Ex-aluno da AIC assume uma cadeira na Academia Brasileira de Cinema

Ex-aluno AIC assume cadeira na Academia Brasileira de Cinema

O cineasta e roteirista formado pela Academia Internacional de Cinema (AIC), Eduardo Spinelli, assumiu uma cadeira na Academia Brasileira de Cinema, associação que tem por objetivo promover, preservar e divulgar o cinema brasileiro. Entre os membros da academia, estão grandes nomes do Cinema Nacional como Adriana Esteves, Lázaro Ramos, Petra Costa, Walter Lima Jr. e Walter Salles.

“Para mim, é uma honra e a realização de um sonho ser convidado a fazer parte da Academia. Afinal, essa é uma conquista importante não apenas para mim, mas para todo o mercado audiovisual do Vale do Paraíba, que agora terá um realizador de filmes aqui da nossa região representando o Vale na mais importante instituição do Cinema Nacional”, conta o caçapavense Spinelli.

A Academia Brasileira de Cinema é responsável pela realização do Prêmio Grande Otelo (que até 2023 chamava-se Grande Prêmio do Cinema Brasileiro), premiação anual que contribui para a elevação e a promoção do cinema brasileiro junto à população e ao público do país, por meio do reconhecimento da qualidade técnica e artística de seus filmes. Votado pelos membros da Academia, o Prêmio Grande Otelo vem passando por atualizações desde que foi criado, sempre acompanhando as mudanças do mercado audiovisual. Além disso, a Academia é a única entidade credenciada pela Academy of Motion Picture, Arts and Sciences (AMPAS) a indicar o filme representante do Brasil no Oscar.

Sobre a Academia

A Academia Brasileira de Cinema, com sede no Rio de Janeiro, foi criada no dia 20 de maio de 2002 com a finalidade de instituir o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro e contribuir para a discussão, promoção e fortalecimento do cinema como manifestação artística, ajudando, desta forma, a fortalecer a indústria cinematográfica brasileira.

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Filme de aluna AIC é selecionado em Festival

O filme CASA 513, dirigido por Lívia Olivares, aluna do Técnico em Direção Cinematográfica (Filmworks) da Academia Internacional de Cinema (AIC), foi selecionado para a mostra competitiva do Metrô – Festival do Cinema Universitário Brasileiro. O festival acontece na Cinemateca de Curitiba entre os dias 27 de agosto e 1 de setembro.

CASA 513 conta a história de uma antiga casa na cidade que, após ser deixada para trás com boas memórias de tempos passados, vê sua vida mudar com a chegada de novos moradores. Estes chegam com indiferença e transformam a casa em um depósito.

A equipe do filme é composta em grande parte por estudantes da AIC. “Estamos animados em participar do Metrô e em contato com estudantes de várias partes do país! A seleção do nosso filme, produzido no Filmworks I, é um grande incentivo para os projetos dos semestres seguintes,” afirma Lívia Oliveira.

 

Ficha Técnica:

Direção: Lívia Olivares (@livolivares)

Roteiro: Gabriel Siddharta (@gsiddharta)

Elenco: André Costa (Diggital Fox @diggitalfox) e Marcos Rothstein (mmachado.ilustra)

Produção: Giovanna Caballero (@gigibrugger) e Lívia Olivares (@livolivares)

1ª Assistência de Direção: Felipa Anastácia (felipaanastacia)

2ª Assistência de Direção: Priscila Indart Singeski (priscilasingeski)

Direção de Fotografia: Uyara Aidê (@uyara.aide)

Assistência de Fotografia: Vini Brasil (@vinibrasilvibra)

Direção de Arte: Valter Pereira (@vaivaltin)

Assistência de Arte: Leandro Fasoli (leandrofasoli), Henrique Sant’ana (@herigutis) e Vitor Nogueira Dextro (@vitordextro)

Edição: Lívia Olivares (@livolivares) e Marcos Rothstein (@mmachado.ilustra)

Som Direto: Wilson dos Anjos (tranquilitybayes

Mixagem de Som: André Costa (Diggital Fox @diggitalfox)

