Fome, de Cristiano Burlan, na Mostra Internacional de Cinema

Jean-Claude Bernardet que recebeu o prêmio Especial do Júri por sua atuação no 48º Festival de Brasília
Jean-Claude Bernardet que recebeu o prêmio Especial do Júri por sua atuação no 48º Festival de Brasília

O longa-metragem “Fome”, do diretor e professor da Academia Internacional de Cinema (AIC) Cristiano Burlan, está na Mostra Brasil da 39ª Mostra Internacional de Cinema de SP. A primeira exibição do filme será no próximo dia 23, às 21h30, no Cine Caixa Belas Artes.

O filme conta a história de um velho homem que abandona o passado (interpretado por Jean-Claude Bernardet) e caminha pela metrópole paulistana. Ele carrega consigo apenas um carrinho e alguns trapos. Dirigido por Burlan e roteirizado por ele e pelo também professor Henrique Zanoni , o filme foi rodado em 6 dias e encerra a “Tetralogia em preto e branco” do diretor, que se iniciou com “Sinfonia de um homem só” (2012), “Amador” (2013) e “Hamlet” (2014). Os quatro filmes têm a cidade de São Paulo como força motriz, os personagens deambulam por uma metrópole exposta em sua concretude e em perpétuo processo de construção e desconstrução.

Perguntado sobre o que é o “Fome”, o diretor diz “Morar na rua é um ato de resistência. O deambular é, para mim, não uma busca por chegar em algum lugar, mas a garantia do movimento. Eu já passei fome quando morei ilegalmente na Europa. A única coisa que passava na minha cabeça era a possibilidade do suicídio e a necessidade de andar. Mas o filme não é sobre mim. Acredito que o filme fala sobre duas coisas, o amor e a ausência dele”.

Jean-Claude, que recebeu o prêmio Especial do Júri por sua atuação no 48º Festival de Brasília diz, em entrevista para Burlan, que atuar foi uma experiência muito densa e muito positiva. “Quero estar associado a este tipo de cinema, que é um cinema de risco, um cinema que você não sabe muito bem no que vai dar e eu tenho um certo prazer angustiante, porém prazer em ir até os limites, de tentar ultrapassar os limites. Eu acho que no ‘Fome’ foi bastante isso”.

Ainda participaram do filme os alunos e ex-alunos Bil Silvestre (desenho de som e mixagem), Lucas Negrão (colorista), Helder Martins (diretor de fotografia), Ronaldo Dimer (2º assistente de fotografia), Arthur Tuoto (montagem adicional), Charlene Rover (fotografia still), João Macul (assistência de fotografia), Cris Hernandez (assistência de produção)e Aline Medeiros (produção de set), além dos professores Henrique Zanoni (roteiro e produção) e Ana Carolina Marinho (elenco).

Assista ao Trailer

Confira a programação

  • Dia 23/10 às 21:30 – CINE CAIXA BELAS ARTES – SALA SPCINE

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AIC na 15ª Goiânia Mostra Curtas

Lia Gandelman recebendo homenagem na Goiânia Mostra Curtas
Lia Gandelman recebendo homenagem na Goiânia Mostra Curtas

Entre os dias 6 e 11 de outubro aconteceu a 15ª Goiânia Mostra Curtas e a coordenadora Lia Gandelman esteve presente para representar a Academia Internacional de Cinema (AIC) e entregar dois prêmios para os vencedores das categorias de Melhor Direção Mostra Municípios e Melhor Direção Mostra Goiás.

Getúlio Ribeiro, diretor do filme “Enquanto a Família Dorme” e Camila Camila, diretora do filme “Ana” receberam vouchers de cursos da AIC. A escola também foi representada pelo professor Pedro Jorge, que ganhou prêmio de Melhor Filme – Júri Popular pelo filme infantil “Meu Pequeno Herói Não Sabe Voar”.

Premiados e participantes da Goiânia Mostra Curtas.
Premiados e participantes da Goiânia Mostra Curtas.

