Conheça o time de professores à frente do curso de Roteiro de Humor

Curso de Roteiro de Humor da Academia Internacional de Cinema (AIC), reuniu em um só lugar, alguns dos maiores roteiristas de humor do Brasil e profissionais da área: Fernando Aragão – há 20 anos trabalha com humor, é roteirista da TV Globo desde 2006, onde começou como roteirista do Casseta & Planeta, escreveu para o antigo Zorra Total e continua à frente do novo Zorra; Haroldo Mourão – é roteirista da TV Globo há 18 anos e também escreve o programa humorístico ZORRA. Foi redator do programa Casseta & Planeta e trabalhou na revista e no site do grupo; Renata Mizrahi – formada em Artes Cênicas e cinema, ganhou vários prêmios por suas performances e foi indicada a outros tantos com seus textos. Fez parte da equipe de roteiro do programa inédito para GNT, da atriz Fernanda Torres “Minha Estupidez” e escreveu a Segunda Temporada da Série “Homens São de Marte, é Pra Lá que Eu Vou” do canal GNT; Ricardo VR – desde 2014 também compõe o grupo que escreve o novo Zorra. Na TV Globo desde 2006, já foi roteirista de programas como Casseta & Planeta, do seriado Batendo o Ponto e do antigo Zorra Total; Vinicius Antunes é especialista em análise de Programação da Rede Globo, trabalhou como parecerista de humor e com adequação à classificação indicativa de programas como A Grande Família, Pé na Cova, Sai de Baixo e Zorra Total. E hoje também faz parte do grupo de roteiristas do novo programa Zorra.

Confira a entrevista com esse time:

Fernando Aragão
Fernando Aragão

 

FERNANDO ARAGÃO

1.  O que é piada pra você?

É um conceito extremamente amplo. Vai desde aquela anedota contada no meio do salão até o mero trocadilho que sai despretensiosamente na fila do mercado. Da gag visual curtinha até o texto crítico. Estão onde menos se espera. O discurso estapafúrdio de um político, por exemplo, pode conter inúmeras piadas, ainda que involuntárias.

2. Para escrever humor é preciso ter algum perfil em específico?  

 De jeito nenhum! Qualquer tipo de pessoa pode escrever humor. A restrição não é ao perfil, mas ao indivíduo. Todo mundo tem aquele amigo engraçadíssimo, contador de piada, mas que não consegue passar essa graça para o papel. Ao passo que existe o cara meio fechadão, de estilo “humor ranzinza”, que pode ser um roteirista de primeira.

  3.  Quais são as dificuldades e satisfações de ser humorista?

 Uma das maiores dificuldades é ouvir de um desconhecido “!Ih, é humorista? Conta uma piada aí!”. O povo não entende que nem todo humorista é um bom contador de piadas. O humorista tem que estar ligado no que está acontecendo à sua volta, ter um olhar crítico e buscar sempre ser original.

Já a maior satisfação é a sensação de ser o porta-voz de uma verdade reprimida. Poder dizer algo que todo mundo quer, mas não é permitido. Botar os dedos nas feridas certas, não ficar apenas “chovendo no molhado”. O humor é a forma mais honesta do jornalismo. Quem representa melhor o povo? O repórter que pergunta para a rainha de bateria “como é que tá o coração” ou o humorista que questiona se ela perdeu o equilíbrio por causa dos 100ml de silicone a mais num peito do que no outro?

Haroldo Mourão
Haroldo Mourão

HAROLDO MOURÃO

1.   O humor de televisão é muito diferente daquele das outras mídias, como as mídias sociais, um jornal, revista ou o ao vivo?

Sim, a TV talvez seja o meio de comunicação mais popular no Brasil ou o de maior alcance. Além de ter muita publicidade que muitas vezes também se utiliza do humor pra vender. A TV só “perde” um pouco pra internet onde a piada, seja em forma de meme, esquete ou viral, circula com muito mais rapidez. As outras mídias (jornais e revistas) perderam um pouco o espaço, mas já tivemos grandes publicações de humor (Pasquim, Planeta Diário, Casseta Popular, Chiclete com Banana, Revista Bundas, etc.)

2. Você sempre escreveu humor? Quando se descobriu engraçado?

Sempre gostei de humor. Desde a piada mais básica até o esquete mais sofisticado sempre me interessaram. Desde criança sempre consumi muita coisa: Quadrinhos, livrinhos de piadas de português, discos de piadas do Costinha e do Chico Anysio, programas de humor como TV Pirata e os filmes do Monty Phyton foram fundamentais na minha formação de…não diria de humorista, mas de roteirista.

Não sei se me descobri engraçado. Uma vez vi uma entrevista com o humorista português Ricardo Pereira e ele disse que não sabe se é possível ensinar humor, mas acredita ser possível aprender. Quando contei minha primeira piada e alguém riu, posso ter me achado engraçado naquela hora. Mas a verdade é que todo dia a gente aprende um pouquinho.

3.     Existe limite para o humor? Se sim, qual é esse limite?

O limite do humor é que ele seja engraçado. Uma vez o John Cleese, um dos fundadores do Monty Phyton, disse que o politicamente correto apareceu para proteger as minorias que se sentissem ofendidas com qualquer tipo de piada e que os anos se passaram e hoje isso se tornou uma paranoia.

