A AIC no Festival de Brasília

O Festival de Brasília é considerado um dos mais importantes do Brasil, é o mais antigo evento dedicado ao cinema nacional no país. Os números são grandes e expressam sua importância no cenário brasileiro; o festival recebeu 132 inscrições de longas e todos os filmes finalistas são inéditos no país, já entre as produções selecionadas de curta e média metragem, foram 473 inscrições.

O evento teve início no último dia 20 e teve mostra competitiva, sessões especiais, mostras paralelas, o “festivalzinho”, debates, seminários, lançamentos e palestras.

Na edição passada a Academia Internacional de Cinema (AIC) já foi muito bem representada, porém esse ano bateu recorde: nesta 49ª edição, que se encerra hoje, a AIC esteve presente com 07 filmes que contam com a participação de professores e ex-alunos.

Arthur Tuoto, ex-aluno da Academia, teve seu filme “Não me Fale Sobre Recomeços” selecionado na categoria Experimental, Mostra Cinema Agora!, destinada a produções com linguagens diferentes.

 

Debate sobre o filme Demônia - foto: divulgação
Debate sobre o filme Demônia – foto: divulgação

Roney Freitas, professor do curso Filmworks, teve seu curta-metragem intitulado “DEMÔNIA – melodrama em 3 atos”, selecionado para o Festival. O filme foi produzido por Roney e dirigido por Fernanda Chicolet e Cainan Baladez.

Cristiano Burlan, também professor, entrou com seu longa-metragem “Estopô Balaio”.

Diogo Noventa, professor de Direção do curso Filmworks, entrou no Festival com o longa “Recado para o Mundão”.

Felippe Schultz Mussel, Professor e Coordenador do curso de Documentário da AIC do Rio de Janeiro, assinou o som do documentário “Abigail”.

Edson Secco, também professor, fez a edição de som e mixagem de som do documentário “Pedro Osmar, Prá Liberdade que se Conquista”.

Confira um pouco mais sobre cada um dos filmes:

O filme “Não me Fale Sobre Recomeços”, de Arthur Tuoto selecionado na categoria Experimental, foi feito a partir de diversos elementos, variadas formas de material como: diálogos de filmes clássicos, vídeos amadores do YouTube e imagens de videogames.

Arthur Tuoto é cineasta, mas também artista plástico, e essa veia artística faz com que em seu trabalho use e abuse da heterogeneidade. Em 2006 começou a produzir cinema e desde então, realizou uma série de trabalhos que apostam na mistura de linguagens. Utiliza as diversas linguagens para conceber um jogo de citações verbais e imagéticas que discorre sobre conceitos históricos de arte, cinema e política a partir de um imperativo da imagem.

Além de dirigir, Arthur fez a Produção Executiva e a Montagem.

As exibições irão acontecer no dia 27/09, terça-feira, às 14h no Cine Brasília e às 21 no Cine Cultura Liberty Mall, com entrada franca.

Já o debate irá ocorrer após a exibição do filme, no foyer do Cine Brasília.

“DEMÔNIA – melodrama em 3 atos” é um curta filmado na Vila Ema, em São Paulo, e acompanha a exposição da intimidade de um casal de maneira sensacionalista. Acompanhe a entrevista com o diretor. No filme, além de Roney Freitas, participaram outros dois professores da AIC, André Luiz de Luiz, na fotografia e Dicezar Leandro, na Direção de Arte.

Cristiano Burlan apresentou seu “Estopô Balaio”, que traz a história desse coletivo, estabelecido no Jardim Romano, bairro que constantemente sofre com enchentes e mostra a transformação desses moradores a partir de sua participação no grupo. Veja a matéria completa. Para quem não sabe, Cristiano Burlan, além de professor, também é um ex-aluno da AIC da primeira turma do curso Filmworks.

Diogo Noventa mostrou seu “Recado para o Mundão”, filmado na Fundação Casa, antiga FEBEM, traz histórias contadas pelos adolescentes que lá vivem. Acompanhe a entrevista com o diretor.

O documentário “Abigail”, com Felippe Schultz Mussel assumindo o som, une os pontos de um mapa humano que conecta indigenismo e candomblé. Uma casa aberta de memórias quase extintas.

Já, o filme, Pedro Osmar, Prá Liberdade que se Conquista”, com a edição de som e mixagem de som de Edson Secco, trata de um manifesto poético-político-musical sobre o multiartista paraibano Pedro Osmar.

Esse documentário será exibido nos dias:

– 27/09 – Terça-feira, às 15h30, no Cine Brasília. Entrada franca.

– 28/9 – Quarta-feira, às 21h, no Cine Cultura Liberty Mall. Entrada franca.

O debate irá acontecer no dia 27/09, após a exibição do filme, no foyer do Cine Brasília.