Cerca de 10 mil pessoas participaram das mostras e das atividades formativas (oficinas, debates, mesa redonda e encontros) e quase 120 curtas-metragens foram exibidos, em cinco mostras competitivas, que premiaram 15 filmes com o Troféu Icumam além de produtos e serviços oferecidos por empresas parceiras da indústria cinematográfica, estimulando a realização de novos projetos audiovisuais.

Maria Abdalla, diretora da Mostra diz, em carta de agradecimento, que a parceria com a AIC foi muito importante para que os objetivos do projeto fossem cumpridos: “valorizar a diversidade cultural brasileira, promover o intercâmbio de experiências, democratizar o acesso do produto audiovisual brasileiro, promover qualificação profissional, estimular novas produções e formar plateias para o cinema nacional”.

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Mostra Ciclo de 10 acontece no próximo dia 16 no Itaú Cultural

Crônicas do Meu Silêncio, de Beatriz Pessoa, é um manifesto sobre a violência contra a mulher retratado em três depoimentos baseados em situações cotidianas.
Crônicas do Meu Silêncio, de Beatriz Pessoa, é um manifesto sobre a violência contra a mulher retratado em três depoimentos baseados em situações cotidianas.

Dia 16 de outubro, a partir das 18h30, acontece mais uma edição do Ciclo de 10, mostra que destaca os 10 melhores filmes produzidos ao longo do ano por alunos do FILMWORKS – o curso técnico em direção cinematográfica da Academia Internacional de Cinema (AIC). O evento, que acontece no Itaú Cultural em São Paulo, é uma das principais oportunidades dos alunos exibirem os trabalhos e sentirem a reação da plateia. A mostra é aberta ao público e com entrada franca.

Ao todo foram 21 filmes inscritos. Veronika Berg, Produtora Cultural da AIC, conta que os filmes são selecionados levando em consideração padrões de festivais nacionais, para que o aluno tenho uma experiência completa do funcionamento dos festivais. “A decisão de deixar um filme de fora é sempre difícil, pois sabemos o quanto os alunos se dedicam. É importante lembrar que um filme também é feito na sala de exibição. O ‘Ciclo de 10’ é um momento para que os alunos possam ter a experiência de ver o seu filme em tela grande e torná-lo ainda mais real, além de perceber as reações de um público diverso e entender melhor o que funciona e não funciona no seu filme”.

O Curta Na Pista, dirigido por Adriano Cardoso, conta a história de Fábio que quer voltar para casa mas seu carro não funciona...
O Curta Na Pista, dirigido por Adriano Cardoso, conta a história de Fábio que quer voltar para casa mas seu carro não funciona…

Veronika também conta que que nesta edição a mostra traz filmes com temáticas sociais e políticas. “Os alunos não se furtaram de discutir questões um pouco mais polêmicas. Esse ano o ‘Ciclo de 10’ tem filmes que tratam de questões muito atuais e que retratam bem o Brasil contemporâneo”.

Os 10 filmes selecionados ficam automaticamente inscritos para a próxima edição do Filmworks Film Festival, o festival interno da AIC, que premia os melhores filmes dos alunos em diversas categorias.

Confira a programação, as sinopses e não deixe de prestigiar os filmes dos alunos!

PROGRAMAÇÃO

Sessão 1- às 18h30
  • Ocupação Hotel Cambridge
Ocupação Hotel Cambridge, dirigido por Andrea Mendonça, retrata o funcionamento do movimento de moradia sem teto do Centro da cidade de São Paulo, Frente de Luta Por Moradia (FLM) por meio do cotidiano dos moradores da Ocupação
Ocupação Hotel Cambridge, dirigido por Andrea Mendonça, retrata o funcionamento do movimento de moradia sem teto do Centro da cidade de São Paulo, Frente de Luta Por Moradia (FLM) por meio do cotidiano dos moradores da Ocupação

