No último domingo (13), o professor de cinema Cláudio Gonçalves, esteve em Goiânia para entregar dois prêmios em nome da Academia Internacional de Cinema (AIC), para os vencedores de duas categorias da 13ª edição da Goiânia Mostra Curtas, Melhor Filme da categoria Curta Mostra Municípios e Melhor Filme da categoria Curta Mostra Goiás. Os dois vencedores ganharam, cada um, uma bolsa para o Curso de Cinema – Intensivo de Férias, que acontece em janeiro de 2014.
Na Curta Mostra Municípios, que contempla filmes produzidos fora das capitais, o grande vencedor foi “Ruído Branco”, dirigido por Mateus Neiss e Lucas Sá, de Pelotas – RS. Na Curta Mostra Goiás, que abre espaço para a produção goiana, o prêmio de melhor filme ficou com “Carrossel”, de Rafael de Almeida.
O professor Cláudio, que entregou os prêmios, gostou muito de participar do evento e conhecer um pouco do que é feito por lá. “Infelizmente não deu pra ver muitos filmes, mas o pouco que vi me surpreendeu. Rolou uma programação intensa com debates e oficinas durante o dia e exibição dos curtas à noite. A cerimônia de premiação foi bem bacana. Subi ao palco duas vezes para entregar as bolsas. O mais legal foi ver que há um respeito bastante grande pela nossa escola de cinema, a AIC. As pessoas têm ótimas referências da escola. Isso ficou claro nas conversas com pessoas que trabalharam na organização da mostra e nas conversas com realizadores de outros Estados”, contou.
Ao todo a Mostra exibiu 90 filmes de 14 estados, entre os dias 8 e 13 de outubro. “Não tenho dúvidas de que essa premiação e a realização do festival em si possa motivar a produção audiovisual goiana, que se encontra num momento de ebulição e amadurecimento”, comenta a coordenadora geral da 13ª Goiânia Mostra Curtas, Maria Abdalla.
Quem nunca pegou um táxi com um motorista chato que contasse piadas ruins? O curta “As Piadas Infames do Aníbal”, do aluno Carlos Eduardo de Carvalho Machado, que cursa o FILMWORKS– o curso de direção cinematográfica da Academia Internacional de Cinema (AIC) – conta a história de Aníbal, um taxista que trabalha no aeroporto de Guarulhos e adora contar piadas, mas, ninguém gosta de ouvi-las. Quando a empresa onde ele trabalha escolhe outro taxista como funcionário do mês, o mundo de Aníbal desmorona.
A história engraçada, de um personagem tão universal, está fazendo sucesso e percorrendo festivais e mostras no Brasil e no Mundo. Já passou no Festival de Cinema de Mogi Mirim, no Cine Lapacho, na Argentina; no New Latino Cinema, nos Estados Unidos; no Bar TVFest, em Montenegro; no Festival Internacional Cinematográfico de Toluca, no México, que acontece até o dia 18 de outubro; entre os dias 23 e 26 de outubro estará no Festival de Mecal, no Chile; entre os dias 15 e 17 de novembro estará no New York Denouement Film Festival; e aqui no Brasil, estará na Mostra CineBH, no dia 17 de outubro, às 17h no Cine Humberto Mauro, em Belo Horizonte.
Além de Carlos, o curta ainda conta com a participação do professor da AIC, André Gatti, no elenco do filme e com a aluna Danielle Chinellato, que fez o som do filme.
Como Tudo começou
Carlos Machado conta que a ideia do filme surgiu quando realizava um outro trabalho. “Um dia, eu estava com o Rodrigo Mesquita, que é o fotografo do filme, gravando na BR-163, entre Cuiabá e Santarém, e meu carro quebrou, e tivemos que voltar de táxi, do Mato Grosso até São Paulo, cerca de 1800 km, com um taxista que gostava bastante de fazer piadas. Juntei essa experiência pessoal com um universo que conheço bastante, que é a da minha cidade, Guarulhos. Eu gosto de falar sobre o que eu realmente conheço, e em Guarulhos, a figura do taxista do aeroporto é diferente do taxista comum, ele é um cara bem sucedido, com grana e presente na sociedade. Ao todo são quase 1000 taxistas na cidade. Usando essas experiências pessoais saiu o filme”, conta.
