O cineasta argentino Pablo Giorgelli, vencedor do Câmera de Ouro em Cannes 2011 pelo seu longa “Las Acacias”, é o convidado do terceiro dia da Semana de Orientação, que acontece no próximo dia 05, na Academia Internacional de Cinema (AIC), às 19h30. Além do bate-papo sobre produção audiovisual latino-americana no século 21, o filme “Las Acacias” será exibido às 17h30, no estúdio da AIC.
“Embora eu não seja um produtor, a ideia é falar um pouco sobre oportunidades de produção de mídia que existem hoje em nosso continente e as diferentes alternativas de produção. Mas acho que talvez, o mais interessante para os alunos, seja a conversa sobre a produção do meu primeiro-longa ‘Las Acacias’”, conta Pablo, que diz se sentir honrado de participar da Semana de Orientação. “Essas trocas são enriquecedoras, não apenas para os estudantes, mas principalmente para mim. Por outro lado, me lembro quando era estudante, as oportunidades que tive de conversar com diretores atuantes foram momentos especiais para mim. Não só por ouvir conceitos e experiências mas, principalmente, por ter a confirmação de que era possível fazer filmes”.
Além do Câmera de Ouro em Cannes 2011, Pablo já recebeu mais de 30 importantes prêmios internacionais, entre eles Melhor Filme de Estreia no festival em Londres, Melhor Filme latino-americano em San Sebastián, Condor de Plata de Melhor Filme na Argentina, Melhor Filme em Biarritz, Oslo e Bratislava, entre outros. Já dirigiu documentários, programas de TV e comerciais. Atualmente faz programa de TV sobre diretores de cinema intitulado “Olhos nos Olhos” e prepara seu próximo filme “Invisible”.
Las Acacias
Segundo o jornalista Miguel Barbieri Jr, da Revista Veja, “a simplicidade cênica e a economia das palavras são o forte da trama, no qual a emoção se faz presente do início ao fim”. O filme conta a história do caminhoneiro Rubén, que transposta madeira na rota Assunção-Buenos Aires e dá uma carona para Jacinta, a pedido do seu chefe. Ao buscar Jacinta no ponto de encontro marcado ele descobre que ela não está sozinha, traz junto sua pequena filha de 8 meses.
Faça já a sua inscrição. A semana de Orientação é um evento gratuito e aberto ao público.
Quarta, 5 de fevereiro de 2014
17h30 – Exibição do filme ‘Las Acacias’ (2011, 1h25min.)
19h30 – Palestra com o diretor argentino Pablo Giorgelli.
Tema: Produção Audiovisual Latino-Americana no Século 21
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SERVIÇO:
9ª SEMANA DE ORIENTAÇÃO AIC DE 03 A 07 DE FEVEREIRO DE 2014
Estúdio da AIC
Das 17H30 às 21h30
Entrada Franca
AIC – Academia Internacional de Cinema Rua Dr. Gabriel dos Santos, 142, Santa Cecília, São Paulo, SP
Tel. 11 3826-7883 – Próximo ao metrô Marechal Deodoro www.aicinema.com.br
Professores e ex-alunos da Academia Internacional de Cinema (AIC) têm filmes selecionados para a 17ª Mostra Tiradentes, que vai de 24 de janeiro a 1º de fevereiro, um dos festivais mais importantes do cinema brasileiro independente, com mais de 100 novos filmes nacionais em sua programação.
Os Filmes:
Para conhecer sinopse, elenco e programação, clique no nome do filme.
“Os Amigos”, de Lina Chamie (professora de Direção), longa de ficção, com Marco Ricca e Dira Paes, será exibido na sessão Pracinha da Mostra.
“Amador”, de Cristiano Burlan (ex-aluno Filmworks 2006, hoje professor de Direção), longa de ficção em preto & branco, participa da mostra Sui Gêneris.
“Aquilo que Fazemos com as Nossas Desgraças”, de Arthur Tuoto (ex-aluno Filmworks 2006), longa experimental, participa da mostra Aurora, dedicada a novos diretores com no máximo dois longas anteriores, concorre ao prêmio Itamaraty, oferecido nesta categoria.
“Memória de Rio”, de Roney Freitas (professor de Roteiro), curta documental, participa da Mostra Panorama.
“Jairboris”, de Lincoln Péricles (ex-aluno Filmworks 2011), curta documental em preto & branco, está na mostra Foco, categoria competitiva de curtas-metragens, com prêmio conferido pelo júri crítico.
“O Trabalho Enobrece o Homem”, também de Lincoln Péricles, curta de ficção, participa da Mostra Panorama.
“O Olhar de um Dia”, de Felipe Terra (ex-aluno Filmworks 2012), curta de ficção em preto & branco, inserido na mostra Formação, de filmes realizados como resultado de cursos de cinema.
