Começa hoje (02/06) e segue até o dia 10 de junho, o 40º Guarnicê Festival de Cinema, importante festival do Maranhão, que acontece na Universidade Federal do Estado (UFMA). Uma semana cheia com programação diversa, além das mostras, oficinas, bate-papo, lançamentos e exposições.
A Academia Internacional de Cinema (AIC) não poderia ficar fora dessa grande festa do cinema nacional e participa com quatro oficinas de 20 horas cada, que acontecem entre os dias 5 e 9 de junho. Oficina de Direção com o professor Leandro Afonso, Oficina de Direção de Fotografia com o professor Cleumo Segond, Oficina de Produção com a professora Alessandra Haro e Oficina de Direção de arte com o professor Dicezar Leandro. Ao final de cada oficina haverá uma integração entre os alunos para a realização da filmagem de um curta-metragem.
“As oficinas irão introduzir os principais temas de cada área propondo sua integração ao final, para a realização de um exercício prático em audiovisual. Dessa maneira acreditamos poder reproduzir em uma semana, ainda que de forma reduzida, o raciocínio que empregamos no Filmworks, nosso curso técnico de 2 anos. Procuramos relacionar de forma orgânica os diversos conteúdos que fundamentam o aprendizado de cinema, tendo como centro gravitacional os projetos práticos de cada semestre. As oficinas oferecidas no Festival irão permitir ao participante ter uma ideia de como trabalhamos o ensino na escola”, conta Martin Eikmeier, Coordenador Acadêmico da AIC São Paulo.
Gosto de Quero Mais – Um pouco das Oficinas
O professor Leandro Afonso conta que em sua oficina os alunos aprenderão um pouco sobre a linguagem cinematográfica e ao papel do diretor na construção de uma encenação audiovisual.
Já na Oficina Artesões de Imagem, de direção de arte, do professor Dicezar Leandro, o foco é no pensamento criativo, do roteiro à concepção e execução. O aluno terá contato com as definições e aplicações da direção de arte no ambiente audiovisual.
Para sua oficina de direção de fotografia, Cleumo Segond tem como objetivo introduzir a função da Direção de Fotografia no processo cinematográfico, apresentar as ferramentas de trabalho básicas do universo fotográfico e debater algumas questões relativas à contribuição dessa área no cinema.
Alessandra Haro, que ministra a oficina de Produção, traçará um panorama da produção desde a concepção da ideia até a sua distribuição. Também irá trabalhar a questão do papel do produtor e da importância de sua visão técnica, administrativa e criativa.
Mostras Competitivas
Além das oficinas, de um total de quase 400 filmes inscritos, 37 filmes selecionados, sendo seis longas, 18 curtas nacionais e 13 produções maranhenses competem no festival e serão exibidos no Centro histórico de São Luís do Maranhão. A curadoria do festival contou com a coordenação de Eduardo Valente, coordenador de cursos da AIC do Rio de Janeiro e da equipe formada por Rafaelle Petrini, Stela Aranha e Daniel Queiroz.
Longa de Abertura – Deserto
“Deserto”, do ator e diretor Guilherme Webber, abre o festival. Inspirado na obra “Santa Maria do Circo”, de David Toscana, o premiado filme será exibido hoje (2), às 19h, no Teatro Alcione Nazareth do Centro de Criatividade Odylo Costa, Centro de São Luís (MA).
O drama traz no elenco os atores Lima Duarte, Everaldo Pontes, Cida Moreira, Márcio Rosário, Fernando Teixeira, Claudinho Castro, Magali Biff e Pietra Pan e conta a história de um grupo de artistas que viaja pelo sertão brasileiro apresentando um espetáculo. Ao chegar num pequeno vilarejo, descobrem uma cidade abandonada e uma fonte que jorra água limpa, como um milagre bíblico.
Os artistas decidem se instalar no vilarejo e fundar uma nova comunidade, dando a si mesmos papéis diferentes daqueles que exerceram por toda a vida. A nova configuração vai revelar aos artistas os piores vícios da vida civil. A produção do filme é de Vania Catani, o roteiro de Ana Paula Maia e Guilherme Weber, a produção executiva é de Lili Nogueira e a montagem de Ricardo Pretti.