O curta-metragem retrata o funcionamento do movimento de moradia sem teto do Centro da cidade de São Paulo, Frente de Luta Por Moradia (FLM) por meio do cotidiano dos moradores da Ocupação Hotel Cambridge. Responsabilidade, trabalho em equipe e organização são a base para muitas famílias alcançarem seus sonhos.
Direção: Andrea Mendonça

  • Na Pista

Fábio quer voltar para casa mas seu carro não funciona. Decide ir andando quando é abordado por um misterioso homem que não estava ali por coincidência.
Direção: Adriano Cardoso

  • Olhos Invisíveis

Após um trágico acidente de carro, o casal André e Sofia tenta se adaptar a uma nova fase de suas vidas, numa relação que envolve vaidade e autopunição.
Direção: Gustavo Sani

  • Do Lar

Após perder o ônibus para mais um dia de trabalho como doméstica, Dalva encontra em uma praça um homem que doa livros usados. O gosto pela leitura de Clarice Lispector faz com que ela fique com um de seus livros, e, dentro dele, encontre uma carta esquecida que a faz questionar sobre sua própria vida. Dalva está decidida a largar seu trabalho e rotina por uma vida melhor.
Direção: Erik Gasparetto

  • Crônicas do Meu Silêncio

Histórias que se cruzam. Silêncios que se reconhecem. Um manifesto sobre a violência contra a mulher retratado em três depoimentos baseados em situações cotidianas.
Direção: Beatriz Pessoa

Número e Série, da aluna Jéssica Queiroz, conta a história de quatro alunos, Querô, Baleia, Diadorim, e Pedro Bala, que tentam desvendar um mistério que ronda os muros de uma escola da periferia de São Paulo.
Número e Série, da aluna Jéssica Queiroz, conta a história de quatro alunos, Querô, Baleia, Diadorim, e Pedro Bala, que
tentam desvendar um mistério que ronda os muros de uma escola da periferia de São Paulo.
Sessão 2 – 20h
  • Vidas Suspensas

O documentário mostra a vida de algumas mulheres e ex-mulheres de detentos. O tempo de espera, as lembranças e as ilusões de quem espera do lado de fora.
Direção: João Macul

  • Dentro do Ringue

Anderson, um jovem lutador, deseja a oportunidade de conseguir uma grande luta e finalmente a consegue quando Rui, o campeão da sua academia, aceita seu desafio. Agora Anderson terá a chance de uma grande oportunidade.
Direção: Vinicius Rolim

  • Vida de cão

Com elementos de uma luta de classe contemporânea, o filme se passa na cidade de São Paulo e conta parte da história de dois irmãos, Mariano e Carlos. Com a mãe muito doente, eles buscam a solução dos problemas que os cercam, optando por resolve-los de forma ilícita. Mesmo nessa situação desesperadora, cada um dos irmãos assume uma postura distinta.
Direção: Raphael B. Gomes

  • Salif

Milhares de pessoas procuram uma oportunidade de ganhar a vida na maior Cidade da América Latina. O senegalês Salif é mais um no meio de muitos que escolheram a tão “hospitaleira” São Paulo para morar.
Direção: Melquior Brito

  • Número e Série

Em uma escola na periferia de São Paulo, quatro alunos tentam desvendar um mistério que ronda os muros e se esconde entre os cadeados e portões. Querô, Baleia, Diadorim, e Pedro Bala enfrentam as regras e se arriscam em uma aventura.
Direção: Jéssica Queiroz

SERVIÇO

Ciclo de 10
Dia 16/10/2015 a partir das 18h30
Itaú Cultural – Avenida Paulista, 149 – São Paulo/SP

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Filmes de alunos em Festivais do Alagoas ao Rio Grande do Sul

Do Alagoas ao Rio Grande do Sul tem filme de aluno da Academia Internacional de Cinema (AIC) sendo exibido em festival. Nos meses de outubro e novembro quatro documentários estão rodando o país. Confira as programações, conheça os filmes e saiba um pouco mais sobre cada projeto.

