O longa-metragem Mormaço, de Marina Meliande – professora da Academia Internacional de Cinema (AIC) do Rio de Janeiro, entra amanhã (09/05) no circuito comercial. O filme já foi exibido no Festival Internacional de Cinema de Roterdã, participou da mostra competitiva do Festival de Gramado, da mostra competitiva Novos Rumos, do Festival do Rio, onde recebeu menção honrosa do júri, e esteve na 42ª edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
O longa traz Ana (Marina Provenzzano) como protagonista, no papel da jovem defensora pública carioca que se divide entre seu trabalho na Vila Autódromo, comunidade prestes a ser despejada por conta dos Jogos Olímpicos do Rio, e uma doença misteriosa.
Marina Meliande também escreveu o roteiro de Mormaço, com a colaboração de Felipe Bragança. Os dois já trabalharam juntos nos longas A fuga da Mulher Gorila, que estreou no Festival de Locarno, em 2009, e A Alegria, que esteve na Quinzena dos Realizadores, no Festival de Cannes, em 2010.
A distribuidora do filme disponibilizou livretos sobre o longa e a Vila Autódromo, com um vale ingresso na última página, para serem distribuídos para os alunos da AIC.
Começa hoje a Segunda Edição do Festival Internacional Colaborativo Audiovisual – FICA.VC, no Rio de Janeiro. O evento, que conta com o apoio da Academia Internacional de Cinema (AIC), traz como tema “O futuro no presente do audiovisual”, com foco na imersão e capacitação em novas tecnologias, criação de redes, produção, distribuição, empreendedorismo no audiovisual e exibição de vários filmes.
A AIC, além de premiar os melhores longa, curta e série com bolsas integrais para cursos online, selecionou cinco alunos do Filmworks – Curso Técnico em Direção Cinematográfica – para participarem do júri popular do Festival. O evento também contará com a participação dos professores Fillipo Pitanga, que fará parte da mesa sobre O Presente do Audiovisual, e Clarissa Nanchery, que vai falar sobre Educação no Audiovisual.
A AIC também estará representada na Mostra de filmes com os curtas Sempre verei cores no seu cinza, da ex-aluna Anabela Roque, e Piscina, de Luísa Giesteira, aluna do Filmworks.
A exibição de curtas e longas de ficção, documentários, animação, série, vídeo arte, vídeo clipe, canal de YouTube será no Cine Odeon. As palestras, oficinas, LABs de capacitação em produção executiva e núcleo criativo acontecerão no CRAB/Sebrae, na Praça Tiradentes.
As inscrições para o evento podem ser feitas pelo site do FICA.VC.
A polêmica disputa “livro versus filme” é uma questão que permanece em debate desde os primórdios do cinema. O fato é que a sétima arte bebeu da fonte literária por muito tempo e, ainda nos dias de hoje, muitos filmes hollywoodianos buscam inspiração em adaptações de livros ou quadrinhos, principalmente nos longas-metragens voltados ao público infantojuvenil – vide as séries Harry Potter e Crepúsculo, ou as franquias de super-heróis da Marvel e DC Comics.
No Brasil, como alguns dos maiores clássicos da nossa literatura já foram adaptados para o cinema, é possível aprender muito mergulhando nessa produção audiovisual. Deixando de lado o julgamento de valores (afinal, o livro é mesmo melhor do que o filme?) e analisando filmes nacionais cujas histórias foram adaptadas para o cinema partindo da literatura, montamos uma lista de 10 obras que vale a pena conferir – tanto nas páginas quanto nas telas.
As 10 melhores adaptações literárias do cinema brasileiro
O romance, escrito por Graciliano Ramos, acompanha o drama de uma família fugindo da seca no sertão nordestino, no início do século passado. O sertanejo Fabiano, sua esposa sinhá Vitória, os dois filhos do casal e a memorável cachorrinha Baleia são personagens que até hoje envolvem tanto o leitor quanto o espectador. O longa em preto e branco, com direção de Nelson Pereira dos Santos, tendo no elenco Átila Iório e Maria Ribeiro, foi indicado à Palma de Ouro no Festival de Cannes. Uma curiosidade: do escritor Graciliano Ramos, foi adaptada para o cinema também a obra São Bernardo, em 1972, em filme dirigido por Leon Hirszman.