O festival tem o patrocínio do Mateus e do Governo do Maranhão/Sectur, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, e Banco do Nordeste, o Festival é uma promoção da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), por meio do Departamento de Assuntos Culturais (Dac/Proexce). Tem apoio da Fundação Sousândrade, Universidade FM e TV UFMA, Academia Internacional de Cinema (AIC), Prefeitura de São Luís, Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão e Rock Filmes.
Meire Teve Um Sonho Estranho Direção Matheus Candido Meire é uma manicure que mora na Zona Leste de São Paulo. Ela é casada com Herculano e vive uma vida pacata, mas tudo vira de cabeça para baixo após ela sonhar com uma zebra. Perseguida pelo animal, Meire toma uma decisão drástica que impactará sua vida e fará com que ela mude para sempre.
Cena de Meire Teve Um Sonho Estranho, filme de Matheus Candido, com exibição em São Paulo
A Importância de Ser Ernesto Direção Paulo Ernesto Um autorretrato com minhas influências e etapas de vida. Broadcast Yourself Direção Isabella Cavalletti Reflexões acerca da imagem no mundo moderno, por meio da apropriação das ideias de três famosos artistas do século XX. Carolina Direção Camilla Lima, Felipe Nunes, Fernanda Pithan, Jéssica Cruz, Natalia Francisca Migrante, negra, favelada e mãe solteira, Carolina Maria de Jesus escreveu o livro “Quarto de Despejo”, best seller dos anos 60. Em “Carolina”, a poetisa Tula Pilar se funde a história da escritora do Canindé. Cidade Neon DireçãoTiago Coutinho Diana é mulher de 30 anos, transexual, da periferia, professora de dança que vive em São Paulo. Durante 24 horas Diana passa por diversos conflitos com emprego, amigas e dinheiro.
Cena de Esse Bumbo é Meu, documentário dos alunos Ruy Reis, Paula Simões, Dagmar Serpa, Marina Chekmysheva e Daniel Mirolli, com exibição em São Paulo
Duas Cerejas Direção Rafael Almeida Luto e liberdade. Dois lados da mesma moeda. Ecos do Dia Direção Márcia Jordão Britto Após anos realizando as mesmas tarefas e escutando os mesmos fragmentos de histórias, a rotina de uma ascensorista ecoa em sua vida afetando as suas escolhas. Esse Bumbo é Meu Direção Ruy Reis, Paula Simões, Dagmar Serpa, Marina Chekmysheva e Daniel Mirolli O filme registra o samba de bumbo, expressão musical tradicional do interior paulista, herança do tempo da escravidão. O documentário apresenta a luta das mulheres do samba para manterem viva a cultura de seus ancestrais, enfrentando preconceitos e conflitos com a política local. Soluções se apresentam, mas afinal, de quem é esse bumbo? Ester Direção Luiz Felipe Chamma Fernandes Ester é uma jovem mulher trans que sofre preconceito por parte de seu pai. Ao se ver em uma situação complicada, a jovem precisa tomar uma decisão muito difícil.
Tempos de Cão dos alunos Ronaldo Dimer e Victor Amaro, com exibição em São Paulo
Eu existo Direção Iara Medeiros Um documentário que parte com o intuito de dar voz a mulheres transexuais, que, por sua vez, são vistas por grande parte da sociedade como pessoas à margem. O que poderia ser apenas um retrato da triste realidade vivida por muitas, torna-se um registro da força dessas mulheres com suas diferentes vivências, experiências e relações diante de seus dias. Eu Sou Bixiga DireçãoAdeline Haverland, Adriana Terra, João Carlos Dias, Marco Paraná, Otávio Penteado e Vinícius Paroni Um passeio pelo bairro paulistano do Bixiga guiado pelo dançarino Ricardo Rocha Santos. Um pouco da música, das origens e da espiritualidade da região são intermediados pela personalidade de Ricardo, que nos conduz.