Fotos Still: Victor Poncioni (@victorponcioni)

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35ª Edição do Kinoforum: Filme de aluno AIC é selecionado

De 22 a 28 de agosto, acontece a 35ª edição do Kinoforum – Festival Internacional de Curtas de São Paulo. O festival oferece 30 sessões gratuitas, exibindo uma seleção de filmes brasileiros e internacionais de diversos gêneros, proporcionando um panorama atual do cinema mundial. Entre os filmes exibidos está o documentário Mama Africanos em São Paulo, dirigido pelo ex-aluno da Academia Internacional de Cinema (AIC), Rafael Aquino.

Nesta edição, o Kinoforum apresenta 287 filmes de 66 países e 14 estados brasileiros, distribuídos em mostras temáticas como Internacional, Latino-Americana, Brasil, Infantojuvenil, Juventude, Experimentais e Horror.

O CineSesc, um dos espaços do festival, exibe filmes que participaram de importantes festivais internacionais, como Cannes, Locarno, Toronto e Clermont-Ferrand. A programação também destaca produções realizadas por mulheres, incluindo as animações Mãtãnãg, a Encantada, de Shawara Maxakali e Charles Bicalho, e Òpárá De Òsùn: Quando Tudo Nasce, de Pâmela Peregrino.

Nesta edição, há também Programas Especiais que ampliam os horizontes cinematográficos dos principais eixos do festival. Destaca-se a mostra Conexão África, que reúne diferentes produções africanas. Para as crianças, o festival oferece o CineClubinho, com a exibição gratuita da mostra infantil no dia 25, às 15h. Antes disso, às 14h, haverá uma vivência para que as crianças possam imaginar a floresta e seres encantados, celebrando o Agosto Indígena.

Documentário AIC

Documentário realizado na AIC é selecionado para o festival

O documentário Mama – Africanos em São Paulo, dirigido por Rafael Aquino, ex-aluno da Academia Internacional de Cinema (AIC), foi selecionado para o festial. O filme, resultado do curso de Documentário da AIC, destaca a vida de Diamou Fallou Diop, conhecida como Mama África, uma senegalesa cuja história reflete a diversidade cultural dos povos africanos em São Paulo, influenciando os fluxos migratórios na cidade e no Brasil.

Confira a agenda de exibição do documentário pelo site. Mama – Africanos em São Paulo  também foi selecionado para outros 12 festivais globais, incluindo o Spotlight on Academics Film Festival no Canadá, Ethnografilm Paris na França, e na Mostra Ecofalante de Cinema.

 

 

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Palestra com novos profissionais do audiovisual

12ª Semana de Cinema e Mercado: Início de Carreira no Audiovisual

O último dia da 12ª Semana de Cinema e Mercado da Academia Internacional de Cinema (AIC) recebeu os ex-estudantes da AIC Alícia Abe, Guilherme Dourado e Leonardo Tovani no painel “Estudantes AIC: O Futuro no Audiovisual”. O painel foi mediado por Carol Cherulli e abordou temas relevantes, como a importância do coletivo no início da trajetória profissional, a percepção sobre o valor do próprio trabalho e a estereotipação de corpos em produções audiovisuais.

Como Conseguir os Primeiros Trabalhos no Audiovisual

Durante a discussão, todos os convidados enfatizaram a importância do coletivo e do apoio dos amigos no início da carreira no audiovisual. Esse apoio pode vir tanto dentro da sala de aula quanto de amigos que acreditam nas suas ideias e trabalhos. Guilherme Dourado, por exemplo, compartilhou sua experiência em Erguida, um curta-metragem dirigido pela ex-aluna do Filmworks Jhonnã Bao, que foi vencedor de três troféus no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Além disso, ele mencionou sua participação em Serra do Arrimo, de Thiago Fischer, que também foi premiado no Filmworks Film Festival.

