A Atriz Rejane Arruda e o novo Curso de Interpretação para Cinema

Atriz, pesquisadora e professora

Cena do filme "Corpos" de Rubens Rewald e Rossana Foglia
Cena do filme “Corpo” de Rubens Rewald e Rossana Foglia

Rejane Arruda, atriz, professora e pesquisadora por vocação – como se define, é uma das professoras do novo curso da Academia Internacional de Cinema, o Curso de Interpretação para Cinema.

Como pesquisadora e doutoranda na USP, realiza uma pesquisa intitulada “O Ateliê do Ator-encenador” sobre o que acontece entre o material de estímulo (que pode ser uma palavra de um texto, uma instrução do diretor, uma imagem interna, um movimento, um objeto, um som etc) e a resultante corporal em cena. “Uma espécie de articulação entre várias técnicas que vivencio e reelaboro em minha experiência como atriz”, conta.

Estreou no cinema com ninguém menos que Ruy Guerra, em “O Veneno da Madrugada” (2004) e depois fez “Corpo”, de Rubens Rewald e Rossana Foglia, protagonizando ao lado de Leonardo Medeiros. Em 2008, o filme ganhou o prêmio de Melhor Filme no The Method Independent Film Festival, em Los Angeles, e ficou entre os 10 melhores da Mostra Internacional de São Paulo.

Também atuou em dois curtas: “Medo de Sangue”, de Luciano Coelho, que estreou no Brooklin Internacional Film Festival e percorreu vários outros festivais e, o curta “Iminente”, de Romeu Di Sessa, sobre uma personagem com Síndrome do Pânico.

"Medo de Sangue" de Luciano Coelho
“Medo de Sangue” de Luciano Coelho

Dia 14 (próxima sexta), o longa “Rendas no Ar” de Sandra Alves, que conta com Rejane no elenco, tem pré-estreia no Festival FAM – Florianópolis Audiovisual Mercosul.  E em julho, a atriz filma em Porto Alegre, com Leonardo Remor. Além dos filmes, atua há 20 anos em teatro e passou pela globo na novela “O Cravo e a Rosa”.

A Entrevista

Em entrevista para a Academia Internacional de Cinema, Rejane conta um pouco sobre como é atuar em cinema e fala sobre o novo curso de Interpretação para Cinema. Confira:

AIC – Qual a diferença em atuar para o cinema?
Rejane Arruda: Atuar em cinema é diferente de atuar no teatro, especialmente pelo jogo com o enquadramento e pelo cinema muitas vezes (acredito que isto aconteça bastante no cinema contemporâneo) exigir do ator uma espécie de atuação bastante naturalista – onde se vê a plasticidade de um pensamento, a inscrição da visualidade de um corpo cotidiano e íntimo e onde as ações e as falas precisam ser apresentadas como impulso para que se dê um efeito de espontaneidade.

"O Cravo e a Rosa" novela da Rede Globo
“O Cravo e a Rosa” novela da Rede Globo

AIC – Quais qualidades e técnicas um bom ator de cinema precisa ter?
R.A.: Eu acredito muito na construção para a desconstrução. Quer dizer, construir para esquecer e voltar sem querer, desdobrar. Improvisar com cadeias pré-marcadas no corpo. Para que na hora a surpresa (e o novo) seja registrada pela câmera.

AIC – Por que fazer o curso de interpretação para cinema?
R.A.: O curso irá instrumentalizar o ator para uma inscrição na poética fílmica, para se virar melhor em testes e manejar melhor seu jogo com certos materiais em função do filme.

AIC – Que tipo de exercício e desafio o aluno irá encontrar no curso?
R.A.: Ele vai viver certo percurso: desde a escolha de materiais até a criação de cenas para o exercício de atuação no cinema – e a reflexão sobre isto, a busca de referências, como situar seu trabalho.

AIC – Precisa ser ator?
R.A.: Não precisa ser ator mas precisa ter um certo desejo de estar no set, junto a câmera, junto a condição de imprevisibilidade que a criação implica.

AIC – Qual a sua dica pra quem está começando?
R.A.: O curso é interessante por juntar três referências, cabeças e métodos, experiências, diferentes (eu o Cris e o Henrique). Então uma dica boa é fazer o curso mesmo. Acho que a gente pode trazer um referencial interessante para quem quer começar. E uma experiência marcante também.

