O coordenador de Fomento ao Cinema da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, Renato Nery, contou como irá funcionar a SP Cine, empresa pública de cinema e audiovisual de São Paulo, criada para fomentar o setor. Com o estúdio cheio, a terceira noite da Semana de Cinema e Mercado – que este ano faz parte das comemorações de 10 anos da Academia Internacional de Cinema (AIC) – foi um grande bate-papo.

Ligada à Secretaria Municipal de Cultura, a SP Cine atuará em cinco frentes principais: criação, investimento, produção, distribuição e exibição e prevê investimento estratégico em toda cadeia produtiva, além do cinema, também na televisão, games e conteúdos de inovação.

“A ideia é que a gente consiga criar possibilidades de operações mais eficientes, mais indutivas e mais articuladas, que de alguma forma a SP Cine faça o papel de agente condutor dentro de uma estrutura de mercado. Hoje temos realidade desconexa e dispersa, porque São Paulo é uma cidade grande. Temos muitos agentes fortes, mas, que não se comunicam, não interagem entre si. Não existe uma inteligência de aglutinação, de coordenação. Temos o maior parque de estúdio, de formação, de produtoras, de canais e produzimos menos filmes do que o Rio de Janeiro. A SP Cine tem um pouco esse papel de coordenar tudo isso”, diz Renato.

Renato diz que o formato de atuação ainda está sendo desenvolvido por câmeras técnicas, mas que será um formato isonômico e estratégico. “O fato de ser uma empresa, exige um olhar de indução econômica. Uma coisa que a gente sabe é que precisamos fugir da burocracia, facilitar o acesso para chegar em novos públicos, e melhorar os editais, já que o modelo atual de edital afasta as pessoas. Pretendemos criar processos de intermediação, de interface, que de alguma forma facilitem o entendimento das coisas”, conta.

Novas salas de exibição também estão nos planos da SP Cine. Além do Cine Belas Artes, que reabriu no começo do ano, a prefeitura conta com outras 74 salas de cinema que não estão em funcionamento. A ideia é que uma política pública se cinema de rua seja desenvolvida.

Dentre tantas novidades, a noite acabou com o público metralhando Renato de perguntas, ávidos por ver tudo isso acontecer o quanto antes.

*Fotos: Yuri Pinheiro

O Produtor Executivo Paulo Boccato, da Glaz Entretenimento, fez um panorama geral dos últimos 10 anos de distribuição no Brasil, e o crescimento que o mercado está experimentando. O estúdio da Academia Internacional de Cinema (AIC) ficou lotado na segunda noite da III Semana de Cinema e Mercado, que este ano faz parte das comemorações de 10 anos da AIC.

Um Pouco de História

Paulo deu uma aula de história sobre as mudanças ocorridas nas salas de cinema e a forma de consumir filmes entre as décadas de 1970 e 1990. Contou que até o final dos anos 70 cada distribuidor tinha um acordo com redes de cinema específicas. Haviam menos cinemas, as salas eram de rua, não existia 10 salas passando o mesmo filme e o título ficava muitas semanas em cartaz. Por isso, não precisava gastar tanto com publicidade.

“O home entretenimento, nos anos 80, começou a derrubar esse mercado. O preço do ingresso sobe, os filmes já não ficam tanto tempo em cartaz, pois precisavam ser lançados em vídeo e os estúdios começam a fazer acordos com base nas finanças. As grandes salas não fazem mais acordo e querem sempre exibir os filmes mais rentáveis, independente do estúdio. Por conta disso, o custo do lançamento aumenta significativamente”, conta.

Os números

Em 2002 o público total nos cinemas brasileiros era de 92 milhões e em 2013 pulou para 150 milhões. O número de filmes brasileiros lançados nesse mesmo período também cresceu muito, em 2002 tínhamos apenas 29 títulos, contra 129 em 2013. Consequentemente o público que consome os filmes nacionais também cresceu. Em 2002 eram apenas 7 milhões, em 2013 o número ficou em 28 milhões. Também houve crescimento das distribuidoras nacionais, descentralizando o poder dos grandes estúdios americanos. “A indústria está se consolidando estruturalmente, porque o dinheiro está voltando para a nossa indústria, temos cada vez mais filmes brasileiros lançados por distribuidores brasileiros”, diz Paulo.

As comédias

Um dos assuntos abordados durante a palestra foi a produção de comédias. O público queria saber por que a comédia é um principais gêneros aqui no Brasil. Por que existem tantos lançamentos deste gênero e menos dos outros. “O humor gera uma forte identificação com a cultura local e é baseado em diálogo, em roteiro, ou seja, é um dos gêneros mais baratos para ser produzido. É um modelo de produção que funciona. É difícil concorrem com um filme de ação americano, e, quando falamos de ação, o público tem como referência os filmes da Marvel. Qualquer outra coisa não será bem aceita. Por isso, ainda é difícil concorrer”, diz Paulo.