 

 

 

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diogo noventa

Diogo Noventa estreia seu longa-metragem no Festival de Brasília

Quem nunca ouviu falar na antiga Febem, hoje Fundação Casa? As denúncias de torturas e maus-tratos aos adolescentes que lá viviam são conhecidas nacional e internacionalmente, mas e as histórias contadas pelos próprios adolescentes, alguém conhece?

Diogo Noventa é professor de Direção do curso Filmworks da Academia Internacional de Cinema (AIC), e como professor, pesquisador e artista está sempre em busca de “temas que desestabilizem o sistema”, como diz ele. Por isso, decidiu fazer um filme dentro da Fundação CASA, “que teve como impulso falar da violência, desconstruindo a criminalização da pobreza, entendendo a violência como um problema político e não apenas social” comenta Diogo. São histórias contadas pelos verdadeiros protagonistas, os próprios adolescentes que vivem na Fundação. O filme “Recado para o Mundão” estreará no Festival de Brasília nessa segunda-feira, dia 26, E depois da exibição, o diretor participará de um debate. Além de Diogo, o professor André Moncaio também participou do documentário, fazendo a Direção de Fotografia.

Recado para o Mundão - Foto: Diogo Noventa
Recado para o Mundão – Foto: Diogo Noventa

 

O COMEÇO

Tudo começou quando o diretor pesquisava “os movimentos artísticos que se conectavam com as lutas populares e, além de situações que são “feridas do sistema”, como diz uma letra do MC Daleste. Dessa maneira, passei a me dedicar na pesquisa sobre violência e memória social, pesquisa que também realizo junto ao Estudo de Cena, grupo de teatro que faço parte como diretor e dramaturgo… Como referência, fico atento aos chamados “meios de comunicação de massa”, busco estar por dentro das novelas, programas de auditório, reality shows e telejornais. Nos tempos atuais, a imagem do bandido é muito difundida nesses meios de maneira estereotipada e via imagens “documentais” de câmeras de segurança. Essas imagens estão presentes na TV diariamente com narrativas absurdas sobre o banditismo juvenil, e recentemente, essas imagens fantasmagóricas foram bandeira para a redução da idade penal” revela Diogo.

 A REALIZAÇÃO

Para realizar o filme, Diogo passou oito meses na Fundação CASA, conversando com meninos e meninas, fazendo experimentos, entre eles usou: filmes-carta, autogravação corporal de tatuagens, filmes de ficção, tudo com suporte simples, como, por exemplo, webcam. “Por último, realizei alguns pequenos documentários, nos quais acompanhava educadores em seu trajeto de casa até a Fundação CASA, estes gravados em HD. Nessa relação com os jovens fui sendo preenchido de histórias, reais ou não (não importa). Existe lá dentro uma necessidade e vontade de narrar. A situação do corpo aprisionado e disciplinado não impede a mente de estar em alto giro, é uma situação de tensão; o corpo tem que se comportar, mas internamente, todos/todas estão muito mais acelerados; mente e corpo não estão em harmonia. Uma hora tem que explodir, quase uma panela de pressão….” relata o diretor.

Recado para o Mundão Foto: Diogo Noventa
Recado para o Mundão Foto: Diogo Noventa

Essas histórias, contadas a Diogo, revelam muita coisa: “costumes culturais, afetividades, muita coragem, principalmente na hora de tomar decisão frente às situações da vida, e também desejos.. como os de um jovem qualquer. Sobretudo, essas narrativas têm muito conhecimento; conhecimento que não é aceito pelo modo de vida “oficial” ou não é revelado. Muitas vezes, o jovem infrator é mostrado sem subjetividade, é um objeto a ser escondido, retirado do convívio….  ” conta o diretor.

O FILME

O filme trata da história de meninos e meninas que se encontram privados da liberdade, e enviam recados para quem está atrás da câmera. Depois de falarem para essa câmera, o diretor Diogo Noventa os entrevista, revelando que há muito mais por trás das máscaras que usam, literalmente.

Conta Diogo que, por lei, não poderia expor esses jovens, “era necessário pensar uma maneira de filmar sem recorrer à tarja preta nos olhos ou esfumaçar o rosto; estética relacionada à imagem do bandido nos telejornais. Por isso, usamos máscaras. No trabalho com a equipe de arte, Juliana Liegel e Valter Mendes, chegamos às máscaras de origem cênica, expressões cênicas do continente africano, ópera chinesa, commedia dell’arte, Kabuki e expressões humanas. O uso da máscara é um exercício que permite ampliar a possibilidade da fábula e de uma relação diferente com o corpo, no caso do filme, também de incorporar a máscara à identidade de cada um ou transformar sua identidade a partir dela. Cada um escolheu a sua máscara, a partir de exercícios preparatórios para o filme” declara Diogo.