O Curso de Interpretação para Cinema

O objetivo do curso de Interpretação para Cinema é analisar e refletir sobre os aspectos técnicos e artísticos que compõem a

"O Veneno da Madrugada" de Ruy Guerra
“O Veneno da Madrugada” de Ruy Guerra

linguagem do cinema a partir da perspectiva do ator. O curso fornece instrumentos para que o ator tenha a compreensão prática e teórica da relação entre diretor e ator num set de filmagem. Faz uma análise introdutória das escolas de interpretação dentro do contexto histórico do cinema e seus desdobramentos. A direção de “não-atores” e suas especificidades. Analisa o perfil do ator, construção de um perfil de personagem, casting e mise en scène. Ao todo são 42 horas distribuídas em 14 encontros que acontecem às quintas, começando no dia 12 de setembro. Saiba mais e inscreva-se.

*Fotos Divulgação

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Amanhã, ex-aluno Jarleo Barbosa lança filme no MIS

cartaz_atras_historiaO ex-aluno do curso de Oficina Crítica, Jarleo Barbosa, lança seu terceiro filme, o curta “Atrás da História (ou no Coração do Filme)”, amanhã (18/06) às 20h, no Museu da Imagem e do Som (MIS) de São Paulo.

O curta conta a curiosa história de um filme (isso mesmo, o protagonista é o filme!) que está à procura de sua própria história e de sua mocinha. Jarleo conta que o fato de o filme em si ser um personagem abre uma via dupla de possibilidades: o filme como aparato e como herói. “Na história ele fica alternando entre um e outro. A busca do filme é a busca de qualquer pessoa na tentativa de se encontrar, mas também é a busca de qualquer diretor quando quer contar uma história.”

Segundo o cineasta, a produção reflete o seu momento enquanto diretor audiovisual. “Após fazer os meus dois últimos filmes, o “Julie, Agosto, Setembro”, e o “Faltam Duas Quadras”, entrei numa crise de me questionar sobre o tipo de filme que eu gostaria de fazer. Acredito que o “Atrás da História” é reflexo desse momento. É um filme de busca, de busca de significado, de sentido”, comenta.

O filme foi selecionado para participar da 11ª Mostra ABD que faz parte da programação do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental da Cidade de Goiás (Fica) e na 8ª Mostra Mosca que acontece em Cambuquira (MG).

Assista ao Trailer de “Atrás da História”:

Produtora e Festivais

Goiano, da cidade de Anápolis, Jarleo mora em São Paulo há pouco mais de dois anos e, junto com outros quatro amigos lançou em 2010 a Panaceia Filmes, localizada em Goiânia. A produtora tem como missão fomentar e promover novas formas de pensar e realizar o audiovisual no estado. Além de seis filmes no currículo, a Panaceia também desenvolve a revista eletrônica de cinema “Janela”.

Apesar de ter pouco mais de três anos, a produtora já possui uma extensa lista de premiações e já passou por diversos festivais, graças ao curta “Julie, Agosto e Setembro”. O curta foi visto em mais de 40 festivais e ganhou 19 prêmios, entre eles o 5º CineMube, em São Paulo, nas categorias de melhor atriz e melhor filme, no IV Cinema da Fronteira, com melhor roteiro e no 7º Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro, em João Pessoa, com prêmios em melhor direção e atriz.

Serviço:

Estreia do curta-metragem “Atrás da História (ou no coração do filme)”
Data: 18 de junho (terça-feira)
Horário: 20h
Local: Museu da imagem e do Som (MIS) – Av. Europa, 158 – Jardim Europa São Paulo.
A exibição é gratuita

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“Ausência” na Mostra Catarinense do FAM

O curta documentário “Ausência”, do aluno Jardel Tambani, que curso o FILMWORKS, acaba de aumentar a lista de festivais pela qual está passando. O último é o Florianópolis Audiovisual Mercosul – mais conhecido como FAM. O curta será exibido no próximo dia 19, na Mostra Catarinense, na Universidade Federal de Santa Catarina. (Confira a programação completa aqui).

Autobiográfico, o filme conta a história de Jardel, um filho que após 14 anos da morte do pai volta para a cidade natal, no interior de Santa Catarina, para resgatar a história de sua própria paternidade e da perda do pai.