Contos de uma Noite Só de Ana Clara Cartaxo (Nini), com exibição no Rio de Janeiro
Família do Poste Direção Ivan Silva, Rafael Marques Mendes, Bruna Klingspiegel Galloto, Lucas Braga Na região da Praça da Liberdade diversos cartazes com a foto de uma família e um nome deixa uma pergunta no ar. Quem é Suzana Liu e o porquê desse cartaz? Feminine Hi Fi DireçãoLuana Dornelas e Aline Pellegrini Por meio de entrevistas e imagens da festa Feminine Hi-Fi, o documentário mostra a trajetória de quatro paulistanas que criaram um coletivo a fim de inserir as mulheres que tocam e cantam na cultura sound system. Florais Direção Camila Proto e Bia Coelho Florais apresenta um recorte na vida de um casal homossexual, Rodrigo e Felipe que, diante uma crise no relacionamento, buscam uma solução através do uso de florais. Mais tarde ambos descobrem que as fórmulas nada mais são do que desculpas para atitudes de ambos frente a relação. Fragmentos de uma Metrópole DireçãoGuilherme Andrade Ensaio poético sobre as emoções à flor da pele de alguns personagens de uma metrópole.
Theo, de Luísa Giesteira, com exibição no Rio de Janeiro
Hora Extra DireçãoAdriano Cardoso João está preso no escritório onde trabalha, sempre que dá 18:00 o tempo volta para 9:00 e ele busca uma maneira de escapar disso. Lavanderia Flórida Direção Aline Medeiros A busca da realização da mente desejo é o que aflige o homem. No caso, dois homens em uma única vida. Seu Cláudio e Tom Jonga compartilham os mesmos ares que circulam dentro de quatro paredes antigas de uma lavanderia. Maré de Olhares
Onde o céu acerta seus ponteiros de Marco Aurélio Paiva, com exibição em São Paulo
Direção Priscila Reigada Coutinho Uma jornalista enfrenta o médico que acabou com sua vida. Menarca Direção Guilherme Candido e Asaph Luccas Luísa é proibida de sair na rua por sua mãe depois de sofrer um assédio. Dentro de casa, a imaginação é o limite. Onde o céu acerta seus ponteiros Direção Marco Aurélio Paiva Depois da morte de sua mãe, a vida de Tomas perdeu a cor: tudo é preto e branco. Desanimado, ele larga sua carreira musical e segue a vida no piloto automático. Os dias mudam depois que conhece Gabriel, um fotógrafo de casaco vermelho que o ajuda a enxergar outras cores. ORODETOLO Direção João Gabriel Vasconcellos Acabou o milho, acabou a pipoca.
Poente, de Akira Kamiki, com exibição em São Paulo
Poente Direção Akira Kamiki Um filme sensorial sobre a volta do prazer de viver. David descobre que seu namorado Allen está em depressão e no decorrer de um dia o faz ver a beleza e o prazer das coisas mais mundanas. Pontos de Vista Direção Isa Meneghini Charlie possui o pescoço torto, mas pensa que é reto, então sente a necessidade de desentortar o mundo ao seu redor. Ratoeira Direção Tom Freitas e Cadu Souza Um homem mal-intencionado marca encontro com uma jovem garota pela internet. Será ela a próxima vítima de uma armadilha? Serenata Sobre o Fim do Mundo Direção José Roberto Rodriguez Lucas terá que lidar com a possível morte de seu avô e o procura na memória de objetos deixadas por ele. Um pequeno livro servirá de guia para todos os enfrentamentos e a sensação de catástrofe iminente. Sr. Peixoto Direção Gustavo Campos
Piano Forte de Anabela Roque, documentário com exibição no Rio de Janeiro
Na ausência do Sr. Peixoto, Mariana é testada e procura se sair bem em sua entrevista de emprego. Ou será que é Roberta quem está sendo testada? Tempos de Cão Direção Ronaldo Dimer e Victor Amaro Em uma São Paulo inabitada, personagens reais resistem à extinção eminente e a falta d’água.