RECADO PARA O MUNDÃO

O diretor conta que sua ideia não é ser um intermediário dessas vozes, até porque participa do filme, é um personagem, mas “a ideia é que o filme fale de histórias que não vêm a público, … outros pontos de vista… O nosso modo de vida não é único, os costumes e cultura não são únicos, mas são construídos socialmente”. Dessa forma, o filme vem para romper a barreira entre os mundos sociais, buscando a legitimidade desse mundo, “contudo, não se tem nessa proposta o culto à espontaneidade da autoexpressão em si mesma, muito menos a utopia da imagem autêntica e pura. O filme apresenta, através da representação de recados, histórias de jovens detentos”.

Recado para o Mundão - Foto: Divulgação
Recado para o Mundão – Foto: Divulgação
CURIOSIDADE

Diogo fez uso de uma opção interessante para filmar seu longa, “nos experimentos que realizei, não me agradava a imagem em Full HD, 16:9. Não era uma boa interpretação estética do ambiente… Além disso, a imagem da câmera de segurança está diariamente na TV como um show de terror e suspense. Então, a ideia foi usar essa imagem que tem uma conotação social do horror, do medo, da vigilância, mas por essa imagens apresentar narrativas de vida, de energia vital. E optamos em fazer o filme em 4:3, a tela quadrada, com as 04 câmeras apontadas para o centro, traduzindo a força centrípeta. A tela quadrada e a decupagem para o centro geram o aprisionamento do olhar do público, traduz a disciplina. O que expande a imagem, que rompe a regra ou a lógica são as histórias, os salves enviados para o mundão. Este foi o combinado, que cada um iria entrar em uma sala com 04 câmeras de segurança e enviar um salve (recado) para o Mundão” relata Diogo.

SERVIÇO

Exibições

Dia 26/09, segunda-feira,

Cine Brasília, às 14h

Cine Cultura Liberty Mall, às 19h

Entrada franca

DEBATE

26/09, segunda-feira, após exibição do filme,

No foyer do Cine Brasília

FICHA TÉCNICA

Produção executiva: Manfrini Fabretti
Roteiro: Diogo Noventa
Fotografia: André Moncaio
Montagem: Marcelo Berg
Som: Bruno Palazzo
Direção de arte: Valter Mendes
Cenografia: José Toro-Moreno
Produtora Filmes de Abril Produções Audiovisuais Ltda.

 

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Estopô Balaio

Roney Freitas e Cristiano Burlan no Festival de Brasília

A 49º edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro vai contar com o trabalho de dois professores da Academia Internacional de Cinema (AIC): o curta-metragem intitulado “DEMÔNIA – melodrama em 3 atos”, produzido por Roney Freitas, professor do curso Filmworks, com direção de Fernanda Chicolet e Cainan Baladez e o longa-metragem “Estopô Balaio” dirigido pelo também professor Cristiano Burlan. O evento que acontecerá entre os dias 20 a 27 de setembro terá a participação de convidados ilustres, como: Lauro Escorel, que tempos atrás esteve na AIC dividindo sua experiência com os alunos, irá abrir o Festival com seu curta “Improvável Encontro”, juntamente com o longa-metragem “Cinema Novo” de Eryk Rocha, apresentações apenas para convidados. Além de Lauro, outro convidado especial que estará presente no evento será Jean Claude Bernardet, que também já esteve na AIC compartilhando sua experiência, grande parceiro de Burlan, sendo protagonista em diversos de seus filmes, será o homenageado do Festival.

Demônia - Foto: Divulgação
Demônia – Foto: Divulgação

Além da exibição, o Festival fará debates sobre os filmes. Acompanhe os dias:

Demônia será exibido:

Dia 25- domingo, às 21h30
Cine Brasília

Dia 26/09 – segunda-feira, às 17h
Cine Cultura Liberty Mall.

E o debate acontecerá no dia:

26/09 – segunda-feira, às 11h30
Kubitschek Plaza Hotel, salão Caxambu.

Acesso Livre

Estopô Balaio será exibido:

Dia 22/09 – quinta-feira, às 15h
Cine Brasília

Dia 23/09 – sexta-feira, às 19h
Cine Cultura Liberty Mall,

Debate:

Dia 22/09 – quinta-feira, após exibição do filme.
No foyer do Cine Brasília

OS FILMES
DEMÔNIA – MELODRAMA EM 3 ATOS

A ficção “Demônia” foi um curta filmado na Vila Ema, em São Paulo, e acompanha “a discussão de um casal que tem sua intimidade exposta de maneira sensacionalista por uma TV. Foi gravado em menos de três dias, e levou menos de 10 meses ao todo entre ganhar o edital, pré-produzir, filmar e finalizar” conta Roney.

