O segundo dia da 12ª Semana de Cinema e Mercado da Academia Internacional de Cinema (AIC) foi marcado por um debate potente sobre a diversidade e inclusão nas produções audiovisuais. No painel intitulado “Quais Histórias Contamos: Diversidade e Representatividade no Cinema”, a AIC recebeu Indianara Ànrèré, coordenadora pedagógica da Quanta Escola, e Marcelo Rocha, Superintendente de Investimentos e Parcerias Estratégicas da Spcine, com mediação do professor Fernando Timba.
Durante o debate, Indianara se aprofundou na importância de humanizar personagens e narrativas no cinema. “Quando vamos fazer papéis como pessoas negras, não podemos nos limitar a representar apenas a negritude”, afirmou. A discussão destacou o papel das instituições de ensino na formação de profissionais que desenvolverão essas histórias: “Os espaços formativos precisam abrir essa discussão, humanizando os personagens e tirando estereótipos. Precisamos falar sobre quão humano devemos tornar esses personagens”, disse Indianara.
Marcelo Rocha também abordou os avanços na representatividade, mas destacou que ainda há muito a ser feito: “Temos, sim, avanços, mas precisamos de muito mais. É importante assistir a filmes de diferentes identidades — LGBT, mulheres, pessoas negras — que não sejam necessariamente sobre questões políticas. A baixa circulação e a falta de oportunidades dificultam o acesso a essas histórias.”
Indianara Ànrèré em participação na 12ª Semana de Cinema e Mercado da AIC
Indianara propôs um exercício prático chamado “teste do pescoço”: “Precisamos olhar ao nosso redor [virar o pescoço] e observar: que equipe é essa? Quem são essas pessoas? Quando existe diversidade, qual o papel que cada um desempenha? Não basta estar onde não se tem voz; é preciso participar efetivamente.” Marcelo concordou, ressaltando que a formação e a educação são fundamentais: “Precisamos conectar isso à realidade. É essencial abrir espaço para a inclusão e entender as necessidades e oportunidades do mercado, pois o audiovisual também é um discurso político que molda nossas percepções.”
O debate ressaltou que trazer as pessoas para mais perto e entender a dinâmica entre formação, criatividade e negócios é crucial. Marcelo destacou que a diversidade não apenas enriquece as narrativas, mas também representa uma oportunidade de negócio: “Podemos escrever e abordar as temáticas que quisermos, e a diversidade também rende dinheiro. Precisamos que isso beneficie tanto as grandes empresas quanto aqueles que estão na base, construindo essas histórias.” Ele enfatizou que o objetivo deve ser ajudar pessoas com potencial a entrar no mercado e gerar frutos financeiros, em vez de simplesmente tratar a inclusão como uma questão de filantropia.
Marcelo Rocha durante palestra na 12ª Semana de Cinema e Mercado da AIC
Indianara complementou essa visão, ressaltando que o investimento em jovens talentos vai além da simples contratação. “Não é filantropia. Os jovens que passaram pela Quanta Escola e hoje estão brilhando demonstram que o acompanhamento, a orientação e o processo de escuta são essenciais. Quando a pessoa formada ganha, a empresa que contrata também se beneficia. Essa é uma relação de ganhos mútuos, onde todos se beneficiam ao investir em um ambiente mais inclusivo e diverso.”
O debate encerrou-se com uma reflexão sobre o uso responsável da tecnologia e da inteligência artificial no audiovisual. Ambos mencionaram a importância de considerar a diversidade na programação de algoritmos, ressaltando que essas tecnologias são programadas por pessoas. Além disso, é fundamental acompanhar e questionar as decisões que estão sendo tomadas.
Com uma agenda rica em reflexões sobre o futuro do cinema, a 12ª Semana de Cinema e Mercado continua até o dia 9 de agosto, promovendo diálogos essenciais para o desenvolvimento do audiovisual brasileiro.
A globalização do cinema brasileiro foi o tema central do primeiro dia da 12ª Semana de Cinema e Mercado, evento organizado pela AIC que convida especialistas do mercado audiovisual para colocar em perspectiva assuntos contemporâneos do setor. Participaram do debate André Sturm, diretor-executivo do MIS-SP (Museu da Imagem e do Som), diretor do REAG Belas Artes e fundador da Pandora Filmes, e Laura Rossi, produtora-executiva, pesquisadora e head da área internacional da Gullane.