O Personagem
Carlos fez o roteiro, a produção, a direção de arte e dirigiu o filme. Segundo ele, o taxista Aníbal, só conta piadas ruins. “Ele é aquele tipo chato, mas sem saber que é chato, mas fugindo daquele clichê de taxista chato, reacionário. Quando a empresa que ele trabalha passa a escolher o taxista do mês, e ele perde pra um sujeito realmente engraçado, ele não sabe lidar com isso e fica depressivo, mas ai ele conhece uma menina, uma menina bem peculiar, que o ajuda. Gosto de ressaltar também que eu sou de Guarulhos, e o filme traz um pequeno recorte da minha cidade. É um filme sobre um personagem do subúrbio, mas que é universal”, conta.
A Produção
Carlos também conta que não foi fácil produzir o filme, já que a quantidade de figurantes era grande, existiam muitas locações e pouco dinheiro. “A produção do filme foi difícil, mas o fato de filmar em ‘casa’, quero dizer, em Guarulhos, facilitou muito. Em cidades menores, burocracias de produção, do tipo, fechar ruas etc., são mais fáceis do que em São Paulo. As pessoas pra figuração também são mais fáceis de conseguir, por mais que seja um filme de estudante e independente, as pessoas tem aquela imagem do glamour do cinema, e são mais abertas a participação”, conta.
Ficha técnica
Carlos Machado – Roteiro, Direção, Produção e direção de arte Rodrigo Mesquita – Direção de fotografia Danielle Chinellato – Som Ruy Prado – direção de arte Wiliiam Vega – produção Eduardo Noronha – Trilha sonora original
Elenco: Caio Blanco – Renata Konsso – Bob Maya – André Gatti – Leonardo Vaz – Carmem Minhoto – Antonio Carlos de Almeida Campos
Após participar de importantes festivais, como Cinemas Differénts (Paris), Ventana Sur (Buenos Aires), Cinema Luso Brasileiro (Portugal) e Mostra Tiradentes, o filme “Corpo Presente”, tem estreia em São Paulo no próximo dia 11, no Circuito Espaço Itaú de Cinema. Dirigido a quatro mãos, pelo professor Paolo Gregori em parceria com Marcelo Toledo, o filme é o primeiro longa da dupla.
Marat Descartes como Alberto, o agente funerário de Corpo Presente
“Dirigir um longa a quatro mãos exige um certo esforço criativo para que a união de ideia, estilos e estética configurem um todo, uma unidade destes elementos, que evoque, para o espectador, uma harmonia dos sentidos… no caso do Marcelo, como já trabalhamos juntos há 20 anos, fizemos alguns curtas antes do longa, a busca do todo passa a ser mais intuitiva e prática”, conta Paolo.
A história do longa gira em torno de três personagens. Cynthia, que adora dançar, trabalha como manicure em um pequeno salão de beleza da Rua Augusta e está juntando dinheiro para estudar Dança Butoh no Japão. Alberto, que é agente funerário e, enquanto foge dos agiotas, tenta escapar da realidade com o uso de remédios. E, Beatriz, que trabalha meio período em uma fábrica e adora tatuagens. Em uma certa noite, uma tempestade cai sobre a cidade e algo inusitado acontece.
O filme conta com a atuação de grande elenco, entre os atores estão Simone Iliescu, Marat Descartes, David Cardoso, Darlene Gloria, Neide Ribeiro e Selma Egrei. E, quem assina a Direção de Fotografia é Aloysio Raulino, falecido neste ano.
Confira o trailer e não deixe de prestigiar!
