Entenda como funciona a direção de fotografia e o que faz um diretor

A direção de fotografia é uma das muitas funções que envolvem a criação de um filme. Seu propósito é trazer vida às definições do roteiro e produzir algo cinematográfico, com qualidades visuais que reforcem os aspectos já explorados na narrativa e orientem o olhar do espectador.

Contudo, por conta da variedade de conceitos que envolvem o mundo dos filmes, muitas pessoas têm apenas uma noção vaga do que esse termo significa e de como ele se diferencia de outros. Enquanto a edição se preocupa em organizar os planos logicamente e a direção de arte cria os cenários, a fotografia capta as imagens.

Se você ama o cinema e deseja aprofundar seus conhecimentos sobre a área para buscar uma carreira de sucesso, não deixe de ler os tópicos deste conteúdo!

 

O que é a direção de fotografia?

O cinema é uma arte diferente da música e da literatura. Enquanto a música é voltada para os sons e para as sensações auditivas, a literatura afeta as pessoas exclusivamente pelo sentido visual.

Já o cinema consegue unir texto e sons com a construção de imagens em movimento. Para que isso aconteça de uma forma eficiente e transmita as ideias necessárias, a direção de fotografia é essencial.

Essa função cria a parte visual do filme e se encarrega de traduzir para a tela o que está descrito no roteiro. Ou seja, ela é responsável por criar as cenas e os enquadramentos, destacando aspectos do cenário e das cores que devem ser vistos pelo espectador.

Uma fotografia inteligente permite a manipulação dos nossos olhos para que concentremos no que é realmente importante. Afinal, o cinema também é uma forma de arte que difere do teatro, justamente porque existe uma câmera. A história é contada pelos elementos do roteiro, assim como pelos enquadramentos definidos.

A direção de fotografia, também chamada de cinematografia, cuida dos movimentos de câmera do filme, de zoom e de outras técnicas que permitem a compreensão do que está acontecendo em cena.

O estilo do diretor afeta o filme como um todo: uma câmera que se movimenta mais tende a conferir um ritmo mais dinâmico para a obra. Por outro lado, uma câmera estática foca as atuações e a movimentação de pessoas na cena.

 

 

Movimentos de câmera

As movimentações de câmera se dividem em algumas, como:

  • travellings: nome dado aos movimentos ao redor do espaço de forma mais livre;
  • tracking shot: consiste em um movimento pelo espaço de maneira mais linear, como em cenas que acompanham um personagem caminhando;
  • panorâmica: a câmera não se desloca, mas gira ao redor do próprio eixo, provocando um ângulo de 360 graus.

Os movimentos verticais são chamados de tilts e, geralmente, ocorrem em velocidade lenta. Por sua vez, os movimentos horizontais são denominados pan.

 

Tamanho dos planos e posicionamento

Outra parte importante dessa função é o trabalho com a definição do tamanho dos planos. Se é necessário um plano mais aberto, um plano médio ou um close-up. Quanto mais aberto, mais informações são enquadradas, o que pode ser útil, a depender do objetivo da cena.

Quanto mais fechado, mais íntimo o frame e mais específico, o que funciona como um grito dos diretores para que as pessoas prestem atenção a determinadas expressões e objetos.

A cinematografia também se importa com a posição da câmera, isto é, onde ela é colocada no cenário. O ângulo alto (chamado de plongée) ocorre quando a câmera está acima deles. Já o ângulo baixo (também chamado de contra-plongée) é quando o equipamento é posicionado abaixo dos atores.

 

Estilo

Além dos aspectos mais técnicos, é comum que a direção de fotografia seja usada para realçar o estilo do diretor do filme ou do próprio cinematógrafo envolvido, como aprofundaremos no próximo tópico.

Em alguns casos, ela também é usada para traduzir certo efeito ou sensação do roteiro para a audiência. Um exemplo clássico disso é o efeito de enjoo em O Corpo Que Cai, do icônico Alfred Hitchcock, em que a câmera utiliza zoom e se desloca ao mesmo tempo.