A conversa começou com cada um dos convidados fazendo um retrospecto das suas trajetórias. “Eu não vim de uma família com conexões com a indústria audiovisual. Começou como um sonho mesmo, por gostar da área”, disse Laura, que estudou na Universidade de Cinema de Buenos Aires e pediu transferência para a FAAP por entender que, à época, o audiovisual brasileiro estava aquecido. E ela acertou. “Na FAAP, eu conheci muitas pessoas do mercado, inclusive o Fabiano Gullane, com quem eu trabalho até hoje”. Desde 2018, ela lidera o departamento de internacionalização da Gullane.
Já Sturm contou o início da sua relação com o cinema, quando se dividia entre os estudos de administração de empresas na FGV (Fundação Getúlio Vargas) e a programação de filmes no auditório da universidade. “Era uma época, 1984, [ótima] porque era mais fácil fazer um ciclo Bergman do que exibir um vencedor da Palma de Ouro em Cannes. Havia pequenas distribuidoras que não lançavam coisas novas, mas que tinham um acervo maravilhoso. Aí eu fui descobrindo o trabalho de cada uma delas e conhecendo os profissionais envolvidos”. Anos depois ele fundou uma das principais distribuidoras do país, a Pandora Filmes.
O olhar para o mercado internacional, para Rossi e Sturm, começou de formas diferentes, mas complementares. A Laura, pela aposta no aquecimento do cinema brasileiro pós-anos 2000, e o André, por se deparar com a ausência de filmes brasileiros em festivais internacionais. “Eu fui a Paris uma vez, depois do Festival de Cannes, e vi três filmes argentinos em cartaz mas nenhum brasileiro”, afirma Sturm. Para ele, a resposta era que a Argentina mantinha parcerias de coprodução com diversos países, ao contrário do Brasil.
Foi esse o estímulo para que ele retornasse ao país com a missão de mobilizar o setor e plantar uma semente que anos depois, em 2006, viria a se tornar o Cinema do Brasil, o principal programa de divulgação do cinema brasileiro em território internacional.
Sobre a dinâmica da internacionalização, Rossi esclarece que o movimento é resultado de um traço cultural na forma como o público brasileiro enxerga o que vem de fora do Brasil. “O mercado nacional não é muito forte na comercialização de produtos brasileiros, principalmente os filmes autorais e de arte. Quando eles dão certo, a gente é um país que olha para fora para buscar validação. E a melhor forma de buscar essa aprovação é indo para o exterior”. Ela lembra, inclusive, que a Gullane estabelece essa estratégia há muito anos, desde o lançamento do filme “O Bicho de Sete Cabeças”, da cineasta Laís Bodanzky.
Laura ainda deu uma dica para quem deseja se aventurar na internacionalização de projetos audiovisuais. “O melhor caminho é criar um tipo de cinema parecido com outras cinematografias presentes nos principais festivais do mundo [como Cannes, Veneza, Berlim, entre outros]”.
O debate também deu espaço para outros temas como a consolidação do cinema enquanto indústria no Brasil, o que, de acordo com Sturm, ainda caminha a passos curtos. “Até hoje a política pública federal não entendeu que é preciso incentiva a empresa [do audiovisual], e não apenas os projetos”. O gestor cultural propõe criar dois tipos de financiamento: o seletivo, voltado para quem quer fazer filmes mais ousados; e o automático, para quem já está no mercado há algum tempo. “Sem isso não haverá uma indústria efetiva”, conclui.
A Semana de Cinema e Mercado continua com a sua programação até sexta-feira (dia 9). Confira todas as mesas aqui e faça já sua inscrição. No dia 9, a AIC completa 20 anos com direito à festa. Será às 21h, no Cine Cortina. Adquiria o seu ingresso aqui.
No dia 09 de agosto, às 21h, a Academia Internacional de Cinema (AIC) celebra um marco histórico: seus 20 anos de dedicação ao cinema nacional. A festa “AIC na Terra do Sol” será realizada no Cineclube Cortina e promete ser um momento especial de celebração, orgulho e encontro entre os estudantes, professores e profissionais que contribuíram para esta jornada.