Espaço Itaú de Cinema – Shopping Frei Caneca – Sala 4, nos horários 14:50, 18:30 e 22:10.
Diego Carvalho Sá recebendo prêmio na categoria Melhor Ficção, no FICBIC 2013. Foto Rodrigo Cardoso
No último dia 29, aconteceu na Cinemateca de Curitiba, a cerimônia de premiação do Festival Internacional de Cinema da Bienal de Curitiba – FICBIC. Dos quatro filmes de alunos da Academia Internacional de Cinema – AIC, três saíram vitoriosos.
“Antes de Palavras”, filme do ex-aluno Diego Carvalho Sá, ficou com o primeiro lugar na categoria Ficção, e além do troféu, ganhou também uma passagem para Alemanha, para conferir de perto o Festival Internacional de Cinema de Berlim. “Foi a primeira exibição do meu filme, meu primeiro festival como realizador, eu estava no modo pai coruja, orgulhoso do meu filme fazer parte de um festival lindo, super bem organizado, que é braço da BIENAL. Ganhar o 1º lugar de ficção foi completamente inesperado. Eu sou muito grato ao FICBIC, além do incentivo e reconhecimento, como parte da premiação eu vou ter a oportunidade de participar do Festival de Berlim como espectador, o que é simplesmente incrível para mim”, conta Diego.
“O Mensageiro”, filme do ex-aluno Dácio Cardoso, ficou em terceiro lugar na categoria de Ficção e já premiado curta “Ausência”, do aluno Jardel Tambani, ganhou menção honrosa na categoria Documentário.
O evento de premiação também marcou o encerramento do FICBIC, festival que reuniu durante uma semana premiados longas-metragens internacionais, curtas brasileiros, uma mostra infanto-juvenil, mostra da AVEC com produções paranaenses, além da exibição dos indicados da mostra universitária. O festival contou também com palestras, mesas redondas, lançamentos e presença de diretores, fazendo um grande panorama do audiovisual no Brasil e no exterior.
Diego Carvalho Sá recebendo prêmio na categoria Melhor Ficção, no FICBIC 2013. Foto de Rodrigo Cardoso
O recifense de 28 anos, Diego Carvalho Sá, mudou-se para São Paulo em 2008, para estudar cinema na Academia Internacional de Cinema – AIC. Entrou no FILMWORKS, o curso de direção cinematográfica da AIC, em 2009 e, de lá pra cá, muita coisa mudou. Além da mudança de cidade, também largou a comunicação, a moda e o vitrinismo, áreas em que atuava, para se dedicar ao cinema.
Na bagagem, trouxe como referência grandes diretores, entre eles Roman Polanski, Michael Haneke, Sofia Copola e Lucrecia Martel. “Eu adoro o cinema deles, mas não acho que é o tipo de cinema que eu faço, eu sou muito influenciado por séries americanas e HQs” e fundou a Gataria filmes, produtora de vídeo onde atua nas áreas de roteiro, direção e produção, junto com mais três colegas de turma: Alice Andrade Drummond, Mariana Sierra e Tatiana Natsu.
Cena do curta Antes de Palavras, selecionado em 5 festivais nacionais e internacionais.
Recentemente as mudanças começaram a render bons frutos. No último domingo (29), “Antes de Palavras”, seu primeiro filme, ganhou o prêmio de Melhor Filme na categoria de ficção no Festival Internacional de Cinema da Bienal de Curitiba – FICBIC. Além do troféus, Diego também ganhou passagem para Alemanha, para conferir de perto um dos Festivais de Cinema mais importantes do mundo, o Festival Internacional de Cinema de Berlim.
“Foi a primeira exibição do filme, meu primeiro festival como realizador, eu estava no modo pai-coruja, orgulhoso do filme fazer parte de um festival lindo, superorganizado, que é braço da BIENAL. Ganhar o 1º lugar de ficção foi completamente inesperado, eu subi ao palco e não soube o que dizer, eu gostaria de ter aproveitado aquele momento para reconhecer o trabalho de todos os envolvidos no filme e agradecer ao festival”, conta Diego.