FILMES RIO DE JANEIRO
04:20 Direção Isabela Costa, Pedro Henrique Martins e Mateus Chernicharo Três amigas passam o dia chapando enquanto coisas estranhas acontecem em casa. 2116 Direção Shirley Dioulo
Documentário Alfredinho, de Direção Marcelo Santos, Venâncio Batalhone e Vitor Souza Lima, com exibição no Rio de Janeiro
Humano que sofre de transtornos psiquiátricos vive isolado em uma casa aos cuidados de um sistema operacional robô (Doctus) que também é seu médico pessoal e um robô doméstico que auxilia na limpeza da casa. Com sua piora uma nova robô é contratada para ajudar no seu desenvolvimento social, mas as visões e sons em sua mente aumentam junto com um sentimento de perseguição e desprezo causado pela nova robô. Surge então a ideia para a solução de seus transtornos: se tornar também um robô. A mulher em Travessia Direção Emanuela Pinheiro, Luciana Salvatore, Raquel Monteiro, Mariana Abatte Tendo como ponto de partida a proposta da escrita de cartas, percorremos o universo de mulheres em situação de refúgio de diferentes nacionalidades em sua acolhida no Rio de Janeiro. Adenium
Adenium, de Bruna Barbosa, com exibição no Rio de Janeiro
Direção Bruna Barbosa Vicente é o obcecado dono de um circo decadente. Depois de perder a esposa, ele passa a ter em Flor, sua filha, a única razão para viver. Mas a chegada de Silas, um sedutor ilusionista, pode causar tragédias há muito anunciadas. AgNO3 Direção Pedro Waddington Imerso no mundo da fotografia experimental, “AgNO3” retrata a química por trás de processos pré-fotográficos quase esquecidos pelo tempo. AlfredinhoDireção Marcelo Santos, Venâncio Batalhone e Vitor Souza Lima Uma noite em Copacabana com Alfredinho. Autorretrato Direção Isis Valença Autorretrato de Isis Valença.
Matar-se, de Artur Cebrian, exibição no Rio de Janeiro
CANTO Direção Cléber Weissheimer, Fabiano Leobons, Fernanda Burzaca, Gabriela Coelho, Luisa Mello e Vinicius Forain Relação das pessoas com o mundo através das janelas. Catabum Direção Pedro Torquilho Pedro é um adolescente que durante muitos anos foi cobrado por amigos e familiares sobre sua futura ocupação no mercado de trabalho, após diversas experiências extracurriculares Pedro desperta deste pesadelo. Conto de uma noite só Direção Ana Clara Cartaxo (Nini) Era só mais uma noite solitária para Camile. Em seu apartamento, pequenas lembranças a rodeiam. Com a visita inesperada da ‘des’conhecida Sofia, palavras e afetos são trocados afim de encontrar uma maneira de se despedir de seu passado. E Ela Tinha um Coração Direção Mateus Chernicharo Em um futuro não definido, um procedimento cirúrgico ilegal permite às pessoas retirar o próprio coração e trocá-lo por um novo. Clara é uma artista que não consegue conviver com a ausência física de sua ex companheira e vê nessa cirurgia a oportunidade de literalmente arrancar do peito a dor da falta. Ébano e Marfim Direção Kadu Zargalio Suzana Ribas, uma pianista de renome internacional, é diagnosticada com Esclerose Lateral Amiotrófica, passando a conviver com a cuidadora Natasha, mãe de Jonas, um jovem tecladista que fora expulso da banda da igreja. Encontro às Cegas Direção Isabela Costa Quando um vampiro cego, em pleno 2016, atrai suas vítimas para a sua casa por meio de aplicativos de celular, uma surpreendente chegada muda o rumo da noite. GameDireção T. S. Marques
Documentário Carolina, de Camilla Lima, Felipe Nunes, Fernanda Pithan, Jéssica Cruz, Natalia Francisca, com exibição em São Paulo
Um hacker vive anônimo na rede até que recebe o diagnóstico de uma doença terminal. Sua única esperança é instalar um biochip dentro de seu corpo. Diante deste dilema, entra em crise existencial, e descobrir o sentido da vida passa a ser o objetivo do jogo. Interiores Direção Pedro Henrique Martins Uma atriz numa jornada de autoconhecimento procura dentro de si respostas para anseios pessoais e profissionais. Maria Chocolate Direção Júlio Trindade Maria Chocolate, moradora de Duque de Caxias, lidera um projeto de biblioteca comunitária em seu bairro. Em sua luta pela conscientização da importância da leitura para os jovens, sua vida e seu trabalho se misturam de forma que é difícil distinguir onde um começa e o outro termina. Matar-se Direção Artur Cebrian Antonio, após acordar mais um dia e fazer a mesma coisa que faz em todos seus dias, parece cada vez estar mais certo que sua vida será assim para sempre. Depois da morte da mãe, mudanças começam a acontecer. NinaDireção Pâmela Lahaud Nina, uma garota de 19 anos, vive num mundo solitário onde apenas ela existe. Não tem pessoas nas ruas, nos metrôs, nem mesmo nas casas. Sua vida se baseia numa rotina entediante, onde ela permanece perdida na própria cabeça, sem saber como foi parar ali e o que aconteceu antes disso. Nisiano Direção Daniel Caó