A escola foi fundada em 2004 por Steven Ritcher, Flavia Rocha e Adriano Diniz em Curitiba (PR), paralelamente à retomada do Cinema Nacional. Ao longo destes anos, a história da Academia se entrelaça ao crescimento do mercado audiovisual brasileiro, com a resistência à intempéries políticas e a uma pandemia. Hoje, com 20 anos de atuação, a AIC tem orgulho de fazer parte da trajetória de inúmeros profissionais do mercado audiovisual brasileiro, com mais de 28 mil estudantes formados e mais de 4500 filmes produzidos na escola.
Para comemorar, nada melhor do que reunir os amigos, aproveitar drinks especiais e dançar muito para celebrar a AIC e o cinema nacional. Os ingressos estão disponíveis no Sympla.
Semana de Cinema e Mercado
A festa “AIC na Terra do Sol” ocorrerá logo após a conclusão da 12ª Semana de Cinema e Mercado, um evento que marca o início do semestre letivo da escola e abordará as “Novas Expressões do Mercado Audiovisual”. Nesta edição, a AIC terá o privilégio de receber profissionais que atuam ou atuaram em grandes plataformas e instituições do audiovisual, como Netflix, Globoplay, Produtora Gullane, SPcine, entre outros, para debater sobre o futuro das narrativas cinematográficas, as novas possibilidades de atuação para atores e atrizes, assim como a internacionalização de obras nacionais e a diversidade e inclusão nas produções.
A Semana de Cinema e Mercado será realizada de 05 a 09 de agosto, das 19h às 20h30, na sede da AIC (Rua Doutor Gabriel dos Santos, 142), com entrada gratuita e aberta ao público. Faça sua inscrição pelo link.
O mercado audiovisual brasileiro está em constante transformação, passando por mudanças profundas e há muito o que se discutir. Entre os dias 05 e 09 de agosto, sob o tema NovasExpressões doMercadoAudiovisual, a Academia Internacional de Cinema (AIC) realiza a 12ª edição da Semana de Cinema e Mercado.
Entre os convidados deste ano estão Alícia Abe, André Sturm, Carolina Nishikubo, Diogo Ferreira, Guilherme Dourado, Indianara Ànrèré, Laura Rossi, Leonardo Tovani, Luíza Fazio, Marcelo Rocha e Victor Vaz.
Tradicionalmente o evento abre o segundo semestre letivo da escola e discute temas importantes do mercado. Este ano o evento está mais especial pois faz parte das comemorações de aniversário de 20 anos da AIC.
O ciclo de palestras e bate-papo é aberto ao público e gratuito e acontece no estúdio da escola em São Paulo, sempre às 19h. Confira abaixo os temas a programação de cada mesa, faça sua pré-inscrição neste formulário e no dia compareça com antecedência para garantir seu lugar.
Programação
Dia 1 – 05/08 Tema da Mesa: Explorando Fronteiras: O Audiovisual Brasileiro no Mundo Convidados: André Sturm e Laura Rossi
Mediação: Vanessa Prieto
Dia 2 – 06/08
Tema: Quais histórias contamos: Diversidade e Representatividade no Cinema Convidados: Indianara Ànrèré e Marcelo Rocha
Mediação: Fernando Timba
Dia 3 – 07/08
Tema: O Roteiro hoje e amanhã: Tendências Narrativas Convidados: Carolina Nishikubo e Luíza Fazio
Mediação: Elzemann Neves
Dia 4 – 08/08
Tema: Elenco – Novas Possibilidades para Conteúdo e Publicidade Convidados: Diogo Ferreira, Gabie Fernandes e Victor Vaz
Mediação: Vanessa Prieto
Dia 5 – 09/08
Tema: Estudantes AIC e o Futuro no Audiovisual Convidados: Alícia Abe, Guilherme Dourado e Leonardo Tovani
Mediação: Caroline Cherulli
Todas as mesas acontecem das 19h às 20h30, na Academia Internacional de Cinema (AIC), Rua Doutor Gabriel dos Santos, 142 – Higienópolis (próximo a estação de metrô Marechal Deodoro). A participação é sujeita a lotação Máxima (80 lugares). Faça sua pré-inscrição aqui no formulário e no dia chegue no horário para garantir seu lugar.