Eu sou Bixiga

Cena do documentário Eu Sou Bixiga de Otávio Penteado, selecionado para o Festival Mimo
Cena do documentário Eu Sou Bixiga de Otávio Penteado, selecionado para o Festival Mimo

O curta documentário dos alunos Adeline Haverland, Adriana Terra, João Dias, Marco Paraná, Otávio Penteado e Vinícius Paroni foi selecionado para o Festival Mimo 2015, que exibe filmes inéditos em que o tema central é a música. O festival acontece em três cidades: Paraty – de 2 a 4 de outubro, Rio de Janeiro – de 13 a 15 de novembro e Olinda – de 20 a 22 de novembro.

O filme é um passeio pelo bairro paulistano do Bixiga guiado pelo dançarino Ricardo Rocha Santos. A música, as origens negras da região e um pouco da espiritualidade que mora nela, intermediadas pela personalidade de Ricardo, vão se desdobrando enquanto o protagonista nos conduz.

Feito como projeto final do curso de documentário da Academia Internacional de Cinema (AIC),  Otávio conta que inicialmente o ideia era fazer um filme sobre a possível saída da escola de samba Vai Vai do bairro paulistano por conta da construção da linha laranja do Metrô. “Durante o processo de pesquisa do filme, conhecemos Ricardo, um dançarino que nasceu no bairro e que morava atrás do palco da escola. Através de sua história, reforçamos a intenção de tratar de uma história diferente do bairro, além da italiana já conhecida”, conta.

Matinê

O antigo Cine Oberdan, tema do curta Matinê, selecionado para o 2º Festival de Cinema de Três Passos e para o V Festival de Cinema Universitário de Alagoas
O antigo Cine Oberdan, tema do curta Matinê, selecionado para o 2º Festival de Cinema de Três Passos e para o V Festival de Cinema Universitário de Alagoas

Também feito durante o curso de documentário, o filme dos alunos Abel Freitas, Adriana de Almeida Gomes, Eduardo Chauvet, Iberê Perissé, Márcio Siecola e Rafael Yamamoto, foi selecionado para o 2º Festival de Cinema de Três Passos – Ideias Vertentes, que acontece entre os dias 12 e 14 de novembro e para o V Festival de Cinema Universitário de Alagoas, que acontece entre os dias 03 a 07 de novembro.

Na São Paulo do final dos anos 30, ir ao cinema era um verdadeiro evento. Era o auge da Cinelândia Paulista com salas suntuosas e de grande público, entre elas, o cine Oberdan, construído no bairro do Brás, onde ocorreu uma história pouco conhecida até os dias de hoje. O filme descreve e reconstrói sonora e visualmente uma época de grande importância cultural para a cidade de São Paulo, mergulhando no tempo em busca de uma história quase perdida, e revelando fatos inusitados que mudariam de forma dramática todo aquele clima de efervescência que a cidade experimentava.

Marrocos

O filme dirigido pelas ex-alunas Andrea Nero e Iajima Silena, que fizeram o Intensivo de Documentário Férias está no 25º Festival Curta Cinema, que acontece entre os dias 4 e 11 de novembro no Rio de Janeiro.

Cena do curta Marrocos que está no 25º Festival Curta Cinema
Cena do curta Marrocos que está no 25º Festival Curta Cinema

O filme é sobre o antigo Cine Marrocos que hoje é ocupado por cerca de 500 famílias organizadas em torno de um movimento social pela habitação e traz como tema a transitoriedade. “O espaço já foi palco de importantes episódios da cinematografia brasileira. A palavra Marrocos transforma-se em ponte possível de acesso à culturas que possuem a prática nômade e o cenário desértico como elementos marcantes de um imaginário praticamente atemporal. O documentário utiliza-se destes elementos para abordar – privilegiando aspectos sensoriais e imagéticos – as realidades provisórias que atravessam a história de vida do Cine Marrocos e de seus atuais moradores”, diz a sinopse do curta.