“Desde que vim para São Paulo, na AIC, encontrei pessoas que acreditaram em mim e no meu trabalho, o que me motivou a seguir em frente. Hoje eu entro em determinadas produções se for pela porta da frente. O mercado tende a querer nos colocar em determinadas posições, mas aprendi que precisamos entender o nosso valor e do nosso trabalho e valorizá-lo”, destacou Dourado.

Semana de Cinema e Mercado - Academia Internacional de Cinema
Ator Guilherme Dourado compartilha sobre o trabalho do ator durante palestra na AIC

Por sua vez, Alícia explicou que sua experiência em Erguida como diretora de fotografia provocou um debate importante sobre a presença de pessoas transexuais em produções audiovisuais. Ela comentou: “O filme retratava corpos trans e travestis. E a Jhonnã teve o cuidado de escolher pessoas trans e travestis para compor a equipe. Pela primeira vez, estive em um set composto dessa maneira. Eu sou uma mulher trans operando uma câmera, é raro você ver isso”.

Leonardo, em sua fala, compartilhou que suas produções como estudante na AIC o levaram a conquistar uma bolsa para estudar em um curso oferecido pela Warner Brothers Studio na University of Southern Califórnia. “Lá, eles não avaliavam os trabalhos apenas pelo resultado, pois acreditam que a arte não pode receber notas. No primeiro dia de aula eles explicaram que avaliam o profissional, sua reputação, pontualidade e profissionalismo com os projetos e colegas. Essa experiência me ensinou que é isso que o mercado busca; não basta ter técnica, você precisa ser uma boa pessoa enquanto profissional”.

Semana de Cinema e Mercado - Academia Internacional de Cinema
Diretora de Fotografia, Alicia Abe, compartilha sobre produção com equipe majoritariamente de pessoas trans e travestis

O Que Estudar Quando Se Está Começando

Durante a sessão de perguntas da plateia, uma aluna do Filmworks I questionou sobre como estudar para o audiovisual além da sala de aula. Alícia ressaltou que o grande diferencial é ter conhecimento sobre o funcionamento de cada área: “Quando você entende sobre produção, direção, arte e elenco, fica mais fácil e assertivo direcionar suas ações. Por isso, recomendo ter uma visão macro e participar de equipes em diferentes funções, pois isso certamente te transformará em uma diretora melhor quando for produzir seu próprio filme”.

Leonardo complementou sua fala: “Muitas vezes, ao conhecer outras áreas, acabamos nos interessando e surgem oportunidades de trabalho nelas. Por exemplo, eu não dirigi meu filme de conclusão; em vez disso, editei a produção de um amigo de sala. Hoje, trabalho como editor e faço parte da Associação de Montadores de Cinema.”

Guilherme também enfatizou a importância do estudo e da valorização do cinema nacional: “Estude filmes nacionais e assista a produções nacionais. O que fazemos é cinema nacional. Você não vai ser respeitado lá fora se não for respeitado e não souber o que acontece aqui dentro. Temos um cinema e produções riquíssimas. Estude diretores, elenco, assista ao cinema nacional!

Semana de Cinema e Mercado da Academia Internacional de Cinema
Leonardo Tovani compartilha sobre sua experiência estudando em Los Angeles durante palestra na AIC

Motivação para continuar no Audiovisual

Os convidados foram questionados sobre como mantêm o ânimo para continuar em uma área tão desafiadora como o cinema e qual é o momento que percebem que estão fazendo algo que gostam. Tanto Alícia quanto Dourado destacaram que o fôlego vem do coletivo. Eles ressaltaram a importância de ver amigos produzindo e apoiando seus projetos, assim como histórias e temáticas que são significativas para eles ganhando vida e sendo apresentadas em festivais.

Leonardo comentou sobre a importância de equilibrar projetos comerciais, que nem sempre refletem seu estilo ou linguagem, mas são financeiramente rentáveis, com projetos independentes e autorais, onde ele consegue expressar sua visão cinematográfica.

A mediadora, Carol, também ex-aluna do Curso Técnico em Atuação para Cinema e TV e Apresentador Multiplataforma, disse: “A felicidade que sinto quando estou realizando um trabalho específico ou ocupando uma posição que desejava é o que me mostra que estou no local certo. Muitas vezes é cansativo; são horas de intenso estudo e dedicação, mas é um cansaço diferente e quando recebemos um feedback positivo, isso nos mostra que todo o esforço valeu a pena”.