Confira a Bio dos Convidados e Mediadores
André Sturm Cineasta e gestor cultural. Fundador da Pandora Filmes, distribuidora de filmes independentes; trabalhou na Cinemateca Brasileira como programador da sala de cinema; responsável pelo funcionamento do Cine Belas Artes em São Paulo desde 2003; membro da diretoria de diversas entidades do audiovisual desde 1989; atual presidente do SIAESP (Sindicato da Indústria do Audiovisual de SP); criador do Programa Cinema do Brasil em 2006, agência de promoção do cinema nacional no exterior; foi Diretor Executivo do MIS-SP entre 2011 e 2016 quando tornou este museu o mais visitado do país. Retornou ao cargo em 2023; Foi Secretário Municipal de Cultura de São Paulo. Realizou quatro curtas e 2 longas metragens: “Sonhos Tropicais” e “Bodas de Papel”.
Laura Rossi Produtora executiva, consultora e pesquisadora é Head do Internacional da Gullane. Com 10 anos de experiência no mercado de entretenimento e indústria de cinema e séries internacionais é especialista em estruturar coproduções e financiamentos para longas e conteúdo seriado, maximizar receitas através da gestão de direitos, e posicionar projetos no mercado global. Com mestrado em Cinema Studies pela NYU e MBA em Inteligência de Mercado pela FIA, seus últimos projetos incluem “Motel Destino” (Cannes Competição 2024), “Arca de Noé” (a maior animação já realizada na América Latina, ainda inédita no Brasil), e “A Última Floresta” (Prêmio de audiência Berlin Panorama, seleção em Hot Docs, Visions du Reel e Melhor Documentário nos Premios Platino).
Indianara Ànrèré Natural de Santo André no ABC Paulista, é Pedagoga, Musicista e Arte-Educadora.
Formada em Iluminação e Elétrica pelo Instituto Criar de TV, Cinema e Novas Mídias, atuando desde 2005 em oficinas de Audiovisual e capacitação profissional em Organizações do Terceiro Setor como Educadora. Atualmente é pós-graduanda em Educação para Direitos Humanos pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e Universidade Aberta do Brasil (UAB), cantora no Espetáculo Avoapé da Cia. de Dança Diário e Coordenadora Pedagógica na Quanta Escola.
Luíza Fazio Roteirista e escritora. Foi homenageada na lista Forbes 30 Under 30 de 2022, que reúne os jovens brasileiros de maior prestígio em suas áreas. Fazio escreveu “Sintonia”, a série brasileira de maior sucesso da Netflix e “Cidade Invisível” (Temp. 2 / Netflix), criada pelo diretor Carlos Saldanha, e produção número 1 em mais de 40 países. Recentemente escreveu a série “O Amor Da Minha Vida” (Disney+), estrelada por Bruna Marquezine e a 3ª temporada da série teen “De Volta Aos 15” (Netflix), estrelada por Maísa e Larissa Manoela, além de assinar outros títulos para players como Amazon, Globoplay e Warner. Em 2022, Luíza foi nomeada pela Embaixada dos Estados Unidos em Brasília para a mais antiga residência literária do mundo, o International Writing Program (IWP) na University of Iowa, que desde 1967 reúne anualmente 35 escritores selecionados de todos os continentes. Aos 16 anos publicou o seu primeiro livro, Laboratório do Escritor (2010), antologia de contos financiada pelo PROAC.
Carolina Nishikubo Roteirista com especialização em roteiro pela UCLA Extension (2015), formada em Comunicação Social – Radio e TV pela UNESP (2010), escreve filmes e séries, como “Coisa Mais Linda” – série da Netflix, “Turma da Mônica: Laços” – primeiro filme live action dos quadrinhos de Maurício de Souza, “A viagem de Pedro” – longa sobre D. Pedro I e “Todo Dia a Mesma Noite” – série sobre a tragédia da Boate Kiss, estão entre os projetos de maior destaque. Também desenvolve projetos autorais como o “Rima da Minas”, série de ficção adolescente sobre poesia e slam, que foi semifinalista do Concurso de Roteiros do Festival Cabíria (2021) e a série “Cozinha Gourmet”. Já fez parte da curadoria do concurso de roteiros do FRAPA, tanto para longas, quanto para séries, e já foi convidada para participar e mediar mesas no FRAPA e SerieLab.
Marcelo Rocha
Superintendente de Investimentos e Parcerias Estratégicas da Spcine. Advogado e Doutor em Sociologia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Pesquisador no campo das relações raciais, atuou entre 2019 e 2021 como consultor jurídico da APAN – Associação do Profissionais do Audiovisual Negro.
