O Curso de Atuação para Cinema e TV da Academia Internacional de Cinema de São Paulo recebe a dupla “Distruktur”, no próximo dia 29/01, das 14h às 18h, para palestra de encerramento. O evento é gratuito e aberto ao público. Faça sua inscrição para participar.
Melissa Dullius e Gustavo Jahn formam a dupla Distruktur desde 2006, quando se mudaram de Porto Alegre para Berlim. Eles começaram a fazer filmes em 1999, primeiro em película Super 8 e depois em 16mm. Em 2007, se juntarem ao grupo fundador do coletivo LaborBerlin e começaram a utilizar técnicas manuais na feitura dos seus filmes. Além de conceber e produzir imagens em movimento, eles também aparecem como atores, músicos e técnicos de laboratório, realizando grande parte do trabalho de pós-produção.
Os trabalhos da dupla transitam nas fronteiras entre arte e cinema experimental e narrativo, além de fotografia e imagem em movimento.
Melissa e Gustavo também atuaram como atores nos filmes “Os Residentes”, do mineiro Tiago Mata Machado, e “O Som ao Redor”, do pernambucano Kléber Mendonça Filho, protagonizado por Gustavo.
Filmes do Distruktur foram apresentados em festivais como Berlinale, Mostra de SP, BAFICI, Torino Film Festival, New Horizons and Videobrasil, assim como exibições em Berlinische Galerie, Paço das Artes in São Paulo, and Vilnius Contemporary Art Centre.
Para os alunos, vale lembrar que o curso termina dia 24/01, mas a palestra acontece só no dia 29/01 (terça-feira).
Palestra dupla Distruktur
Na AIC – SP dia 29/01/2019, das 14h às 18h
Rua Dr. Gabriel dos Santos, 142 |Higienópolis
Conhecido mundialmente como uma das premiações mais importantes do cinema, o Oscar acontece há 90 anos em Hollywood, promovido pela Academy of Motion Picture Arts and Sciences – AMPAS (em tradução livre, Academia de Artes e Ciências Cinematográficas). Normalmente entre os meses de fevereiro e março, uma grande festa é realizada para anunciar os destaques do cinema do ano anterior, votados pelos membros da Academia.
Em 1931, Margaret Herrick – secretária executiva da Academia – ao ver a estatueta pela primeira vez, comentou que ela lembrava o “Tio Oscar” – essa é uma das versões da origem do apelido da premiação.
Muito se discute sobre a origem do apelido da premiação, oficialmente chamada de Academy Awards. Uma biografia de Bette Davis, que já foi presidente da Academia, afirma que a atriz deu o nome ao prêmio em homenagem a seu primeiro marido, o músico Harmon Oscar Nelson. Outra versão sustenta que, em 1931, a secretária executiva da Academia, Margaret Herrick, ao ver a estatueta pela primeira vez, comentou que ela lembrava o “Tio Oscar” (como era chamado Oscar Pierce, na verdade seu primo). Segundo consta, o colunista Sidney Skolsky estava presente nesse momento e publicou que os “empregados afetuosamente apelidaram a famosa estatueta de Oscar”.
As categorias
Ao todo, são 24 prêmios distribuídos pela Academia, em reconhecimento pela excelência e pelas conquistas técnicas e artísticas dos filmes lançados no decorrer do ano. O foco está em produções norte-americanas, embora exista uma categoria destinada especificamente a Filmes Estrangeiros. Contudo, profissionais e filmes de outros países também podem concorrer nas demais categorias – como foi o caso de Fernanda Montenegro, indicada como Melhor Atriz em 1999 por Central do Brasil.
As categorias atualmente são as seguintes:
Melhor Filme
Melhor Direção
Melhor Ator Principal
Melhor Atriz Principal
Melhor Ator Coadjuvante
Melhor Atriz Coadjuvante
Melhor Longa-Metragem de Animação
Melhor Curta-Metragem de Animação
Melhor Cinematografia
Melhor Figurino
Melhor Longa-Metragem de Documentário
Cedric Gibbons, quem desenhou a estatueta do Oscar.