O mesmo efeito foi usado em Tubarão, de Steven Spielberg, em uma cena em que o protagonista está sentado na praia.

 

 

O que faz um diretor de fotografia?

O diretor de fotografia é o profissional que supervisiona a equipe que trabalha com as filmagens, a iluminação e outras questões técnicas. Entre elas, o foquista, o operador, os eletricistas e o assistente de câmera. Mas na maioria das vezes, em especial nas produções brasileiras e de baixo orçamento, o diretor de fotografia também coloca a mão na massa e muitas vezes, faz o trabalho do câmera.

Ele é quem cuida das luzes e das sombras em um cenário, bem como das cores. A ideia é sempre garantir que esses aspectos reflitam a visão do diretor do filme e do que está no roteiro.

Para isso, ele determina quais serão os equipamentos utilizados, o que inclui se será preciso utilizar câmera na mão ou fixa, quais serão as lentes e os filtros, entre outros assuntos. Ou seja, ele precisa conhecer bem todos esses aspectos.

O diretor de fotografia trabalha lado a lado com o diretor da produção para captar uma sensação específica das imagens. Eles definem juntos se é mais adequado utilizar um ângulo mais baixo ou se o plano deve ser subjetivo, aquele que mostra a visão do personagem em uma cena.

O profissional da cinematografia define os aspectos citados no primeiro tópico e escolhe o que fica melhor para cada momento do filme. Trabalha com o diretor de arte para ressaltar uma sensação de um período específico de tempo ou remeter a um determinado local do mundo de maneira mais realista e crível.

Em muitos casos, essas escolhas já fazem parte da decupagem (ou shooting board), que consiste no processo de dividir o roteiro em planos visuais, antes mesmo da filmagem. Esses planos são desenhados em um papel e servem de norte para a cinematografia.

Estilo próprio

É comum, por isso, que esses profissionais tenham uma assinatura e uma forma típica de obter imagens. Assim, eles já são contratados por esse motivo e passam a colocar sua visão em cada obra.

Geralmente, o estilo deles combina com o do diretor. Por isso, existem diversas parcerias famosas no cinema, como Steven Spielberg e Janusz Kamiński (responsável pelas imagens de A Lista de Schindler).

Atualmente, temos Emmanuel Lubezki, que gosta de trabalhar com luz natural e explorar a natureza em suas lentes. Além disso, ele é conhecido por utilizar uma câmera sempre em movimento, passeando pelo cenário, como um personagem em si. Essa estratégia combina com o estilo de diretores com quem já trabalhou, como Terrence Malick, Alejandro Iñarritu e Alfonso Cuarón.

Roger Deakins também é sempre um grande exemplo. O uso de planos abertos e de contraluz é considerado uma de suas principais marcas.

Como vimos, a cinematografia de um filme é um aspecto essencial para a construção da obra e para a transmissão de uma mensagem coerente. As imagens permitem que os diretores manipulem nossa visão, para que compreendamos o que a obra quer nos dizer. Por isso, para aprender a fazer bons filmes, é importante entender como captar boas imagens.

A formação na Academia Internacional de Cinema é uma das opções indicadas para quem deseja atuar na direção de fotografia. Ela é focada em teoria e prática e na excelência no ensino, com o apoio de verdadeiros especialistas e uma experiência de 15 anos no mercado. Os cursos se dividem em diferentes opções: intensivos, cursos online, formação livre, cursos de férias, além dos tradicionais cursos técnicos.

Agora que você já sabe sobre a direção de fotografia e sua importância, conheça mais sobre os nossos cursos e comece já a estudar!

 

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Overview do fenômeno deepfake: como vem sendo utilizado?

Se você acompanha a internet e o YouTube, provavelmente já leu sobre o fenômeno do deepfake. Essa tecnologia, baseada em inteligência artificial, permite criar vídeos simulados com um alto grau de precisão e realismo e tem sido destaque nos últimos três anos no mundo virtual.