O documentário já passou também pelos Festivais de Vitória, Internacional do Rio, Campinas e Curta Canoas. “É muito emocionante ver um sonho se materializando. Quando escrevemos o argumento deste curta, queríamos que as imagens falassem por si. Que a fala ou depoimentos, caso houvessem, fossem pontuais. Queríamos o imagético, o sensorial. A finalização de cor e imagem enriqueceram a fotografia e a trilha original nos passa a sensação de tempo. Juntas hipnotizam e podemos contemplar os detalhes do Cine Marrocos”, conta Andrea.

Ocupação Hotel Cambridge

O filme dirigido pela ex-aluna Andrea Mendonça com a participação do ex-aluno Leonardo Ciaccio como codiretor, tem sua pré-estreia na 8ª Mostra Luta, no dia 3 de outubro, às 16h no MIS – Museu da Imagem e do Som de Campinas e está concorrendo na competitiva de curta digital do 9º Curta Cabo Frio, que acontece entre os dias 12 e 18 de outubro. Sua grande première será no Curta Cinema 2015 – Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro, que acontece entre os dias 4 a 11 de novembro.

O filme retrata o funcionamento do movimento de moradia sem teto do centro da cidade de São Paulo, Frente de Luta Por Moradia (FLM), por meio do cotidiano dos moradores da Ocupação Hotel Cambridge e através de depoimentos de diversas famílias.

Ocupação Hotel Cambridge tem sua première no Curta Cinema 2015 - Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro
Ocupação Hotel Cambridge tem sua première no Curta Cinema 2015 – Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro

O antigo Hotel Cambridge, localizado na região central de São Paulo, fechou as portas em 2004. Após 8 anos de abandono e sem função social, o edifício foi ocupado pela FLM  em 23 de novembro de 2012 e hoje abriga cerca de 200 famílias. O filme mostra como a ocupação é gerida e mantida por seus moradores, que organizam diversas iniciativas coletivas para garantir que as famílias dos trabalhadores tenham acesso à moradia digna, educação e cultura.

O documentário conta com a participação dos ex-alunos Roberto Carvalho (produção), Lucas Miranda (produção), Alexandre Calado (direção de fotografia e som), Maria Eduarda Medeiros (direção de fotografia), Lucas Miranda (som e assistência de direção), Matheus Aragão (Ass. de Produção) e Guillherme Zucconi (Ass. de Produção).

Andrea diz que a ideia surgiu a partir do ex-aluno Leonardo Ciaccio que tinha interesse em conhecer ocupações na cidade de São Paulo. “Quando chegamos no Cambridge ficamos impressionados pela organização de seus moradores, pelo trabalho coletivo, pela consciência e respeito com relação as políticas públicas. Também percebemos que seus moradores são famílias comuns, com sonhos. Todos saem para trabalhar, estudar, assim como qualquer família brasileira. Nossa intenção com o filme era dar espaço para os moradores da Ocupação falarem, mostrarem seus pontos de vista, pois existe uma visão muito preconceituosa criada pela mídia brasileira, principalmente a televisão, a respeito dos sem tetos e dos movimentos de moradia”.

*Fotos Divulgação

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O Curta Virgens ganha prêmio em Los Angeles

Poster-Virgins_27x40_HiRES-2O curta “Virgens”, do ex-aluno Victor Ribeiro, que foi aluno de uma das primeiras turmas do FILMWORKS – o curso técnico em direção cinematográfica da Academia Internacional de Cinema (AIC), acaba de ganhar o prêmio de melhor curta-metragem no Los Angeles Brazilian Film Festival (LABRFF). Este ano, além do filme de Victor, o festival também premiou o curta de Matheus Vianna, chamado “Alegoria da Dor”.