Game de T. S. Marques, com exibição no Rio de Janeiro
Num hotel pouco movimentado e tranquilo, encontramos um faxineiro que durante a madrugada ocupa o posto da recepção. Tudo parece normal até que um hóspede desperta a sua atenção. Piano ForteDireção Anabela Roque Maurício Maia é um músico amador, autodidata. Vive em Coelho da Rocha na Baixada Fluminense, subúrbio de Rio de Janeiro. Cada vez que quer tocar piano, ele empreende uma viagem desde a periferia até ao centro da cidade, mapeando pianos para tocar. Por Quantos Mundos Atravessamos? Direção Maria Weickardt, Monica Klemz e Carlos Perrota O filme aborda, dentro de um espaço público, denominado Campo de São Bento, em Niterói, local de lazer, reflexão, ócio, exercício, política e passagem, os atravessamentos entre o real, o virtual e o imaginário, assim como, os diversos tempos, vivenciados, transformando, o parque, num caldeirão de singularidades. Quarta ParedeDireção Vitor Augusto Neste documentário acompanhamos uma montagem teatral e o trabalho de seus técnicos. Retratos Direção Luiz Trentini Trata-se de um suspense psicológico, onde, numa sociedade de controle, o poder se exerce através de câmeras de segurança, que a todos monitoram, sendo internalizadas como modus operandi. De quando em vez, uma ou outra pessoa, se rebela, tentando assumir o controle, do seu estreito mundo, sempre enquadrado, maquinalmente circunscrito. Até onde um homem pode ir, no devaneio de encontrar sua liberdade, na invasão de território alheio? Quem vigia? Quem é vigiado?
Um fotógrafo com deficiência visual que volta a enxergar depois de uma cirurgia. O que era para ser uma alegria, vira um tormento. Essa é a história (de forma simplista) do curta “Olhos de Argila” que ganhou o prêmio ABC de Melhor Direção de Fotografia Estudantil no último sábado.
O diretor de fotografia, Luiz Augusto Moura, ex-aluno do FILMWORKS – o Curso Técnico em Direção Cinematográfica da Academia Internacional de Cinema (AIC), recebeu o prêmio ao lado de grandes nomes da fotografia nacional, como Walter Carvalho, prêmio de Melhor Direção de Fotografia de Série de TV por “Justiça” e Adrian Teijido, prêmio de Melhor Direção de Fotografia em Longa-Metragem por “Elis”.
“Ganhar esse prêmio da ABC veio como uma confirmação de que realmente fomos pelo caminho certo. É muito difícil ter algum tipo de retorno com curtas-metragens, já que é um parto só para que a gente possa fazer os filmes serem vistos por um público mínimo. Então, saber que gente da área, que trabalha com filmes e séries, viu e pensou ‘poxa, esse filme tem algo a mais’ me deixou realmente bem feliz – principalmente nesse momento em que muito se cobra que a técnica esteja à serviço da narrativa”, conta Luiz.
Além de Luiz, vários outros alunos participaram do filme, entre eles: Paulo Soucheff – diretor, roteirista e montador, Andrea Mendonça – continuísta, Priscila Oliveira – assistente de produção, Fabio Bessa Villafranca – edição e mixagem de som, Gabrielle Marçal – diretora de arte, Nathalia Totti – produção de objetos, Elissa Suzuki – assistente de arte, Gabriela Sant’anna – maquiagem de efeito, Toni Neves – ajudante de set.
Como tudo começou…
A história do filme começou a partir da pesquisa do Paulo Soucheff, diretor do filme e também ex-aluno do FILMWORKS, sobre fotógrafos cegos. Em sua pesquisa ele encontrou diversos artistas, entre eles, Pete Eckert, um fotógrafo cego que trabalha com Light Painting e cria suas imagens a partir do som, do toque e da memória. Ele serviu de inspiração para o filme, além do capítulo “Ver e Não Ver” do livro “Um Antropólogo em Marte”, de Oliver Sacks.