Como esse conceito está se tornando cada vez mais popular, é fundamental entender a fundo como ele funciona e quais os seus efeitos sobre a indústria do cinema.

Esse é justamente o objetivo deste artigo. Se quiser saber mais e se preparar melhor para o futuro do mundo do audiovisual, acompanhe atentamente este conteúdo. Boa leitura!

O que é deepfake?

Você já deve ter visto montagens de vídeo na internet e algumas discussões acerca do quão fascinantes e perigosas elas são, não é mesmo? O conceito de deepfake é muito novo, mas já gera esse abismo de reações. Trata-se basicamente de uma aplicação da inteligência artificial (IA) para realizar cruzamentos entre vídeos de forma a simular algo que não é real.

Em uma das aplicações, a tecnologia de IA consegue colocar o rosto de uma pessoa no corpo de outra, com suas expressões, trejeitos e voz, a fim de enganar espectadores sobre o que esse indivíduo teria feito ou fazê-los imaginar como seria se ele realmente tivesse praticado determinada ação.

É uma evolução natural das montagens feitas em aplicações de edição de fotos, como o Adobe Photoshop. A diferença, no entanto, é que, com os vídeos, a simulação se torna ainda mais realista.

O conceito, como conhecemos hoje, surgiu em 2017, quando um usuário do Reddit ficou famoso por disseminar simulações envolvendo rostos de pessoas famosas em filmes pornográficos. Desde então, o termo explodiu e se espalhou pela internet, com diversas amostras do que as ferramentas podem realizar.

O termo “deepfake” vem de “deep learning”. Em português, aprendizado profundo. É uma subárea da inteligência artificial que busca treinar computadores para realizar tarefas e aprender como os seres humanos. Essas atividades incluem reconhecimento de imagens/vídeos e processamento de fala. O deep learning existe basicamente desde 1950, quando a IA começou a ser levada a sério.

Treinamento

Para gerar uma simulação, o sistema passa por duas etapas principais: uma delas é o aprendizado das expressões, movimentos faciais e trejeitos da pessoa-alvo, que geralmente é alguém famoso.

Nesse momento, quanto mais imagens forem fornecidas, melhor é o resultado. A vantagem do computador fazer isso, em vez do ser humano, é o fato de que a máquina pode processar uma quantidade imensa de dados em um tempo menor.

Na segunda etapa, o computador aprende os movimentos do molde, ou seja, do corpo que será usado como base para a montagem. Então, ele é capaz de cruzar dois vídeos, com um nível muito bom de precisão e realismo, já que sabe cada detalhe dos dois modelos e consegue encontrar um ponto em comum entre eles.

Como ele vem sendo utilizado?

Os deepfakes já estão sendo utilizados para diversos fins. Um tipo famoso de vídeo é o que coloca o rosto de um determinado ator em uma cena de um filme estrelado por outro profissional.

Um exemplo disso é a montagem que coloca Jim Carrey para atuar no lugar de Jack Nicholson, em “O Iluminado”, filme do diretor Stanley Kubrick. Existe outro exemplo que mostra como Will Smith atuaria se estivesse em “Matrix”, dirigido pelas irmãs Wachowski.

Além disso, o ator Harrison Ford apareceu em uma das simulações do filme “Han Solo: Uma História Star Wars” exatamente no lugar do protagonista que interpreta a versão jovem do personagem Han Solo.

Também existem vídeos de políticos realizando pronunciamentos que eles nunca fizeram de fato. Do mesmo modo, discursos que só existiam em versão escrita ganharam vida em uma versão audiovisual.

Ainda, existem usos para o humor, em que rostos de atores são trocados em situações inusitadas e cômicas, nas quais o efeito se torna facilmente perceptível.

Potencial

No entanto, você deve estar imaginando: de certa forma, isso não é algo novo na indústria do cinema. Realmente, não é. Efeitos visuais estão sendo usados em massa nos blockbusters das últimas décadas, pois permitem criar universos e expandir as narrativas com simulações fascinantes e fantásticas.

