos atores.
Estilo
Além dos aspectos mais técnicos, é comum que a direção de fotografia seja usada para realçar o estilo do diretor do filme ou do próprio cinematógrafo envolvido, como aprofundaremos no próximo tópico.
Em alguns casos, ela também é usada para traduzir certo efeito ou sensação do roteiro para a audiência. Um exemplo clássico disso é o efeito de enjoo em O Corpo Que Cai, do icônico Alfred Hitchcock, em que a câmera utiliza zoom e se desloca ao mesmo tempo.
O mesmo efeito foi usado em Tubarão, de Steven Spielberg, em uma cena em que o protagonista está sentado na praia.
O que faz um diretor de fotografia?
O diretor de fotografia é o profissional que supervisiona a equipe que trabalha com as filmagens, a iluminação e outras questões técnicas. Entre elas, o foquista, o operador, os eletricistas e o assistente de câmera. Mas na maioria das vezes, em especial nas produções brasileiras e de baixo orçamento, o diretor de fotografia também coloca a mão na massa e muitas vezes, faz o trabalho do câmera.
Ele é quem cuida das luzes e das sombras em um cenário, bem como das cores. A ideia é sempre garantir que esses aspectos reflitam a visão do diretor do filme e do que está no roteiro.
Para isso, ele determina quais serão os equipamentos utilizados, o que inclui se será preciso utilizar câmera na mão ou fixa, quais serão as lentes e os filtros, entre outros assuntos. Ou seja, ele precisa conhecer bem todos esses aspectos.
O diretor de fotografia trabalha lado a lado com o diretor da produção para captar uma sensação específica das imagens. Eles definem juntos se é mais adequado utilizar um ângulo mais baixo ou se o plano deve ser subjetivo, aquele que mostra a visão do personagem em uma cena.
O profissional da cinematografia define os aspectos citados no primeiro tópico e escolhe o que fica melhor para cada momento do filme. Trabalha com o diretor de arte para ressaltar uma sensação de um período específico de tempo ou remeter a um determinado local do mundo de maneira mais realista e crível.
Em muitos casos, essas escolhas já fazem parte da decupagem (ou shooting board), que consiste no processo de dividir o roteiro em planos visuais, antes mesmo da filmagem. Esses planos são desenhados em um papel e servem de norte para a cinematografia.
Estilo próprio
É comum, por isso, que esses profissionais tenham uma assinatura e uma forma típica de obter imagens. Assim, eles já são contratados por esse motivo e passam a colocar sua visão em cada obra.
Geralmente, o estilo deles combina com o do diretor. Por isso, existem diversas parcerias famosas no cinema, como Steven Spielberg e Janusz Kamiński (responsável pelas imagens de A Lista de Schindler).
Atualmente, temos Emmanuel Lubezki, que gosta de trabalhar com luz natural e explorar a natureza em suas lentes. Além disso, ele é conhecido por utilizar uma câmera sempre em movimento, passeando pelo cenário, como um personagem em si. Essa estratégia combina com o estilo de diretores com quem já trabalhou, como Terrence Malick, Alejandro Iñarritu e Alfonso Cuarón.
Roger Deakins também é sempre um grande exemplo. O uso de planos abertos e de contraluz é considerado uma de suas principais marcas.
Como vimos, a cinematografia de um filme é um aspecto essencial para a construção da obra e para a transmissão de uma mensagem coerente. As imagens permitem que os diretores manipulem nossa visão, para que compreendamos o que a obra quer nos dizer. Por isso, para aprender a fazer bons filmes, é importante entender como captar boas imagens.
A formação na Academia Internacional de Cinema é uma das opções indicadas para quem deseja atuar na direção de fotografia. Ela é focada em teoria e prática e na excelência no ensino, com o apoio de verdadeiros especialistas e uma experiência de 15 anos no mercado. Os cursos se dividem em diferentes opções: intensivos, cursos online, formação livre, cursos de férias, além dos tradicionais cursos técnicos.
Agora que você já sabe sobre a direção de fotografia e sua importância, conheça mais sobre os nossos cursos e comece já a estudar!
Quem saber mais sobre algum curso da Academia Internacional de Cinema? Entre em contato com a gente pelo Whastsapp ou por E-mail.
Para continuar acompanhando outros conteúdos como este, siga nossas redes sociais: estamos no Facebook, Instagram, Twitter, Linkedin e YouTube!
Entenda como funciona a direção de fotografia e o que faz um diretor Read More »





Ristum começou a trabalhar com Cinema em 1991 e, em 95, foi assistente de Direção de Bernardo Bertolucci em “Beleza Roubada”. Estudou cinema na NYU-SCE em 1997. Desde 1998 dirigiu vários curtas e documentários premiados. Em 2011 lançou “Meu País”, seu primeiro longa de ficção. Em 2015 lançou seu segundo longa, “O outro lado do paraíso”, Melhor Filme no Festival Latino de Trieste e Melhor filme do Júri Popular em Gramado. Em 2018 lançou “A voz do silêncio”, que recebeu os prêmios de Melhor Direção e Melhor Montagem no Festival de Gramado 2018. Em 2019 dirigiu para o Canal Brasil sua primeira série ficcional, “Colônia”, escrita com Marco Dutra e Rita Gloria Curvo.