Sobre a Fotografia…
Para Luiz a história do filme é basicamente sobre adaptação. Adaptação do personagem a sua nova realidade. “Parece algo simples, mas a questão é que o personagem e a situação que guiam o filme são tão complexos que nos permitiram desenvolver uma visão própria sobre o tema, de uma forma que quando paramos para ver, ainda durante a pré-produção, tudo se ligava sem parecer forçação de barra. Por exemplo, a Gabi Marçal, diretora de arte, trouxe a proposta de trabalhar a perspectiva dos personagens em relação ao apartamento, enquanto eu vim com a proposta de trabalhar uma perspectiva mais emocional do próprio Otto, fazendo uma crescente nos contrastes de luz e cor conforme os eventos se desenrolam, e o Fabio Bessa, editor de som do filme, trouxe a proposta de trabalhar com a confusão sonora pela qual o personagem passa após voltar a enxergar, trazendo uma camada sensorial muito forte”, conta Luiz.
Luiz conclui que juntar todos esses elementos e técnicas podia ser um risco, mas que também, tinham em mente que contar toda essa história percorrendo um caminho seguro, não traria bons resultados.
“Depois de batermos o martelo no conceito geral, produzir a fotografia do filme foi relativamente simples, apesar de trabalhoso. A pré-produção foi muito rápida. Antes de ir para o set já sabíamos como fazer praticamente todas as situações de luz e câmera, e como todas as equipes eram muito boas, tudo andava no ritmo que tinha que andar, sem drama. No fim acho que deu certo, conseguimos fazer um bom filme”, diz Luiz.
Ele ainda conta que o que o ajudou a chegar no filme sabendo o que precisava ser feito foi ter feito assistência para o professor André Moncaio. “Trabalhar com ele abriu minha cabeça sobre o trabalho em si, sobre como lidar com a equipe e todas essas coisas que não se aprendem apenas em sala de aula”.
Outros Festivais…
Além do prêmio ABC o curta foi vencedor do prêmio de Melhor Fotografia do Filmworks Film Festival 2015 – o festival exclusivo da Academia Internacional de Cinema e foi exibido no Short Film Corner de Cannes, em 2016.
Ficha Técnica Completa:
Roteiro, Direção e Montagem Paulo Soucheff
1o AD: Pedro Galiza
2a AD: Ismara Cardoso
Continuísta: Andrea Mendonça
Produção: Miguel Pixies
Assistência de Produção : Thiago Nebuloni, Eder Xavier, Priscila Oliveira
Som Direto: Diana Ragnole e Fabio Bessa Villafranca
Edição e Mix de Som: Fabio Bessa Villafranca
Cinematografia: Luiz Augusto Moura
Assistentes Câmera: Gabriel Arruda e Raphael Lopes
Elétrica e Maquinária: Helmut Lingnau
Direção de Arte: Gabrielle Marçal
Produção de Objetos: Nathalia Totti
Assistência de Arte: Elissa Suzuki
Figurino: Jaque Soares e Fernanda Volkmann
Maquiagem visagismo: Fernanda Volkmann
Maquiagem de efeito: Gabriela Sant’anna
Ajudante de Set: Toni Neves, Gabriel Almeida, Maria Eça Pinheiro
Colorista: Marco Oliveira (CORE)
Dia 09 de junho o diretor escocês Kevin Macdonald, premiado por sucessos como “O último rei da Escócia” e os documentários “Being Mick” e “Marley”, estará na Academia Internacional de Cinema (AIC) do Rio de Janeiro para aula aberta e gratuita (mediante pré-inscrição) sobre questões fundamentais na direção de documentário e ficção.
Inscrições encerradas. Compareça ao evento com 15 min de antecedência, havendo desistências os inscritos na lista de interesse abaixo poderão participar do evento.
[gravityform id=”64″ name=”Lista de interesse para palestra gratuita de Kevin Macdonald”]
Na palestra, com duração de 3 horas, o diretor também revisita a sua obra, mostrando trechos de filmes como “O último rei da Escócia”, “Munique, 1972: Um Dia em Setembro”, “Marley”, e “Being Mick”, inédito no país, sobre a vida do astro do rock Mick Jagger. Kevin, que dirigiu nomes como Forest Whitaker, Russell Crowe e Jude Law, também vai explorar temas como a direção de atores e o roteiro no documentário e na ficção.
Antes de vir ao Rio, o diretor passa por São Paulo, para uma mostra de cinema em sua homenagem, corealizada entre 21º Cultura Inglesa Festival e a produtora BigBonsai.
“Kevin é um dos grandes diretores da atualidade que transita extremamente bem entre o documentário e a ficção, sendo premiado com Oscars nos dois formatos”, comenta Deborah Osborn, sócia da produtora BigBonsai, responsável pela vinda de Kevin ao Brasil, e curadora da mostra em homenagem ao diretor.