*Fotos Yuri Pinheiro

O rosto de menina e o jeitinho meigo cativou a plateia já nos início da fala de Fernanda Carvalho, convidada do primeiro dia da III Semana de Cinema e Mercado da Academia Internacional de Cinema (AIC) – evento comemorativos dos 10 anos da escola. Quando ela começou a contar sobre sua experiência no “incrível” mundo da animação, pronto, cativou os poucos distraídos que ainda não estavam atentos ao seu discurso.

Mesmo com pouca idade, Fernanda tem um currículo invejável, começou na TV Cultura, passou por programas como DOCTV e ANIMATV, integrou a equipe que organizava os pitchings da emissora, produziu as series de animação  “Escola para Cachorro” (2a temporada)  e “Sítio do Picapau Amarelo” (1a temporada) na MIXER, coordenou o programa Cinema do Brasil, que promove o cinema nacional nos maiores festivais do mundo, como Berlin e Cannes, fez a produção executiva do premiado longa de animação “O Menino e o Mundo”, de Alê Abreu e hoje é coordenadora de produção do departamento de produção original na Viacom Brasil, que opera os canais MTV, Nickelodeon, VH1 e Comedy Central.

Mesmo com toda essa experiência ela repetiu: “não sou especialista em nada, mas, será um prazer dividir um pouco do que fiz com

vocês” e, contou fatos deliciosamente curiosos sobre produções que participou.

Brasil passa por Momento Mágico

Fernanda falou muito sobre o “momento mágico”, mas, de grande adaptação que o Brasil está passando, graças a lei 12.485, que, dentre tantas coisas, fez com que os canais passassem a exibir conteúdo independente nacional obrigatoriamente em sua grade de programação no horário nobre. “Neste ano o fundo setorial realizara investimento de aproximadamente quatro vezes o investimento total no setor realizado no ano anterior”, contou.

Outro fato interessante que Fernanda comentou foi sobre o respeito que as animações brasileiras adquiriram lá fora. “Antigamente, quando apresentávamos projetos para conseguir coprodução, o Brasil era visto como aquele que queria o dinheiro dos outros países. Hoje não, depois de tanta coisa boa que estamos produzindo, de ganhar duas vezes consecutivas o maior festival de animação do mundo – ANNECI , o mercado brasileiro está em evidencia”, contou.

Dica

Para fechar Fernanda deu algumas dicas para quem pretende apresentar projeto para canais de Tv. “Estudem o canal, vejam todos os programas em todos os horários, entendam que tipo de projeto o canal precisa, para não queimar cartuxo. Quanto mais maduro estiver o projeto, melhor. Mas claro, é importante também ir com a cabeça aberta, pois o canal sempre vai dar palpite pois ninguém conhece melhor seu publico alvo”.

*Fotos: Yuri Pinheiro

E 10 anos se passaram! São 10 anos de Academia Internacional de Cinema(AIC). Dá pra acreditar que já faz tanto tempo? Foram tantos alunos que passaram pela escola na última década e fizeram mais de 2000 filmes, muitos dos quais se destacaram em festivais nacionais e internacionais, e serviram como porta de entrada para esses novos profissionais no mercado audiovisual. Hoje os alunos formados pela AIC estão inseridos num mercado em crescimento e contribuem para uma fase produtiva do cinema brasileiro. “A AIC vem se apropriando das mudanças que acontecem na indústria do cinema no Brasil e no mundo,” diz Steven Richter, presidente da Academia Internacional de Cinema. “A escola se tornou uma referência importante não só em São Paulo, mas em todo o Brasil”, conta.

Além da quantidade de filmes produzidos pelos alunos, grandes diretores e profissionais de cinema brasileiros e de outros países passaram pela escola (confira lista completa aqui), dividindo seu conhecimento entre os eventos, palestras e convidados, entre eles: Lucrécia Martel, Robert Mckee, Sebastián Silva, Adrián Biniez, Eduardo Coutinho, Tata Amaral, João Moreira Salles, e muitos outros cineastas.

Os Eventos Comemorativos

Para comemorar os 10 anos a AIC preparou dois eventos. O primeiro, uma Mostra de Filmes de alunos produzidos pelos alunos nos primeiros anos da escola, será em Curitiba, dia 03 de agosto às 17h, no Museu Oscar Niemeyer – MON. O segundo, acontece no estúdio da AIC, em São Paulo, entre os dias 4 e 7 de agosto, é a terceira edição da Semana de Cinema e Mercado, em evento gratuito e aberto ao público (mediante inscrição prévia), que traz como tema central dos debates a “Produção, Distribuição e Exibição Audiovisual no Brasil – Mudanças da Última Década e Perspectivas”. Confira a programação completa do evento e faça sua inscrição aqui.

Como Tudo Começou

A Academia Internacional de Cinema abria suas portas em Curitiba, no dia 5 de agosto de 2004, oferecendo cursos livres na área de audiovisual, além de curso de 2 anos de formação em cinema, oficinas especializadas e cursos de férias.