Melhor Curta-Metragem de Documentário
Melhor Edição
Melhor Filme Estrangeiro
Melhor Curta-Metragem
Melhor Maquiagem e Cabelo
Melhor Trilha Original
Melhor Música Original
Melhor Direção de Arte
Melhor Edição de Som
Melhor Mixagem de Som
Melhores Efeitos Visuais
Melhor Roteiro Adaptado
Melhor Roteiro Original
Os vencedores recebem uma estatueta dourada, que foi originalmente esculpida pelo artista George Stanley, partindo de um desenho do diretor de arte Cedric Gibbons (vencedor de 11 Oscars ao longo de sua carreira). A estátua tem o formato de um cavaleiro no estilo art deco, segurando uma espada, sobre um rolo de filme com cinco níveis – cada um representando uma das áreas de atuação dos membros da Academia: Atores, Escritores, Diretores, Produtores e Técnicos.
A estatueta é banhada a ouro e pesa quase 4 quilos, tendo 34,3 centímetros de altura. Em sua base, é gravado o nome do vencedor – tarefa que, nos dias de hoje, é feita no próprio local do evento, logo após a cerimônia. Para evitar que o prêmio seja vendido, posteriormente, há uma regra estipulando que nenhum Oscar pode ser colocado à venda antes de ser oferecido de volta à Academia pelo valor simbólico de um dólar.
Um pouco de história
Primeira cerimônia do Oscar, no Hollywood Roosevelt Hotel em 1929.
A primeira cerimônia do Oscar foi realizada em maio de 1929, em um jantar exclusivo no Hollywood Roosevelt Hotel, homenageando os melhores filmes de 1927 e 1928.
Já a primeira transmissão do evento aconteceu pelo rádio, em 1930. Somente em 1953 a festa passou a ser televisionada, tendo se tornado uma atração anual em mais de 200 países, além de ser transmitida pela Internet.
Desde o surgimento da premiação, já foram entregues mais de 3 mil estatuetas.
O local de realização da cerimônia de entrega do Oscar variou muito, no decorrer dos anos, embora sempre tenha sido em Los Angeles, na Califórnia.
Desde 2002, a premiação acontece no Dolby Theatre (também conhecido como Kodak Theatre). Foi nele que aconteceu a entrega dos prêmios este ano, pela 90ª vez, em um evento que teve como anfitrião o apresentador Jimmy Kimmel.
Como funciona?
Teatro Dolby em Los Angeles, também conhecido como Kodak Theatre, onde a premiação acontece desde 2002.
Para que um filme seja elegível nas categorias de longa-metragem, ele deve ter no mínimo 40 minutos de duração e possuir cópias em 35 mm ou 70 mm. Recentemente, passaram a ser aceitos também longas em formato digital de alta resolução. Os produtores dos filmes também devem preencher formulários online, especificando os créditos de cada produção, dentro de um prazo.
Ao final de dezembro, cédulas de votação e um lembrete da Lista de Lançamentos Elegíveis são encaminhados aos membros da Academia, contendo cinco indicados em cada categoria – exceto Melhor Filme, que pode ter até dez produções concorrendo. Na maioria dos casos, os votantes escolhem os vencedores apenas dentro das áreas em que eles mesmos atuam (por exemplo, atores votam nos atores) – exceto, novamente, para a escolha do Melhor Filme, em que todos os membros participam.
Em geral, o anúncio dos filmes indicados ao Oscar é anunciado ao público na metade de janeiro. Produtoras e distribuidoras gastam milhares de dólares em marketing todos os anos – no período conhecido como “Oscar season” – para convencer os membros da Academia a votarem em determinado filme, especialmente nas categorias consideradas mais importantes. No entanto, a própria Academia busca limitar essas campanhas, de modo a permitir uma votação minimamente imparcial.
