Atriz falou sobre o filme no aniversário de 50 anos de lançamento
A atriz e diretora Helena Ignez, símbolo do Cinema Marginal, esteve ontem na Academia Internacional de Cinema de São Paulo (AIC) para um bate-papo com os alunos dos cursos de Interpretação para Cinema e do Filmworks – o curso técnico em Direção Cinematográfica.
Além da conversa, os alunos assistiram ao clássico filme “O Bandido da Luz Vermelha”, lançado há 50 anos, dirigido por Rogério Sganzerla (com quem Helena foi casada durante 35 anos) e estrelado pela atriz.
Nascida em Salvador, prestes a completar 79 anos, Helena continua com uma intensa jornada de trabalho. Estreou em 1959 no curta “O Pátio”, dirigido por Glauber Rocha, com quem também foi casada. De lá para cá foram mais de 20 filmes como atriz e sete filmes como diretora, além dos inúmeros trabalhos no teatro.
No bate-papo, Helena falou sobre seu trabalho no filme. “ ‘O Bandido da Luz Vermelha’ me colocava em situação de performance, o trabalho de Rogerio sempre me provocava esse estado”, conta. Também falou sobre o trânsito entre a carreira de atriz e diretora e dividiu histórias e experiências com os alunos.
Beatriz, dirigindo, no Rio Amazonas. Foto: Juliana Vasconcelos
“Los Silencios”, dirigido e roteirizado por Beatriz Seigner, ex-aluna da Academia Internacional de Cinema (AIC), selecionado para a Quinzena dos Realizadores do 71º Festival de Cannes, que acontece entre os dias 8 e 19 de maio. A Quinzena, que acontece paralelamente ao festival, costuma descobrir jovens cineastas.
O segundo longa da diretora, rodado no Rio Amazonas – na fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia, conta a história de Amparo (Marleyda Soto), que lida com o desaparecimento da filha e do marido (Enrique Diaz), enquanto espera seus documentos para passar pela fronteira, fugindo dos conflitos armados na região.
Ao todo foram 20 filmes selecionados entre os mais de 1600 longas enviados. Entre os curtas, o Brasil será representado por “O Orfão”, dirigido por Carolina Markowicz.
Beatriz também é diretora do premiado “Bollywood Dream – O Sonho Bollywoodiano” (2010), seu primeiro longa totalmente filmado na Índia. Beatriz começou a carreira no teatro e aos 16 anos dirigiu seu primeiro curta-metragem. Ela estudou atuação para o cinema no Centro Sperimentale de Cinematografia, em Roma (Itália), começou faculdade de filosofia na USP e cursou o Intensivo de Cinema – Férias da AIC.
Conheça os 20 filmes (longas) selecionados:
“Amin”, de Philippe Faucon
“Carmen y Lola”, de Arantxa Echevarria
“Climax” de Gaspar Noé
Em depoimento em sua página no Facebook a diretora diz: “Depois de 9 anos de trabalho, 37 editais públicos dos quais ganhamos 10, e perdemos 27, uma gravidez surpresa e filhote lindo nascido no caminho, muitas parcerias para levar pra vida toda, finalmente este filme vai chegar ao mundo, no maior festival de cinema deste planeta, tendo passado por uma seleção de 2 mil filmes dos quais apenas 20 são selecionados”.
“Cómprame un revólver”, de Julio Hernández Cordón
“Les Confins du monde”, de Guillaume Nicloux
“El motoarrebatador”, de Agustín Toscano
“En Liberté!”, de Pierre Salvadori
“Joueurs”, de Marie Monge
“Leave no trace”, de Debra Granik
“Los silencios”, de Beatriz Seigner
“The Pluto moment”, de Ming Zhang
“Mandy”, de Panos Cosmatos
“Mirai”, de Mamoru Hosoda
“Le monde est à toi”, de Romain Gavras
“Pájaros de verano”, de Ciro Guerra & Cristina Gallego
Toda mãe e pai antenado conhece a difícil missão de encontrar conteúdos audiovisuais de qualidade para que seus pequenos assistam. Em meio ao bombardeio de publicidade dos canais ou a febre dos vídeos onde crianças abrem brinquedos no Youtube, o garimpo precisa ser cuidadoso.