Atualmente, esses efeitos estão sendo aplicados em seres humanos na tela, a fim de rejuvenescer atores ou compensar cenas não filmadas por alguma fatalidade (como a morte de atores no período de produção). Em 2019, os filmes “Projeto Gemini” e “O Irlandês ficaram famosos por usar recursos de rejuvenescimento para lidar com a limitação de idade de seus protagonistas.

O que vemos na tela não é exatamente deepfake, mas a revolução desse conceito pode ser útil para a indústria cinematográfica no futuro. Ao permitir a possibilidade de criar simulações com uma boa qualidade, o realismo nas produções será ainda maior, o que vai conferir mais peso aos filmes e garantir uma imersão completa ao espectador.

O grande destaque dessa ferramenta baseada em IA é justamente o fato de que ela democratiza o que antes só poderia ser feito por grandes estúdios e empresas de efeitos visuais. Agora, qualquer usuário consegue encontrar um aplicativo ou uma ferramenta para misturar vídeos e criar essas simulações com um alto grau de realismo e precisão.

Isso vai permitir que produções independentes consigam bons resultados com computação gráfica, viabilizando as criações e as mudanças diante de incidentes limitantes. Além disso, será preciso investir menos para conseguir um resultado satisfatório, o que pode ajudar no orçamento dos filmes e permitir o financiamento de alguns projetos.

Atores e atrizes também precisam se adaptar a esse novo universo, pois ele requer novas formas de atuar, com novos aparatos e recursos adicionais de câmera e captura de movimento.

Quais as implicações negativas?

O que preocupa alguns usuários é o fato de que o deepfake pode ser utilizado por pessoas mal-intencionadas para objetivos escusos, como difamar indivíduos ou propagar notícias falsas. Em um cenário político, é possível influenciar decisões da população. Além disso, pessoas famosas são expostas e caluniadas por vídeos que mostram algo que elas não fizeram na realidade.

Contudo, o que os especialistas defendem é que essa tecnologia ainda tem certas limitações. Assim, é possível claramente separar o que é real e o que não é.

Um exemplo disso é o fato de que essas simulações ficam melhores quando as imagens estão em baixa resolução. Quando o conteúdo é consumido em uma resolução maior, os defeitos são destacados, e a diferença se torna inteligível.

Além disso, é possível perceber detalhes, como a quantidade de vezes que uma pessoa pisca, as características do cabelo e os movimentos da boca, a fim de identificar se os vídeos são reais. Plataformas como o Facebook já trabalham com especialistas em realizar essa identificação, com o objetivo de excluir publicações falsas.

Como vimos, o deepfake é um fenômeno importante dos nossos tempos, tendo nascido recentemente e já conquistado uma ampla divulgação. Seu potencial para a indústria do cinema é grande, pois ele pode ser somado a outras estratégias de efeitos visuais para enriquecer produções e permitir filmes que superem as principais limitações. Mesmo com algumas implicações negativas, é possível solucionar os problemas e fazer com que o uso seja saudável.

Gostou de aprender sobre deepfake? Então, compartilhe já este conteúdo com seus amigos nas suas redes sociais!

*Crédito Foto: Dani Botelho

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Semana de Orientação 2020

A Semana de Orientação da Academia Internacional de Cinema (AIC), evento que abre o ano letivo da escola e do Filmworks – o curso Técnico em Direção Cinematográfica, chega a sua 15ª edição!  Com o tema Arte Política no Cinema, a semana de palestras acontecerá de 11 a 13 de fevereiro, em São Paulo, e 18 a 20/02 no Rio de Janeiro. 

O evento, aberto ao púbico e gratuito, receberá os cineastas André Ristum, Susanna Lira, Maya Da-Rin, os roteiristas Renata Corrêa e Felipe Braga e atriz Bárbara Colen. Faça hoje mesmo a sua pré-inscrição.