Roteirista, diretor e produtor, Felipe é criador de “Samantha!” e co-criador de “Sintonia”, séries produzidas para a Netflix, e também de “Latitudes” e “A Vida Fora dos Campos” — ambas nomeadas ao International Emmy. Selecionado recentemente pela Variety como um dos “Novos Talentos Emergentes da América Latina”, foi roteirista de séries da HBO como “Mandrake” e Destino, e de longas-metragens, como “Legalize Já” e “Cabeça a Prêmio”. Seu primeiro trabalho como diretor foi em “B1”, um longa documental, seguido pelo filme de ficção “Latitudes”, parte de um projeto cross-media em parceria com o YouTube e TNT, exibido no Festival de Locarno. Felipe Braga, sócio fundador da LB, com Rita Moraes, trabalhou como roteirista para a O2 e outras produtoras, como a Working Title. Palestrante no SXSW por quatro anos, Felipe tem como trabalhos mais recentes a direção do documentário da HBO “Primeiro Bailarino”, e o roteiro de “Marighella”, filme dirigido por Wagner Moura, que teve a sua estreia no Festival de Berlim.
A atriz é formada pelo curso técnico de Teatro do CEFAR (Centro de Formação Artística – Fundação Clóvis Salgado/ Palácio da Artes). Participou das séries “Onde está meu coração”, da Rede Globo e “Hit Parade”, Canal Brasil. Atuou no especial de final de ano “Dia de Reis”, da Globo Minas. No cinema, atuou em “Fogaréu”, de Flávia Neves (2019), “Bacurau” de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles (2019), “Miragens” de Eryk Rocha (2019), “Desterro” de Maria Clara Escobar (2020), “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho (2016), “No Coração do Mundo” de Gabriel Martins e Maurílio Martins (2019), e “Baixo Centro” de Ewerton Belico e Samuel Marotta (2017). Atuou no curta-metragem “Contagem”, de Gabriel Martins e Maurílio Martins (2011). No teatro, atuou nas peças “Desvios Urbanos”, de Lenine Martins, “Play Me”, de Rodrigo Campos, “O menino do dedo verde”, de Ivanete Mirabeau, e na performance “Eu sou o que você gostaria de ser”, de Raul Belém Machado. É graduada no curso de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais e pós-graduada no curso de “Ideación y Narrativa Audiovisual”, da Universidade Autônoma de Barcelona.
A cineasta é pós-graduada em Direito Internacional e Direitos Humanos. Foi vencedora do prêmio de melhor direção, no 20º Festival do Rio (2018) pelo seu longa documental “Torre das Donzelas”. Desde 2004 é sócia da Modo Operante Produções onde atua como diretora. Em 2018, fez a direção e criação da série “Rotas do ódio” para a Universal/ NBC. Entre seus filmes de maior destaque estão: “Mussum, um filme do Cacildis” (2018) “Clara Estrela” (2017); “Intolerância.DOC” (2016); “Mataram nossos Filhos” (2016); “Levante!” (2015); “Damas do Samba” (2015); “Porque temos Esperança” (2014); “Uma visita para Elizabeth Teixeira” (2011); “Positivas” (2010); “Contracena” (2009); “Câmera, Close!” (2005). Seu longa “Torre das Donzelas” estreou na mostra competitiva do 51º Festival de Brasília, ganhando o prêmio especial do Júri, e no 20º Festival do Rio (2018) foi vencedora do prêmio de melhor direção. Tem uma longa e reconhecida carreira como documentarista, sendo inclusive homenageada no Festival de Cine Independente de Mar del Plata 2016 com a mostra “Susanna Lira – Hasta el limite” e FEMCINE Chile 2019 – “Restrospectiva Susanna Lira”.
Renata é roteirista e escritora. Com experiência em trabalhos de humor e com foco no público feminino já trabalhou como roteirista na adaptação do livro Mãos de Cavalo, que se tornou o filme Prova De Coragem, nos programas televisivos 15 Minutos, Furo MTV e Comédia MTV (Prêmio APCA de melhor programa de humor em 2010), na série de ação Vira Lata (TV Globo/ Prodigo Films), no programa de entrevistas Sala de Cinema (TV Sesc), no programa infanto Juvenil Gaby Estrella (Gloob/Chatrone/Panorâmica), indicado ao Emmy Kids Awards em 2014, e na série para o público jovem adulto Perrengue (MTV/Viacom/Leonor Filmes). Atualmente desenvolve a série Na Pele, da Coevos Filmes. Como diretora e roteirista realizou o documentário Clandestinas (Independente, 2014), selecionado para o Festival France Amerique Latine.
Graduada no Le Fresnoy, na França, tem mestrado em cinema e história da arte na Sorbonne Nouvelle, e participou de oficinas na Escola de Cinema de Cuba. Seus documentários, curtas e instalações foram exibidos em mais de 60 festivais e instituições de arte, incluindo, Toronto, MoMA e New Museum. Seu primeiro longa-metragem de ficção, “A Febre”, estreou na competição internacional do Festival de Locarno, onde ganhou o Pardo de Melhor Ator e o prêmio da crítica internacional FIPRESCI, além de ter recebido mais de 15 outros prêmios em festivais no Brasil e no exterior.