Concordo com a declaração dele, mas ao mesmo tempo, temos que pensar que vivemos no Brasil e nós não somos os Estados Unidos ou a Europa. Hoje, 2016, estamos vivendo uma onda extremamente conservadora, ao  mesmo tempo que mulheres, gays, negros, ativistas pró-maconha, pró-aborto, pró-reforma agrária, estudantes e muitas outras pessoas lutam diariamente por direitos ou algum tipo de avanço social, tem suas causas constantemente menosprezadas e ridicularizadas, isso quando não são assassinados. Por isso, fico com a frase do Gregório Duvivier: Rir sempre do opressor e nunca do oprimido.

Vinicius Antunes
Vinicius Antunes

VINÍCIUS ANTUNES

1.   Nem todos escrevem ou escreveram somente sobre humor, mas ministrarão um curso na área. O que é preciso ter para fazer humor?

Dificilmente as pessoas escrevem ou fazem apenas humor. Basta acompanhar os filmes e seriados clássicos de humor: Chaplin, Chaves, Seinfeld… Cabe citar algumas novas séries Modern Family, Louie, Legit, Love… Embora sejam todos produtos reconhecidos como de humor têm também em sua trama a melancolia, o romantismo, até mesmo a tragédia. O que há então é uma predominância do humor e não uma exclusividade do humor. Saber escrever humor é, antes de tudo, saber escrever. Tanto que, a maior obra de humor nacional é Memórias Póstumas de Brás Cubas, escrita pelo romancista Machado de Assis que, dificilmente, será apontado por alguém como um humorista, embora também o seja.

2. Tudo pode ser motivo de piada? Se não, o que não é?

Sim, tudo pode ser motivo de piada. As consequências da piada, evidentemente, cairão sobre o humorista. Cabe lembrar que vivemos em uma sociedade repleta de tabus e desigualdades sociais, o que faz com que alguns temas sejam bem delicados. Uma piada pode ter graça em um contexto e ser odiada em outro. Entretanto, o humor negro está longe de ser uma novidade, se voltarmos aos textos de Aristófanes, veremos que estão repletos de piadas que hoje, mais de dois mil anos depois, ainda seriam mal vistas por grande parte da população.

3.    Como você vê o futuro do humor no Brasil?

Sou formado em História e os historiadores sempre rejeitam qualquer tipo de vidência. Porém, arrisco fazer algumas projeções baseadas já nos dias de hoje: a) a consagração do humor como ferramenta para peças publicitárias; b) a profissionalização dos comediantes; c) a politização do humor e sua polarização em humor de direita e de esquerda ou conservador e liberal; d) a inserção de grupos marginalizados como protagonistas de comédia: negros, mulheres, gays… f) o humor de nicho: humor nerd, humor trans, humor futebolístico.

Ricardo VR
Ricardo VR

RICARDO SARKIS ALVES

1.     Qual é o seu alvo preferido nas piadas?   

 Não sei se tenho um alvo preferido. O alvo é tudo que possa render uma boa piada. Claro que quando é possível fazer piadas atacando aquilo que mais nos incomoda, como a burocracia, o descaso das nossas autoridades, a situação política do país, isso é mais recompensador.

 2.  Qual sua inspiração para escrever os textos?

A vida real. Porém, mais do que uma inspiração, é uma referência. A inspiração só acontece depois de muito trabalho, muita leitura, muita observação do comportamento das pessoas e da sociedade e muita procura por notícias. Existe a famosa frase clichê, mas que é a mais pura tradução da realidade: “é muito mais transpiração do que inspiração!”

3.  A comédia também pode ser uma ferramenta para a crítica? Se sim, como a utilizar?

Com certeza. O humor sempre foi um dos principais instrumentos de crítica da sociedade mundial. O humorista está ali para “vingar” o cidadão comum das mazelas do dia a dia. Devemos estar sempre atentos ao que mais nos deixa indignados para que consigamos atacar e deixar bem evidenciado o absurdo de tais situações.

Renata Mi
Renata Mizrahi

 RENATA MIZRAHI

1.    Do que você não tem coragem de fazer piada?

​No humor tudo depende.

Para mim o humor serve para causar reflexão. Ele joga luz sobre algum assunto e através do riso, nos faz pensar. Não faço piadas com​ questões que  estão ligadas à violência contra uma pessoa ou duas pessoas ou a humanidade, ou humor em cima das minorias. Para mim isso não é humor, é bullying.  tenho horror a esse tipo de humor.

Nas aulas vamos provocar o humor inteligente, o que faz pensar, o que tem camadas, que as pessoas se identificam por se sentirem no lugar do outro e com isso entenderem que não estão sozinhas nas inúmeras situações que vida nos coloca e que quando distanciados, rimos delas.

2.  Quem escreve humor, ri de si mesmo?

​Para mim sim. O autor de humor muitas vezes escreve baseado em suas experiências, ele potencializa situações que ocorrem com ele, portanto sabe tirar proveito e ri de si mesmo.

3. A comédia também pode ser uma ferramenta para a crítica? Se sim, como a utilizar? 

​Como disse acima, não só pode, como deve!  Através de diálogos criativos, situações inteligentes, indiretas. Não podemos ser ingênuos. Para mim, a malícia é fundamental​.

*Fotos: Divulgação

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Alunos da AIC no Festival de Gramado

“A PÁGINA” de Guilherme Andrade e “MEMÓRIA DA PEDRA” de Luciana Lemos estão em um dos festivais mais importantes do Brasil.