Além do prêmio em Curitiba, o curta entrou em outros 4 importantes festivais: no 26º Polari Film Festival, no Texas – EUA; no 36º Festival Guarnicê de Cinema na cidade de São Luiz, no Maranhão; no 21º Festival Mix Brasil, que acontece em novembro no Rio e em São Paulo; e no Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro.
O Filme
O filme conta a história da aproximação entre dois garotos, sendo que um dele, tem namorada. “A ideia do curta veio da percepção que um grupo de pessoas podem viver o mesmo evento, mas percebê-lo de formas diferentes”, explica Diego, que acha difícil falar sobre o filme. “Prefiro ouvir sobre ele de quem o assistiu, saber qual foi o diálogo gerado entre o filme com outras pessoas, o meu diálogo com o filme envolve tantas coisas, tantos aspectos pessoais, que me falta eloquência”, conta.
Além de Diego, outros alunos e ex-alunos da AIC também trabalharam no filme. Caio Cesar Pinto e Virginia de Ferrante fizeram a assistência de direção, Alice Andrade Drummond e Leo Grego fizeram a direção de fotografia, Thiago Gutier, Danilo Prates, Luciana Coelho e Edna Rock a produção, Tatiana Curto e Tamara Soriano a direção de arte, Thiago Briglia e Lucas Eskinazi a assistência de câmera e Luis Paulo Xein cuidou da elétrica.
O Processo Criativo
Sobre o processo criativo do filme, Diego conta que a fase de roteiro foi muito fluida, orgânica. “Eu acredito que as fases mais desgastantes e exaustivas são a pré e pós-produção, pois são os preparativos e afinamentos, o set tem suas tensões mas, é sempre algo muito especial, o momento onde tudo se materializa”, conta.
A fotografia do filme conta com composições de plano menos sofisticadas e mais neutras.
Diego teve um cuidado especial com o departamento de Direção de Arte, por conta de sua experiência com direção de arte e também com figurino. “Foi especialmente idealizado por mim e belamente realizado pela Tati. A necessidade pelos tons certos para o filme me fez visitar inúmeras escolas e me influenciou até na decisão dos atores, eles também precisavam ter os tons certos – o que não facilitou em nada o meu processo de casting ou a produção de locação. Quanto a fotografia, eu optei por trabalhar com composições de plano menos sofisticadas, mais neutras. Um outro fator crucial para mim era o uso de espaços externos com elementos de natureza e o aproveitamento da luz natural, no intuito de criar um subtexto visual mais romântico”, conta Diego.
Para assistir ao filme, conheça a programação de exibição nos festivais.
O Festival Guarnicê está rolando até o dia 04 de outubro.
O Festival Mix Brasil acontece em novembro.
Ficha técnica
Direção e Roteiro: Diego Carvalho Sá; Assistentes de Direção: Caio César Pinto e Virginia de Ferrante; Produção: Thiago Gutier; Edição e Arte Gráfica: Fabiana de Freitas; Foto: Alice Andrade Drummond e Leo Grego; Arte: Tatiana Curto; Som: Alan Ferreira Pereira; Desenho de Som e Mixagem: Leo Ciotti; Assistentes de Produção: Danilo Prates, Luciana Coelho, Iliria Ferreira, Edna Rock; Assistentes de Câmera: Thiago Briglia, Lucas Eskinazi, Renata Zacarias; Elétrica: Luis Paulo Xein; Operador de Steadycam: Ariel Schvartzman; Assistente de Arte: Guto Jabuti, Nicholas Cho, Tamara Soriano; Trilha Sonora Original: Danilo Valadão Elenco: Marurício Destri, Henrique Larré, Marcella Arnulf e Layla Ruiz.
*Fotos Frame do filme – crédito: Alice Andrade Drummond e Leo Grego
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