Roney Freitas conta que como produtor executivo de “Demônia” teve uma experiência diferente de direção “acompanhei a inquietação sobre a narrativa pelos diretores… mas foi algo mais distanciado de certo modo,… sendo de natureza mais pragmática as minhas preocupações – não que isso implique em menos inquietações porque é, ainda, após a recepção do filme, a partir do espectador recebendo e retornando, que a gente se assenhorará do trabalho. Estamos na expectativa, portanto… foi a primeira vez assumindo essa função de produtor executivo, com uma equipe muito boa, profissional, que meu deu todo suporte. Auxiliou e suplantou qualquer falta de experiência minha (também por isso, foi mais tranquilo).”

No filme, além de Roney Freitas, participaram outros dois professores da AIC, André Luiz de Luiz, na fotografia e Dicezar Leandro, na Direção de Arte.

Ficha Técnica

Direção: Cainan Baladez e Fernanda Chicolet
Produção executiva: Roney Freitas
Roteiro: Fernanda Chicolet
Fotografia: André Luiz de Luiz
Montagem: Allan Ribeiro e Thiago Ricarte
Som Damião Lopes
Direção de arte: Dicezar Leandro
Cenografia: Dicezar Leandro
Figurino: Rodrigo Rosa
Trilha sonora: Filipe Junqueira Machado e Thiago Ricarte
Música original: Filipe Junqueira Machado
Elenco: Fernanda Chicolet, Vinicius de Oliveira, Henrique Schafer, Daniel Ortega, Júlia Araújo e Angelo Defanti
Produtora Arte In Vitro Filmes

ESTOPÔ BALAIO

O filme de Cristiano Burlan traz a história do Coletivo Estopô Balaio, que reside no Jardim Romano, bairro do extremo leste paulistano que sofre constantemente com enchentes. Em 2010, o bairro ficou submerso por três meses, dessa maneira, os moradores foram obrigados a se reinventar, a reinventar a vida, a criar novas perspectivas de viver. Assim, o Coletivo Estopô Balaio estabelece uma residência artística no bairro, que já resultou em três espetáculos, que foram construídos a partir dos relatos dos moradores sobre suas experiências com enchentes. E o filme traz a seguinte indagação: Como opera a arte em situações de trauma social?

Cristiano revela que o intuito do Coletivo, desde o início, sempre foi investigar a memória social dessa população por meio de processos criativos, que reúnem artistas e moradores que estão se formando artisticamente nas atividades desenvolvidas na sede do Coletivo. Todos os processos, os ensaios de cena na rua, espetáculos, projeção de filmes em espaços públicos, por exemplo, foram criados a partir dos depoimentos dos moradores sobre as experiências com as águas, mas a ideia também é colocá-los como protagonistas dessas histórias, dando a oportunidade de ressignificar sua memória.

Ficha Técnica

Direção: Cristiano Burlan
Produção: Ana Carolina Marinho e Henrique Zanoni
Fotografia e Câmera: João Macul e Cristiano Burlan
Roteiro: Ana Carolina Marinho, Cristiano Burlan e Marcelo Paes Nunes
Montagem: Marcelo Paes Nunes e Cristiano Burlan
Som direto: Ney Damacena
Desenho de som: Gabriel Silvestre
Produtora Bela Filmes Produções Ltda.

Coletivo Estopô Balaio:

João Júnior, Adrielle Rezende, Ana Carolina Marinho, Ana Maria Marinho, Bruno Fuziwara, Clayton Lima, Edson Lima, Keli Andrade, Juão Nin, Lisa Ferreira, Paulo Oliveira, Ramilla Souza, Wemerson Nunes e Amanda Preisig.

Além disso, alguns alunos e ex-alunos da AIC compõem a ficha técnica do filme “Estopô Balaio”, são eles: João Macul, Charlene Rover, Cris Hernandez, Carolina Meneghel, Marcelo Paes Nunes, Lucas Negrão, Gabriel Silvestre, Monique Lemos, Bruno Trentin.

Teaser Estopô Balaio

SOBRE O FESTIVAL

A edição do Festival deste ano apresentará 09 longas-metragens e 12 curtas ou médias-metragens na Mostra Competitiva. As mostras paralelas e sessões especiais contam outros 20 filmes. E ao todo, serão exibidos 41 filmes.

Produções vindas de todo o país estarão competindo pelo principal prêmio do Festival, o Troféu Candango, cujo nome faz homenagem aos brasilienses. Além do troféu, há prêmios que serão divididos entre os grandes vencedores.

E essa edição do Festival conta com uma novidade, é a criação da medalha “Paulo Emilio Salles Gomes”, intelectual, ensaísta, historiador, crítico de cinema, militante e também um dos responsáveis pelo surgimento do Festival de Brasília, junto com outros professores da Universidade de Brasília, como: Jean Claude Bernardet e Vladimir Carvalho.