Agenda de São Paulo

Pré-inscrição: Semana de Orientação 2020 – São Paulo

  • Terça, 11/02 – André Ristum Bacurau
    17h30 exibição de “A Voz do Silêncio”
    19h30 bate-papo com o Diretor
  • Quarta, 12/02 – Felipe Braga
    17h30 exibição de “Legalize Já- Amizade Nunca Morre”
    19h30 – Bate-papo com o Roteirista
  • Quinta, 13/02 – Bárbara Colen 
    17h30 exibição de “Bacurau” (Direção de Kleber Mendonça)
    19h30 bate-papo com a Atriz

Agenda Rio de Janeiro

Pré-inscrição: Semana de Orientação 2020 – Rio de Janeiro

  • Terça, 18/02 – Susanna Lira
    17h30 exibição de “A Torre das Donzelas”
    19h30 bate-papo com a Diretora
  • Quarta, 19/02 – Renata Corrêa
    18h30 exibição de “Clandestinas”
    19h30 bate-papo com a Roteirista
  • Quinta, 20/02 – Maya Da-Rin
    17h30 exibição de “Terras”
    19h30 – bate-papo com a Diretora

Conheça melhor os convidados e convidadas

André Ristum

André RistumRistum começou a trabalhar com Cinema em 1991 e, em 95, foi assistente de Direção de Bernardo Bertolucci em “Beleza Roubada”. Estudou cinema na NYU-SCE em 1997. Desde 1998 dirigiu vários curtas e documentários premiados. Em 2011 lançou “Meu País”, seu primeiro longa de ficção. Em 2015 lançou seu segundo longa, “O outro lado do paraíso”, Melhor Filme no Festival Latino de Trieste e Melhor filme do Júri Popular em Gramado. Em 2018 lançou “A voz do silêncio”, que recebeu os prêmios de Melhor Direção e Melhor Montagem no Festival de Gramado 2018. Em 2019 dirigiu para o Canal Brasil sua primeira série ficcional, “Colônia”, escrita com Marco Dutra e Rita Gloria Curvo.

 

Felipe Braga

Felipe BragaRoteirista, diretor e produtor, Felipe é criador de “Samantha!” e co-criador de “Sintonia”, séries produzidas para a Netflix, e também de “Latitudes” e “A Vida Fora dos Campos” — ambas nomeadas ao International Emmy. Selecionado recentemente pela Variety como um dos “Novos Talentos Emergentes da América Latina”, foi roteirista de séries da HBO como “Mandrake” e Destino, e de longas-metragens, como “Legalize Já” e “Cabeça a Prêmio”. Seu primeiro trabalho como diretor foi em “B1”, um longa documental, seguido pelo filme de ficção “Latitudes”, parte de um projeto cross-media em parceria com o YouTube e TNT, exibido no Festival de Locarno. Felipe Braga, sócio fundador da LB, com Rita Moraes, trabalhou como roteirista para a O2 e outras produtoras, como a Working Title. Palestrante no SXSW por quatro anos, Felipe tem como trabalhos mais recentes a direção do documentário da HBO “Primeiro Bailarino”, e o roteiro de “Marighella”, filme dirigido por Wagner Moura, que teve a sua estreia no Festival de Berlim.

 

Bárbara Colen

Bárbara Colen perfilA atriz é formada pelo curso técnico de Teatro do CEFAR (Centro de Formação Artística – Fundação Clóvis Salgado/ Palácio da Artes). Participou das séries “Onde está meu coração”, da Rede Globo e “Hit Parade”, Canal Brasil. Atuou no especial de final de ano “Dia de Reis”, da Globo Minas.  No cinema, atuou em “Fogaréu”, de Flávia Neves (2019), “Bacurau” de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles (2019), “Miragens” de Eryk Rocha (2019), “Desterro” de Maria Clara Escobar (2020), “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho (2016), “No Coração do Mundo” de Gabriel Martins e Maurílio Martins (2019), e “Baixo Centro” de Ewerton Belico e Samuel Marotta (2017). Atuou no curta-metragem “Contagem”, de Gabriel Martins e Maurílio Martins (2011). No teatro, atuou nas peças “Desvios Urbanos”, de Lenine Martins, “Play Me”, de Rodrigo Campos, “O menino do dedo verde”, de Ivanete Mirabeau, e na performance “Eu sou o que você gostaria de ser”, de Raul Belém Machado. É graduada no curso de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais e pós-graduada no curso de “Ideación y Narrativa Audiovisual”, da Universidade Autônoma de Barcelona.