Semana de Cinema e Mercado Academia internacional de cinema
Carol Cherulli compartilha sobre sua trajetória profissional no audiovisual

*Fotos: Lucylli Alves

 

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12 Semana de Cinema e Mercado AIC

Elenco: Novas Possibilidades em Conteúdo e Publicidade na 12ª Semana de Cinema e Mercado

Durante o painel “Elenco – Novas Possibilidades em Conteúdo e Publicidade” da 12ª Semana de Cinema e Mercado, a Academia Internacional de Cinema (AIC) recebeu a produtora de conteúdo Gabie Fernandes e o diretor de elenco Diogo Ferreira, com mediação da coordenadora do TAC, Vanessa Prieto. O bate-papo explorou o mercado de atuação, a apresentação de atores e atrizes em casting e o papel das plataformas digitais como ferramentas de visibilidade.

Redes Sociais para Atores e Atrizes

Gabie Fernandes abriu a discussão destacando a dualidade da internet no mundo artístico. “Sei que existem justificativas sobre como a internet mata a arte, mas, quando utilizada da maneira correta, ela se torna uma ferramenta poderosa e um palco para se chegar ao palco real”, afirmou. Segundo ela, o sucesso começa com a intenção e a compreensão do foco. “É preciso entender o que se quer e direcionar seu foco”, completou.

A discussão se aprofundou na dinâmica do mercado, especialmente sobre a escolha do elenco a partir dos seguidores. “O mercado já recebeu essa resposta muito rápida. Existem obras no cinema com expectativa de público de uma influencer que não deram certo. Quem trouxe isso para o Brasil foi o streaming, com a necessidade de ter um nome. Então, o mercado brasileiro começou a copiar; todos os canais e plataformas tentaram, mas não funcionou. Esse é um debate que está acontecendo tarde; o mercado já entendeu que não dá certo”, comentou Diogo.

Gabie destacou que a internet é um campo onde se vende muito bem, seja um estilo de vida ou uma tendência. No entanto, alertou que a quantidade de seguidores não é garantia de qualidade. “A crise no mercado de influência está fazendo com que as pessoas percebam que a única coisa que têm é credibilidade. Colocar alguém sem credibilidade em uma função é prejudicial para todos os envolvidos”, disse.

Gabie Fernandes, atriz, roteirista, produtora de conteúdo
Produtora de Conteúdo, Atriz e Roteirista Gabie Fernandes fala sobre o uso das redes sociais para atores e atrizes

Material de Apresentação

O painel também abordou a necessidade de atualização do material de apresentação em casting e o cuidado que atores e atrizes precisam ter para expressar sua identidade. “O material de foto e vídeo tem que ser dirigido, feito e avaliado por um diretor. O fotógrafo de ator deve extrair a personalidade, para que os atores não caiam na armadilha de tentar parecer algo que não são, tentando se encaixar em um lugar”, afirmou.

Para Diogo, o elemento decisivo para a escolha de atores e atrizes para personagens é a originalidade. “Escolhemos pela originalidade; ninguém é igual ao outro, e o que é único deve ser ressaltado.” O diretor de elenco sugeriu que todos os atores e atrizes mantenham seu cadastro no Elenco Digital atualizado, pois grande parte dos castings é feita pela plataforma.

Diversidade no Cinema

Diogo destacou que as produções estão entendendo a importância da valorização dos elementos brasileiros. “A diversidade brasileira é uma riqueza que deve ser mostrada nas séries. Isso traz originalidade ao nosso cinema”, concluiu. O mesmo assunto foi abordado durante o painel “O Roteiro Hoje e Amanhã: Tendências Narrativas”, que discutiu como as plataformas de streaming estão abordando o DNA brasileiro nas produções.