A honraria será concedida a figuras que se destacaram no ensino, crítica e difusão do cinema brasileiro, o homenageado da vez é o ator, crítico, teórico e também ficcionista Jean-Claude Bernardet, que a receberá na solenidade de premiação do Festival, no dia 27 de setembro, às 19 horas. Além dessa participação especial, Bernardet apresentará seu documentário “A destruição de Bernardet”, que propõe uma reflexão sobre os diferentes papéis do crítico.

Para Cristiano estar no Festival de Brasília é sempre uma experiência singular “o Festival de Brasília é um dos mais importantes festivais de cinema do país, quiçá o mais. Ultrapassou diversos momentos políticos do país e sempre resistiu com engajamento. É a segunda vez em que participo do festival com o um longa-metragem. No ano passado, participei da competição com o filme FOME e esse ano o filme ESTOPÔ BALAIO integra uma mostra em que discute arte e política. Sempre acho imprescindível fomentar o debate e a reflexão sobre os filmes e me sinto honrado de ir novamente ao festival. Costumo me inscrever em festivais em que reconheço uma curadoria interessante, festivais que fomentam reflexões e críticas.”

Serviço:

De 20 a 27 de setembro, no Cine Brasília (Entrequadra 106/107 Sul, 3244-1660). Mostra competitiva: R$ 12 (inteira) e R$ 6 (meia). Entrada franca: mostras paralelas e sessões especiais. A classificação indicativa varia de acordo com os filmes. Veja a programação completa.

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O cinema de Pier Paolo Pasolini para se levar no bolso

O ex-aluno da Academia Internacional de Cinema (AIC), Davi Kinski, acaba de lançar seu livro “Pasolini, do Neorrealismo ao Cinema Poesia” com prefácio de Franthiesco Ballerini, coordenador dos cursos de História do Cinema e Estudos de Direção, (no qual faz uma análise de alguns dos principais diretores).

A PRIMEIRA VEZ COM PASOLINI

E foi exatamente numa dessas aulas, que Davi se encantou ainda mais pelo diretor. O primeiro contato com a obra de Pasolini foi por meio do filme “As Mil e uma Noites” e “bem na puberdade”, revela ele aos risos: “foi uma bomba aos meus hormônios, lembro-me de sair de casa um pouco nervoso para comprar um brigadeiro na padaria (só o chocolate salva nessas horas). Eu não havia elaborado ainda toda complexidade da obra, porém ali o “bichinho” da provocação já havia me picado, e então só fui me aprofundando em sua filmografia. Confesso que nessa época não havia me atentado que Pasolini era poeta, mas com as aulas do professor Franthiesco Ballerini de grandes diretores na AIC fui me espantando cada vez mais ao desvendar todas as facetas de Pasolini. Foi paixão a primeira lida; assim que comecei a ler seus poemas e romances fui me fascinando cada vez mais com seus ensaios críticos, com discursos de extrema contundência e observação ao mundo globalizado e burguês. Fui me identificando cada vez mais com suas ideias, elas me influenciaram fortemente em minha formação pessoal”.

Livro: Pasolini, do Neorrealismo ao Cinema Poesia de Davi Linski - Foto: Divulgação
Livro: Pasolini, do Neorrealismo ao Cinema Poesia de Davi Kinski – Foto: Divulgação
SOBRE O LIVRO

A ideia do livro surgiu com a percepção de que não existiam muitos livros de bolso sobre Pasolini, revela Davi. Além disso, o autor comenta que seu maior interesse sempre foi a democratização da poesia, cinema e literatura, “somos um país que não lê, portanto, fiz um livro para interessados em cinema em geral terem seu primeiro contato com o pensamento “Pasoliniano”. Para mim, todas as maiores obras dele, assim como as já escritas em língua portuguesa sobre ele, estão lá citadas”. E a obra também tem o poder de incentivar as pessoas a conhecer o legado de grandes diretores, como Pasolini.

O professor Franthiesco comenta que na internet tem muitas informações sobre o diretor, porém, “são mais técnicas sobre seus filmes, bem como a biografia dele. No livro, o Davi faz belíssimas reflexões sobre as conexões entre seus filmes e suas poesias. Essas reflexões não se encontram fácil por aí. Vale a pena ler”.

O prefácio escrito por Ballerini tem um gostinho especial para aluno e professor, “eu escolhi o professor Franthiesco porque, primeiramente, admiro o seu trabalho e visão de cinema, mas também por ter me desvendado todas as facetas do poeta e cineasta, além do mais me orientou fortemente neste que também foi meu trabalho de conclusão no curso Filmworks”. 