Susanna Lira

Susanna LiraA cineasta é pós-graduada em Direito Internacional e Direitos Humanos. Foi vencedora do prêmio de melhor direção, no 20º Festival do Rio (2018) pelo seu longa documental “Torre das Donzelas”. Desde 2004 é sócia da Modo Operante Produções onde atua como diretora. Em 2018, fez a direção e criação da série “Rotas do ódio” para a Universal/ NBC. Entre seus filmes de maior destaque estão: “Mussum, um filme do Cacildis” (2018) “Clara Estrela” (2017); “Intolerância.DOC” (2016); “Mataram nossos Filhos” (2016);  “Levante!” (2015); “Damas do Samba” (2015); “Porque temos Esperança” (2014); “Uma visita para Elizabeth Teixeira” (2011); “Positivas” (2010); “Contracena” (2009); “Câmera, Close!” (2005). Seu longa “Torre das Donzelas” estreou na mostra competitiva do 51º Festival de Brasília, ganhando o prêmio especial do Júri, e no 20º Festival do Rio (2018) foi vencedora do prêmio de melhor direção. Tem uma longa e reconhecida carreira como documentarista, sendo inclusive homenageada no Festival de Cine Independente de Mar del Plata 2016 com a mostra “Susanna Lira – Hasta el limite” e FEMCINE Chile 2019 – “Restrospectiva Susanna Lira”.

Renata Corrêa

Renata CorrêaRenata é roteirista e escritora. Com experiência em trabalhos de humor e com foco no público feminino já trabalhou como roteirista na adaptação do livro Mãos de Cavalo, que se tornou o filme Prova De Coragem, nos programas televisivos 15 Minutos, Furo MTV e Comédia MTV (Prêmio APCA de melhor programa de humor em 2010), na série de ação Vira Lata (TV Globo/ Prodigo Films), no programa de entrevistas Sala de Cinema (TV Sesc), no programa infanto Juvenil Gaby Estrella (Gloob/Chatrone/Panorâmica), indicado ao Emmy Kids Awards em 2014, e na série para o público jovem adulto Perrengue (MTV/Viacom/Leonor Filmes). Atualmente desenvolve a série Na Pele, da Coevos Filmes. Como diretora e roteirista realizou o documentário Clandestinas (Independente, 2014), selecionado para o Festival France Amerique Latine.

Maya Da-Rin

Maya Da-RinGraduada no Le Fresnoy, na França, tem mestrado em cinema e história da arte na Sorbonne Nouvelle, e participou de oficinas na Escola de Cinema de Cuba. Seus documentários, curtas e instalações foram exibidos em mais de 60 festivais e instituições de arte, incluindo, Toronto, MoMA e New Museum. Seu primeiro longa-metragem de ficção, “A Febre”, estreou na competição internacional do Festival de Locarno, onde ganhou o Pardo de Melhor Ator e o prêmio da crítica internacional FIPRESCI, além de ter recebido mais de 15 outros prêmios em festivais no Brasil e no exterior.

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O desempenho do cinema brasileiro nos festivais internacionais

Em abril de 2019, diversos cineastas do país tomaram a palavra nas redes sociais para denunciar uma tentativa de desmanche ou ameaça à participação do cinema brasileiro nos festivais internacionais.