Victor, que já trabalhou na O2 e tem o diretor Fernando Meirelles como sua maior influência, conta que o documentário experimental é sobre o processo criativo da artista plástica Bruna Mayer que pinta imagens de mulheres. “No filme o pincel se alimenta de tinta e se mistura com a tela. Bruna pinta enquanto os olhos das ‘virgens’ a analisam. Aos poucos, somos enfeitiçado por este mundo. A realidade se mistura com a ficção e de repente estamos dentro do universo atemporal. O filme experimenta um formato não muito convencional do gênero documentário, a proposta é colocar o espectador dentro dos anseios da personagem, sem que ela discurse sobre o trabalho. As palavras neste caso não dariam conta de entender uma artista tão conectada com a beleza e com uma visão um tanto quanto narcisista”, conta.

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Victor em Los Angeles depois de receber o prêmio de melhor curta.

Victor é responsável pelo roteiro, direção e montagem do curta e a direção de fotografia leva a assinatura do ex-aluno André Fáncio.

A ideia do projeto nasceu quando Victor conheceu Bruna através de uma amiga, há uns cinco anos. Ela mostrou as obras para Victor e confessou que nunca havia mostrado o trabalho pra ninguém. “Fiquei instigado com essa informação e me pareceu um bom motivo para fazer um filme”.

De baixo orçamento, o filme foi produzido metade em São Paulo e metade em Curitiba. “Em Curitiba é muito mais fácil encontrar ‘florestas’ preservadas que ficam a 30 minutos do centro. A cena da chuva e do divã foram gravadas no galpão da Tamanduá Iluminação. O filme levou quase dois anos para ficar pronto, como não tinha grana para finalizar fomos fazendo quando dava. Filmamos tudo em 5d mas graças ao apoio da MYSTICA, conseguimos uma correção de cor que às vezes, dependendo da projeção, até eu me espanto com a qualidade da imagem. Por fim entrou o Renato Navarro para compor a trilha”, conta Victor.

Victor conta que a participação de André Fancio foi fundamental para alavancar a fotografia do filme, “Fancio é visceral em tudo o que faz e o filme precisava disso”.

O filme também entrou na 3ª Mostra Cultura de Cinema Brasileiro no Ceará e num festival no Oregon chamado What The Festival.

TRAILER VIRGENS from Victor Ribeiro on Vimeo.

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Professores premiados no Festival de Brasília

festival-cinema brasileiro 48Dois professores da Academia Internacional de Cinema (AIC) saíram com candangos do 48º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Monica Palazzo ficou com o prêmio de Melhor Direção de Arte pelo filme “Para Minha Amada Morta”, do cineasta Aly Muritiba e, o filme “Fome”, do diretor Cristiano Burlan, recebeu dois prêmios: Melhor Som e Prêmio Especial do Júri.

Para Minha Amada Morta

A trama do longa é centrada no fotógrafo Fernando (Fernando Alves Pinto), um viúvo calado e introspectivo que vive cercado de objetos pessoais da falecida esposa, sofrendo pela sua ausência. Até descobrir, em uma fita VHS, uma surpresa que coloca em dúvida o amor da esposa por ele. Fernando decide investigar a verdade por trás destas imagens, desenvolvendo uma obsessão que consome seus dias e sua rotina. Monica Palazzo diz que o filme é sobre as transformações internas que passamos, sobre a passagem da veneração para a decepção.

Além do prêmio de Melhor Direção de Arte que Monica ganhou, o filme recebeu outros 5, ficando com o maior número de prêmios do Festival. Venceu nas categorias melhor direção (Aly Muritiba), melhor atriz e ator coadjuvante pelos trabalhos de Giuly Blancato e de Lourinelson Vladmir (quem fez a preparação de atores do filme foi a também professora da AIC – Amanda Gabriel), melhor fotografia (Pablo Baião), montagem (João Mena Barreto) e melhor longa-metragem segundo a Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema).

