Contraindicado para casais: filmes para quem cansou do amor romântico
Enquanto os algoritmos cor-de-rosa do Dia dos Namorados entopem as timelines com listas açucaradas de “filmes para assistir juntinhos”, a gente resolveu fazer exatamente o contrário. Porque nem todo amor é correspondido — e nem todo filme precisa ser.
Aqui, o foco não é o amor idealizado, e sim o que escapa pelas frestas: relações frustradas, desejos desalinhados, afetos atravessados por desigualdades, obsessões, autossabotagens e silêncios. Alguns são amargos, outros estranhamente libertadores. Todos têm algo em comum: subvertem o mito do par perfeito.
Confira nossa lista e salva para assistir:
- História de um Casamento (Noah Baumbach, EUA, 2019): Uma ode ao divórcio bem dirigido. Amor vira litígio com trilha sonora elegante.
- Ela (Spike Jonze, EUA, 2013): O cara se apaixona por uma inteligência artificial. Spoiler: não dá certo (nem podia).
- Possessão (Andrzej Żuławski, França/Alemanha Ocidental, 1981): Casamento em ruínas, histeria, tentáculos e gritos. Amor ou possessão demoníaca?
- Louca Obsessão (Rob Reiner, EUA, 1990): Quando a fã número 1 leva o conceito de “amor platônico” ao nível do cárcere privado.
- Blue Valentine (Derek Cianfrance, EUA, 2010): Um relacionamento indo do céu ao inferno em duas linhas do tempo. E sem anestesia.
- Retrato de uma Jovem em Chamas (Céline Sciamma, França, 2019): Um romance impossível entre mulheres, dirigido por uma mulher, com potência e dor.
- Desobediência (Sebastián Lelio, Reino Unido, 2017): Amor proibido entre duas mulheres em uma comunidade judaica ortodoxa. Silêncio e desejo em colisão.
- O Céu de Suely (Karim Aïnouz, Brasil, 2006): Uma mulher em busca de liberdade — oferecendo um “vale-fuga” em troca de afeto.
- Tangerine (Sean Baker, EUA, 2015): Travestis, tretas e corações partidos na véspera de Natal. Gravado com iPhone, feito com fúria.
- Moonlight: Sob a Luz do Luar (Barry Jenkins, EUA, 2016): Identidade, masculinidade negra e desejos não ditos. Uma poesia dolorida sobre o que poderia ter sido.
- A Pior Pessoa do Mundo (Joachim Trier, Noruega, 2021): Uma mulher moderna tentando descobrir quem é — enquanto tudo, inclusive o amor, escapa pelos dedos.
- Hoje Eu Quero Voltar Sozinho (Daniel Ribeiro, Brasil, 2014): Adolescência, descoberta e liberdade. Amor, sim — mas a autonomia vem primeiro.
- Filme de Amor (Júlio Bressane, Brasil, 2003): Amor e erotismo como provocações filosóficas. Bressane faz cinema como quem escreve um poema ácido.
- 2046 (Wong Kar-Wai, China/Hong Kong, 2004): Memória, desejo e solidão estilizados até o último cigarro. Amar nunca foi tão melancólico — nem tão bonito.
- Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo (Marcelo Gomes e Karim Aïnouz, Brasil, 2009): Um road movie poético e solitário, construído com sobras de outros filmes — como um amor que nunca se completa.
- A Bela da Tarde (Luis Buñuel, França, 1967): Uma dona de casa entediada decide se prostituir nas tardes livres. Amor? Talvez. Desejo reprimido, frustração burguesa e surrealismo — com certeza. * Foto em Destaque: Filme O Céu de Suely (Karim Aïnouz, Brasil, 2006)