*Foto do filme “Jairboris”. Crédito: Fernanda Brito
Devido ao falecimento do documentarista Eduardo Coutinho, ocorrida ontem, a programação da Semana de Orientação 2014 foi alterada.
A palestra com a cineasta Mariana Rondón será adiantada para hoje (03/02), com exibição a partir das 17h30 e palestra a partir das 19h30. Nelson Pereira dos Santos, que faria a abertura da Semana de Orientação, não irá comparecer ao evento.
Amanhã (04/02) a partir das 16h a Academia Internacional de Cinema (AIC) fará uma Retrospectiva em homenagem a Eduardo Coutinho, exibindo dois de seus principais filmes, Edifício Master e Jogo de Cena, seguida de um bate-papo sobre sua obra, com Júlio Wainer e Ilana Feldman.
Mariana Rondón, vencedora da Concha de Ouro de Melhor Filme no Festival de San Sebastían 2013 pelo filme “Cabelo Ruim”, é a palestrante do segundo dia da Semana de Orientação. Além do bate-papo, o filme será exibido às 17h30, no estúdio da AIC. Mariana promete falar sobre estética e linguagem do cinema venezuelano e contar um pouco sobre sua experiência.
Mariana é diretora, roteirista, produtora e artista plástica. Além de “Cabelo Ruim”, que será lançada comercialmente no Brasil em abril, destacam-se seus filmes “Calle 22”, vencedor de 22 prêmios internacionais; “A La Media Noche y Media”, codirigido com Marité Ugás, vencedor de 5 prêmios internacionais e visto em mais de 40 festivais; e “Postales de Leningrado”, vencedor de 23 prêmios internacionais; Mariana Rondón estudou na primeira turma da EICTV (Escuela Internacional de Cine y Televisión de San Antonio de los Baños), em Cuba, e na Animated Film Studies, em Paris.
O filme
“Cabelo Ruim” conta a história de Junior, um menino de nove anos que tem “cabelo ruim”. Ele decide alisar seu cabelo para sua foto de formatura, com a intenção de ficar parecido com um cantor famoso. Isso o faz entrar em conflito com a mãe. Quanto mais Junior tenta melhorar o visual para chamar atenção da mãe, mais ela o rejeita.
Segundo Mariana, o filme é uma pequena história sobre a iniciação na vida de uma criança e sua difícil jornada, marcada pela intolerância.
Faça a sua inscrição! A semana de Orientação é um evento gratuito e aberto ao público.
Terça, 4 de fevereiro de 2014
17h30 – Exibição do filme ‘Cabelo Ruim’ (2013*, 1h35min.) 19h30 – Palestra com a diretora venezuelana Mariana Rondón. Tema: Cinema Venezuelano – Reflexões sobre Estética e Linguagem * lançamento comercial no Brasil em abril de 2014
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SERVIÇO:
9ª SEMANA DE ORIENTAÇÃO AIC DE 03 A 07 DE FEVEREIRO DE 2014
Estúdio da AIC
Das 17H30 às 21h30
Entrada Franca
AIC – Academia Internacional de Cinema Rua Dr. Gabriel dos Santos, 142, Santa Cecília, São Paulo, SP
Tel. 11 3826-7883 – Próximo ao metrô Marechal Deodoro www.aicinema.com.br
E mais um ano se passou. Nada melhor que fazer aquela famosa retrospectiva e analisar o que foi mais marcante. 2013, ano em que a Academia Internacional de Cinema (AIC) completou 9 anos, muita coisa aconteceu, muita gente bacana passou pela escola, muito filme estreou, muitos professores e alunos ganharam prêmios, troféus e concursos.
Selecionamos aqui alguns desse melhores momentos, para você curtir, relembrar e ficar esperando o ano novo que vem chegando, com cursos novos, projetos novos, filmes novos e muito mais história pra contar.
Aproveitamos para lhe desejar um Feliz Natal e um 2014 Cinematográfico!
Mar de gente na largada da São Silvestre. O novo documentário da professora Lina Chamie conta a história do corredor comum.
Só quem já correu uma maratona conhece as sensações sentidas durante uma prova. O aumento da circulação sanguínea, a respiração acelerada, a adrenalina que parece percorrer todo o corpo, a fadiga muscular, as dores, as tensões e ao mesmo tempo, o prazer, a sensação de liberdade, a superação.