O Brasil no Oscar
A categoria de Melhor Filme Estrangeiro foi introduzida apenas no ano de 1957. Antes disso, os filmes de outros países eram premiados com o Special Achievement Award. O primeiro brasileiro a ser indicado a um Oscar foi Ary Barroso, em 1945, pela composição “Rio de Janeiro” na categoria Melhor Música Original, para o filme norte-americano Brazil. Na categoria Melhor Filme Estrangeiro, a primeira vitória veio em 1960, com o drama ítalo-franco-brasileiro Orfeu do Carnaval. Apenas em 1963 o Brasil teve seu próprio representante entre os melhores filmes estrangeiros do ano, com O Pagador de Promessas, de Anselmo Duarte.
Ainda no que diz respeito a coproduções, o longa brasileiro, francês e belga Raoni concorreu na categoria de Melhor Documentário, em 1979. Já em 1986, a co-produção brasileira e norte-americana O Beijo da Mulher-Aranha recebeu quatro indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor para o cineasta naturalizado brasileiro Hector Babenco.
Centra do Brasil (1999) é indicado ao Oscar na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.
Os anos 1990 podem ser considerados uma boa fase do cinema nacional no Oscar, já que três representantes nossos tiveram indicações na categoria de Melhor Filme Estrangeiro: O Quatrilho (1996), O Que É Isso, Companheiro? (1998) e Central do Brasil (1999).
A primeira indicação do Brasil a um Oscar de Melhor Curta-Metragem foi em 2001, para Uma História de Futebol. Em 2004, Cidade de Deus surpreendentemente recebeu quatro indicações, nas categorias Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Fotografia e Melhor Edição, mesmo tendo sido ignorado como Melhor Filme Estrangeiro.
Entre as conquistas mais recentes estão as indicações ao Oscar de Melhor Longa-Metragem de Documentário para os filmes Lixo Extraordinário(2011), uma produção do Brasil e Reino Unido, e O Sal da Terra (2015). Em 2016, tivemos nossa primeira indicação na categoria de Melhor Longa-Metragem de Animação, com O Menino e o Mundo, de Alê Abreu. No entanto, o cineasta brasileiro Carlos Saldanha também já esteve na premiação algumas vezes por seu trabalho nas animações norte-americanas A Era do Gelo (Ice Age), Aventura Perdida de Scrat (Gone Nutty), Rio e O Touro Ferdinando (Ferdinand).
Cada país deve submeter apenas um longa-metragem por ano à categoria de Melhor Filme Estrangeiro, cuja única regra é que seus diálogos sejam predominantemente em uma língua diferente do inglês. Caso a obra seja selecionada para estar entre os cinco filmes indicados ao Oscar, é interessante que tenha sido vista pela maior quantidade possível de membros da Academia – já que nem todos os votantes conseguem assistir a todos os filmes.
Questões polêmicas – representatividade
Atualmente, o número de membros votantes da Academia é de 8 mil profissionais do cinema. Há representantes das mais diversas áreas dentro da produção cinematográfica, selecionados de acordo com sua contribuição para a sétima arte; contudo, os atores constituem o bloco mais numeroso, com 22% do total. Um dado preocupante é que, na última pesquisa realizada, constatou-se que 94% dos membros da Academia eram brancos, 77% homens e 54% com idade acima de 60 anos. Esses números deram origem a movimentos que buscam representatividade e inclusão em Hollywood, com destaque para o recente #OscarsSoWhite. A falta de diversidade é gritante nas estatísticas: de 1929 a 1991, apenas 6.4% dos indicados a Oscars não eram brancos; a partir de então, esse número passou para 11.2%. A lista de vencedores de estatuetas entre as minorias é ainda mais insignificante.
A atriz e ativista de direitos civis Sacheen Littlefeather, de origem indígena, que participou da cerimônia no lugar de Marlon Brando, que se recusou a receber sua estatueta de Melhor Ator em O Poderoso Chefão (1972) alegando ser contra a discriminação e os retratos estereotipados da população indígena na indústria cinematográfica norte-americana.