Já para Franthiesco ter sido escolhido foi uma forma de ver seu trabalho dando frutos, “o Davi fez parte da minha primeira turma na AIC, no primeiro semestre de 2009. Lembro-me de chegar nervoso para a primeira aula, pois até então, eu tinha apenas experiência de crítico de cinema, no Estadão, e de professor de inglês. Ele foi literalmente minha primeira experiência docente na área de cinema. E fico muito feliz de saber que fiz um trabalho que o ajudou a desenvolver o livro”.

Davi kinski - Foto: Divulgação
Davi kinski – Foto: Divulgação
SOBRE O AUTOR

Davi escreve poesia desde os 15 anos, mas já fez muitas coisas, pois como ele mesmo se intitula “é um inconformado”. “Comecei com 10 anos no teatro, e me formei aos 18. Fiz Cinema, na Academia Internacional de Cinema, e me formei com 22 anos. Já dirigi sete curtas-metragens, escrevi o livro de poesia, “Corpo Partido”, fui indicado para Melhor Ator, no Festival de Gramado em 2008, em atuação no filme “Nome Próprio”, de Murilo Salles e no teatro, já participei de muitas peças”.

QUEM FOI PIER PAOLO PASOLINI

Cineasta, poeta, dramaturgo, escritor italiano. Conhecido por sua poesia narrativa, alguns o consideram até hoje o maior poeta da imagem que já tivemos, porém seus trabalhos sempre geraram muita controvérsia, sua característica não é expressa em um senso comum do que é o belo.

Em seus filmes, Pasolini criticava bastante a estrutura do governo italiano e toda a sociedade capitalista, em “Pocilga” faz um retrato metafórico da degradação humana resultado da sociedade de consumo, a qual não preza pela essência do ser humano, mas sua capacidade de consumo. Um cinema inquietante. E também dirigiu os filmes da Trilogia da Vida com conteúdo erótico e político: “Decameron”, “Os Contos de Canterbury” e “As Mil e Uma Noites”.

E apesar de ser bastante ácido, e ter sofrido duras críticas da igreja católica por seus filmes, no ano de 2014, o Vaticano declarou que “O Evangelho Segundo São Mateus” é o melhor filme já feito sobre Jesus Cristo.

Sua trágica morte, ainda hoje, é uma incógnita, pois após ter cumprido pena, o assassino confesso afirmou não ter matado o cineasta, e hoje as conclusões da época, realmente não se sustentam. Uma morte que parece saída de um dos seus filmes.

SERVIÇO

O lançamento foi na Bienal Internacional do Livro, pela editora Laranja Original, estreante no mercado, que se propõe a publicar conteúdos poéticos, sejam biografias, poemas, romances, ensaios etc. O livro pode ser encontrado no site da editora: www.laranjaoriginal.com.br ou em breve nas livrarias.

No dia 13 de setembro, Davi estreará seu projeto “Poemaria”, “que é uma série de ações que consiste em várias ações para democratizar a poesia em nosso dia a dia. E nesse dia, estaremos com o projeto no Reserva Cultural, na Av. Paulista 900, às 20 horas, vamos estrear nosso portal www.poemaria.com.br e o primeiro aplicativo do mundo de declamações e divulgador de poesia, o DECLAMAÍ. Em tempos de inúmeras possibilidades de o sujeito aparecer na internet, tirar selfies, mostrar o que vai jantar ou o que está pensando, por que não, usar a grande rede como um disseminador de poesia? Convido a todos nesse momento conturbado que estamos, a espalhar beleza na rede virtual e não horror! Precisamos nos comunicar, precisamos ouvir, precisamos nutrir a palavra de significado, vamos declamar!!”

 

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De Chay Suede a Vila Sésamo – o que nossos alunos estão fazendo

Junior Machado tem 29 anos, é do Mato Grosso Sul, e está há 10 no Rio. E desde que chegou trabalha na área audiovisual. Para ele, esse ano de 2016 foi bastante prolífico, desde que entrou na Academia Internacional de Cinema (AIC), no curso FilmWorks, já fez Direção de Fotografia da websérie “Desapegadas”, do videoclipe “Ishtar” do cantor Tiago Maviero, com previsão de lançamento para setembro e também do curta-metragem “Ninho do Coelho”, curta esse, que além de fazer a Direção de Fotografia, estreou como Diretor Geral, fazendo uma codireção com Amanda Pickler. E foi 1º Assistente de Fotografia no longa-metragem “Trágica”, Direção de Aída Marques e Fotografia de Flávio Ferreira, com previsão de lançamento para 2017. Hoje, é contratado como Diretor de Cena da produtora Luso-Brasileira “Prato & Pixel”.