Atento a esse cenário o diretor e roteirista Thiago B. Mendonça criou “Um Filme de Cinema”. A série conta a história de Bebel e seus amigos que resolvem fazer um filme. A partir de sua câmera, a menina começa a redescobrir o mundo. O filme é também um motivo para a filha começar a aproximar-se da história do cinema e de seu pai, um cineasta em crise criativa.
“Um Filme de Cinema é uma série para crianças. Tentei fazer algo que se contrapusesse a este mundo de imagens-consumo, um filme com as minhas filhas, para elas e sobre elas. Fazer esta série é também uma reação ao tempo. Uma tentativa de eternizar em imagem este momento lindo da infância delas, que são protagonistas no filme”, conta o diretor.
A série traz o professor da Academia Internacional de Cinema (AIC) André Moncaio na Direção de Fotografia e os ex-alunos Yale Oliveira (assistente de câmera), Cauê Gruber (eletricista), André Tashiro (op. câmera adicional) e Felipe Alex Ribeiro (op. câmera adicional).
A série passa aos sábados, às 8h40, na TV Cultura. Confira o trailer!
Com tema urgente e atual, o curta-metragem “Ouroboros”, dirigido e roteirizado pelos ex-alunos da Academia Internacional de Cinema (AIC) Guilherme Andrade e Beatriz Pessoa, discute a violência contra a mulher. “O Filme retrata o tema da cultura do estupro sob o ponto de vista das relações mais intimas, aquelas em que muitas vezes as pessoas não conseguem enxergar a violência que lá existe, perpetuando assim seu padrão”, conta Guilherme.
O filme já passou por diversos festivais e segue sua carreira:
Festival Taguatinga de Cinema – Menção honrosa
Cine Tamoio
Curta Canedo – vencedor dos prêmios de melhor roteiro, melhor atriz (Fernanda Viacava) e melhor atriz coadjuvante (Juliana Lourenção).
Festival Filmes de Faina – prêmio de melhor atriz
Festival Lugar de Mulher é no Cinema – Prêmio Especial do Júri
Festival First Cut – Prêmio de Melhor Direção
12 Months Film Festival (Romênia) – Melhor Direção
Os diretores contam que a equipe ficou muito feliz com as recentes premiações, feito como trabalho de conclusão do curso FILMWORKS – o curso de formação profissional em direção cinematográfica da AIC. “Nesses festivais estamos encontrando histórias reais de mulheres que estão inseridas nesse redemoinho de condições completamente desfavoráveis. O tema do filme é fundamental para o debater a questão da violência contra a mulher em escolas, núcleos familiares, rodas da juventude etc. Essa realidade precisa deixar de existir”, dizem os diretores.
Beatriz e Guilherme já estão no mercado e têm outros projetos de sucesso. O primeiro curta de Beatriz, “Crônicas do meu Silêncio” (2015), foi selecionado para o 44º Festival de Cinema de Gramado, abriu o 27º Festival de curtas-metragens de São Paulo – Curta Kinoforum e recebeu menção honrosa no Prêmio Itamaraty para o curta brasileiro.
Guilherme já dirigiu dois curtas-metragens além de “Ouroboros”: “A Página” (2015) e “Fragmentos de uma Metrópole” (2016). Em 2018 tem previsão de lançar seu primeiro longa-metragem, “Pinah, a Cinderela Negra”. “A Página” competiu no 44º Festival de Cinema de Gramado e foi selecionado em mais de 40 festivais em 16 países.
O filme ainda conta com os ex-alunos Paulo Fischer na direção de fotografia, Mariana Fernanda na direção de arte, Maria Spector na montagem, Gabriel Silvestre no desenho de som, Mayara Durães como assistente de arte, André Tashiro como assistente de fotografia e Sofia Wickerhauser como assistente de produção.