Outra crítica está no fato de que muitos filmes usam uma fórmula conhecida como “Oscar bait” (ou isca de Oscar) para “fisgar” os membros da Academia. Geralmente são filmes grandiosos, como romances épicos e históricos, dramas biográficos ou melodramas familiares, lançados nos cinemas dos Estados Unidos três meses antes do final do ano. A Academia tem fama de favorecer certos tipos de filmes, em detrimento de gêneros como suspense e ficção científica (exceto nas categorias técnicas, como efeitos especiais) ou mesmo produções independentes.
Outro incidente que ajudou a manchar a credibilidade da cerimônia ocorreu em 2017, quando os atores Warren Beatty e Faye Dunaway anunciaram erroneamente que o vencedor na categoria Melhor Filme era o musical La La Land, quando na verdade o prêmio deveria ir para Moonlight. Posteriormente, descobriu-se que o envelope errado havia sido entregue aos apresentadores. O constrangimento foi ainda maior pelo fato de que a equipe de La La Land já se encontrava no palco, com as estatuetas em mãos, fazendo seus agradecimentos.
Houve também quem tenha recusado o Oscar, como forma de protesto. O primeiro a boicotar a cerimônia e abrir mão do prêmio foi o roteirista Dudley Nichols (vencedor de Melhor Roteiro em 1935), por conta dos conflitos, na época, entre a Academia e o Sindicato dos Roteiristas. George C. Scott foi a segunda pessoa a recusar um Oscar, referindo-se ao prêmio como um “desfile de carne” e dizendo que não queria fazer parte disso. Já Marlon Brando recusou sua estatueta de Melhor Ator em O Poderoso Chefão (1972) alegando ser contra a discriminação e os retratos estereotipados da população indígena na indústria cinematográfica norte-americana. Ele chegou a enviar à cerimônia, em seu lugar, a atriz e ativista de direitos civis Sacheen Littlefeather, de origem indígena, para ler um discurso de 15 páginas a respeito do assunto.
“And the Oscar goes to…”
Walt Disney foi premiado com 22 Oscars, de um total de 59 indicações.
Três filmes seguem empatados como maiores vencedores de Oscars da história, com um total de 11 prêmios: Ben-Hur (1959), nomeado em 12 categorias; Titanic (1997), nomeado em 14 categorias; e The Lord of the Rings: The Return of the King (2003), nomeado em 11 categorias e vencedor em todas elas.
Entre os que receberam mais indicações, com um total de 14, estão os filmes: All About Eve (1950), Titanic (1997) e La La Land (2016).
Quanto à pessoa que mais recebeu estatuetas em sua carreira, certamente foi o dono dos estúdios Disney. O magnata da animação Walt Disney foi premiado com nada menos do que 22 Oscars, de um total de 59 indicações.
Katharine Hepburn foi a mulher que mais venceu como Melhor Atriz, com um total de quatro estatuetas.
Entre os atores, Meryl Streep é a campeã de indicações, tendo sido nomeada 21 vezes, como Melhor Atriz e Coadjuvante. Ela ganhou três Oscars, assim como Ingrid Bergman.
Katharine Hepburn foi a mulher que mais venceu como Melhor Atriz, com um total de quatro estatuetas.
Em meio aos homens, o vencedor é Jack Nicholson, que soma 12 indicações, tendo vencido em três ocasiões – assim como Daniel Day-Lewis, com três vitórias como Melhor Ator, e Walter Brennan, que ganhou três vezes como Melhor Ator Coadjuvante.
Nos 90 anos de história do Oscar, apenas dois atores receberam a estatueta postumamente: o britânico Peter Finch, que venceu como Melhor Ator por Network – Rede de Intrigas (1976) e o australiano Heath Ledger, como Melhor Ator Coadjuvante em Batman: O Cavaleiro das Trevas (2009).
Kathryn Bigelow é a única mulher a receber um Oscar como melhor diretora na história do evento, por Guerra ao Terror (2010).
Os prêmios de Melhor Filme e Melhor Direção sempre estiveram conectados na cerimônia do Oscar, tanto que são os últimos a serem apresentados durante a festa. Das 90 produções que venceram na categoria Melhor Filme, 63 também receberam o prêmio de Melhor Direção.