Um dos primeiros a dar voz a essa estratégia foi o diretor de “Bye Bye Brasil (1979), considerado um dos longas mais importantes da história do nosso cinema. Segundo Cacá Diegues, a cultura no nosso país “deixou de ser um projeto de Estado para se tornar um projeto de governo”, o que, na opinião do diretor, é péssimo para o cinema e para todos os ramos artísticos.

Mas será que existem motivos para os sucessivos cortes de orçamento e modificações em leis e editais que beneficiam a cultura no país? Qual é o custo financeiro e social do cinema brasileiro e como ele retorna benefícios à sociedade?

Neste artigo, vamos tentar responder a algumas dessas questões. Para tal, examinaremos a performance dos filmes brasileiros em eventos internacionais recentes, em especial no Sundance e no Festival de Berlim. Continue a leitura!

O cinema brasileiro nos festivais internacionais

Qualquer apreciador da Sétima Arte sabe o que representa o Festival de Sundance, um dos mais importantes do mundo. A edição de 2019 do evento, realizada no estado de Utah, nos Estados Unidos, selecionou 4 produções brasileiras para figurarem entre seus 12 filmes concorrentes.

A quantidade expressiva dos filmes nacionais não é novidade na história do festival. O evento, fundado em 1978 pelo ator Robert Redford, já premiou 9 filmes brasileiros e contou com incontáveis selecionados do país.

Entre os premiados, podemos citar “Central do Brasil” (1996), “Amores Possíveis” (2001) e “Que Horas Ela Volta”? (2015), apenas para ficar com alguns dos mais recentes.

No Festival de Berlim, em 2019, Eliza Capai foi premiada pelo longa “Espero a Tua (re)Volta”. Já “Bixa Travesti“, de Cláudia Priscilla e Kiko Goifman (professor da AIC), foi agraciado como melhor documentário com temática LGBTQI+. Na mesma temática, o filme “Tinta Bruta”, de Filipe Matzembacher e Marcio Reolon, foi premiado como melhor longa.

Esses são alguns números que ilustram o sucesso das nossas produções no exterior. Mas e quanto ao retorno do dinheiro público aplicado em projetos e entidades financiadoras do audiovisual? É sobre esse assunto que vamos tratar a seguir.

O retorno dos investimentos no audiovisual

A Lei Rouanet, alvo preferido das investidas do governo federal, não se aplica à produção cinematográfica brasileira. Esse setor tem um fundo próprio, apelidado de Lei do Audiovisual pelos artistas, mas cujo nome técnico é Fundo Setorial do Audiovisual.

Operado pela Ancine (Agência Nacional do Cinema), o fundo concede isenção fiscal a empresas em troca de apoio financeiro a filmes nacionais, entre outras ações. Essas empresas, ao patrocinarem os artistas, ganham também com publicidade, uma vez que seu logotipo é exibido nas produções que ajudaram a financiar.

Segundo artigo da Revista Exame, as oportunidades de ganhos ao apostar nas produções cinematográficas nacionais não param por aí. Também é possível conseguir participações em lucros advindos de sua exibição e venda.

Tantas opções de faturamento não são à toa: o audiovisual brasileiro gera empregos e movimenta a economia. Segundo o site de notícias G1, em 2017, a Lei do Audiovisual alcançava um retorno de R$5,00 para cada R$1,00 investido, além de empregar 250 mil pessoas.

Para que você tenha uma ideia da grandeza desses números, isso significa dizer que há mais empregos e geração de renda por meio do cinema do que pelas indústrias têxteis ou farmacêuticas brasileiras.

O que faz a Agência Nacional do Cinema (Ancine)

A Ancine é um órgão subordinado ao governo federal. Sua função é de agência reguladora das produções audiovisuais do país. Ela tem como atribuições, portanto, fomentar, regular e fiscalizar as obras cinematográficas e audiovisuais no geral.

O órgão foi instituído em 2001, durante a presidência de Fernando Henrique Cardoso. Hoje, a Ancine adquiriu autonomia administrativa e financeira.