O dia 07 de julho foi um grande acontecimento para todos que esperavam o resultado dos filmes selecionados para um dos festivais de maior prestígio nacional, o Festival de Cinema de Gramado. Em sua 44º edição, o festival recebeu mais de 500 produções de todo o país, e foram escolhidas somente 14, e os curtas “A Página” e “Memória da Pedra” dos alunos da Academia Internacional de Cinema (AIC), Guilherme de Andrade e Luciana Lemos estavam entre elas. “Recebemos a notícia com muita surpresa, mas acho que o curta tem uma trama forte e um importante tema para ser discutido; uma mensagem a ser transmitida” afirma Guilherme, que apesar de acreditar na trama, não esperava que fosse selecionado para algum festival. “Foram mais de 13 festivais, em 06 países. Produzimos o filme sem muitas pretensões, e quando veio o primeiro festival nos surpreendeu muito. Depois, a surpresa se perde um pouco, apesar da alegria sempre estar lá”.

A Página - Foto: Divulgação
A Página – Foto: Divulgação

Para Guilherme, Gramado tem um sabor especial, “Já estive lá como público há três anos. Fiquei no último lugar, distante do palco, ainda não sabia nem ligar uma câmera profissional, e a sensação de voltar com um curta dirigido por mim em tão pouco tempo é de muita felicidade e realização. Estou muito feliz que o Festival tenha se aberto aos projetos de diretores iniciantes e espero que o público receba bem nosso curta”.

Já Luciana inscreveu o curta em Gramado, “por ser um festival importante no Brasil, que possibilitaria que o filme fosse visto por muitas pessoas. Ficamos muito felizes com a notícia que havíamos sido selecionados”.

 A PÁGINA

Perguntado sobre como nasceu a ideia do filme, o diretor e roteirista diz que surgiu de uma pesquisa de caso feita no curso Filmworks. “Fomos entrevistar um casal que havia perdido seu filho em um latrocínio, e uma das coisas que mais me marcou foi quando a mãe me disse que a bala perfurou a cabeça de seu filho como um liquidificador e ficou em silêncio, segurando seu choro. Um dia depois, eu procurei a mãe do menor que cometeu esse crime, ela me atendeu, e aos gritos, disse: “me deixem em paz! Vocês, jornalistas, estão causando um inferno na minha vida! Meu filho está estudando, está em paz, me deixa. E desligou o telefone. Fiquei em silêncio, e naquele momento fiquei incomodado internamente, refleti muito sobre tudo que pesquisamos. E aí surgiu o nosso curta, que é sobre o amor de duas mães por seus filhos e mostra a realidade das famílias ligadas por um crime. Uma é a mãe do assassino e a outra a mãe da vítima”.

 DOIS LADOS, UMA MESMA HISTÓRIA

Quando produziu o filme, Guilherme “queria que as pessoas sentissem na pele o drama dessas mães, que estão em lados opostos de uma mesma situação, é um curta sobre sentimento… Eu exponho a fratura da questão, desse drama das personagens, e a partir disso surgem os debates e reflexões, sejam elas internas ou através de um bate-papo entre o público, em um festival, ou após uma exibição. Entender que há outro lado da história, e que ele merece ser visto, é um exercício de maturidade, que tem de ser feito por muitos”.

 A EQUIPE

O filme conta com o trabalho dos alunos José Roberto (Diretor de Produção e Produtor Executivo), Paulo Fischer (Diretor de Fotografia), Gabriel Silvestre (Operador de Som Direto, Mixador de Som e Editor), Ana Piller (Diretora de arte), Jessica Domingues (Assistente de Arte) e o ex-aluno Hugo Farias (Assistente de Direção).

Memória da Pedra - Foto: Divulgação
Memória da Pedra – Foto: Divulgação
 MEMÓRIA DA PEDRA

É um curta-metragem documental da diretora Luciana Lemos, gravado em 2014 e a ideia surgiu quando Luciana estava lendo Glauber Rocha, “Cartas ao Mundo”, obra organizada por Ivana Bentes; “No livro, há cartas do tempo em que Glauber estava filmando “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, em Monte Santo, e ele comentava sobre as pessoas da cidade, o estranhamento geral quando eles chegaram, na década de 60, com uma câmera em pleno sertão baiano, para filmar a história de um vaqueiro e um matador de cangaceiro. Em seguida, li “A Primavera do Dragão”, de Nelson Motta, no qual também há relatos sobre a filmagem de “O Dragão da Maldade sobre o Santo Guerreiro” e do “Deus e o Diabo”… passagens sobre a situação da região naquela época, a seca, uma pobreza brutal… Esses dois livros geraram uma imensa curiosidade em mim, que nasci no interior da Bahia, em Ubaitaba, e tenho uma mãe da região do semiárido. O que me levou a pensar sobre qual teria sido o destino daquelas crianças, das pessoas que acompanharam as gravações desses filmes e, principalmente, o que teria sido daquelas duas cidades, passados esses cinquenta anos de história do Brasil, e uma política (neo) desenvolvimentista”.

Com a curiosidade aguçada e muita força de vontade, Luciana formou uma pequena equipe para viajar por Canudos, Jorro, Monte Santo e conhecer mais sobre a passagem de Glauber e outros cineastas do Cinema Novo pelo sertão da Bahia. Para a diretora, “foi incrível conhecer essas cidades, e voltar em algumas que já conhecia, após ler e escutar os relatos que havíamos coletado na pesquisa. Parecia que nada havia mudado; continuavam ali: a fé, a crença na água milagrosa, os sertanejos corajosos… Dessa viagem surgiu o argumento para o documentário”.

 O ENREDO

O enredo do filme é uma volta às cidades de Milagres e Monte Santo, mesmas locações dos filmes O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro e Deus e o Diabo na Terra do Sol, ambos dirigidos por Glauber Rocha, que propõe uma reflexão sobre a passagem do tempo, suas marcas; o sertão de hoje e o sertão mostrado por Glauber. “A história dessas duas cidades como uma espécie de retrato da história do Brasil, dos caminhos do país nesses últimos cinquenta anos” afirma Luciana.

 CURIOSIDADE

Sendo um curta documental, foi filmado com pessoas das cidades. Luciana diz que “foram selecionando os participantes ao longo da pesquisa, e também durante os dias de filmagem… o boca a boca também trouxe muita gente até nós”.

 FICHA TÉCNICA

Com: Zeneide de Santana, Lenita Andrade, Eunice Dias, Everaldo, Adriano (Adril), Salviano da Fonte, Jorge Cintra, Zeilda Cintra, Antônia Silva Santos, Rogenilson Araújo.

Roteiro e Direção: Luciana Lemos

Produção Executiva: Eliana Mendes e Flavia Santana

Direção de Fotografia: Julia Zakia

Montagem: Andre Francioli

Desenho de Som: Napoleão Cunha

Empresa Produtora: Giro Produções Culturais e Caranguejeira Filmes

FESTIVAL
A Página - Foto: Divulgação
A Página – Foto: Divulgação

Este ano o Festival acontece entre os dias 26 de agosto e 03 de setembro, e assim tem acontecido desde os anos de 1990. Mas suas primeiras edições ocorriam no verão, isso lá pelos anos de 1970. O 1º Festival de Cinema de Gramado aconteceu em 1973 e surgiu devido a um movimento causado pelas entusiasmadas comunidade artística, imprensa e a própria população de Gramado, para que o evento ocorrido nas mostras promovidas durante a Festa das Hortênsias, entre 1969 e 1971 tivesse caráter oficial. Com ajuda da Prefeitura, a Embrafilme, Secretarias de Turismo, de Educação e Cultura do Estado, finalmente o primeiro festival aconteceu entre os dias 10 e 14 de janeiro daquele ano de 1973. E desde então, tem acontecido anualmente. Com um começo marcado pelo sensacionalismo de pessoas que buscavam fama, hoje ele é considerado um dos mais importantes do gênero, por proporcionar um espaço para divulgação, discussão, crítica e incentivo ao cinema nacional.

Prêmio maior do festival, o Kikito, simbolizando o deus do humor, antigamente era o símbolo da cidade, somente mais tarde tornou-se o troféu da competição. Confeccionado pela artista plástica Elizabeth Rosenfeld, possui 33 centímetros de altura e atualmente é fabricado em bronze.

Saiba mais sobre a programação do festival, acessando o link.

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O Festival Internacional de Curtas de São Paulo na Academia Internacional de Cinema e a Academia no Festival

Dia 24 de agosto tem início a 27º Edição do Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo, promovido pela Associação Cultural Kinoforum. E além de estar bem representada no Festival, a Academia Internacional de Cinema promoverá no dia 26 de agosto, sexta-feira, a Programação em Curso, com a apresentação de cinco curtas do Festival. Após a exibição dos filmes, será aberto um bate-papo com alguns dos diretores.

Os curtas foram escolhidos por um grupo de alunos (Maria Tuca Fanchin / Adriano Cardoso / Raphael Cubacowic / Clara Hermeto) do Filmworks 04, o Curso Técnico em Direção Cinematográfica. Eles receberam 49 curtas da organização do Festival e tiveram que escolher alguns, somente.

 Filmes selecionados:

Caminho dos Gigantes – Direção: Alois de Leo (Animação)

Mains Propres – Direção: Louise Botkay

Sesmaria – Direção: Gabriela Lamas

Entretempos – Direção: Frederico Benevides e Yuri Firmeza

Ingrid – Direção: Maick Hannder e Jacson Dias

Quem Matou Eloá – Direção: Lívia Perez

 SERVIÇO:

Dia 26/08 – sexta-feira

Horário: das 17h30 às 19h30

A sessão será aberta ao público

 

A ex-aluna Isadora Maria Torres e o Diretor de Som Leonardo Bortolin, captando o som direto durante as gravações do curta. foto: Michael Willis
A ex-aluna Isadora Maria Torres e o Diretor de Som Leonardo Bortolin, captando o som direto durante as gravações do curta. foto: Michael Willis
EX-ALUNOS NO FESTIVAL

O Festival conta com a participação de cinco ex-alunos da AIC, em quatro filmes: Na Mostra Brasil, Em Panorama Paulista, tem o filme o “Crônicas do Meu Silêncio”, direção e roteiro de Beatriz Pessoa e Maria Spector, responsável pela edição e edição de som, ex-alunas da Academia; “A Moça que Dançou com o Diabo”, direção e roteiro de João Paulo Miranda, com Isadora Maria Torres, também ex-aluna da AIC, na captação do som; “Sugira Uma Alternativa Razoável” de Barbara Sturm, que já fez parte do quadro de alunos da AIC e hoje está a frente da curadoria do Festival Cineramabc que acontece em Balneário Camboriú/SC; e “Belo Fim” de Roberto Bertô, também ex-aluno da AIC.

SOBRE OS FILMES

Abrindo o Festival, “Crônicas do Meu Silêncio”; um manifesto sobre a violência contra a mulher, retratado em três depoimentos baseados em situações cotidianas. Meses atrás, as ex-alunas postaram o filme no youtube, por conta do fatídico caso de estupro no Rio de Janeiro, por entender que poderiam fazer algo pela causa em favor das mulheres.

Já, “A Moça que Dançou com o Diabo” faz uma releitura contemporânea de uma antiga lenda do interior paulista. Na versão adaptada, uma menina vive conflitos que envolvem religião e as descobertas próprias da adolescência. A Moça age de maneira contrária às tradições da igreja e acaba se envolvendo com um forasteiro conhecido como Diabo.

Crônicas do Meu Silêncio - foto: divulgação
Crônicas do Meu Silêncio – foto: divulgação

O curta “Sugira Uma Alternativa Razoável” surgiu de uma ideia de falar sobre a maneira como as pessoas se relacionam hoje em dia, conta Barbara Sturm, roteirista e diretora do projeto; “é uma forma sem muito contato visual e físico, numa dinâmica em que acreditamos que quanto mais tecnologia, mais fácil a vida se torna. A partir daí, desenvolvi um curta documental com depoimentos de pessoas próximas a mim, que seriam verdadeiras em suas declarações, e médicos que trazem um olhar científico. O título do filme dá uma ideia do tom da narrativa”.

A produção foi, praticamente, feita por Barbara e seu marido, que produziu, filmou e editou, junto de alguns amigos profissionais de cinema como Renê Brasil, técnico de som.

Sinopse: Você sabia que o cérebro interpreta o ato de ganhar um abraço ou de receber uma mensagem virtual de alguém que você gosta da mesma maneira?

Uma narrativa direta e realista, utilizando dados científicos e depoimentos de pessoas comuns, mostra como a sociedade contemporânea reage frente ao avanço das tecnologias e das conexões ilimitadas.

Belo Fim - Foto: Divulgação
Belo Fim – Foto: Divulgação

“Belo Fim” é um curta dirigido e escrito por Roberto Bertô, que “essencialmente fala sobre a falta e pensei a estrutura do filme como um quebra-cabeça incompleto… Assim, apresento fragmentos cotidianos  sobre três jovens com sentimentos intensos, mas eu escolho filmar o externo, os deslocamentos dos personagens, como se todos estivessem sendo movidos por emoções que nunca vemos. Essa escolha narrativa cria um filme aparentemente anti-dramático, mas que se sustenta pelo drama interno dos personagem” relata o diretor.

Sugira uma Alternativa Razoável - Foto: divulgação
Sugira uma Alternativa Razoável – Foto: divulgação
 O FESTIVAL

Sem caráter competitivo, o Festival apresenta números impressionantes: foram 623 filmes brasileiros inscritos; quase 10 mil minutos de narrativas curtas, além dos latino-americanos, que são 26 filmes selecionados de 12 países e da Mostra Internacional que conta com 65 filmes, vindo de 41 países.

A Mostra Internacional, Latino-americana e os Programas Brasileiros trazem um panorama das grandes questões das sociedades brasileiras e mundial sob diversos pontos de vistas, e mostram o objetivo do Festival em reunir uma pluralidade de olhares e estilos que refletem essas questões.

Além disso, o Festival ainda conta com atividades paralelas que só vêm a somar e diversificar ainda mais sua programação.

 SERVIÇO:
CRÔNICAS DO MEU SILÊNCIO – Brasil (SP)

2015 • cor • 8 min • Ficção, Documentário • 12 Anos

PROGRAMAS: Programas Brasileiros > Feminino Plural > Feminino Plural 03

Sessão de abertura do Festival:

Data: 24/08 – Quarta – 20h30

Museu  da Imagem e do Som – Av. Europa, 158

Data: 01/09 – Quinta – 17:00

Sala: Centro Cultural São Paulo – R. Vergueiro, 1000

Data: 03/09 – Sábado – 15:00

Sala: Museu da Imagem e do Som – Av. Europa, 158

PROGRAMAS: Programas Especiais > Panorama Paulista > Panorama Paulista 04

Data: 28/08 – Domingo – 21:00

Sala: Museu da Imagem e do Som – Av. Europa, 158

Data: 30/08 – Terça – 19:00

Sala: Espaço Itaú de Cinema – R. Augusta, 1.470

 A MOÇA QUE DANÇOU COM O DIABO – Brasil (SP)

2016 • cor • 14 min • Ficção, Experimental • 12 Anos

PROGRAMAS: Programas Brasileiros > Mostra Brasil > Mostra Brasil 08

Data: 28/08 – Domingo – 15:00

Sala: Centro Cultural São Paulo – R. Vergueiro, 1000

Data: 30/08 – Terça – 21:30

Sala:  CineSESC  – R. Augusta, 2075

Data: 31/08 – Quarta – 17:00

Sala: Museu da Imagem e do Som – Av. Europa, 158

  SUGIRA UMA ALTERNATIVA RAZOÁVEL – Brasil (SC/SP)

2016 • cor/pb • 13 min • Documentário • Todas as idades

PROGRAMAS: Programas Brasileiros > Panorama Paulista > Panorama Paulista 6 – Prata da Casa

Data: 29/08 – Segunda – 19:00

Sala: Espaço Itaú de Cinema – R. Augusta, 1.470

Data: 01/09 – Quinta – 19:00

Sala: Museu da Imagem e do Som – Av. Europa, 158

BELO FIM – Brasil (SP)

2016 • cor • 14 min • Ficção, Experimental • 16 Anos

PROGRAMAS: Programas Brasileiros > Panorama Paulista > Panorama Paulista 4

Data: 28/08 – Domingo – 21:00

Sala: Museu da Imagem e do Som – Av. Europa, 158

Data: 30/08 – Terça – 19:00

Sala: Espaço Itaú de Cinema – R. Augusta, 1.470

 

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Ariel Henrique e Samanta do Amaral no terceiro dia da Semana de Cinema e Mercado

Para completar esses dias de puro aprendizado, a Academia Internacional de Cinema (AIC) recebeu dois profissionais da área técnica, são eles: Ariel Henrique e Samanta do Amaral. Os convidados apresentaram um tema bastante esquecido por todos, a pós-produção e mostraram como essa etapa do processo do filme é tão importante quanto o restante.

Ariel e Samanta na AIC - Foto: David Corredato Takata
Ariel e Samanta na AIC – Foto: David Corredato Takata

Samanta comenta sobre o primeiro filme que utilizou o processo digital aqui no Brasil, “Cidade de Deus”, e Cesar Charlone, o fotógrafo, oriundo da publicidade, trouxe a imagem estilizada para o cinema, “vimos que foi a partir desse filme que se iniciou a exploração desse conceito de se estilizar a imagem no cinema” conta ela.  De qualquer forma, a profissional chama a atenção para o fato de que, o fotógrafo precisa ter bem definido o que quer para o filme, pois o processo de tratamento de cor estilizado ou não, agrega muito valor ao produto. Na sequência, ela passa alguns filmes mostrando a diferença entre o antes e depois. E Ariel também mostra o que os efeitos sonoros podem acrescentar ao filme. Usou o longa de terror, o “Isolados”, de Tomás Portella como exemplo, e exibiu uma cena três vezes. A primeira, somente com o diálogo, a segunda já conta com os sons diegéticos, ou seja, todo o universo sonoro que é perceptível pelos personagens em cena, tais como a paisagem sonora (o som dos carros numa cidade, o ruído de uma multidão, os pássaros no campo, a música num bar, etc.), e a terceira versão, já trazia o elemento música. Foi bastante perceptível aos presentes a diferença e como o áudio valoriza a mensagem que o filme quer transmitir.

 FORMAÇÃO DOS NOVOS PROFISSIONAIS

Foi perguntado aos convidados se eles achavam que os profissionais chegam ao mercado despreparados, e Samanta lembrou o caminho que percorreu, são dez anos de estrada, que começaram como assistente, exigência essa que servia para se dar um tempo de aprender tudo, “o que não elimina o fato de ter que continuar estudando, pois hoje a tecnologia muda muito rapidamente e exige preparação constante, por outro lado, devido à democratização dos meios, ficou mais fácil se tornar diretor de fotografia, diretor, etc., e talvez essa rapidez com que se chega ao set não tem ajudado os profissionais a se preparar melhor”, ela frisa a importância da constante busca pelo conhecimento seja por meio do estudo, seja na prática, é a junção dos dois fatores que irá produzir profissionais capacitados. E Ariel também engrossa o coro quando responde à questão: “tem o pessoal que quer trabalhar áudio, mas não tem conhecimento técnico e tem aqueles que possuem conhecimento técnico, mas lhes falta entender a linguagem. Por isso juntar prática à teoria”.

Ariel e Samanta na AIC - Foto: David Corredato Takata
Ariel e Samanta na AIC – Foto: David Corredato Takata
 BRIEFING

Tanto Ariel quanto Samanta trabalham com briefing, porém nada os impede de sugerir mudanças e inserir sons que se percebem bastante característicos. No caso da cor, Samanta conta que no filme “Isolados” fez uma mudança de dia para noite em uma cena, onde o personagem leva uma porrada e cai desacordado, para ela, como já era final do dia, e não se sabia quanto tempo ele permaneceu assim, a profissional sugeriu a mudança, o que foi acatada com entusiasmo, mas não sem surpresa pelo diretor e fotógrafo que não tinham percebido essa elipse de tempo. Já para Ariel e seu áudio, todos os trabalhos também são feitos com briefing antes para orientar o técnico, mas independente disso, “tem o básico que o editor faz, como a utilização dos sons clichês; aqueles que quando utilizados, o espectador já consegue entender o recado,  como por exemplo: se for utilizado grilo dará leitura de noite, se for colocada cigarra, dará leitura de dia, e se for utilizado passarinho, é começo da manhã ou final de tarde”.

 TEMPO PARA PÓS

Para a correção da cor, a profissional diz utilizar dez dias para realizar um bom trabalho, diz ela: “um longa é dividido em cinco rolos de 20 minutos, nesses dez dias são 02 dias dedicados para 20 minutos de matéria, duas diárias de 06 a 08 horas. No primeiro dia, inicio o equilíbrio de câmera e já começo a dar uma intenção do que vai ser o tratamento da imagem do material e o segundo dia de cada rolo, é para fazer a parte mais poderosa do tratamento de cor e de aprovar o material”.

Como Ariel diz, num mundo ideal, seriam dois meses para a edição do som e mais quatro semanas para a mixagem. “Tem um editor de diálogo editando som direto, o pessoal do foley gravando e editando foley, um editor recriando ambiências. E em paralelo, a gente fazendo listas do que no som direto não ficou legal e teríamos que regravar. Mas tem sido muito frequente diminuir o tempo devido aos orçamentos apertados.”

Ariel e Samanta na AIC - Foto: David Corredato Takata
Ariel e Samanta na AIC – Foto: David Corredato Takata
A PÓS NÃO SALVA, MAS VALORIZA E AGREGA O PRODUTO FINAL

Durante toda a conversa, os dois chamaram bastante atenção para essa situação, “a pós não salva, ou pelo menos não deveria, mas agrega e valoriza o produto final.” Para Samanta, o tempo também é importante para se realizar um bom trabalho, “muitas vezes o material chega para nós porque entrou num festival, ou vai ter uma exibição, e não se tem o tempo necessário para trabalhar. A questão do orçamento é sempre negociável, mas o tempo não é negociável, eu peço dez dias para fazer um longa. Por isso eu quero dar um conselho a todos vocês que estão começando na profissão, pensem na pós, já na fase de pré-produção, para que tudo seja bem feito.

 CONSELHO

Ariel dá conselho para quem está começando agora: “E se fosse para dar uma dica para quem está tentando trabalhar com áudio, é importante ir às finalizadoras ou procurar estúdios e tentar estágios, por exemplo. Outra coisa também, é ir ao cinema; a gente se acomoda um pouco, pois é muito mais barato ficar em casa e assistir ao NETFLIX, do que pagar 30 reais para ir ao cinema e ver um filme, e faz toda a diferença ir até lá e descobrir como o som está sendo feito.” Além disso, para Samanta é importante construir repertório, “vejam de tudo, pois a gente pode tirar coisas boas de produtos ruins, e aprender como não deve ser feito”.

 

 

 

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Segundo dia da Semana de Cinema e Mercado tem Fabiano Gullane

 

Nesse segundo dia de palestras, a Academia Internacional de Cinema (AIC) recebeu  Fabiano Gullane, que estudou cinema e estreou na profissão como diretor de produção do curta “Cartão Vermelho” (1994) de Laís Bodanzky. Em 1994, fundou com o irmão a produtora Gullane e desde então, tem realizado muitos filmes de grande destaque, como: “Carandiru”, de Hector Babenco, indicado à Palma de Ouro no Festival de Cannes, “O ano em que meus pais saíram de férias”, em 2008, de Cao Hamburger, vencedor do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro em três categorias, incluindo melhor filme, “Até Que a Sorte nos Separe”, em 2012, recordista de bilheteria nacional do ano, com 3,5 milhões de espectadores e, em 2015, chegam aos cinemas o filme premiado nos festivais de Sundance e Berlim deste ano, “Que horas ela volta?”, de Anna Muylaert.

Gullane na AIC - Foto: David Corredato Takata
Gullane na AIC – Foto: David Corredato Takata

Gullane começou sua fala ressaltando sobre a importância do evento para o cinema brasileiro, pois há poucas iniciativas como a da AIC, na qual há um investimento na formação dos profissionais da área, que muitas vezes possuem um talento imenso, mas “não possuem um repertório técnico necessário para ter sucesso na área”.

O produtor também lembrou como começou na área, na época da faculdade, ele e o irmão cursaram cinema e participaram da produção de quase 30 curtas, trabalhando de tudo um pouco, os desafios que enfrentou e ainda enfrenta. “Foi sempre uma batalha, e continua sendo…  o que conquistamos acaba sendo mais visível, mas tem uma história de quedas, de erros, mas é uma trajetória de muita superação, de conquistas e a batalha não acaba nunca. Temos que trabalhar diariamente com muito foco e seriedade para que a produtora dê bons frutos. A vida para àqueles que vivem do cinema não é um sonho, não é uma realidade simples. E ainda mais para aqueles que vivem da produção independente. E o primeiro conselho que dou para quem está trabalhando de forma independente, é estar preparado para essa sucessão de desafios que será a vida de vocês. É ruim? Não, tem mais desafios!”

Com a retomada do cinema brasileiro entre 1993 e 1994 e a criação da Lei do Audiovisual, surge também a Gullane. Que começa no ramo, fazendo cinema, porém, com o tempo, também percebe que havia muito pouco olhar para o filme depois de pronto. “Ninguém sabia o que fazer. O que achávamos uma loucura, tanto trabalho, tanta dedicação, talento, e o projeto morria na praia.. na verdade, o filme, ele nasce depois que está pronto.  E assim, a gente monta a Gullane com esse objetivo, além de nos dedicarmos a financiar e fazer os filmes, tínhamos um olhar muito forte na sua comercialização. Queríamos fazer com que os filmes existissem para o mundo, não só para gente”.

O filme “Bicho de Sete Cabeças” lança a produtora para o mundo, e para Fabiano e seu irmão, ter acertado já no primeiro longa, “fez com o que o mundo os olhasse com mais respeito”. Depois com o filme “O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias”, enfrentar o desafio de tentar vendê-lo fora do Brasil, já que ninguém conhecia ao diretor. Mas novamente tiveram sucesso e conseguiram comerciá-lo para mais de 35 países. “E com o tempo fomos melhorando, dominando essa operação de financiar, produzir, lançar e hoje com muita tranquilidade estamos prontos para fazer qualquer tipo de cinema” conta o produtor.

FINANCIAMENTO E COMERCIALIZAÇÃO DOS FILMES NO BRASIL E NO MERCADO INTERNACIONAL
Fabiano Gullane na AIC - Foto: David Corredato Takata
Fabiano Gullane na AIC – Foto: David Corredato Takata
 Como funcionam os projetos dentro da Gullane?

Há etapas que devem ser seguidas:

1ª etapa: a escolha do projeto.

Que demora mais ou menos um ano. Leva-se 12 meses para se escolher o projeto, pesquisar, fazer um argumento, ver se ele vai funcionar, dar uma primeira versão para o roteiro e transformá-lo num projeto executivo, que significa saber seu custo, se é comercial, se é mais um projeto onde leva uma assinatura ou se é para festivais.

2ª etapa: captação de recursos.

Normalmente, é onde se demora de 18 a 24 meses. Esse momento é usado para amadurecer o roteiro. E vender a ideia para as pessoas que irão dar cara e corpo a ele, os atores.

3ª etapa: com o dinheiro captado, pagam-se as dívidas do passado. Aqui é a fabricação do filme, que envolve a preparação – pré-produção – filmagem – pós-produção. E leva mais ou menos um ano para preparar até a última cópia dele.

Principais Mecanismos De Financiamento no Brasil
Gullane na AIC - Foto: David Corredato Takata
Gullane na AIC – Foto: David Corredato Takata

Fabiano comentou sobre as duas categorias de financiamento, que são: fomento direto e fomento indireto.

Fomento direto: o próprio fundo setorial (aquele criado para que as empresas de telecomunicações depositem uma vez ao ano sua contribuição ao CONDECINE), e hoje, é o principal mecanismo de financiamento.

Fomento indireto: por meio do qual, a pessoa recebe autorização da ANCINE para financiar. Gullane explica que aqui há duas formas de receber esse financiamento, “que pode ser pelas empresas que pagam imposto de renda e tenham lucro, podendo destinar até 4% desse imposto devido ou empresas da área audiovisual, que ao mandar dinheiro para fora, para suas matrizes, sofrem taxação sobre essa operação, e podem destinar até 70% do valor dessa taxa para investir no cinema”.

 

Gullane na AIC - Foto: David Corredato Takata
Gullane na AIC – Foto: David Corredato Takata
COMERCIALIZAÇÃO DO FILME

Gullane mostrou que se consegue fazer quatro tipos de venda, baseados nas janelas, nomes dados aos locais onde se pode comercializar o filme: cinema, Video On Demand (VOD), TV a cabo e TV aberta. E a venda pode ser por território, mercado doméstico, onde foi feito e o mercado internacional.

Cadeia Produtiva do Cinema

Produtor → distribuidor → exibidor

Qual é o papel de cada um?

O produtor, como diz Gullane, “é detentor dos direitos patrimoniais e do mandato de venda. Ele que irá vender para o mundo, doméstico e internacional. É responsável junto com o diretor de levantar o filme, saber se está bom, convidar as pessoas, financiar e, além disso, no final, depois de pronto, representá-lo comercialmente no mundo”.

A principal função do distribuidor é financiar a colocação do filme no mercado, ou seja, fazer a distribuição física desse filme em todos os exibidores.

Para vender o filme internacionalmente, Fabiano chamou a atenção para os países que tem tratado de coprodução com o Brasil. Para quem está começando, “é importante se inteirar de todas as leis, acordos que estão disponíveis. No site da ANCINE, você encontra tudo detalhadamente explicado. E claro, para vender internacionalmente, é importante estar em algum festival para obter reconhecimento”.

 OS FESTIVAIS

Fabiano respondeu a várias perguntas sobre a comercialização, produção dos filmes, mas também falou sobre a importância dos festivais para quem está tentando lançar seu filme. Para ele, “é necessário colocar os filmes em festivais, eles são uma plataforma de lançamento, um espaço de divulgação; realmente considero uma boa estratégia de promoção. Eles irão ajudá-lo na campanha de lançamento do seu filme”.

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AIC e Festival do Minuto convidam a fazer cinema

A Academia Internacional de Cinema (AIC) em parceria com o Festival do Minuto convidam você a produzir um vídeo com o tema “Fazer Cinema”: faça um vídeo de até um minuto sobre o ato de colher imagens do real.

Os melhores trabalhos serão premiados pela curadoria do Festival do Minuto com o Troféu Minuto. Além disso, a Academia Internacional de Cinema irá oferecer uma bolsa de estudos integral para o melhor vídeo, para alunos e não alunos. A iniciativa tem apoio da Secretaria da Cultura do Governo do Estado de São Paulo.

O Festival do Minuto, um dos maiores e mais conhecidos festivais brasileiros, completou 25 anos em 2016, tendo recebido ao longo de suas edições vídeos de cineastas que se tornaram referência na cinematografia brasileira, como Fernando Meirelles e Anna Muylaert.

Festival do Minuto e AIC convidam você a Fazer Cinema
Festival do Minuto e AIC convidam você a Fazer Cinema

 

Para Franthiesco Ballerini, Coordenador Geral de Cursos Livres da AIC, “o tema proposto é uma ótima oportunidade para pensar na realização em si, o que é muito bom para que as pessoas criem boas narrativas. E apesar de os alunos da AIC produzirem curtas de 5 a 25 minutos, fazer uma história para 1 minuto é um baita desafio. E, quando bem feito, tem visibilidade maior que curtas de maior duração, pois o consumo do audiovisual hoje mudou. As pessoas querem coisas rápidas e ágeis. Se o aluno fizer um bom curta de um minuto, terá imensa visibilidade no mercado”.

A inscrição é gratuita e aberta ao público. Não fique fora dessa, envie o seu vídeo!

 

 

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