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Equipe do filme Para Minha Amada Morta

Em matéria do jornal curitibano Gazeta do Povo o jornalista Sandro Moser fala sobre a grandeza do filme: “Para Minha Amada Morta supera o principal defeito da produção mais recente do cinema brasileiro que é a pobreza ou o descaso com o roteiro; um ‘detalhe’ muitas vezes substituído por vaidade da direção, processos de preparação do elenco ou boas intenções. No caso do filme de Muritiba, ao contrário, o roteiro escrito pelo próprio cineasta é a grande força, ao contar em três atos uma história sobre luto, amor e vingança”.

Monica conheceu Aly Muritiba no 60º Festival de San Sebastian, quando foi para o lançamento mundial do filme ‘Cores’, de Francisco Garcia, no qual também assina a direção de arte. “Em 2013 ele veio pra São Paulo, fomos tomar um café e o Aly me convidou oficialmente para fazer o filme. O trabalho todo fluiu muito bem, mesmo sendo um filme de baixo orçamento me deram a estrutura que pedi. Aly sabia muito bem o filme que estava fazendo, deu referências bem específicas e ao mesmo tempo muita liberdade para gente criar. Ele tem o dom de orquestrar o trabalho da equipe. Soube agregar, somar e potencializar”, conta a diretora de arte.

imagesSobre a arte do filme, Monica conta que já na leitura do roteiro as cores “vieram”, o roteiro me  instigou a propor cores diferentes para cada universo. “O universo do Fernando é mais azulado, chove, faz frio. Já o de Salvador traz uma paleta de cores quentes. Tivemos referências da pintura e filmes que eram importantes para o Aly, dessa forma as cores começaram a se conectar de uma forma natural. Toda a minha equipe foi incrível e tivemos muita sintonia, mas gostaria de citar a cenógrafa Renata Rugai, que fez a direção de arte dos meus filmes e foi uma parceira incrível. Enfim, estou muito feliz com prêmio, ele é fruto de uma estrada de 13 anos de muita dedicação e desses bons encontros que a vida nos proporciona.”

Fome

Jean-Claude no filme "Fome", de Cristiano Burlan.
Jean-Claude no filme “Fome”, de Cristiano Burlan.

Nas veredas da metrópole paulistana, um velho homem abandona o passado e caminha na invisibilidade. Carrega consigo apenas um carrinho, alguns trapos e a velhice. Depois que se viu a morte é possível morrer de amor por alguém? – essa é a sinopse do longa “Fome”, dirigido e roteirizado pelo professor Cristiano Burlan. O filme de baixo orçamento traz o crítico, professor e ator Jean-Claude Bernardet como protagonista.

Rodado em 6 dias, o longa sobre um morador de rua, encerra a “Tetralogia em preto e branco” do diretor, que se iniciou com “Sinfonia de um homem só” (2012), “Amador” (2013) e “Hamlet” (2014). Os quatro filmes têm a cidade de São Paulo como força motriz, os personagens deambulam por uma metrópole exposta em sua concretude e em perpétuo processo de construção e desconstrução.

Perguntado sobre o que é o “Fome”, o diretor diz “Morar na rua é um ato de resistência. O deambular é, para mim, não uma busca por chegar em algum lugar, mas a garantia do movimento. Eu já passei fome quando morei ilegalmente na Europa. A única coisa que passava na minha cabeça era a possibilidade do suicídio e a necessidade em andar. Mas o filme não é sobre mim. Acredito que os filmes só falam sobre duas coisas, o amor e a ausência dele”.

O encontro entre Cristiano Burlan e Jean-Claude resultou na realização de quatro filmes em que JC participa como ator: “Amador” (2013), “Hamlet” (2014), “No Vazio da Noite” (2015) e “Fome” (2015), que estreará em competição no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.
O encontro entre Cristiano Burlan e Jean-Claude resultou na realização de quatro filmes em que JC participa como ator: “Amador” (2013), “Hamlet” (2014), “No Vazio da Noite” (2015) e “Fome” (2015).