“São Silvestre”, o novo documentário da cineasta e professora – da Academia Internacional de Cinema (AIC) – Lina Chamie, que estreia no próximo dia 27 nos cinemas, constrói de maneira sensorial a experiência de correr a mais famosa corrida de rua do Brasil, realizada anualmente em São Paulo, no dia 31 de dezembro. “O filme explora a natureza do cinema, os aspectos fundamentais do cinema, a relação da imagem e do som. O filme não é falado. Não tem texto. Não tem entrevista. É um filme todo sentido. A ideia é que o contato com a cidade se dê de forma direta, bem como o contato da própria experiência com a corrida. O filme traz a possibilidade de correr com o corredor. É isso que é explorado. A câmera reproduz o olhar do corredor, o ponto de vista dele, olha de dentro pra fora. É como se a gente também corresse com o corredor”, revela Lina, em entrevista para a Comunicação da AIC.
Mais do que um recorte sobre a realidade, o filme traz o “corpo-a-corpo” entre o homem e a cidade.
Mais do que um recorte sobre a realidade, o filme traz o “corpo-a-corpo” entre o homem e a cidade. Correndo com os corredores, mas olhando para os lados, atenta à paisagem concreta de São Paulo, a câmera de “São Silvestre” consegue traduzir na base do som e da poesia muda das imagens, o que significa percorrer os 15 quilômetros que separam os homens e as mulheres do grande clímax que é a chegada.
Ao todo são 17 câmeras distribuídas nos lugares mais improváveis e inusitados, nas cabeças, nos braços e pernas dos atletas, além de uma série de traquitanas inventadas para deslizar sobre o tema com a máxima delicadeza.
Cena do filme, captada por uma das 17 câmeras espalhadas pela corrida. Algumas em lugares inusitados, como a cabeça dos corredores.
O documentário, lançado às vésperas da 89ª edição da corrida, é um filme distribuído pela Pandora Filmes, produzido pela BossaNovaFilms e Girafa Filmes, e tem como coprodutora a Teleimage. O filme teve sua estreia na Mostra Internacional de São Paulo e está em Havana, na 35ª edição do Festival Internacional Del Nuevo Cine Latinoamericano.
PRÉ ESTREIA
São Paulo: 21/12 às 11h no Espaço Itaú de Cinema Augusta – Sala 1.
PROGRAMAÇÃO 27 DE DEZEMBRO NOS CINEMAS:
SÃO PAULO: Espaço Itaú de Cinema Augusta – sala 01 às 18h30
+ sessão especial dia 28/12 à meia noite.
RIO DE JANEIRO Espaço Itaú de Cinema Botafogo – sala 04 às 19h20.
CURITIBA: Espaço Itaú de Cinema Curitiba – sala 01 às 18h00.
Conheça um pouco mais sobre o documentário, a cineasta, a produção, a montagem e, como nós, aqui da AIC, fique louco de vontade de assistir ao filme.
Uma Conversa com Lina Chamie
AIC – Como é fazer um filme sensorial? Como é possível passar as sensações e emoções da corrida para a tela de cinema?
Lina em ação com uma das tantas traquitanas que foram inventadas e usadas para fazer o filme.
Lina Chamie: O que é explorado do filme é a própria natureza do cinema, a ideia da imagem e do som. O filme traz a possibilidade de correr com o corredor. A câmera reproduz o olhar do corredor, o ponto de vista dele. Esse é o elemento forte no filme, a intenção de reproduzir a sensação do corredor. Pra conseguir passar essa sensação o som é muito importante. O filme tem dois sons que são recorrentes e estão, de certa forma, presentes durante todo o filme: os passos e as batidas cardíacas, que juntos foram um som quase mântrico no filme. Outra som importante é a respiração humana. São todos sons muito básicos e ao mesmo tempo muito humanos e talvez até interiorizados, no sentido da representação da sensação do som. Esse é o caminho que o filme abraça. A proximidade, o olhar próximo e as vezes até emocional de certos lugares da cidade. Os sons também significam lembranças, trazem informação sobre os lugares, quase como que no registro da identidade dos lugares. E também tem a música que em alguns momentos está ali.
AIC –Que relação você tem com a Corrida de São Silvestre?
L.C.: A razão de eu ter feito o filme é completamente afetiva e pessoal, embora a São Silvestre seja um evento que está no imaginário coletivo e que existe na nossa vida desde criança. Ela é um ícone mesmo para quem nunca correu nela. Mas eu morava ao lado do edifício da Gazeta, na linha de chegada. Ou seja, eu estava no meio do furacão. Viajo pouco, sempre passo o Ano Novo por aqui, sou superpaulistana. Quando a corrida passou para a tarde (o que é uma pena, pois quando era à meia-noite representava concretamente a passagem do ano novo), eu deixava a TV ligada, sem som, e ficava ouvindo os sons da corrida no lado de fora. Na virada de 2008 para 2009, resolvi descer para assistir tudo ao vivo. Fiquei umas duas horas vendo as pessoas chegarem, e é sempre um momento muito emocionante, uma catarse. Ou a pessoa chega em estado de graça ou chega desgraçada, ou chega chorando de emoção ou chorando de dor. É um instante tão cheio de humanidade, tão belo. Fiquei muito comovida. Eu estava tão perto. Foi aí que caiu a ficha cartesiana: ninguém nunca tinha filmado a São Silvestre!