Esse número inclui a única mulher a receber um Oscar como melhor diretora na história do evento: Kathryn Bigelow, por Guerra ao Terror (2010).
Apenas outras quatro cineastas já receberam indicações nessa categoria: Greta Gerwig (2018), Lina Wertmuller (1977), Jane Campion (1994) e Sofia Coppola (2004).
O Festival Internacional de Curtas-Metragens de Oberhausen, na Alemanha, está com as inscrições abertas até o dia 1.º de fevereiro. O evento é conhecido por ser vitrine para obras experimentais e artísticas do mundo todo. A 65ª edição do evento acontecerá entre os dias 1 e 6 de maio.
São aceitos curtas-metragens finalizados a partir de 2018, com duração máxima de 35 minutos e inéditos na Alemanha. A inscrição é gratuita e deve ser feita no site do festival.
Para mais informações, acesse o regulamento do 65ª Festival Internacional de Curtas-Metragens de Oberhausen.
Cena de “Um Filme de Verão” da diretora e professora Jô Serfaty
A 22ª Mostra de Cinema de Tiradentes acontece entre os dias 18 e 26 de janeiro, transformando a cidade histórica mineira na capital do cinema brasileiro. Ao longo de nove dias, serão mais de 100 filmes, em 49 sessões, além de debates, performances artísticas, apresentações musicais e oficinas, que este ano contam com a participação da Academia Internacional de Cinema (AIC).
A AIC organizou três oficinas de 10 horas cada: Oficina de Produção para Cinema, com a professora Alessandra Haro, Oficina de Interpretação para Cinema e TV, com a professora Isadora Ferrite, e Oficina de Roteiro para Cinema, com Renata Mizrahi. “Nada mais potente do que dar uma oficina de roteiro para cinema num dos festivais mais importantes do país. Espero encontrar pessoas animadas para poder passar informações de roteiro e trocar ideias também. E que a gente se inspire dentro do próprio festival”, explicou Renata.
Além das oficinas, professores e alunos da AIC estarão presentes na Mostra com seus filmes. Um Filme de Verão, longa-metragem de estreia de Jô Serfaty, professora de Direção do Filmworks e do curso de Cinema, foi selecionado para a Mostra Aurora. Outros professores da AIC também fazem parte da equipe, como o coordenador do Filmworks Isaac Pipano; Pedro Pipano, que assina a fotografia; Ricardo Fogliatto, preparador de elenco e colaborador no roteiro; Guilherme Farkas, som direto e mixagem; e Lucas de Andrade, assistente de montagem.
Filme “Trágicas” de Aída Marques, professora do curso de Produção Audiovisual (AIC-RJ)
Um Filme de Verão é sobre quatro jovens da periferia carioca de Rio das Pedras que, durante as férias escolares, enfrentam um verão de 40 graus. Imersos nos fios emaranhados que cobrem o céu da favela e os súbitos apagões, estes adolescentes saem em busca de saídas inventivas para escapar de uma cidade em crise. O filme vai ser exibido no dia 25/01, às 22h00, no cine-tenda.
Para a Mostra Olhos Livres foi selecionado o filme Trágicas, de Aída Marques, professora do curso de Produção Audiovisual (AIC-RJ). O longa traça um paralelo entre as tragédias gregas e os dias de hoje. Ficção e realidade se misturam quando mulheres contemporâneas contam suas histórias – mães que não puderam enterrar seus filhos, mulheres exiladas, mulheres que foram vítimas de violência doméstica ou violência do Estado. Segundo Lila Foster, curadora da Mostra: “O filme toma como eixo as mulheres das tragédias gregas e o corpo feminino que enuncia, através de entrevistas, o caminho da dor e da injustiça”. O filme vai ser exibido no dia 22/01, às 18h00, no cine-tenda.
O curta Peixe, Pizza e Picaretas – Fish Head, de Maynard S. Farrell, ex-aluno do Filmworks (AIC-SP), foi selecionado para a Mostra Formação. A história é sobre um comerciante que, à beira da falência, se entrega a um esquema de sonegação. O filme será exibido no dia 26/01, às 17h30, no cine Teatro Sesi.