Chay Suede e Junior Machado Foto: Divulgação
Chay Suede e Junior Machado Foto: Divulgação

E de tudo o que realizou, conta que o maior desafio encontrado foi a Direção de Fotografia do novo videoclipe do cantor e ator global Chay Suede, “pois o diretor estreante era o próprio artista, que queria imprimir um conceito de filme caseiro feito em VHS, mas, não apenas usar efeitos digitais e sim gravar com câmeras em fitas VHS da década de 80. Sendo assim, o nosso desafio foi na verdade um estudo de linguagem na contramão do digital que vivemos hoje em dia. Embora o conceito do clipe seja de um filme caseiro, fizemos um trabalho muito arrojado, usamos lasers de última geração  e isso nos exigia muita preparação para entender como essas câmeras iriam reagir a esse setup de luz”.

Como aluno da AIC, Junior comenta que além de ter toda a base teórica para poder enfrentar desafios como a realização do videoclipe, a Academia ainda incentiva o network entre os próprios alunos, “pois inevitavelmente, a conversa e os trabalhos acontecem para além dos muros da AIC”. Além disso, para ele, nada disso teria acontecido se não estivesse na AIC: “o FilmWorks me ajudou a desenvolver vários projetos, inclusive o videoclipe “Chuva de Like”, pois o Chay  e sua Produtora foram procurar a AIC para conhecer alunos que acreditassem na proposta estética do videoclipe, e eu estava lá”.

CINE FANTASY

Preparem-se fãs de fantasia, horror e ficção científica, começa no dia 06 de setembro, a 7ª Edição do CineFantasy, o maior festival de cinema fantástico do Brasil. E a aluna do curso FilmWorks da Academia Internacional de Cinema, do Rio de Janeiro, Isabela Costa teve seu curta “Encontro às Cegas” selecionado. O evento acontece em São Paulo.

Encontro às cegas Foto: Divulgação
Encontro às cegas Foto: Divulgação
CINEMA FANTÁSTICO

O termo “cinema fantástico” é usado para unir os gêneros que têm o real e o irreal em suas histórias, ou seja, horror, ficção científica e fantasia são subgêneros que fazem parte do fantástico.

O FILME

Seu filme conta a história de um vampiro cego, em pleno ano de 2016, que atrai suas vítimas para a sua casa por meio de aplicativos de celular, mas uma surpreendente chegada muda o rumo da noite.

Essa história surgiu em um trabalho feito no exercício denominado “Curta-metragem – ficção 02 – Ficção a partir da observação”, “essa parte da observação fizemos sobre cegos, e a partir daí criei um mundo fantástico, onde criaturas mitológicas vivem na modernidade e como elas lidam com a tecnologia” conta Isabela.

EQUIPE

Além de Isabela que roteirizou, dirigiu e fez a maquiagem, o filme contou com outros alunos da AIC, são eles: Mateus Chernicharo como Produtor, Pedro Fontoura como Diretor de Fotografia, o Daniel M. Moeller, como Diretor de Arte e o Gibrair Filho que fez a captação do som.

É seu primeiro festival e a emoção está à flor da pele, “é o nosso primeiro festival, e estamos muito felizes, ainda mais estando na mostra competitiva, o que nos deixa mais ainda com aquele frio na barriga”, relata uma empolgada Isabela.

FESTIVAL

Essa edição marca a volta do evento depois de um intervalo de 05 anos. Foram mais de 900 filmes entre curtas e longas de todos os cantos do mundo. O festival acontece entre os dias 06 e 11 de setembro no Museu da Imagem e do Som (MIS) e traz, além da Mostra Competitiva com premiação para curtas e longas como melhor filme de fantasia, horror e ficção científica, eventos paralelos, como palestra com Victor Hugo Borges, A Tarde Harry Potter, Festa Mundo Invertido e muito mais. Será uma semana de programação intensa.

Serviço:

Sessão Competitiva de Curtas Estudantis

Data da exibição: 09/09 – 14h

MIS – Museu da Imagem e do Som

Av. Europa, 158 – Jardim Europa, São Paulo, SP

Ingressos: R$6,00 e R$3,00 (meia), vendas no local e na hora.

Programação completa no site do evento: link.

VILA SÉSAMO

Provavelmente, todo mundo já ouviu falar no programa Vila Sésamo, não é mesmo? Exibido nos anos de 1970 fez história na programação infantil da TV Cultura. O programa buscava ensinar de maneira descontraída, lúdica e divertida conhecimentos básicos sobre números, cores, as letras do alfabeto, geometria, etc. às crianças. Porém, era um programa para a família.

A HISTÓRIA

A atração original, Sesame Sreet (Rua Sésamo, na tradução literal) foi criada nos Estados Unidos pela Children’s Television Workshop, atual Sesame Workshop e chegou ao Brasil por meio de Claudio Petraglia (novelista, diretor e maestro), que no início da década de 1970, após ler um artigo na Revista Time, embarcou a Nova York para estudar a possibilidade de trazer o programa para o Brasil. Em 1972, no dia 12 de outubro, após três anos da inauguração da TV Cultura, estreava o programa Vila Sésamo. Foi reconhecida como a produção educativa infantil de maior sucesso de todos os tempos.