A aula será ministrada em inglês mas haverá um tradutor para esclarecer dúvidas pontuais dos participantes.
Mais sobre Kevin Macdonald
Diretor escocês de 49 anos e vencedor de dois Oscars, é um dos mais reverenciados diretores de sua geração. Premiado nos mais consagrados festivais de cinema do globo, trabalha com documentários revigorantes e ficções inspiradoras. Em 2006, “O Último Rei da Escócia” levou o prêmio da Academia de Melhor Ator para Forest Whitaker, além de 3 BAFTAs de Melhor Filme Britânico, Melhor Ator e Melhor Roteiro Adaptado. “Tocando o Vazio” ganhou o prêmio de Melhor Filme no The Evening Standard British Film Awards e no BAFTA, sendo que, neste último, foi o primeiro documentário a vencer uma ficção na história da premiação. Já “Munique, 1972: Um Dia em Setembro”, que explora um dos maiores atentados terroristas da história do esporte, ganhou o Oscar de Melhor Documentário em 2000 e o Emmy na mesma categoria. Na sequência, Kevin foi considerado o Melhor Diretor pelo festival indie de cinema British Independent Film Awards. O diretor recebeu excelentes críticas pelo documentário “Marley”, biografia do lendário cantor jamaicano Bob Marley. Recentemente dirigiu o documentário “Sky Ladder: The Art of Cai Guo-Qiang” para o Netflix, sobre o artista contemporâneo chinês Cai Guo-Qiang. Atualmente prepara um documentário sobre a cantora Whitney Houston.
*Imagem divulgação
PALESTRA GRATUITA
09/06 (sexta-feira), às 19h
Academia Internacional de Cinema do Rio de Janeiro
R. Martins Ferreira, 77, Botafogo
Tel.: (21) 2537-8183
Capacidade do local: 80 pessoas (evento sujeito à lotação do espaço)
Junho é sinônimo de exibição de bons filmes, muita animação entre os alunos e premiação na Academia Internacional de Cinema (AIC), é mês do FILMWORKS FILM FESTIVAL – o festival de cinema exclusivo da AIC. Em sua 8ª edição muitas novidades: pela primeira vez o evento acontece também no Rio de Janeiro e traz filmes produzidos por alunos de outros cursos, não só do FILMWORKS – o curso técnico em direção cinematográfica. As mostras contam com filmes produzidos nos cursos de Cinema e de Documentário. Outra novidade são as sessões de documentário e a sessão de filmes LGBTs em São Paulo.
Em São Paulo o festival acontece no CineSesc nos dias 02 e 03 de junho. No Rio de Janeiro no Cinemaison nos dias 05 e 06. Ao todo serão 54 filmes que concorrem em 12 categorias: Direção, Roteiro, Fotografia, Edição, Direção de arte, Som, Atuação, Melhor Filme, New Vision, Júri Popular, Curta Livre e Melhor Documentário.
“Festivais são essenciais para quem está começando, pois é na tela de cinema que um filme é exibido em seu formato mais acabado para um público apreciador, incluindo-se aí muitas vezes produtores e distribuidores que — como os olheiros em futebol — estão à procura de novas vozes, de novos talentos. O Filmworks Film Festival é uma celebração dessa etapa — a exibição dos trabalhos finalizados, que são então avaliados artística e tecnicamente por uma equipe de profissionais do mercado. É a celebração e o reconhecimento do processo de realização de filmes, dessa intensa e maravilhosa jornada a que se propõem os alunos da AIC”, conta Flávia Rocha, Diretora de Comunicação e mantenedora da escola de cinema.
Confira os prêmios oferecidos pelos parceiros da AIC. Em São Paulo: Mistika – uma cópia em DCP; Locall – crédito de R$ 4.000 em diária / locação de equipamento de iluminação; Iguale – serviço de acessibilidade; Elitecan – 3 diárias de kit de filmagem; Imovision – kit de dvd’s; Gullane – estágio remunerado; CineSesc – sala de cinema; CTAV – 20h de mixagem ou empréstimo de equipamentos (SI-2K e acessórios) por duas semanas; Livraria da Vila – kit de DVDs. No Rio de Janeiro: CTAV – 20h de mixagem ou empréstimo de equipamentos (SI-2K e acessórios) por duas semanas; Gullane – vivência em um projeto; Naymar – 2 créditos de R$ 4.000 em diária locação de equipamento de iluminação; Iguale – serviço de acessibilidade; Link digital – desconto de 60% na correção de cor; Imovision – kit de dvd’s; Youle – 3 diárias de kit de filmagem; Cinemaison – Sala de cinema; Livraria da Vila – kit de DVDs.