A Agência participa ativamente da seleção e da indicação dos filmes que concorrem a premiações dentro e fora do Brasil. Ademais, uma iniciativa adotada em 2019 deu vida ao Registro de Participação e Premiação em Festivais (RPPF). Como o nome indica, ele mantém informações sobre as produções e seus detalhes técnicos, por exemplo, minutagem e formatos.

Como os cortes de verbas comprometem as participações

A principal função do RPPF é desburocratizar a participação nos editais, mantendo um banco de dados em que exista um cadastro único para todos eles. Posteriormente, é feita a adequação das propostas artísticas aos editais considerados mais semelhantes.

Com o corte dos apoios financeiros realizado recentemente — que afeta tanto a Ancine quanto a Lei do Audiovisual —, os artistas perderam o acesso a esse processo acelerado e também a diversos outros benefícios, como é o caso do Prêmio Adicional de Renda e do Programa de Incentivo à Qualidade.

Além disso, a agência também oferece incentivos financeiros para que produções nacionais participem de diversos festivais fora do país. Sem esses incentivos, pode acontecer de um filme ser selecionado e não conseguir custear suas despesas de participação em eventos no exterior.

Uma coisa é certa: o cinema nacional realmente promove retorno social e financeiro ao país. Como demonstrado ao longo deste artigo, ele gera renda para milhares de pessoas, movimenta a economia do setor artístico e produz riqueza cultural e financeira para o Brasil. Logo, motivos não faltam para que os investimentos na área retornem a todo vapor. Enquanto isso não acontece, os artistas seguem buscando a iniciativa privada para custear as suas despesas.

Por fim, destaca-se que, embora seja também um negócio lucrativo para o setor privado do país, o cinema é um investimento de ouro para o Estado e, enquanto bem cultural, um direito da população brasileira.

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Diretora Veronique Ballot na AIC

No próximo dia 6 de fevereiro, às 19h, a Academia Internacional de Cinema exibirá o documentário O Segundo Encontro, de Veronique Ballot, seguida de bate-papo com a diretora. O evento é aberto e gratuito.

O documentário é sobre as fotos jornalísticas do fotógrafo Henri Ballot da revista O Cruzeiro sobre os Índios Kayapo no momento do primeiro contato feito pela expedição dos irmãos Villas Boas. O objetivo do filme, segundo Veronique, foi dar a palavra aos índios presentes no primeiro encontro em 1953, no Mato Grosso, e que permanecem vivos nos dias de hoje.

“Neste filme, os índios sobreviventes do primeiro encontro e seus descendentes confrontam o passado com o presente, revivendo a memória dos Kayapos através das fotos de meu pai. Este segundo encontro revela elementos de reflexão sobre a questão da sobrevivência e da dignidade das nações indígenas”, explicou a diretora.


 

Exibição do filme “O Segundo Encontro” (2019/70 min) – 19h
Bate-papo com a diretora Veronique Ballot – 20h10
Rua Dr. Gabriel dos Santos, 142, Higienópolis, São Paulo

 

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In-Edit Brasil 2020 – As inscrições estão abertas!

Estão abertas as inscrições para a edição 2020 do In-Edit Brasil – Festival Internacional do Documentário Musical até o dia 20 de fevereiro. A 12ª edição do evento acontece entre os dias 10 e 21 de junho, em São Paulo, com possibilidade de itinerância por outras cidades do país.

Além da Competição Nacional, destinada a longas metragens, outras 2 seções compõem a programação: Mostra Brasil, que oferece um panorama do que está sendo feito no país, e o Curta Um Som para filmes até 30 minutos. Todas obras devem ser inéditas no circuito comercial, não podendo ter sido exibidas em salas de cinema, tv aberta ou paga, comercializadas em DVD/Blu-Ray ou disponibilizadas em serviços de streaming.

O melhor longa-metragem receberá o prêmio “In-Edit Brasil de Melhor Documentário Musical”, e será exibido também no Festival In-Edit Barcelona 2020, com a presença do diretor.

Para mais informações, acesse o regulamento no site do Festival..

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