Victor Vaz Ator e criador de conteúdo, com estudos em Teatro e Improvisação no “O Tablado” no Rio de Janeiro, onde participou de três produções teatrais. Atualmente, trabalha no mercado publicitário, colaborando com marcas de renome como Ifood, Amazon e Warner Bros, além de integrar o time de Marketing de Influência da Insider Store, empresa com alguns dos maiores cases de publicidades com influenciadores do país.
Gabie Fernandes
Atriz de comédia, escritora e podcaster, Gabie Fernandes cria conteúdo na internet de humor e lifestyle desde 2013 e já realizou mais de 180 apresentações de teatro. Atualmente é host do podcast “Só ouço falar” e “não tenho nem roupa pra isso”, além de apresentar os programas “dia a dia” e “engatilhadas”, na Dia TV.”
Diogo Ferreira Diretor de elenco e fundador da +ADD Casting, empresa especializada na produção, direção e coordenação de elenco para projetos audiovisuais. Com mais de 20 anos de experiência, trabalhou em inúmeros projetos, entre eles: produziu o elenco das séries: “Escola de Gênios” (Gloob/2019), “A Garota da Moto” (SBT/2018), “Rio Heroes” (FOX/2018) e a primeira temporada da série “3%” (Netflix/2017). No cinema, trabalhou com os diretores Sérgio Bianchi, Caroline Okoshi Fioratti, Hsu Chien, Nathalia Warth, Mauricio Eça, entre outros. Em 2023 produziu o filme “Uma fada veio me visitar” e assinou a direção de elenco do longa-metragem “Por Um Fio”, baseado na obra de Drauzio Varella, com Rômulo Estrela, Bruno Gagliasso, Zezé Motta e Othon Bastos (direção de David Schurmann) e “Rei da Feira” com Leandro Hassum e direção de Felipe Joffily, com estreia prevista para 2025. Entre as produções mais atuais estão a série “Marcelo, Marmelo, Martelo e a Turma do Caramelo”, dirigida por Duda Vaisman para a Paramount+ (2023) e o filme “Desapega” com Glória Pires e Maisa (disponível no streaming).
Alícia Abe Fotógrafa e diretora cinematográfica, explora os limites da imagem, transformando linguagens e perspectivas. Em sua constante busca pelo sublime, se utiliza da captura da luz, da arte digital e da linguagem como um meio de reconstrução de novas paisagens e corpos. Estudou Arquitetura e Urbanismo na Universidade Estadual de Londrina (PR) e começou de fato sua produção imagética em um período de 6 meses em Yokohama, Japão, em 2007, quando adquiriu sua primeira câmera e registrou o cotidiano japonês. De fotografia de moda a produções audiovisuais para mídias digitais passando por fotografia aérea, Alícia se formou em 2021 em Direção Cinematográfica na AIC – Academia Internacional de Cinema (SP) e em 2023 em Direção de Fotografia no Bucareste Ateliê de Cinema (SP). Hoje atua como Diretora de Fotografia em curtas-metragens, produções comerciais e editoriais; e como fotógrafa fine art representada pela WG Galeria, em São Paulo (SP).
Leonardo Tovani Cineasta, natural de Osasco (SP), se formou em Direção Cinematográfica na Academia Internacional de Cinema e em Direção e Produção em um curso oferecido pela Warner Brothers Studio na University of Southern California, onde obteve uma bolsa integral após ganhar o prêmio de melhor curta universitário com o curta-metragem “A Vida em Pauta” (2020) no Festival FACIUNI. Faz parte da Associação de Montadores de Cinema (AMC) e atualmente cursa o bacharelado em Cinema e Audiovisual na Universidade Anhembi Morumbi. Atualmente, trabalha como editor do jornalista Bob Fernandes e assina direção/direção de fotografia para projetos na Riot Games. Tovani escreveu, dirigiu e editou os curtas “A Cidade de Oz” (2022) e “Chronicles of The Last of Us” no Brasil, e “A Broken Drumstick Makes Two” (2023) e “The Playmaker” (2023) em Los Angeles, nos Estados Unidos. Editou os premiados curtas “Estática” (2022), de Gabriela Queiroz, e “Barata” (2023), de Amen Musbah. Recentemente, realizou a colorização do curta “Efeito Laranja”, de Lucas Lyrio.