Diretor de elenco Diogo Ferreira
Diretor de elenco Diogo Ferreira dá dicas sobre material de apresentação de atores e atrizes

Criação de Repertório

Durante o painel, foi enfatizada a importância das referências para atores e atrizes. “Tudo começa na referência. Se assistirmos apenas novelas e séries norte-americanas, sem parar para ver o que está acontecendo no cinema nacional, o que vai para Cannes ou o trabalho de Karim, nunca conseguiremos aceitar e valorizar a nossa própria indústria. Precisamos buscar referências nacionais e profundas”, destacou Diogo.

Como começar um projeto independente

Gabie reforçou a importância de começar com o que se tem. “Todo ator tem o preciosismo de querer fazer bem feito. Comece com o que você tem, do jeito que dá e da melhor forma que pode, porque as coisas vão sendo construídas. É importante fazer com o que tem agora. Várias produtoras estão começando a pegar projetos legais e a fazer com o que têm, sem esperar uma grande oportunidade ou que alguém chegue e o convide para fazer um curta-metragem.”

12 semana de cinema e mercado aic

*Fotos: Lucylli Alves

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palestra sobre roteiro na aic

Tendências Narrativas na 12ª Semana de Cinema e Mercado

No terceiro dia da 12ª Semana de Cinema e Mercado, a Academia Internacioal de Cinema (AIC) recebeu as roteiristas  Luiza Fazio e Carolina Nishikubo, com mediação do professor de roteiro Elzemann Neves para uma conversa sobre as Tendências Narrativas. Em um clima descontraído, o bate-papo trouxe muitos ensinamentos sobre o mercado de roteiro, a construção da carreira e o DNA brasileiro nas produções.

Ex-aluna do curso de Roteiro para Séries da AIC, Luiza Fazio relembrou sua trajetória na escrita, desde a adolescência, quando escrevia de maneira colaborativa a partir da perspectiva de personagens de Harry Potter até a conquista do primeiro trabalho. “Fiz uma lista no Excel com 150 produtoras e mandei e-mail para todas me apresentando. Três responderam, duas marcaram reunião e uma pediu para eu retornar em três meses. Fiquei fazendo isso até que, em nove meses, eles me chamaram.” Luiza ressaltou que é necessário ser insistente, mas sem ser inconveniente, sempre mantendo a educação. “Durante este trabalho, começaram as reuniões com o Kondzilla e, como eu sabia muito sobre ele e seu trabalho, comecei a participar das reuniões para fazer anotações e, aos poucos, fui entrando em Sintonia”.

Carolina Nishikubo compartilhou com as mais de 80 pessoas presentes que, no início, começou a escrever o que gostaria de assistir, mas percebeu que precisava ir além: “Ao longo dos anos, fui pensando mais sobre o que eu quero falar e o que é importante para o mundo ouvir. É importante também ter a visão do mundo, entender o que o mundo pode olhar e debater sobre”.

Palestra sobre roteiro na academia internacional de cinema
Roteirista Luiza Fazio compartilha sobre sala de roteiro durante palestra na AIC

Como Funciona uma Sala de Roteiro

O professor Elzemann perguntou sobre o funcionamento das salas de roteiro e como administrar os prazos com o processo criativo. “Quando o streaming compra, eles dão algumas páginas como guia, e por alguns meses ficamos fazendo um grande brainstorm. Pensamos em quem são as personagens e quais são suas histórias individuais, debatemos os arcos, as emoções dentro da história e os temas. A partir daí, começamos a criar a sinopse por episódio, desenvolvendo pequenos textos e ideias sobre as personagens e o que vai acontecer na temporada. Junto com o chefe de sala, definimos o que vai seguir de cada ideia, e cada roteirista escreve de um a dois episódios, pegando pequenas sinopses e personagens e dividindo em cenas, diálogos e vozes. Então, levam para a produtora e ela adapta para o que quer”, contou Luiza.

Para Carol, a equipe e os prazos ajudam na entrega: “Quando tem prazo, você faz. Quando tem produtora e diretor, você não está sozinho; tem pessoas pensando em ideias e como elas vão evoluir, e nisso fica mais fácil. Na escrita autoral, é diferente; os ritmos mudam e o objetivo fica meio ‘jogado’”.