Programação São Paulo
Atenção: Chegar com 30 min de antecedência para retirar os ingressos.
DIA 02/06
Sessão de Ficção 1 – 12h
Sr. Peixoto – Direção Gustavo Campos
Maré de Olhares – Direção Priscila Reigada Coutinho
Ratoeira – Direção Tom Freitas e Cadu Souza
Duas Cerejas – Direção Rafael Almeida
Broadcast Yourself – Direção Isabella Cavalletti
Meire Teve Um Sonho Estranho – Direção Matheus Candido
Sessão de Ficção 2 – 13h20
Ecos do Dia – Direção Márcia Jordão Britto
Hora Extra – Direção Adriano Cardoso
Serenata Sobre o Fim do Mundo – Direção José Roberto Rodriguez
Tempos de Cão – Direção Ronaldo Dimer e Victor Amaro
Fragmentos de uma Metrópole – Direção Guilherme Andrade
Dia 6, sábado, às 14h, acontece a exibição de dois curtas-documentários produzidos por alunas e alunos da última turma do Curso de Documentário da Academia Internacional de Cinema (AIC) de São Paulo, no Cine Matilha. Os filmes retratam o universo da mulher negra e seu percurso de empoderamento.
“Esse Bumbo é Meu”, dirigido por Paula Simões, Ruy Reis, Dagmar Serpa, Daniel Mirolli e Marina Chekmysheva, apresenta a luta, preconceitos e conflitos vividos pelas mulheres do samba que tentam manter viva a cultura de seus ancestrais, o samba de bumbo, expressão musical tradicional do interior paulista, herança do tempo da escravidão.
Julio Wainer, professor e sócio mantenedor da AIC, diz que o filme trabalha com uma sofisticada camada de interesses e disputas. “Herdeira da tradição familiar, a personagem Luciana Fernandes transgride ao comentar o samba de bumbo na qualidade de mulher, em um grupo só de mulheres. Ao mesmo tempo, o grupo é colocado em segundo plano em função da presença avassaladora do sertanejo…”
Paula Simões, uma das diretoras do filme, diz que escolheram o tema por ser uma tradição marginal em relação a grande mídia, principalmente por ser local e negra. “Fazer o filme foi um presente, pudemos mergulhar em um universo em que o feminino é praticamente a força motriz de sobrevivência dessa cultura através das diferentes gerações. É interessante observar o despertar que esse documentário causou em mim e na equipe”.
“Carolina – O filme”, de Camilla Lima, Fernanda Pithan, Jéssica Cruz, Natália Francis e Felipe Nunes revela a história da migrante, negra, favelada e mãe solteira, Carolina Maria de Jesus que escreveu o livro “Quarto de Despejo”, publicado nos anos 60, que estabelece pontos que se fundem com a trajetória da poeta Tula Pilar.
Julio Wainer comenta: “Acreditava-se que um favelado jamais poderia escrever daquela maneira. Essa discussão, sobre linguagem e exclusão social é atualizada no documentário social, quando populações excluídas fazem a narrativa de suas próprias vidas”.
“A Carolina caiu nas nossas mãos por um acaso do destino! Faltando por volta de um mês para as gravações, nós estávamos seguindo um caminho totalmente diferente, quando encontramos a Pilar (uma das estrelas do filme)! Foi através dela que descobrimos o universo encantador da vida de Carolina.Fazer esse filme foi muito importante para nós e acredito que ele seja de extrema relevância para o debate do empoderamento feminino”, conta Fernanda Pithan,uma das diretoras do filme.
Além da exibição dos dois filmes e do bate-papo com os realizadores, o evento traz a apresentação do Grupo de Samba de Bumbo de Dandara, da poeta Tula Pilar que, além do espetáculo musical, apresenta uma cena da peça teatral inspirada em sua história e na de Carolina de Jesus. Muita arte e discussão de primeira: empoderamento feminino, poesia e samba. Não dá para perder!