“Lembrava de pouca coisa dele, com o filme construí uma pessoa que até então não estava clara”, declarou Jardel. Para ele, fazer o filme também foi uma espécie de autoterapia: “Eu tinha poucas memórias, queria achar ‘um pedaço dele’ por lá, algo que me trouxe-se conforto, quem sabe uma resposta pra tudo e uma forma de acalmar essa ausência”.

“Ausência” foi o grande vencedor da 4ª Edição do Filmworks Film Festival e Jardel, como prêmio, irá participar de trabalhos (remunerados) na Conspiração Filmes. O filme também passou pelo 17º Festival Brasileiro de Cinema Universitário, o 8º Panorama Internacional Coisa de Cinema, o Primeiro Plano – Festival de Juiz de Fora e Mercocidades, o Catavídeo – Mostra de Vídeos Catarinenses, e a 6ª Mostra Cine BH e o Fidé Brasil – Festival Internacional de Documentário Estudantil.

Assista a entrevista de Jardel na premiação do 4ºFWFF:

FAM – O Festival

Em sua 17ª edição, o Festival reúne sete mostras de longas e curtas-metragens, com a exibição de algumas das produções mais recentes do cinema latinoamericano e um Fórum – que é transmitido ao vivo pela internet – onde são discutidas políticas públicas e sobre cultura e estética na produção audiovisual.

O longa-metragem de abertura do Festival é “Rendas no Ar”, dirigido por Sandra Alves e conta com a professora Rejane Arruda no elenco, interpretando a mãe da protagonista. A cerimônia de abertura acontecerá na sexta-feira (14), no Auditório Garapuvu do Centro de Cultura e Eventos da UFSC, às 19h30. O filme será exibido às 21h.

Para saber mais sobre o festival clique aqui.

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Para você, o que é cinema?

Perguntamos aos professores do Intensivo de Férias: “PARA VOCÊ, O QUE É CINEMA?”. Como um dos grandes diferenciais do Intensivo de Férias de Cinema é que cada disciplina é dada por um professor especializado das diversas áreas do cinema, cada professor definiu cinema de um jeito. Eles também contaram sobre sua área de atuação, sobre os projetos que estão realizando no momento e ainda revelaram algumas atividades que irão rolar durante o curso.

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Cinema de A a Z

 

Roteiro: Thiago Fogaça

assistencia de direçãoRoteiro
Saímos de um filme comentando os efeitos especiais, os ângulos de câmera, os truques de edição, as boas atuações, a direção inovadora, os elementos artísticos. Mas o que fica conosco são as emoções. O que comentamos meses depois de ver um filme é o que ele significou para nós. Isto é o trabalho do roteirista, conhecer a natureza humana e saber passar através de personagens e tramas algum significado que nos faça refletir o que é ser humano.

O que você vai ensinar?
Farei os alunos procurarem pelo pior personagem para passar pela pior situação ao bolar várias ideias para curtas-metragens. Histórias poderosas fazem isto, pois forçam os personagens a entrarem não só em conflitos externos, mas também internos, questionando personalidade, crenças e moral.

No que você está trabalhando no momento?
Estou escrevendo um livro de roteiro e desenvolvendo uma série de animação para crianças de 8 a 12 anos, sobre uma bandinha de Rock que viaja no tempo mais estragando do que consertando o passado.

Produção: Alessandra Haro e Teresinha Cipolotti

Produção
Produção é o alicerce de qualquer filme. A produção é a área que vai transformar o filme em realidade.

O que vocês vão ensinar?
Apresentamos cases de filmes que já trabalhamos e fazemos a leitura e análise do roteiro do curta-metragem que irá ser produzido pelos alunos, levantando as necessidades referentes às áreas de produção.

No que você está trabalhando no momento?
Alessandra: Trabalhando na WIFT como diretora de produção. No momento estou desenvolvendo a produção de exibições de longas seguidas de debates com a equipe do filme.
Teresinha: Fazendo Direção de Produção do programa educativo Click, para o canal a cabo Gloob (canal infantil da Rede Globo).

Som: Bernardo Marquez e Julian Ludwing

Somsom_web
O som, diferentemente da imagem, não está sujeito aos limites de um enquadramento. O pensamento sonoro em uma narrativa pode expandir o leque criativo, nos fazendo acreditar no impossível. A magia do cinema depende da sonorização para nos fazer acreditar, e essa arte do ilusionismo é tão prazerosa quanto desafiadora.

O que vocês vão ensinar?
É muito bacana realizar um exercício de captação de som direto onde cada aluno terá contato com diferentes desafios que ajudarão a “abrir os ouvidos”.