Quando Elas Cantam, curta de Maria Fanchin, também ex-aluna do Filmworks (SP), foi selecionado para a Mostra Curtas na Praça. O documentário é sobre o projeto Voz Própria, que é voltado ao tratamento terapêutico de mulheres encarceradas a partir da articulação entre música e psicanálise. O filme acompanha de dentro da prisão os ensaios dessas mulheres para um show na Capela da Penitenciária Feminina de São Paulo. A exibição acontecerá no dia 22/01, às 21h00, no Cine-Praça.
Foto Miguel Arcanjo Prado – divulgação do festival
Com o crescimento e a popularização dos serviços de streaming, que o consumidor pode contratar para assistir a quantos filmes e séries quiser no conforto de sua casa – seja na televisão, no computador ou no celular – empresas como a Netflix cada vez mais buscam se destacar nesse mercado, produzindo conteúdos originais.
Binge-watching siginifica fazer uma maratona de Netflix assistindo uma série compulsivamente.
A demanda por materiais gera oportunidades de investimentos, no Brasil e no mundo, principalmente no segmento de seriados. Enquanto os estúdios hollywoodianos precisam apostar em blockbusters, com produções multimilionárias para atrair o público aos cinemas, os serviços de streaming conseguem oferecer por valores acessíveis uma variedade enorme de programas. Isso facilita o que se chama de binge-watching (algo como maratonar uma série de maneira quase compulsiva), o que faz com que muitas séries tenham milhares de fãs e batam recordes de audiência.
De acordo com a porta-voz da Netflix, aproveitando a onda do sucesso que obteve com produções originais nos últimos anos, a empresa tem grandes perspectivas de investimento nesse tipo de conteúdo em 2019, trabalhando em histórias de todos os lugares do mundo para agradar aos mais diversos públicos. “No Brasil, foram anunciados cerca de dez projetos para o próximo ano – entre eles a volta de 3% (terceira temporada), Samantha! e O Mecanismo, além das inéditas Coisa Mais Linda, O Escolhido, Spectros, Sintonia (criada por Kondzilla | ex-aluno da AIC) e A Facção”.
Procura-se: contadores de histórias
Lacey Duke and Kwaku Alston, diretora e diretor de fotografia do vídeo “A Great Day in Hollywood”. manifesto de empoderamento à liderança negra lançado pelo Netflix.
O processo de escolha das produções originais da Netflix se baseia, sobretudo, na qualidade dos projetos. “Nós procuramos contadores de história talentosos, apaixonados por compartilhar seus contos com outras pessoas, de uma forma autêntica e que ofereça aos nossos membros interesse genuíno, independente de onde eles estejam”, afirma a porta-voz da empresa. O serviço oferece aos seus 130 milhões de assinantes filmes e séries dos gêneros mais diversos, para agradar a todos os gostos.
Há espaço para ficção e documentário, com um catálogo de produções variado que vai do drama à comédia, passando pelo terror, suspense, ficção científica, fantasia e romance. “No Brasil, por exemplo, temos 3%, uma série distópica; Samantha!, uma sitcom. Em 2019, estrearemos o thriller sobrenatural O Escolhido, roteirizado pelos autores de fantasia Raphael Draccon e Carolina Munhóz, e o drama de época Coisa Mais Linda”, declara a empresa. Os ideais adotados pela Netflix se refletem no conteúdo. “Acreditamos em igualdade e diversidade, e para isso, investimos em produções para todos os públicos, dando voz a todos. Recentemente, produzimos o vídeo A Great Day in Hollywood, com a participação de profissionais negros da plataforma, entre roteiristas, diretores, produtores e atores.”
Mercado em ascenção
Capa da Revista The Economist, de junho/julho de 2018.
A expectativa de crescimento do mercado é muito positiva, já que o público tem se voltado cada vez mais ao serviço, com a popularização dos dispositivos móveis. De acordo com a revista britânica “The Economist”, a Netflix investiu em 2018 em suas produções originais mais do que qualquer grande estúdio de Hollywood, com valores entre 12 e 13 bilhões de dólares. Atualmente, são centenas de filmes e séries em produção, em diversos países do mundo.