A primeira turma, do curso de formação em cinema, tinha 64 alunos vindos de diversas partes do país. A aula inaugural foi do fotógrafo Carlos Ebert (O Bandido da Luz Vermelha, 1968), e o fotógrafo polonês Grzegorz Kedzierski (Avalon, 2001) passou um semestre ministrando aulas na AIC. Ambos diretores das associações de cinematógrafos em seus países. Os primeiros filmes foram exibidos em salas especializadas em Curitiba, e hoje fazem parte do acervo da escola.

No início de 2006, a AIC transferiu sua sede para o atual endereço no bairro de Higienópolis em São Paulo, e realizou sua primeira Semana de Orientação, evento que acontece anualmente, gratuito e aberto ao público. Em 2010, a AIC fez a primeira edição do Filmworks Film Festival, em que os filmes dos alunos concorrem em diversas categorias, e são avaliados por um júri composto por profissionais do mercado. Em 2012, lançou a Semana de Cinema e Mercado, uma série de palestras abertas ao público gratuitamente, com profissionais ligados ao mercado, como produtores executivos e distribuidores e que neste ano, em sua terceira edição, faz parte das comemorações dos 10 anos da AIC.

Hoje a escola possui uma grade com mais de 30 cursos que cobrem todo o processo de produção audiovisual e recebe mais de 1200 alunos por ano, formando uma comunidade de professores, alunos, colaboradores e empresas parceiras que faz da AIC uma das mais conceituadas escolas de cinema do país.

SERVIÇO:

10 anos de Academia Internacional de Cinema – Eventos comemorativos:

• Mostra 10 Anos da Academia Internacional de Cinema– Filmes produzidos em 2004-2006
  03 de agosto, às 17h
  Museu Oscar Niemeyer – Auditório Poty Lazarotto – Rua Marechal Hermes, 999, Centro Cívico, Curitiba.
  Entrada Franca  – Classificação Indicativa 16 anos
• Semana de Cinema e Mercado
  4 a 7 de agosto, a partir das 19h30
  Academia Internacional de Cinema – Rua Dr.Gabriel dos Santos, 142, Higienópolis, São Paulo.
  Todas as palestras gratuitas e abertas ao público, mediante a inscrição prévia no site.

Entre os dias 4 e 7 de agosto, a Academia Internacional de Cinema (AIC) realiza a terceira edição da Semana de Cinema e Mercado, em evento gratuito e aberto ao público (mediante inscrição prévia), que traz como tema central dos debates a “Produção, Distribuição e Exibição Audiovisual no Brasil – Mudanças da Última Década e Perspectivas”. A III Semana de Cinema e Mercado está ainda mais especial pois celebra os 10 anos de abertura da Academia Internacional de Cinema.

Confira a Programação Completa e Inscreva-se:

• 04/08, às 19h30 – Fernanda Carvalho, coordenadora de produção da Viacom Brasil, fez a produção executiva do longa de animação “O Menino e o Mundo” de Alê Abreu e atuou na equipe de gestão do programa ANIMATV da TV Cultura, fala sobre Produção de TV e Animação – Novas Perspectivas.
• 05/08, às 19h30 – Paulo Boccato, produtor executivo do longa de animação “Minhocas” e produtor executivo da Glaz Entretenimento, fala sobre 10 anos de mudanças na distribuição do cinema brasileiro.
• 06/08, às 19h30 – Renato Nery, que é coordenador de Fomento ao Cinema da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, encabeça o bate papo sobre a SP Cine.
• 07/08, às 19h30 – Débora Ivanov, advogada e sócia-diretora da Gullane Entretenimento, fala sobre Fontes de financiamento e dos novos modelos de negócios.

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“Não dá pra perder, pois é uma semana repleta de conversa produtiva sobre o mercado do cinema, sobre cinema independente e comercial, tecnologia, distribuição, novas mídias, legislação e outros temas fundamentais para quem trabalha com audiovisual”, conta Franthiesco Ballerine, Coordenador de Cursos da AIC.

Além de colocar em discussão o universo cinematográfico sob pontos de vista de profissionais de diferentes posições do mercado, durante uma semana intensa de palestras e bate-papo, o evento também abre o segundo semestre do Curso Filmworks – o Curso de Formação Profissional em Cinema.

O evento acontece no estúdio da escola e está com as inscrições abertas. Para participar, basta preencher o formulário abaixo, assinalando os dias que deseja participar.

10 anos de AIC

A III Semana de Cinema e Mercado está ainda mais especial pois celebra os 10 anos de abertura da Academia Internacional de Cinema, que começou suas atividades em 5 de agosto de 2004, em Curitiba – PR, oferecendo cursos na área de audiovisual. Em janeiro de 2006, a AIC transferiu sua sede pra São Paulo, em seu atual endereço e, de lá pra cá muita coisa aconteceu, muita gente bacana passou pela escola, muitos filmes foram feitos, e muita história aconteceu, fazendo da AIC uma das mais conceituadas escolas de cinema do país.

SERVIÇO:

Academia Internacional de Cinema – AIC
Rua Dr.Gabriel dos Santos, 142 – Higienópolis.
De 04 a 07 de agosto às 19h30 no estúdio da AIC
Todas as palestras gratuitas e abertas ao público, mediante a inscrição prévia.