Kety Nassar fala sobre curadoria como ferramenta de inclusão e transformação social

Kety Nassar fala sobre curadoria como ferramenta de inclusão e transformação social

Editado em: 05/08/2025

A 13ª Semana de Cinema e Mercado da Academia Internacional de Cinema (AIC) começou com uma conversa inspiradora sobre curadoria, protagonismo e acesso ao audiovisual. A convidada da noite foi Kety Nassar, coordenadora de projetos do Itaú Cultural, que compartilhou sua trajetória e a experiência à frente da Itaú Cultural Play — plataforma gratuita de streaming dedicada exclusivamente ao cinema brasileiro. 

Com quase 30 anos de atuação na área, Kety reforçou que a curadoria é, acima de tudo, um gesto coletivo e político: “Eu não acredito em curadoria individual. Para mim, ela é um processo coletivo o tempo todo, que se fortalece a partir da troca de experiências, vivências e pensamentos”, afirmou. 

Segundo a coordenadora, a Itaú Cultural Play nasceu com o compromisso de descentralizar o olhar sobre o audiovisual nacional, priorizando conteúdos fora do eixo Rio-São Paulo e valorizando a diversidade regional, de gênero, raça e linguagem. “A equidade está no cerne da nossa curadoria. Trabalhamos com critérios claros que não mudam ano a ano — o que fazemos é expandir, somar camadas”, explicou. 

Entre os destaques da plataforma, estão os curtas-metragens, muitas vezes deixados de lado por outras plataformas. “Acreditamos no curta como potência narrativa. Queremos ser espaço de continuidade para essas obras que, depois dos festivais, muitas vezes desaparecem”, pontuou. 

Kety também destacou o papel educativo da plataforma, que hoje conta com uma área chamada Na Sala de Aula, onde filmes com licenciamento específico podem ser exibidos diretamente por professores. “Criamos planos de aula e playlists para apoiar o uso pedagógico do audiovisual. É uma demanda que partiu dos próprios educadores”, disse. 

Ao responder sobre os desafios de ampliar o acesso em um país desigual, Kety foi direta: “A gratuidade é um ponto fundamental. Mas o Brasil é um país continental, com problemas sérios de infraestrutura digital. A gente atua onde pode: garantindo acesso gratuito, pagando os licenciamentos e valorizando os realizadores.” 

Por fim, deixou um conselho para os jovens cineastas presentes: “Antes de pensar ‘que história eu vou contar’, pergunte: ‘eu gostaria de ouvir essa história?’. É a empatia que transforma o olhar do outro. E é isso que faz uma história ser relevante.” 

Foto: Raissà Nashla

 

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