Guilherme Dourado Natural de Aparecida de Goiânia, Goiás, vive atualmente em São Paulo. Com 12 anos de carreira, é formado no curso Técnico em Atuação para Cinema e TV da Academia Internacional de Cinema (AIC). Realizou diversos projetos audiovisuais, atuou no filme “CANTAREIRA”, vencedor do prêmio do Cinéfondation do Festival de Cannes de 2021.Atualmente participa da série documental “40m²” (Globoplay) , que reuniu curtas e um deles foi “PSICOSSOMÁTICO” dirigido por Francisco Lira, com produção do coletivo do qual faz parte, CONTRAPLANO, através de um edital do Instituto Criar e Projeto Paradiso.Atuou na série “COLÔNIA” com direção de André Ristum na Globoplay e está participando da segunda temporada da série “IRMANDADE” com direção de Pedro Morelli na NETFLIX. Participou também da terceira temporada da série “UNIDADE BÁSICA” com direção de Suzy Milstein na GLOBOPLAY. Atuou como Chico no curta-metragem “ERGUIDA” premiado no 56° Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Interpretou José no curta-metragem “SERRA DO ARRIMO” dirigido por Thiago Fischer, premiado no Filmworks Film Festival com 5 prêmios incluindo “Melhor Filme” e “Melhor Atuação Principal”. Compõe o elenco da série “BETINHO – NO FIO DA NAVALHA” com direção de Lipe Binder e Julinho Andrade.
Mediadores
Caroline Cherulli: jornalista, atriz, produtora e apresentadora, Caroline foi vencedora do “Microfone Aberto”, reality produzido pela Band e o Kwai. Formada pelo curso técnico em Atuação para Cinema e TV da AIC, atua como repórter nas redes socias e produtora esportiva na Band.
Elzemann Neves: roteirista, dramaturgo e diretor, mestre em Direito do Estado, é professor coordenador dos cursos de Formação Livre em Roteiro da Academia Internacional de Cinema – AIC, professor de roteiro da pós-graduação do Centro Universitário Belas Artes, integrou a comissão de seleção de projetos do BrLab em 2020 e 2021. Atua como parecerista de roteiro, recebeu os prêmios de melhor roteiro no Festival de Paulínia (2010) e no Brazilian Film Festival de Miami (2010) pelo filme “Depois do Almoço”, além de ter sido exibido no Festival de Berlim – Berlinale (2010), entre tantos outros trabalhos importantes. Confira a bio completa aqui.
Fernando Timba: bacharel em Comunicação Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO UFRJ) e formado em Direção Cinematográfica pela Academia Internacional de Cinema, dirigiu o curta-metragem “Variações sobre um mesmo tema” em 2011. Atualmente trabalha no curta-metragem de animação “Prelúdio em Si”, vencedor dos prêmios Estímulo Curta-Metragem 2013 e Carmen Santos de Cinema 2013, trabalhando como diretor e animador. Desenvolve videocenário para shows, óperas e peças teatrais: criou projetos para diretores como Felipe Hirsch e Leonardo Moreira entre outros. Confira a bio completa aqui.
Vanessa Pietro: cineasta, atriz, produtora, roteirista, escritora, professora da Direção de Atores no Filmworks e Coordenadora do Curso Técnico em Atuação para Cinema e TV na Academia Internacional de Cinema (AIC). Finalista ao prêmio Jabuti pelo livro infantil “O Silêncio em Apuros” (2016). Foi indicada ao prêmio Candango de Melhor Atriz Coadjuvante no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro pelo longa-metragem “Falsa Loura” (2007), de Carlos Reichenbach. Fez as séries de TV “ O Homem da Sua Vida”, canal HBO, contracenando com Augusto Madeira, direção de Daniel Rezende e Fernando Coimbra; “Lendas Urbanas”, direção geral Fernando Coimbra, que teve como primeira janela a TV Record; “Zé do Caixão” no canal Space, contracenando com Matheus Nachtergaele como Sarita Del Ciel, entre outros tantos trabalho. Vanessa é formada como atriz na Escola de Arte Dramática da USP, e em Imagem e Som pela UFSCAR. Confira a bio completa aqui.
O documentário Mama – Africanos em São Paulo, dirigido por Rafael Aquino, ex-aluno da Academia Internacional de Cinema (AIC), foi selecionado para a 13ª Mostra Ecofalante de Cinema. O filme, resultado do curso de Documentário da AIC, destaca a vida de Diamou Fallou Diop, conhecida como Mama África, uma senegalesa cuja história reflete a diversidade cultural dos povos africanos em São Paulo, influenciando os fluxos migratórios na cidade e no Brasil.