Mudança no roteiro no Set de Filmagem

Outro assunto debatido foi a fragilidade da história quando ela vai para os sets de filmagem e as mudanças no roteiro sem a presença dos roteiristas no set. “É importante pensar no projeto e em quem manda, porque, quando você vai filmar, aquela história que era de cinco pessoas se abre para cem. O roteiro é uma parte frágil que todos querem influenciar, dizendo como tem que ser e como desenvolver a história”, disse Carolina Nishikubo.

Para Luiza, a criação de séries brasileiras carece da presença do showrunner, um profissional muito comum em obras internacionais. “Quem faz as séries veio do cinema e, quando falamos em séries, quem manda ainda é o diretor, porque temos anos de tradição do autor ser o dono da obra e o roteirista poucas vezes está no set de filmagem. Por isso, as séries americanas dão certo: quem manda é o showrunner – a pessoa que está na sala de roteiro todos os dias, que escreve o episódio inicial e final, que está dentro do set e no processo de edição. O showrunner é como o autor de uma novela, mas não importamos isso para as nossas salas. Muitos diretores se auto-intitulam showrunner porque mudaram algo na história na hora. Muitos diretores mudam uma cena e querem se colocar como showrunners”, opina Luiza.

palestra sobre roteiro aic
Roteirista Carolina Nishikubo compartilha sobre brasilidade nas produções audiovisuais em palestra na AIC

Brasilidade no Cinema

Trabalhar elementos da brasilidade nas produções audiovisuais é fundamental para refletir a diversidade e a riqueza cultural do país. Luiza Fazio destaca que a Netflix tem conseguido trazer temáticas brasileiras para o público global, como evidenciado no sucesso de séries como Cidade Invisível e Sintonia, além de obras da Globoplay que incorporam a estética do cinema de Recife, como Justiça.

Carolina compartilha dicas para novos roteiristas: “Precisamos sempre estar ligados no mundo, no que está acontecendo, trazendo características que tiramos do nosso imaginário do lugar colonizado e conectando-as ao que de fato se assemelha ao nosso DNA.” Porém, ela alerta para um cenário em que as tendências são ditadas pela lógica do mercado: “Tem o lado do produtor que está vendo o dinheiro e o que está dando lucro hoje em dia é melodrama, doramas, e todo mundo está procurando isso. No entanto, fazer algo apenas pela tendência do momento pode não ser viável no futuro. A direção pelo dinheiro às vezes não traz histórias boas”, e conclui dizendo que é preciso pensar em histórias com DNA, que o público precisa ver.

Inteligência Artificial para Roteiristas

A discussão sobre a inteligência artificial (IA) e seu impacto no trabalho dos roteiristas é complexa. Carolina Nishikubo ressalta que, embora a tecnologia não possa ser parada, ela pode ser utilizada como uma ferramenta auxiliar na pesquisa e no desbloqueio criativo. Ela acredita que a narrativa continuará a ser uma habilidade essencialmente humana, mesmo com a evolução da IA. Luiza Fazio, por sua vez, expressa cautela ao alimentar essas ferramentas com suas ideias, afirmando que a verdadeira essência da contação de histórias reside na experiência e na sensibilidade humanas.

O Primeiríssimo Passo para Novos Roteiristas

As profissionais compartilham dicas sobre como estudantes e novos roteiristas podem se preparar para o mercado. O primeiro passo é escrever: desenvolver a logline, a sinopse, o tema, o arco narrativo, os perfis dos personagens e um episódio piloto, que deve ter entre 30 e 40 páginas. É importante que esse material seja revisado e apresentado a outras pessoas, incluindo professores. A disciplina de escrever e revisar constantemente é fundamental, pois isso garante que você esteja preparado quando surgir a oportunidade de conversar com alguém, participar de concursos de roteiro ou se inscrever em editais.

12a Semana de Cinema e Mercado da AIC debate sobre roteiro

 

*Fotos: Lucylli Alves

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