Livro: A Hora da Estrela (1977) / Filme: A Hora da Estrela (1985)
Um dos livros mais emblemáticos da produção literária brasileira, escrito por Clarice Lispector, A Hora da Estrela recebeu uma adaptação para o cinema em 1985, dirigida por Suzana Amaral. O filme mergulha no universo de Macabéa (interpretada por Marcelia Cartaxo, vencedora do Leão de Prata em Berlim por esse papel), uma órfã nordestina de gostos simples e quase nenhuma ambição, que trabalha como datilógrafa no Rio de Janeiro. A crueza narrativa do livro é transposta para a tela com grande sensibilidade pela cineasta.
O pagador de promessa
Livro: O Pagador de Promessas (1960) / Filme: O Pagador de Promessas (1962)
Escrito pelo dramaturgo Dias Gomes, o livro que inspirou o longa de Anselmo Duarte conta a história de um devoto que tenta cumprir uma penitência, pela promessa que fez para salvar a vida de seu burro. No elenco estão Leonardo Villar , Glória Menezes, Dionísio Azevedo e Geraldo Del Rey. O filme foi a única produção nacional a conquistar um dos prêmios cinematográficos mais importantes do mundo: a Palma de Ouro no Festival de Cannes.
Livro: Capitães de Areia (1937) / Filme: Capitães de Areia (2011)
Um grande clássico do baiano Jorge Amado, o livro teve sua versão cinematográfica dirigida por Cecília Amada, neta do escritor. A trama conta a história de Pedro Bala e de seus amigos, um grupo de crianças moradoras de rua na cidade de Salvador. O filme é protagonizado por Jean Amorim e conta com trilha sonora de Carlinhos Brown. Capitães de Areia também foi adaptado para o roteiro de uma série de TV, produzida pela Rede Bandeirantes, nos anos 1980.
Livro: Macunaíma (1928) / Filme: Macunaíma (1969)
O filme, inspirado em um romance marcante do Modernismo brasileiro, escrito por Mário de Andrade, é considerado uma das adaptações mais importantes da história do cinema nacional. Com direção de Joaquim Pedro de Andrade, o longa foi premiado nos festivais de Brasília e Mar del Plata. O humor da aventura se dá pelo choque entre a vida na cidade e a bagagem cultural do famoso anti-herói que dá nome à história (interpretado por Grande Otelo), um dos personagens literários que melhor representam o povo brasileiro.
O Auto da Compadecida, sucesso de público e de crítica
Livro: O Auto da Compadecida (1955) / Filme: O Auto da Compadecida (2000)
O filme de Guel Arraes é uma adaptação da peça teatral criada por Ariano Suassuna. Com um elenco que inclui Selton Melo, Matheus Nachtergaele, Marco Nanini e Fernanda Montenegro, a comédia acompanha as desventuras de dois sertanejos atrapalhados e mentirosos, mas de bom coração. Um dos maiores sucessos da cinematografia nacional, o longa foi exibido como minissérie na televisão, em quatro episódios.
Livro: Cidade de Deus (1997) / Filme: Cidade de Deus (2002)
Pouca gente sabe que o sucesso brasileiro Cidade de Deus é uma adaptação literária
O longa-metragem dirigido por Fernando Meirelles é um dos filmes mais bem-sucedidos do país, tendo sido indicado a quatro Oscars (incluindo melhor diretor, melhor cinematografia, melhor edição e melhor roteiro adaptado – por Bráulio Mantovani), além de receber diversos outros prêmios nacionais e internacionais. O que poucas pessoas sabem é que o filme é uma adaptação do livro homônimo de Paulo Lins, um romance parcialmente autobiográfico. A obra mostra a realidade do conjunto habitacional Cidade de Deus, passando pela pobreza e violência ao domínio do tráfico de drogas.
Livro: O que é isso, companheiro? (1979) / Filme: O que é isso, companheiro? (1997)
Após retornar do exílio, no final dos anos 1970, o jornalista Fernando Gabeira contou sua experiência de luta armada contra o regime militar no livro O que é isso, companheiro?, que posteriormente foi adaptado para o cinema, em filme dirigido por Bruno Barreto. O longa-metragem, que conta com Fernanda Torres, Pedro Cardoso e Alan Arkin, recebeu indicações ao Oscar de melhor filme estrangeiro e ao Leão de Ouro no Festival de Berlim.
Livro: Eu Receberia as Piores Notícias dos seus Lindos Lábios (2005) / Filme: Eu Receberia as Piores Notícias dos seus Lindos Lábios (2011)
O drama escrito por Marçal Aquino foi adaptado para as telas pelo próprio autor e dirigido por Beto Brant e Renato Ciasca. Na história, o amargurado fotógrafo Cauby relembra o tórrido caso de amor que teve com a sedutora mulher de um pastor evangélico, em uma pequena cidade do interior do Pará. No elenco estão Camila Pitanga, Gustavo Machado e Zécarlos Machado. O filme foi premiado nacional e internacionalmente.
Estação Carandiru relata as memórias de Drauzio Varella, em sua experiência como médico voluntário na Casa de Detenção de São Paulo. Com uma população carcerária muito acima do permitido, a prisão se tornou conhecida pela
O filme Carandiru adaptou para o cinema a obra Estação Carandiru,de Dráuzio Varella
rebelião e massacre ocorridos em 1992, em que mais de cem detentos foram mortos pela polícia. O filme, dirigido por Hector Babenco, tem no elenco Caio Blat, Rodrigo Santoro, Gero Camilo, Wagner Moura, Luiz Carlos Vasconcelos, Maria Luísa Mendonça e Ailton Graça. Indicado à Palma de Ouro em Cannes, foi vencedor de diversos prêmios dentro e fora do Brasil.
Estão abertas as inscrições para o Tudo Sobre Mulheres – Festival de Cinema Feminino até o dia 20 de maio. A 7ª edição do evento acontecerá no Teatro da Universidade de Mato Grosso, em Cuiabá, entre os dias 19 e 24 de agosto.
Para participar da mostra competitiva o filme deve priorizar o protagonismo feminino e ter até 30 minutos, sem limite de data de produção.
A programação do festival também contará com longas fora de competição, a Sessão Homenagem, além da oficina de “Cinema de Guerrilha: produção Audiovisual para baixo e baixíssimo orçamento” e o mini curso “Mulheres no Cinema Brasileiro”.
Este ano o Tudo Sobre Mulheres vai homenagear a cineasta Tata Amaral, diretora dos filmes “Um Céu de Estrelas”, “Antônia”, “Trago Comigo”, “Hoje” e “Sequestro Relâmpago”.
Isaac Pipano, coordenador acadêmico do FilmWorks RJ, professor e “fazedor de filmes”, defendeu recentemente sua tese de doutorado, Isso que não se vê – Pistas para uma pedagogia das imagens . O trabalho é resultado de um processo de quatro anos de pesquisas, viagens, oficinas, congressos e filmes, passando pelo Brasil, França e Bolívia, entre a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Université Sorbonne Nouvelle, em Paris.
Em entrevista para a comunicação da AIC, Isaac conta um pouco desse trabalho incrível:
AIC: Como você resumiria sua tese de doutorado? Isaac Pipano: A hipótese da tese consiste na crítica ao regime da representação, que tem sua herança na filosofia platônica e foi ressignificado pelo cristianismo. Esse regime ganha consistência no cinema nos anos 1920 e 1930, quando não apenas a indústria cinematográfica, mas também os modelos narrativos, são instaurados e acabam definindo os paradigmas para toda a produção das imagens no decorrer do século XX. O fator interessante é que o regime da representação está presente para além do campo cinematográfico, à medida que cristaliza modelos que submetem as imagens e os sujeitos a certas forças e interesses político-econômicos e também pedagógicos. O interesse pelo cinema como uma ferramenta educadora foi acompanhado da ideia de que as imagens poderiam, por serem mais fáceis e assimiláveis do que o livro, formar a consciência da população, transmitindo saberes e colaborando para os projetos nacionalistas daquele período. Foi assim que o regime da representação juntou as pontas entre as imagens e a educação. Finalmente, trata-se não mais de se perguntar agora “o que é o cinema?”, mas indagar-se por que o cinema é o que é, a partir de quais interesses, no âmbito de quais disputas e jogos e por que foi sendo assim construído hegemonicamente ao longo do último século?
AIC: O que deu origem às suas pesquisas em pedagogia das imagens? Por que a escolha desse campo? I.P.: Nosso trabalho com a pedagogia das imagens tem início na experiência das oficinas na Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu. Ali, passamos a entender a necessidade de compreender o cinema atrelado à educação para além do trabalho de produção e realização de filmes, mas conectado às vidas e lutas das pessoas que vivem nesses lugares. Nosso problema passou a ser menos a realização de filmes e mais o cinema como parte de processos subjetivos e a invenção de novos territórios existenciais. Em seguida, participei da idealização, ao lado de Cezar Migliorin e Luiz Garcia Vieira Jr., do projeto Inventar com a Diferença – cinema, educação e direitos humanos, em que desenvolvemos uma metodologia para o ensino de cinema voltada para a formação de professores do ensino básico no Brasil. Esse trabalho foi expandido para todos os estados brasileiros, além de países como a Argentina, Bolívia, Chile e Uruguai. O Inventar nos explicitou a necessidade de pensarmos e produzirmos novas teorias sobre a educação e as imagens.
AIC: Como foi sua jornada como pesquisador de Comunicação, ao mesmo tempo em que atuava como professor na AIC? Como uma atividade afetou a outra? I.P.: Estar à frente de um curso técnico para realizadoras e realizadores e participar no ambiente acadêmico permitiu que eu criasse um trânsito cruzado entre ambas as esferas. Discordo amplamente da perspectiva de que a vida prática e o universo teórico são instâncias apartadas. Pelo contrário, só há pensamento numa certa pragmática da vida e a vida é o que move o pensar-agir. Nesse sentido, o trabalho teórico, o pensamento sobre as imagens, e o ensino do cinema, estão associados aos filmes que fazemos, aos processos e práticas que orientamos, de forma contínua. Certamente, não é um caminho óbvio ou fácil, porém, não parece haver outra maneira de fazê-lo, atualmente.
AIC: No que diz respeito à linguagem, você buscou uma abordagem mais narrativa e menos academicista em sua tese. Qual foi o motivo dessa escolha? I.P.: A opção por uma escrita mais literária e menos baseada numa forma acadêmica é derivada do fato de que o combate às estruturas – institucionais, políticas, discursivas – precisa ser feito tanto no nível do conteúdo, quanto na forma. Conteúdo e forma são duas esferas indiscerníveis da produção do pensamento – seja ela a escrita, seja ela o cinema. Portanto, se a tese se constrói na crítica aos modelos, não há outra maneira de propor a escrita senão também inventando formas não estruturadas, mais libertas, menos baseadas em alguns dos paradigmas da ciência moderna e mais porosas à realidade social, assim como à dimensão subjetiva do pesquisador que está implicada na produção científica. Convocar experiências pessoais, como também a literatura e a poesia, para conectá-las à dimensão teórica, nos pareceu uma chave fundamental para a escrita da tese, sem abandonar o rigor conceitual e o desejo de manipular textos e uma bibliografia correntes nas pesquisas acadêmicas no Brasil.
AIC: O que significa sua afirmação de que o cinema e a escola são “máquinas de fazer ver e viver”? I.P.: Quando optamos por pensar o cinema e a escola no quadro das máquinas, nos posicionamos ao lado de pensadores como Félix Guattari, que compreendem as máquinas não apenas pela sua tecnicidade. Quer dizer, não nos referimos apenas aos sistemas ópticos ou à tecnologia empregada, no caso do cinema; ou à estrutura disciplinar da escola, com seus corredores, sistemas de notas, alarmes. São máquinas, assim no plural, porque articulam uma série de elementos heterogêneos que compõem universos muito distintos. Em sua forma maquínica, o cinema não é apenas um aparato: a cada vez que se aperta um botão para filmar articula-se nesse instante uma série de máquinas que são técnicas, simbólicas, sensíveis, afetivas, econômicas. Dito de outra forma, quando uma criança ou jovem filma na escola, ela está pondo para funcionar no mesmo movimento o seu corpo-olhar associado à câmera, mas agenciando o sistema de representação do cinema, a linguagem e as teorias cinematográficas, os japoneses ou alemães que desenvolveram os softwares, as tarifas alfandegárias que fazem aquela câmera ali estar, o sistema de cor racializado que se baseia na pele branca como paradigma para a criação da imagem, o peso físico do aparato; enfim, são muitas as máquinas num mesmo movimento. Pensar o cinema e a educação no mundo contemporâneo nos parece exigir colocar essas máquinas em funcionamento. Quando estão acopladas aos corpos dos estudantes, as máquinas podem produzir inúmeros movimentos; alguns são extremamente libertários e revolucionários, têm o potencial de engajar experiências singulares que desorganizam o que está dado, criando novos territórios sensíveis, abrindo o corpo a novas possibilidades plásticas ainda não dadas ou concebidas, imaginando novos mundos. Em contraposição, a forma maquínica do cinema pode também cristalizar e sedimentar processos hierárquicos de extrema verticalidade. Não abandonar essa ambivalência do cinema pareceu fundamental à medida que pairava no ar um certo discurso que afirmava o cinema ser, a priori, uma forma artística libertadora, num sentido maravilhado e pouco tensionado. Foi assumindo a dimensão maquínica do cinema que entendemos que seria preciso enfrentar o fundamento da representação como o primado do cinema e da educação. Pois a representação estanca a força maquínica, opera por modelos ao invés de linhas, estruturas ao invés de redes, faz navios de cruzeiro ao invés de jangadas. Porém, entendemos que o gesto de enfrentar a representação não poderia se dar através da criação de modelos melhorados. Precisaríamos entender que qualquer ação é singular, exige presença e participação no território, se faz com os corpos e espaços que ali estão, maquinando com o cinema. São apenas tentativas e nada mais.
AIC: De que maneira as práticas educadoras, em conjunto com as manifestações audiovisuais, podem ser melhoradas e ampliadas no Brasil? I.P.: Estamos vivenciando no país um momento duro de recrudescimento de muitas políticas implementadas nas duas últimas décadas, que impactaram de forma considerável os campos da cultura e da educação. Com a redução drástica dos aportes e políticas públicas sob risco, como os recentes ataques à ANCINE, ao FSA ou à Lei Rouanet, fundamentais para a estruturação da cadeia econômica do audiovisual, da cultura e da educação, como um tecido conjugado, assim como projetos perniciosos como o Escola sem Partido; cremos que cabe a nós, como sociedade, pressionarmos o governo para garantir a manutenção de certas pautas. Porém, como temos visto, isso não será o bastante, o que nos leva a pensar em novas formas coletivas de resistência não dependentes ou subordinadas às dinâmicas políticas institucionais, que são cada vez mais frágeis e mudam ao sabor do vento. Nesse sentido, uma atenção à micropolítica, aos processos menores, de grupos, tem sido fundamental. Talvez o enfrentamento se dê mais fortemente em tais campos do que propriamente nas esferas institucionais, dominadas atualmente pela incompetência política e por um projeto que visa à clara degeneração das esferas da educação e do audiovisual de direito público.
O 30º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo – Curta Kinoforum recebe inscrições de filmes concluídos em 2019 até o dia 15 de maio. Serão aceitos filmes de todos os gêneros, com duração de até 25 minutos.
O Festival, um dos mais tradicionais eventos dedicados ao formato do curta-metragem, acontecerá na cidade de São Paulo entre os dias 21 de agosto e 1 de setembro. As inscrições podem ser feitas através da plataforma ShortFilm Depot.