Nesse contexto, embora as produções originais brasileiras na Netflix ainda ocupem uma proporção tímida – com relação às norte-americanas, por exemplo – há muito potencial a ser explorado. “Nosso investimento em conteúdo original brasileiro é crescente e a longo prazo, mas temos um relacionamento produtivo e frutífero com os produtores independentes do país. E isso já pode ser visto em nossa plataforma, com uma oferta diversificada de conteúdos, para que os membros brasileiros continuem encontrando novos conteúdos sempre.”
Segundo a porta-voz da Netflix, a empresa está comprometia com o mercado brasileiro. “Nosso objetivo é facilitar e fomentar a produção de cultura brasileira, feita e criada por brasileiros e desenhada para os próprios brasileiros, porque acreditamos que boas histórias podem vir de qualquer lugar e, se forem verdadeiramente boas, vão viajar aos quatro cantos do mundo. E alguns dos melhores criadores de conteúdo do mundo estão no Brasil.”
O que esperar para 2019
Confira algumas séries originais Netflix que já estão com novas temporadas garantidas para este ano:
Stranger Things – Um dos maiores sucessos do serviço de streaming, a série conquistou o público com seu clima nostálgico, acompanhando as aventuras de um grupo de crianças em uma cidade cercada de mistérios, e retorna para sua terceira temporada.
Elenco da terceira temporada de “La Casa de Papel”.
13 Reasons Why – A série adolescente sobre uma garota que se suicida e envia fitas cassete para os colegas que considera responsáveis por sua morte gerou polêmica, mas também ganhou muitos fãs e segue para sua terceira temporada.
La Casa de Papel – Fenômeno de público, principalmente no Brasil, a série sobre um grupo de ladrões que planejam um ousado roubo na Casa da Moeda espanhola também retorna para sua terceira temporada.
Dark – A série alemã de suspense e ficção científica se tornou uma das queridinhas do público. A segunda temporada, já confirmada, dá continuidade ao mistério envolvendo três gerações e o sumiço de crianças em uma pequena cidade.
Enrique Diaz e Selton Mello em cena da série “O Mecanismo”. Filmagens da segunda temporada já começaram.
O Mecanismo – A série brasileira que aborda uma investigação sobre suspeitas de corrupção envolvendo estatais e empreiteiras, dirigida por José Padilha e estrelada por Selton Mello, foi renovada para sua segunda temporada.
Perdidos no Espaço – Grande aposta da Netflix em 2018, a série que volta em sua segunda temporada é um remake de um seriado de ficção científica dos anos 1960, sobre uma família que se perde em uma missão no espaço e acaba ilhada em um planeta desconhecido.
No próximo dia 14 de janeiro a Academia Internacional de Cinema (AIC) receberá a atriz e roteirista Karine Teles para aula inaugural do Curso de Atuação para Cinema e TV – Férias. A aula será aberta e gratuita, mediante inscrição prévia (formulário no final do texto).
Karine, que no ano passado ganhou o prêmio de melhor atriz no Festival de Gramado por sua interpretação em “Benzinho”, vai falar sobre sua trajetória no cinema e na TV. Formada em Teatro pela UNIRIO (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro), estreou no cinema em “Madame Satã” (2002), de Karim Aïnouz. Ela também é conhecida pelos filmes “Que horas ela volta? ”, de Anna Muylaert, “Fala Comigo”, de Felipe Sholl e “Riscado” (2010), que roteirizou junto com Gustavo Pizzi.
A aula acontecerá no estúdio da AIC do Rio de Janeiro e começará às 9h.
Aula com Karine Teles – Curso de Atuação para Cinema e TV – Férias
Dia 14 de janeiro de 2019, 9h00 às 13h00
Na AIC do Rio de Janeiro
Rua Martins Ferreira, 77 – Botafogo
Informações: 21 2537-8183
Evento sujeito à lotação (80 lugares).