Jean-Claude, que recebeu o prêmio Especial do Júri por sua atuação diz, em entrevista para Burlan, que atuar foi uma experiência muito densa e muito positiva. “Quero estar associado a este tipo de cinema, que é um cinema de risco, um cinema que você não sabe muito bem no que vai dar e eu tenho um certo prazer angustiante, porém prazer em ir até os limites, de tentar ultrapassar os limites. Eu acho que no ‘Fome’ foi bastante isso”.

Burlan diz que o prêmio é resultado de um trabalho muito vertical do Jean-Claude. “Ele é o filme. Ele é um ator-performer e a sua interpretação é muito sólida”.

Quem assina o som direto do filme é o ex-professor Cláudio Gonçalves e o aluno Fábio Bessa. Ainda participaram do filme os alunos e ex-alunos Bil Silvestre (desenho de som e mixagem), Lucas Negrão (colorista), Helder Martins (diretor de fotografia), Ronaldo Dimer (2º assistente de fotografia), Arthur Tuoto (montagem adicional), Charlene Rover (fotografia still), João Macul (assistência de fotografia), Cris Hernandez (assistência de produção)e Aline Medeiros (produção de set), além dos professores Henrique Zanoni (roteiro e produção) e Ana Carolina Marinho (elenco).

Sobre estar no festival o diretor diz que foi a primeira vez em Brasília. “Participar do Festival de Brasília é muito importante para o filme. Esse é o festival mais antigo de cinema do país e tem um histórico de resistência política e estética necessário para a história do Brasil”.

Confira a lista completa dos premiados

Longa metragem – Júri Oficial
  • Melhor filme de longa-metragem – “Big Jato”, de Cláudio Assis
  • Melhor direção – Aly Muritiba, por “Para Minha Amada Morta”
  • Melhor ator – Matheus Nachtergaele, por “Big Jato”
  • Melhor atriz – Marcelia Cartaxo, por “Big Jato”
  • Melhor ator coadjuvante – Lourinelson Vladmir, por “Para Minha Amada Morta”
  • Melhor atriz coadjuvante – Giuly Biancato, por “Para Minha Amada Morta”
  • Melhor roteiro – Hilton Lacerda e Ana Carolina Francisco, por “Big Jato”
  • Melhor Fotografia – Pablo Baião, por “Para Minha Amada Morta”
  • Melhor direção de arte – Monica Palazzo, por “Para Minha Amada Morta”
  • Melhor trilha sonora – DJ Dolores, por “Big Jato”
  • Melhor som – Claudio Gonçalves e Fábio Bessa, por “Fome”
  • Melhor montagem – João Menna Barreto, por “Para Minha Amada Morta”
  • Prêmio especial do júri – Jean-Claude Bernardet, por “Fome”
Filme de curta ou média metragem – Júri Oficial
  • Melhor filme de curta ou média metragem – “Quintal”, de André Novais
  • Melhor direção – Nathália Tereza, por “A Outra Margem”
  • Melhor ator – João Campos, por “Cidade Nova”
  • Melhor Atriz – Maria José Novais, por “Quintal”
  • Melhor Roteiro – André Novais, por “Quintal”
  • Melhor fotografia – Leonardo Feliciano, por “À Parte do Inferno”
  • Melhor direção de arte – Fabiola Bonofiglio, por “Tarântula”
  • Melhor trilha sonora – Sérgio Pererê, Carlos Francisco, Gabriel Martins e Pedro Santiago, por “Rapsódia Para o Homem Negro”
  • Melhor som – Léo Bortolin, por “Command Action”
  • Melhor montagem – Pablo Ferreira, por “Afonso É Uma Brazza”
  • Prêmio especial do júri (Pela feliz conjugação entre o trabalho de direção e atuação coletiva): “História de Uma Pena”, de Leonardo Mouramateus
Prêmios do Júri Popular
  • Melhor filme de longa-metragem – “A Família Dionti”, de Alan Minas
  • Melhor filme de curta ou média metragem – “Afonso é uma Brazza”, de Naji Sidki e James Gama

*Imagens de divulgação

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