Aluna da AIC lota teatro no Pará com curta inspirado no mito da caverna
Elizabeth Santos emociona e provoca reflexão com “A Caverna”, obra desenvolvida no curso de Direção Cinematográfica Online da AIC
O Teatro Municipal de Ananindeua, no Pará, lotou na estreia do curta-metragem “A Caverna”, dirigido por Elizabeth Santos, aluna do curso de Direção Cinematográfica Online da Academia Internacional de Cinema (AIC), sob supervisão do diretor e professor Leandro Afonso. A sessão, realizada dentro do projeto Cine Clube Apuí, reuniu um público diverso — com presença marcante de estudantes, professores e moradores da comunidade local.
Desenvolvido como trabalho de curso na AIC, A Caverna é uma releitura contemporânea do mito de Platão. Ambientado em um espaço subterrâneo onde crianças vivem acorrentadas e alimentadas apenas por sombras, o filme transforma a alegoria filosófica em uma crítica social contundente sobre manipulação da realidade, ignorância e resistência ao conhecimento.
“Eu queria um tema que provocasse reflexão. O mito da caverna sempre me fascinou e, por meio do audiovisual, consegui traduzi-lo para uma linguagem acessível e simbólica”, conta Elizabeth. “Fico muito feliz em lançar esse trabalho no Teatro Municipal de Ananindeua, que tem se mostrado um espaço importante para valorizar os nossos projetos.”
A produção envolveu mais de 60 figurantes e foi concluída em cerca de dois meses. A exibição fez parte da programação do Cine Clube Apuí, iniciativa da Fundação Maguary que promove sessões mensais no Teatro Municipal com curtas e documentários autorais.
“A proposta do Cine Clube é movimentar a cena audiovisual de Ananindeua e fortalecer a cultura local. Projetos como o da Elizabeth mostram a força criativa que temos aqui e a importância de mantermos esse espaço vivo”, destaca João Sousa, coordenador de cinema da fundação.
Com forte apelo filosófico e tom dramático, A Caverna despertou debates sobre temas urgentes como desigualdade social, trabalho infantil, sequestro de identidade e o impacto da desinformação.
O jornalista Marcos Lima, que interpreta o protagonista, destacou a experiência como “um mergulho fora da zona de conforto” e uma chance de ressignificar um conceito filosófico em cena.
“A Caverna” reafirma o potencial do cinema como ferramenta de transformação e formação crítica — e celebra, com força e sensibilidade, o talento de uma realizadora em ascensão que começou sua trajetória criativa na AIC.
*Foto Matheus Maciel