O programa foi adaptado em vários países, e em cada lugar, procurava contemplar a realidade local, com conteúdos educativos e de entretenimento. Teve sua primeira veiculação entre 1972 e 1977, retornando às telas em 2007.

O NOVO PROJETO

Entre março e outubro de 2014, o Projeto Incluir Brincando, uma iniciativa da Sesame Workshop e TV Cultura, em parceria com o UNICEF e a Metlife Foundation, traz de volta o Vila Sésamo. Além disso, a Sesame Workshop conta com um representante local no Brasil, João Amorim, cineasta, produtor e diretor criativo do projeto.

Essa contextualização foi necessária para explicar a dimensão do projeto em que a aluna do curso FilmWorks, da AIC, Priscila Fraguas está envolvida.

O projeto “envolve criar uma série episódios com os muppets (Elmo, Monster Cookie ou Come-Come, Grover, Bel e outros bonecos), onde as crianças de 3 a 7 anos (e por que não os adultos?) possam, de forma lúdica, aprender a lidar com assuntos relacionados à educação financeira, planejamento e realização de projetos, saúde, família etc. São vários episódios, além de um canal no Youtube, uma página na internet (com atividades, vídeos, jogos e a história do programa Vila Sésamo) e uma animação chamada GameShow do Elmo”, explica Priscila.

Os roteiros dos 56 episódios e o GameShow são escritos por roteiristas brasileiros, dirigidos e produzidos por João Amorim, em parceria com a TV Cultura, e é dessa turma que a aluna faz parte, com a responsabilidade de ora produzir, ora fazer assistência de direção, ora dirigir. Esses episódios às vezes contam com a presença de algumas celebridades, como no vídeo feito para falar sobre o Zika Vírus, que contou com a participação da Bela Gil.

Além desses episódios, temos outras coisas em paralelo, que são feitas por outros patrocinadores da Sesame, como o minidocumentário filmado na Favela da Maré, que já está disponível em nosso canal do Youtube. Esse documentário foi feito para que as crianças entendessem, junto com os Muppets, que nada se resolve com violência, principalmente, nessa comunidade, que é uma das mais violentas do Brasil. O minidocumentário foi filmado em dois dias e só conseguimos entrar na favela porque o tráfico de lá nos liberou. Trabalhamos em parceria com uma ONG local, e as crianças participantes fazem parte dessa ONG. As crianças contam episódios onde a violência poderia estar acontecendo, mas elas, de alguma forma, transformaram aquele momento violento, num momento pacífico. Essa foi a ideia do documentário” relata Priscila.

TEORIA E PRÁTICA

Seja como Assistente de Direção, como Produtora ou Assistente de Produção, Priscila conta que teve todo apoio do João Amorim ao dizer que sentiu necessidade de se especializar mais e por isso procurou a Academia Internacional de Cinema, “mesmo atuando na área e ter bastante prática, achei muito importante fazer um curso que me proporcionasse um conteúdo de qualidade que me agregasse. E acho imprescindível estar estudando, ter esse conteúdo e ao mesmo tempo trabalhar, poder vivenciar o que se aprende na escola. Tem muita gente que não tem essa oportunidade, e eu tenho. Estou muito contente em estar circulando pelos dois lados, ainda mais num projeto dessa importância. É uma experiência incrível para mim! Estou muito feliz!” conta uma animada Priscila.

Conheça mais sobre o projeto desenvolvido aqui no Brasil acessando o link.

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Tudo sobre projetos audiovisuais com Guilherme Fiuza e Julia Nogueira

Muitos profissionais ainda encontram dificuldades na hora de elaborar projetos para participar de editais públicos, solicitando financiamento.

Neste dia 16 de setembro, a Academia Internacional de Cinema (AIC), irá promover um bate-papo com Guilherme Fiuza Zenha e Julia Nogueira. Nesse encontro, eles falarão sobre seu novo livro, o GUIA DE ELABORAÇÃO DE PROJETOS AUDIOVISUAIS – Leis de Incentivo e Fundos de Financiamento.

O livro traz os passos básicos para elaboração de projetos audiovisuais em editais públicos, fundos de financiamentos e Leis de Incentivo. Além disso, traça o perfil e as políticas de investimento e histórico dos editais públicos brasileiros.

Evento:

Data: 16 de setembro – sexta-feira
Horário: 19h30
Palestrantes: Guilherme Fiuza Zenha e Julia Nogueira
Local: Academia Internacional de Cinema – Rio de Janeiro
R. Martins Ferreira, 77 – Botafogo

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