Rafael Aquino expressou sua gratidão pelas seleções do filme: “Está sendo emocionante termos o documentário selecionado para 13 festivais, sendo 2 deles internacionais (França e Canadá) de caráter Acadêmico e Etnográfico e no Brasil poder participar da programação de Mostras renomadas como a Ecofalante e o Kinoforum. Além de Mostras importantes para o cinema negro como OJU do Sesc São Paulo e o Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul do Rio de Janeiro.”
Durante o curso na AIC, os alunos foram capacitados em técnicas de roteiro, produção, fotografia e edição. Rafael enfatiza a importância do suporte da academia: “Tudo o que vimos ao longo do curso foi colocado em prática em todas as etapas de concepção da obra. O feedback dos professores na exibição do primeiro corte e todo o incentivo que foi dado durante o processo de produção, nos deu a segurança necessária para concluir o documentário. Ainda mais que tínhamos nas mãos uma grande responsabilidade em trabalhar com uma personagem tão potente como a Mama e fazer uma abordagem de forma sensível e responsável em torno de pautas delicadas como o racismo e a imigração. ”
Ficha Técnica
Direção e Roteiro: Rafael Aquino
Produção Executiva: Priscila Indart Singeski
Direção de Produção: Cinthia Fayta
Assistente de Direção: Cinthia Fayta
Direção de Fotografia: Bruno Felix e Vini Brasil
Direção de Arte: Thayssa Guerra
Som Direto: Luan Souza
Pesquisa: Rafael Aquino
Montagem e Finalização: Bruno Felix
Design Gráfico: Wanderson Magalhães
Ex-aluno do curso Filmworks da Academia Internacional de Cinema (AIC), Henrique Nuzzi, estreia seu longa-metragem Cantos Escuros: A Herança de Pietra no Festival Satyrice Bijou em 14 de julho. Com uma equipe composta quase exclusivamente por ex-estudantes da AIC, entrevistamos Henrique para conhecer mais sobre o processo criativo e o desenvolvimento do filme.
O longa-metragem de suspense, fantasia e drama, conta a história de duas irmãs órfãs, Beatriz e Clarice. Ambas herdam misteriosamente a casa de uma tia distante chamada Pietra. Quando elas se mudam para lá, Beatriz encontra um artefato que a conecta com outras dimensões espirituais. O que as irmãs desconhecem, é que Pietra guarda um obscuro segredo, ela deseja manipular as sobrinhas para retornar ao mundo dos vivos!
Como surgiu a ideia do filme?
A ideia de Cantos Escuros surgiu de um desejo de produzir um longa-metragem de gênero no cenário cinematográfico brasileiro. Na Nuzzi Filmes, minha produtora em parceria com a também ex-aluna da AIC Ananda Scaravelli, sempre nos dedicamos a explorar narrativas de gênero.
Mesmo sendo uma trama fantástica, o filme aborda questões urgentes e relevantes. Mergulha profundamente em temas como saúde mental, conflitos familiares, instabilidade financeira no mundo da arte, e traumas não resolvidos. Inspirado em referências como A Bruxa e Hereditário, Cantos Escuros explora a magia e o sobrenatural, e confronta realidades difíceis e emotivas.
O filme gerou um recorde em arrecadação financeira, como foi esse processo?
Viabilizamos o filme graças a uma campanha de financiamento coletivo de 60 dias. Com o apoio de mais de 250 apaixonados por cinema, arrecadamos R$ 30.000, estabelecendo um recorde para o segmento de gênero em 2024.
Como foi o processo de gravação de um longa-metragem?
Foram necessárias 15 diárias de gravação entre Guarujá e São Paulo. Como tínhamos um orçamento reduzido, precisamos lidar com uma logística enxuta, então utilizamos da criatividade. O roteiro foi pensado estrategicamente para acontecer em poucas locações, o que facilitou a viabilização do projeto.
A realização de filmes de gêneros começou enquanto ainda cursava o Filmwotks, inclusive com um curta-metragem premiado, gostaria que falasse sobre esta produção.
Me formei no Filmworks em 2019, e durante o curso tive a oportunidade de realizar três curtas-metragens que exploraram diferentes aspectos do cinema de gênero. Um dos destaques foi o Solicita Alma, um de horror experimental.