AIC – Você usou 17 câmeras para registrar todo o evento, certo? Conte um pouco sobre isso…
“A imagem toda está captada como em um documentário. Eu sabia que queria captar a sensação do corredor. E que precisava construir isso depois, na montagem”, conta Lina.
L.C.: As 17 câmeras estavam espalhadas. Uma na largada, outra no centro de São Paulo, a terceira em cima do Palco da Virada, fazendo o enquadramento da largada, documentando a própria pista e as pessoas se preparando na avenida Paulista. O resto das câmeras está correndo, de diferentes maneiras: uma, por exemplo, está no rosto do Fernando Alves Pinto. Há também um operador em cima de um segway, aqueles veículos de duas rodas, com uma steadicam. Ele controla o aparelho com o joelho, e assim a câmera quase flutua no meio dos corredores. As outras são câmeras distribuídas em diversos pontos, até na canela de um corredor. Era como um estilhaçar de busca de imagens de dentro da corrida. E tudo em take único!
AIC – Como captar esse take único, que acontece em apenas um dia?Ou seja, não existe a possibilidade de errar. Você sabia exatamente o que queria captar com cada uma das 17 câmeras? Como é essa relação de registrar um grande evento, sem saber ao certo o que vai acontecer?
L.C.: A imagem toda está captada como em um documentário. Eu sabia que queria captar a sensação do corredor. E que precisava construir isso depois, na montagem. Para isso tinha que me preparar, com uma logística bem elaborada. Tudo foi filmado em 3 diárias, contamos com uma mega produção. Na primeira diária temos o treino do corredor e imagens da cidade, de um jeito totalmente diferente do dia da corrida. Na segunda diária o trajeto todo registrado em um dia normal da cidade, com caos e trânsito. E a terceira diária é o nosso take único, a corrida em si, registrada por 17 pontos de vista diferentes.
AIC – E o Fernando? Ele é ator mas não interpretou no filme, certo? Conte um pouco sobre essa relação do Fernando, que é um ator experiente, mas no documentário é ele mesmo, apenas correndo
Fernando Alves Pinto se aquecendo, já com sua câmera acoplada.
L.C.: Fernando é meu irmão e eu não filmo sem ele. Um dia fomos ao cinema juntos e eu propus: “Vamos fazer o S. Silvestre juntos? Você corre e eu filmo”. E ele, inadvertidamente, respondeu: “Vamos nessa!”. Ele não tinha a menor ideia do que seria correr a São Silvestre. Ele treinou por seis meses e durante o ano ficamos testando uma câmera que captaria a geografia do rosto de um corredor. Achava muito bom que fosse um ator, porque ele seria um peixe fora d’água, sem o exercício da ficção. O Fernando não interpreta – ele vive uma situação, enquanto a câmera está lá registrando esta profunda vivência de um momento. O filme registra a chegada da elite, dos corredores vencedores, mas, o foco mesmo, o que eu queria contar é a história dos caras comuns, não do atleta profissional. O Nando representa um pouco o corredor comum.
AIC – E a chuva? No dia da corrida choveu o dia todo, né? Como é lidar com os intemperes do tempo no cinema?
L.C.: A chuva foi o acaso. No começo apavorou um pouco, por conta das câmeras na chuva. Choveu durante a corrida toda e na chegada caiu uma grande tempestade. Tivemos que embrulhar todas as câmeras. Por outro lado, a chuva no cinema (de modo geral) é um elemento mágico e poderoso. A chuva traz força e dramaticidade para as cenas, o que é uma tremenda sorte. Foi um elemento do acaso muito legal. O máximo que podemos fazer é estar preparados, aceitar e tentar captar o que o acaso revela.
AIC – Como foi a montagem de todo esse material?
L.C.: Ao contrário do que poderia parecer, não foi nada caótico, pois usamos o trajeto como mapa das câmeras alinhadas. De forma que o percurso, que é o deus do corredor, também foi o nosso deus-guia na montagem. O som é muito importante no filme. Ele é absolutamente sonoro, só pode ser visto numa boa sala de cinema. O som é parte da narrativa. Foi um processo criativo incrível, pois é o som que amarra o filme. O filme foi captado como um documentário mas montado como uma ficção.
Assista ao Trailer:
*Fotos Frame do filme e making of de Edu Tarran
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