No que você está trabalhando no momento?
Bernardo: Terminando o mestrado na ECA/USP sobre o pensamento sonoro do cinema brasileiro. Entrando na etapa da pós-produção de som do longa documentário “Memórias da Resistência”, o qual assino a Direção de Som.
Julian: Estou produzindo a sonorização para uma exposição do SESC que vai narrar a história do rio Paraíba, além de um longa-metragem documentário sobre raios, produzindo pelo INPE.

Direção de arte: Luiz Lopreto

Direção de Arte
Resumindo: sem ARTE, não dá!!! Direção de Arte

O que você vai ensinar?
Entre os exercícios propostos destaco a produção do ” Curta com Fotografias ” onde, através de pretextos pré-estabelecidos que abordam a natureza dos princípios compositivos da Direção de Arte, o aluno tem a oportunidade de elaborar um curta feito com fotografias.

No que você está trabalhando no momento?
Estou elaborando meus novo espetáculo interdisciplinar chamado “Fragmentos”, com Poesia, Dança, Música, Teatro para a produção de fotos e vídeos ao vivo – com apresentações para o Festival de Inverno de Paranapiacaba.

Fotografia: Rafael Nobre e André Moncaio

Fotografia
A fotografia de cinema é muito mais do que câmeras e tecnologia. É pensar, sentir e materializar palavras através da técnica e do olhar sensível e apurado do diretor de fotografia.

O que vocês vão ensinar?
Durante as aulas de iluminação, os alunos realizarão um exercício de reprodução de uma tela barroca.

No que você está trabalhando no momento?
Rafael Nobre: Após o término das filmagens do novo longa-metragem do Cristiano Burlan, estou em meio a pré-produção de um curta-metragem de Cláudio Gonçalves, com previsão de início para Agosto.
André Moncaio: Acabei de finalizar o documentário “Canto da Lona” que fotografei e foi dirigido pelo premiado diretor Thiago Brandimarte Mendonça. O filme será lançado neste ano e deve figurar em alguns festivais. Foi uma experiência bem interessante, pois o filme foi em P&B e com uma abordagem de fotografia de ficção. Também estou finalizando o curta-metragem “Como a chuva” do diretor Márcio Yonamine, um filme muito poético, no qual utilizei abordagens “inversas” no que diz respeito às formas tradicionais de iluminar cenas diurnas.

Edição: André Francioli

Edição
Saber operar um software de edição, mesmo que bem, não transforma ninguém em montador. Estude a história do cinema, transite pelas outras artes e evite apertar botões de um modo inconsciente e autômato.

O que você vai ensinar?
Busco fazer o aluno entender a montagem como um jogo de manipulação de formas e símbolos.

No que você está trabalhando no momento?
No momento estou em montagem de um projeto pessoal, a partir de um arquivo de imagens de celulares e câmeras fotográficas. Chama-se “Aprendiz de Turista”, um longa-metragem que venho compondo na ilha de edição há pelo menos 3 anos. Um trabalho autobiográfico e iniciático, que também busca dar transcendência estética a imagens muitas vezes ordinárias.

*Fotos: Alessandra Haro,  Julian Ludwing, Mônica Wojciechowski e Divulgação

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ALUNOS NOS FESTIVAIS: FOI ASSIM COM “IRENE”

cartaz_IRENE2Mais de 30 festivais nacionais e internacionais e 13 prêmios, inclusive em categorias profissionais. Esse é o currículo do curta-metragem “Irene”, feito em 2011, no terceiro semestre do Curso Filmworks, pelos alunos Patricia Galucci e Victor Nascimento. “Irene” é um dos muitos filmes de alunos da AIC que vem se destacando em festivais ao longo dos anos, uma trajetória de sucesso que o novo programa AIC NOS FESTIVAIS— que apresenta aos alunos o bê-á-bá de como tudo funciona no concorrido mercado dos festivais— pretende intensificar.

A campanha dos festivais faz parte da agenda de todo estudante de cinema. Festivais são a grande vitrine, um importante filtro para a produção de novos cineastas que almejam entrar no mercado. Mas o mundo dos festivais é um território com regras próprias de navegação, e nem sempre fácil de entender, como comenta o codiretor de Irene, Victor Nascimento: “Tivemos a iniciativa de enviar o filme a alguns festivais por incentivo dos professores, mas como não entendíamos nada desse mercado não acreditávamos que algo aconteceria. No começo inclusive nos questionávamos se os envelopes chegariam e se alguém assistira o curta de dois estudantes. Logo em seu primeiro festival o filme faturou os prêmios de Júri Popular e Melhor Diretor Estreante. Ali percebemos que deveríamos investir nas inscrições e que deveríamos pesquisar festivais que se encaixassem no perfil do filme”.

Em festivais universitários o filme ganhou prêmios de Melhor Filme e Júri Popular no Festival Universitário da Bahia e Melhor Atriz no Noia, em Fortaleza. Três prêmios de Melhor Atriz incluindo o Primeiro Plano de Juiz de Fora, um festival voltado para os trabalhos de estreia dos diretores, onde o curta ganhou também como Melhor Direção de Arte e Melhor Fotografia. O primeiro prêmio internacional foi de Melhor Filme do Festival Internacional GLBT de Barcelona.

Patricia e Victor recebendo prêmio no Festival da Bahia
Patricia e Victor recebendo prêmio no Festival da Bahia

A parceria entre os dois deu tão certo que foi além do filme. Hoje, graças ao sucesso que iniciou com o curta e os festivais, Patricia e Victor abriram uma produtora, a Maria João Filmes e produzem filmes de ficção, documentários e publicidade. Uma parceria que começou na escola e se efetivou pela via dos festivais.

Saiba mais sobre o programa AIC NOS FESTIVAIS: Tudo que você sempre quis saber sobre festivais e não sabia para quem perguntar

Leia a entrevista com o coordenador programa AIC NOS FESTIVAIS e saiba mais como tudo funciona: ABC DOS FESTIVAIS

*Fotos Thais Cocca e Divulgação filme

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ABC DOS FESTIVAIS

O professor Michael Wahrmann, que coordena o novo programa AIC NOS FESTIVAIS respondeu algumas perguntas sobre AIC09-02-6335festivais e conta alguns segredinhos para quem está começando. Confira o que está por trás das grandes mostras e festivais.

 

AIC – O que um filme precisa ter para entrar numa mostra ou festival importante?

Michael Wahrmann: Acho que essa é uma pergunta muito complicada, pois tem diferentes tipos de festivais (aproximadamente 3-4 mil festivais de cinema no mundo) e ainda mais, diferentes tipos de filmes. Além disso, cada festival é composto por um grupo de curadores com gosto variado. Do mesmo jeito que pessoas diferentes gostam de diferentes filmes. Cinema não é uma ciência, e não temos como definir objetivamente se um filme é bom ou não. Tudo sempre é discutível e subjetivo. Do mesmo jeito, funcionam os programadores dos festivais. Mas acho que o mais importante é nunca ter medo nem ficar preso ao que dizem os professores e amigos. Ninguém sabe realmente nada sobre esse assunto. Tem filmes que podem ser detonados em uma banca da AIC mas ter o maior sucesso em festivais. E vice versa. Então o mais importante é acreditar no seu filme e não desistir.

AIC – Qual a dinâmica dos maiores festivais?

M.W.: Geralmente um festival importante já funciona como um chamativo para uma serie de convites para outros festivais e pode garantir uma longa carreira de festivais ao filme. Mas muitas vezes, um festival menor, pode funcionar como plataforma para descobrimento de um filme que pode ser convidado para um festival maior. Por exemplo, passar em um festival universitário pode levar a passar em um festival de curtas importante no Brasil, onde tem algum curador internacional que fica de olho no seu filme. E caso não tivesse passado no universitário, talvez ninguém notasse a existência dele. E vice versa, muitas vezes um filme não é selecionado no festival universitário, mas sim em Cannes, e aí tudo muda.

Por exemplo, eu estreei meu primeiro curta “Avós”, no festival de Super 8mm de Curitiba, um festival pequeno e de nicho, onde o curta ganhou vários prêmios. Quando fiz a inscrição do filme no festival de Berlin, ele já chegou como um reconhecimento anterior, que fez os curadores de lá prestarem mais atenção no curta. Em grandes festivais, são milhares de inscrições e a gente precisa de alguma forma tentar se destacar.

AIC – Que dicas sobre festivais você daria?

M.W.: A melhor dica para alunos da Academia Internacional de Cinema é ler o manual de festivais que criamos. É uma apostila muito ampla e didática que explica a melhor forma para se aproximar dos festivais. Como fazer as inscrições certas, como fazer capa, e muito mais.

AIC – Dá pra medir a qualidade de um filme pela quantidade de mostras que ele passou? Ou de prêmios que ganhou?

M.W.: Olha, isso é complicado. Pois além de um filme ser bom ou não, muitas vezes ele precisa de sorte. Pois festivais também tem muito jogo politico. Quem assistiu o curta inscrito? De que humor essa pessoa estava? Já que cinema é tão subjetivo, às vezes você pega alguém na hora errada e o cara nem vê seu filme direito. Outras vezes você se inscreve e o curador, por acaso tem um interesse pessoal com a temática do seu filme. Enfim, nunca se sabe. Pode ter um filme bom, que não teve sorte. Mas de forma geral, é importante vermos os filmes que tiveram reconhecimento em festivais, pensar e discutir sobre eles, pois são eles que mostram uma tendência e descobrimento de novas linguagens.

AIC – Como escolher para que festivais mandar cada filme? Essa seleção se faz apenas pelo tema do filme?

M.W.: Acredito que temos que ter um parâmetro básico para essa questão. Uma espécie de estratégia. Definirmos uma quantidade de festivais ao longo de um ano, nacionais e internacionais e começar a enviar um por um. Se após esse leva, não entrou em nenhum, aí, a vida do filme acaba aí. Se entrou em algum, tem que sentir a recepção do curta no festival e refletir em como prosseguir, se vale a pena tentar ampliar as inscrições. Naturalmente, quanto mais inscrições, mais chances o filme tem de ser selecionado.

A princípio, na AIC, fazemos uma primeira tiragem dos festivais mais importantes no Brasil e fora, que valem ter inscrições dos alunos.

AIC – Existem algumas entidades nacionais que apoiam o envio de filmes para festivais internacionais, como é o caso da ANCINE. O que você acha dessas iniciativas? Existe alguma dica para conseguir esse tipo de apoio?

M.W.: A ideia é que os cineastas, geralmente, não tem a capacidade de representar seus filmes em festivais internacionais. Pois raramente os festivais pagam passagens internacionais e ajudam com os custos. Assim a Ancine – Agencia Nacional de Cinema e o departamento de cinema do MRE – Ministério de Relações Exteriores criaram vários mecanismos de apoio a filmes selecionados em festivais internacionais. Claro que é uma iniciativa muito bem vinda, pois a participação do diretor nos festivais é extremamente importante para criar sua rede de contatos e representar seu filme.

Dessa forma, as duas entidades criaram regras e uma lista de festivais para quais eles prestam apoio. Não existe dica, pois o negocio é bastante objetivo e claro. E no manual da AIC, existe um capitulo detalhando esses assuntos de forma bem clara, com a lista dos festivais que recebem apoio e como fazer o pedido.

AIC – Você poderia citar alguns festivais que estão com as inscrições abertas nos próximos meses?

M.W.: Vale destacar no Brasil os festivais de cinema de Gramado e Brasília, como os mais importantes, que ainda estão com as inscrições abertas. O Festival de curtas de São Paulo (Kinoforum), o mais importante dentro do mercado de curtas, fecha as inscrições agora, dia 31 de maio. Assim como o Curta Cinema, festival de curtas do RJ, que também esta com suas inscrições abertas e é tão importante quanto o de SP. Os dois festivais mais interessantes, jovens e com a mais exigente curadria, são do nordeste, a Janela Internacional de Cinema de Recife (dirigido pelo Kleber Mendonça Filho, dir. Do Som ao Redor) e o Panorama Coisa de Cinema da Bahia em Salvador dirigido por um jovem casal de diretores. Os dois, com um olhar mais aberto e independente, tem vários curadores internacionais entre seus convidados e são uma ótima janela de exibição de curtas, semelhante ao festival de Tiradentes que é no começo do ano que vem. E por ultimo, o FBCU, festival de cinema universitário, que é o melhor lugar para começar exibir seu filme e conhecer gente nova.

Saiba mais sobre o programa AIC NOS FESTIVAIS: Tudo que você sempre quis saber sobre festivais e não sabia para quem perguntar

Veja o ponto de vista dos alunos que dirigiram “Irene”, curta que rodou festivais nacionais e internacionais: ALUNOS NOS FESTIVAIS: FOI ASSIM COM “Irene”

*Foto: Gustavo Lourenço

 

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