O curta percorreu vários festivais de gênero e ganhou prêmios internacionais. Além disso, foi premiado na categoria de Melhor Fotografia no 11° FilmWorks Film Festival em 2022. Esta experiência foi fundamental para fortalecer minha paixão pelo cinema de gênero.
Além disso, foi na AIC que conheci Ananda Scaravelli, minha sócia e parceira de vida, assim como membros fundamentais do elenco e da equipe de Cantos Escuros, incluindo Fábio Viecelli, Inara Parrode, Joana Lapa e o fotógrafo José Vitor Gomes.
Como é trabalhar com o cinema de gênero no Brasil?
O cinema de gênero tem crescido muito no contexto brasileiro, mas ainda existe muito preconceito envolvido. A Internet acaba sendo um recurso muito poderoso de comunicação com o público e precisa ser utilizado também na divulgação dos filmes, além da formação de público, tão importante na distribuição das obras cinematográficas. O que deixo de mensagem é o amor pelo cinema e pelo desejo de fazer acontecer.
Tem novos projetos a caminho?
A Nuzzi Filmes também faz parte do longa-metragem antológico de terror Histórias Estranhas 2: Demônios e Possessões, ao lado de outros cinco diretores do gênero: Rodrigo Aragão, Salles Fernandes, Filipe Ferreira, Ricardo Ghiorzi e José Pedro Lopes. O segmento dirigido por Henrique Nuzzi se chama Além do Silêncio e está programado para estrear no festival A Vingança dos Filmes B em Porto Alegre no dia 26 de julho de 2024, às 19 horas, na Cinemateca Capitólio.
Estreia Cantos Escuros
Cantos Escuros: A Herança de Pietra será exibido no Satyrice Bijou nos dias 14/07, às 20 horas, seguido de debate, e no dia 16/07, às 16 horas. O Festival é realizado pelo histórico Cine Bijou, localizado na Praça Roosevelt em São Paulo, e acontecerá dos dias 11 a 22 de julho de 2024. Todo o evento é gratuito, sendo necessário apenas retirar o ingresso uma hora antes no local.
ELENCO
BEATRIZ Ananda Scaravelli
CLARICE Inara Parrode
PIETRA Cristtina Freitas
MARTIN Fábio Viecelli
ELIS Joana Lapa
HEITOR Matheus Cirillo
ASDRUBAL Rodolfo Bellarosa
EQUIPE
DIREÇÃO GERAL
Henrique Nuzzi
ROTEIRO
Ananda Scaravelli
Henrique Nuzzi
PRODUÇÃO EXECUTIVA
Ananda Scaravelli
Henrique Nuzzi
DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA
José Vitor Gomes
OPERAÇÃO DE CÂMERA
Henrique Nuzzi
OPERAÇÃO DE CÂMERA
(CENAS FLASHBACK)
Diogo bezerra
DIREÇÃO DE ARTE
Ananda Scaravelli
Lana Mentens
CENOGRAFIA
Ananda Scaravelli
Lana Mentens
FIGURINO
Ananda Scaravelli
Lana Mentens
MAQUIAGEM
Mariana Tzaschel
VISAGISMO
Mariana Tzaschel
EFEITOS PRÁTICOS
Mariana Tzaschel
Isabela Sousa
MAQUIAGEM
(CENA DE FLASH BACK)
Guta Bodick
ASSISTÊNCIA DE MAQUIAGEM
Isabela Sousa
DIRETOR DE SOM
Fernando Cañedo
TÉCNIQUE DE SOM DIRETO
Nanashara Scaravelli
CATERING E PRODUÇÃO DE SET
Linda Marcondes
Miriam Marcondes
MONTAGEM E EDIÇÃO
Henrique Nuzzi
COLOR GRADING
Henrique Nuzzi
CO-PRODUÇÃO
DATA ESTELAR ESTÚDIOS
TRILHA SONORA ORIGINAL/PRODUÇÃO MUSICAL:
Fernando Cañedo
PÓS-PRODUÇÃO DE ÁUDIO
Tratamento de Diálogos, Assistente de Edição, Foley e Efeitos Sonoros:
Camila Cruz
EDIÇÃO DE SOM, SOUND DESIGN, MIXAGEM, FINALIZAÇÃO: