{"id":19387,"date":"2018-10-08T10:50:22","date_gmt":"2018-10-08T13:50:22","guid":{"rendered":"http:\/\/aicinema.site.brtloja.com.br\/?p=19387"},"modified":"2019-12-18T11:53:32","modified_gmt":"2019-12-18T13:53:32","slug":"mulheres-no-audiovisual-uma-reflexao","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.aicinema.com.br\/mulheres-no-audiovisual-uma-reflexao\/","title":{"rendered":"Mulheres no Audiovisual &#8211; uma reflex\u00e3o"},"content":{"rendered":"<p><span style=\"font-weight: 400;\">Por que o mercado cinematogr\u00e1fico, seja brasileiro ou estrangeiro, ainda \u00e9 dominado pela presen\u00e7a masculina? Com a populariza\u00e7\u00e3o de tem\u00e1ticas como a representatividade e o empoderamento nas redes sociais, surgem tamb\u00e9m questionamentos a respeito da participa\u00e7\u00e3o e da representa\u00e7\u00e3o feminina no <a href=\"https:\/\/www.aicinema.com.br\/dia-do-refugiado-05-filmes-que-retratam-historias-de-esperanca\/\">cinema<\/a>.<\/span><\/p>\n<p><span style=\"font-weight: 400;\">Ao longo da hist\u00f3ria, em uma ind\u00fastria que nasceu e se desenvolveu voltada a narrativas masculinas, na qual as mulheres por muito tempo foram consideradas incapazes de executar certas fun\u00e7\u00f5es no set de filmagem (principalmente aquelas que envolviam aspectos t\u00e9cnicos), a falta de profissionais do sexo feminino por tr\u00e1s das c\u00e2meras \u00e9 um reflexo problem\u00e1tico de uma sociedade que ainda precisa ser desconstru\u00edda \u2013 para ser reconstru\u00edda de maneira mais aberta e igualit\u00e1ria.<\/span><br \/>\n<b>Deixe seu e-mail e Receba&#8230;<\/b><\/p>\n<p>Convite para eventos gratuitos, entrevistas e dicas, promo\u00e7\u00f5es e descontos nos cursos da AIC<\/p>\n<p><script type=\"text\/javascript\" src=\"\/\/mautic.aicinema.com.br\/form\/generate.js?id=21\"><span data-mce-type=\"bookmark\" style=\"display: inline-block; width: 0px; overflow: hidden; line-height: 0;\" class=\"mce_SELRES_start\">\ufeff<\/span><\/script><br \/>\n<b> <\/b><br \/>\n<b> <\/b><br \/>\n<b> <\/b><br \/>\n<b> <\/b><\/p>\n<h3><b>Teto de vidro<\/b><\/h3>\n<p><span style=\"font-weight: 400;\">Para ilustrar a desigualdade de oportunidades no que diz respeito ao trabalho na ind\u00fastria cinematogr\u00e1fica, um termo muito utilizado tem sido <\/span><i><span style=\"font-weight: 400;\">glass ceiling\u00a0<\/span><\/i><span style=\"font-weight: 400;\">(em tradu\u00e7\u00e3o livre, \u201cteto de vidro\u201d). Trata-se de uma met\u00e1fora que representa a barreira invis\u00edvel que impede certas pessoas (principalmente minorias) de ultrapassarem os n\u00edveis pr\u00e9-determinados para elas dentro da hierarquia social.<\/span><\/p>\n<figure id=\"attachment_19395\" aria-describedby=\"caption-attachment-19395\" style=\"width: 330px\" class=\"wp-caption alignright\"><img decoding=\"async\" class=\"wp-image-19395 size-thumbnail\" src=\"https:\/\/aicinema.com.br\/wp-content\/uploads\/2018\/10\/Yara_Guzman_12camila_oliveira-1-330x210.jpg\" alt=\"\" width=\"330\" height=\"210\" \/><figcaption id=\"caption-attachment-19395\" class=\"wp-caption-text\">A falta de profissionais do sexo feminino por tr\u00e1s das c\u00e2meras \u00e9 um reflexo problem\u00e1tico de uma sociedade que ainda precisa ser desconstru\u00edda.<\/figcaption><\/figure>\n<p><span style=\"font-weight: 400;\">Em artigo para a CNN, a escritora Melissa Silverstein chegou a questionar os motivos pelos quais a ind\u00fastria hollywoodiana n\u00e3o parece dar valor algum \u00e0s narrativas femininas: \u201cEst\u00e1 claro que Hollywood tem um problema com as mulheres. N\u00e3o \u00e9 somente por n\u00e3o confiarem na vis\u00e3o de uma mulher para dirigir um filme; eles n\u00e3o acreditam que as pessoas queiram ver nossas hist\u00f3rias. Existe um senso comum de que as hist\u00f3rias masculinas s\u00e3o universais, mas que as femininas s\u00e3o apenas para mulheres.\u201d<\/span><\/p>\n<p><span style=\"font-weight: 400;\">Os problemas no que diz respeito \u00e0 m\u00e3o de obra feminina nas produ\u00e7\u00f5es de Hollywood v\u00e3o al\u00e9m da falta de representatividade. Desde o ano passado, movimentos como #MeToo e #TimesUp contribu\u00edram para expor abusos e ass\u00e9dios que eram tidos como normais na ind\u00fastria cinematogr\u00e1fica, derrubando figuras renomadas do mercado norte-americano, como o produtor Harvey Weinstein. A repercuss\u00e3o do caso foi t\u00e3o grande que in\u00fameras v\u00edtimas de outros abusadores de manifestaram e passaram a exigir justi\u00e7a contra esse tipo de comportamento. At\u00e9 mesmo no Brasil foi lan\u00e7ado um documento nesse sentido, a cartilha Pacto de Responsabilidade Antiass\u00e9dio Sexual no Setor do Audiovisual, produzida de maneira colaborativa para &#8220;combater a ocorr\u00eancia de comportamentos abusivos no ambiente de trabalho e nas suas adjac\u00eancias&#8221;.<\/span><\/p>\n<h3><b>Hollywood em n\u00fameros<\/b><\/h3>\n<ul>\n<li><span style=\"font-weight: 400;\">As mulheres representam 50% dos espectadores de filmes nas salas de cinema. (fonte: Motion Picture Association of America\/2017)<\/span><\/li>\n<li><span style=\"font-weight: 400;\">Entre as 100 maiores bilheterias norte-americanas do ano passado, as mulheres representaram 8% dos diretores, 10% dos <a href=\"https:\/\/www.aicinema.com.br\/5-roteiristas-famosos-que-vao-inspirar-a-sua-carreira\/\">roteiristas<\/a>, 2% dos diretores de fotografia, 14% dos editores, 24% dos produtores. J\u00e1 entre as 250 maiores bilheterias de 2017, as mulheres representaram apenas 3% do total de membros das equipes de filmagem. (fonte: Center for the Study of Women in Television and Film)<\/span><\/li>\n<li><span style=\"font-weight: 400;\">Kathryn Bigelow \u00e9 a \u00fanica mulher a ter recebido um Oscar na categoria de Melhor Dire\u00e7\u00e3o (em 2010, por <\/span><i><span style=\"font-weight: 400;\">Guerra Ao Terror<\/span><\/i><span style=\"font-weight: 400;\">\/<\/span><i><span style=\"font-weight: 400;\">The Hurt Locker<\/span><\/i><span style=\"font-weight: 400;\">). Apenas cinco mulheres foram nomeadas nessa categoria, em toda a hist\u00f3ria do pr\u00eamio, ou seja, em 90 anos (Lina Wertm\u00fcller, Jane Campion, Sofia Coppola, Kathryn Bigelow, and Greta Gerwig). Este ano, a diretora de fotografia Rachel Morrison se tornou a primeira mulher nomeada para um Oscar de Cinematografia (por <\/span><i><span style=\"font-weight: 400;\">Mudbound \u2013 L\u00e1grimas sobre o Mississippi<\/span><\/i><span style=\"font-weight: 400;\">).<\/span><\/li>\n<li><span style=\"font-weight: 400;\">No que diz respeito \u00e0s personagens representadas nas telas, no ano passado as mulheres foram protagonistas em somente 24% dos filmes. (fonte: Women and Hollywood)<\/span><\/li>\n<\/ul>\n<p><img decoding=\"async\" class=\"aligncenter wp-image-19388 size-full\" src=\"https:\/\/aicinema.com.br\/wp-content\/uploads\/2018\/10\/mulheresemhollywood.jpg\" alt=\"mulheresemhollywood\" width=\"6510\" height=\"4133\" srcset=\"https:\/\/www.aicinema.com.br\/wp-content\/uploads\/2018\/10\/mulheresemhollywood.jpg 6510w, https:\/\/www.aicinema.com.br\/wp-content\/uploads\/2018\/10\/mulheresemhollywood-330x210.jpg 330w, https:\/\/www.aicinema.com.br\/wp-content\/uploads\/2018\/10\/mulheresemhollywood-630x400.jpg 630w, https:\/\/www.aicinema.com.br\/wp-content\/uploads\/2018\/10\/mulheresemhollywood-768x488.jpg 768w, https:\/\/www.aicinema.com.br\/wp-content\/uploads\/2018\/10\/mulheresemhollywood-1071x680.jpg 1071w\" sizes=\"(max-width: 6510px) 100vw, 6510px\" \/><\/p>\n<p>&nbsp;<\/p>\n<p><span style=\"font-weight: 400;\">No Brasil, a situa\u00e7\u00e3o n\u00e3o \u00e9 muito diferente. Para exemplificar esse problema, segundo dados da Ancine no que diz respeito \u00e0 produ\u00e7\u00e3o feminina no cinema brasileiro da retomada (1995 a 2005), os n\u00fameros eram os seguintes: homens cineastas (79%), mulheres cineastas (18%), produ\u00e7\u00f5es mistas (3%). Duas d\u00e9cadas depois, no ano de 2017, ao inv\u00e9s de se ampliar, a participa\u00e7\u00e3o feminina no mercado cinematogr\u00e1fico brasileiro praticamente n\u00e3o se alterou: homens cineastas (77%), mulheres cineastas (16%), produ\u00e7\u00f5es mistas (7%).<\/span><\/p>\n<p><span style=\"font-weight: 400;\">Nesse contexto, questionar o espa\u00e7o ocupado por mulheres na produ\u00e7\u00e3o audiovisual brasileira pode ser uma forma de oferecer alternativas para gerar oportunidades a essa parcela da popula\u00e7\u00e3o, propondo mudan\u00e7as aos profissionais que atuam na \u00e1rea. Em uma realidade na qual diversos movimentos buscam cada vez mais dar voz \u00e0s mulheres nos mais variados segmentos profissionais, uma grande quest\u00e3o e\u0301: por que a atua\u00e7\u00e3o e a representa\u00e7\u00e3o de mulheres ainda parece t\u00e3o pouco significativa no mercado cinematogr\u00e1fico? E como essa realidade da produ\u00e7\u00e3o se reflete nos produtos culturais criados?<\/span><\/p>\n<h3><b>We can do it!<\/b><\/h3>\n<p><span style=\"font-weight: 400;\">Em seu livro <\/span><i><span style=\"font-weight: 400;\">Women\u2019s Cinema, World Cinema: Projecting Contemporary Feminisms<\/span><\/i><span style=\"font-weight: 400;\">, a escritora Patricia White destaca a import\u00e2ncia, cada vez maior, de valorizar a produ\u00e7\u00e3o audiovisual feminina e, principalmente, de mudar a imagem de cineastas do sexo feminino perante os espectadores, desmistificando o fato de que o cinema produzido por mulheres e para mulheres deva ser exclusivamente \u201cart\u00edstico\u201d ou desassociado do sucesso comercial. <\/span><\/p>\n<figure id=\"attachment_19401\" aria-describedby=\"caption-attachment-19401\" style=\"width: 330px\" class=\"wp-caption alignright\"><img decoding=\"async\" class=\"wp-image-19401 size-thumbnail\" src=\"https:\/\/aicinema.com.br\/wp-content\/uploads\/2018\/10\/umavidaemsegredo-longa-330x210.jpg\" alt=\"\" width=\"330\" height=\"210\" \/><figcaption id=\"caption-attachment-19401\" class=\"wp-caption-text\">Seja brasileiro ou estrangeiro, o mercado cinematogr\u00e1fico ainda \u00e9 dominado pela presen\u00e7a masculina. Na foto a professora <a href=\"https:\/\/www.aicinema.com.br\/docente\/sabrina-greve\/\">Sabrina Greve<\/a>.<\/figcaption><\/figure>\n<p><span style=\"font-weight: 400;\">O p\u00fablico feminino consome uma quantidade de produ\u00e7\u00f5es cinematogr\u00e1ficas t\u00e3o significativa quanto o masculino; portanto, e\u0301 necess\u00e1rio falar a ambos os g\u00eaneros. \u201cAs mulheres que fazem filmes hoje, seja qual for sua rela\u00e7\u00e3o com o feminismo, est\u00e3o desalojando o Eurocentrismo e a hegemonia Hollywoodiana, criando novas rela\u00e7\u00f5es entre os g\u00eaneros, pol\u00edticas, lugares e o futuro\u201d, explica a autora.<\/span><\/p>\n<p><span style=\"font-weight: 400;\">Para conquistar esse espa\u00e7o em uma ind\u00fastria que necessita se alinhar \u00e0 realidade social e realizar consider\u00e1veis mudan\u00e7as no que diz respeito \u00e0 representatividade (n\u00e3o s\u00f3 de mulheres, como de outros grupos minorit\u00e1rios), diversas iniciativas e pol\u00edticas inclusivas t\u00eam se destacado, em busca do crescimento e do fortalecimento da participa\u00e7\u00e3o feminina nas produ\u00e7\u00f5es cinematogr\u00e1ficas \u2013 particularmente no mercado audiovisual brasileiro.<\/span><\/p>\n<h4><strong>Ancine<\/strong><\/h4>\n<p><span style=\"font-weight: 400;\">Em mar\u00e7o deste ano, foram aprovadas pelo Comit\u00ea Gestor do Fundo Setorial do Audiovisual (CGFSA) cotas para mulheres, negros e ind\u00edgenas no edital de Concurso Produ\u00e7\u00e3o para Cinema 2018, que destina R$ 100 milh\u00f5es do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) a projetos de longas-metragens independentes de fic\u00e7\u00e3o, document\u00e1rio ou anima\u00e7\u00e3o. A ideia \u00e9 que o instrumento ajude a diversificar a produ\u00e7\u00e3o audiovisual nacional, j\u00e1 que pelo menos 35% dos valores investidos nos projetos selecionados dever\u00e3o ser dirigidos por mulheres ou mulheres transexuais\/travestis, e pelo menos 10% desses valores ser\u00e3o reservados a diretores (as) negros (as) (pretos e pardos) e ind\u00edgenas.<\/span><\/p>\n<h4><strong>Netflix<\/strong><\/h4>\n<p><span style=\"font-weight: 400;\">Recentemente, a empresa divulgou que pretende concentrar suas produ\u00e7\u00f5es originais nacionais em tramas femininas. A campanha &#8220;She Rules\u201d, lan\u00e7ada h\u00e1 algum tempo, j\u00e1 enfatizava a import\u00e2ncia das mulheres nas produ\u00e7\u00f5es da plataforma \u2013 tanto nos bastidores, como produtoras, diretoras e roteiristas, como na frente das c\u00e2meras, como protagonistas de filmes e s\u00e9ries. Exemplos de produ\u00e7\u00f5es internacionais da Netflix que focam em narrativas femininas s\u00e3o <\/span><i><span style=\"font-weight: 400;\">Jessica Jones<\/span><\/i><span style=\"font-weight: 400;\">, <\/span><i><span style=\"font-weight: 400;\">Good Girls<\/span><\/i><span style=\"font-weight: 400;\"> e <\/span><i><span style=\"font-weight: 400;\">Orange is The New Black<\/span><\/i><span style=\"font-weight: 400;\">. Essa mentalidade se mostra ainda mais evidente no Brasil, j\u00e1 boa parte das s\u00e9ries originais produzidas no pa\u00eds pela empresa t\u00eam protagonistas femininas fortes \u2013 como \u00e9 o caso de <\/span><i><span style=\"font-weight: 400;\">3%<\/span><\/i><span style=\"font-weight: 400;\">, <\/span><i><span style=\"font-weight: 400;\">Samantha!<\/span><\/i><span style=\"font-weight: 400;\"> e <\/span><i><span style=\"font-weight: 400;\">Coisa Mais Linda<\/span><\/i><span style=\"font-weight: 400;\">.<\/span><\/p>\n<h4><strong>Mulheres Audiovisual<\/strong><\/h4>\n<p><span style=\"font-weight: 400;\">\u00c9 uma <a href=\"http:\/\/www.mulheresaudiovisual.com.br\/sobre-mulheres-audiovisual\">plataforma colaborativa<\/a> que busca atuar no mercado nacional e internacional, reunindo, divulgando e distribuindo conte\u00fado art\u00edstico e audiovisual produzido por mulheres. A proposta \u00e9 dar visibilidade a essas produ\u00e7\u00f5es, criando tamb\u00e9m um instrumento de divulga\u00e7\u00e3o, de registro hist\u00f3rico e de mem\u00f3ria, al\u00e9m de ser uma ferramenta de constru\u00e7\u00e3o de novas narrativas sobre o papel da mulher no cinema e na produ\u00e7\u00e3o da cinegrafia no Brasil. O cadastro das profissionais e de suas obras no site \u00e9 totalmente gratuito.<\/span><\/p>\n<h4><strong><i>A Vida Invis\u00edvel<\/i><\/strong><\/h4>\n<p><span style=\"font-weight: 400;\">O longa-metragem do cineasta cearense Karim A\u00efnouz, uma hist\u00f3ria sobre sororidade, est\u00e1 sendo rodado com equipe de c\u00e2mera e fotografia 100% feminina, promovendo a inclus\u00e3o de mulheres em fun\u00e7\u00f5es t\u00e9cnicas no set de filmagem. (fonte: grupo do Facebook Mulheres no Audiovisual)<\/span><\/p>\n<h3><b>O poder da coletividade<\/b><\/h3>\n<p><span style=\"font-weight: 400;\">A import\u00e2ncia dos coletivos femininos tem se tornado cada vez mais latente em um mercado na qual profissionais capacitadas lutam por oportunidades. Um exemplo disso \u00e9 o <a href=\"https:\/\/www.facebook.com\/diretorasdefotografiadobrasil\/\">DAFB \u2013 Coletivo das Diretoras de Fotografia do Brasil<\/a>, do qual faz parte <a href=\"https:\/\/aicinema.com.br\/docente\/andrea-capella\/\">Andrea Capella<\/a>, professora da Academia Internacional de Cinema.<\/span><\/p>\n<figure id=\"attachment_19400\" aria-describedby=\"caption-attachment-19400\" style=\"width: 267px\" class=\"wp-caption alignright\"><img decoding=\"async\" class=\"wp-image-19400 size-medium\" src=\"https:\/\/aicinema.com.br\/wp-content\/uploads\/2018\/10\/Clarisseoualgumacoisasobrenosdois-longa-267x400.jpg\" alt=\"\" width=\"267\" height=\"400\" srcset=\"https:\/\/www.aicinema.com.br\/wp-content\/uploads\/2018\/10\/Clarisseoualgumacoisasobrenosdois-longa-267x400.jpg 267w, https:\/\/www.aicinema.com.br\/wp-content\/uploads\/2018\/10\/Clarisseoualgumacoisasobrenosdois-longa-768x1152.jpg 768w, https:\/\/www.aicinema.com.br\/wp-content\/uploads\/2018\/10\/Clarisseoualgumacoisasobrenosdois-longa-453x680.jpg 453w, https:\/\/www.aicinema.com.br\/wp-content\/uploads\/2018\/10\/Clarisseoualgumacoisasobrenosdois-longa.jpg 1365w\" sizes=\"(max-width: 267px) 100vw, 267px\" \/><figcaption id=\"caption-attachment-19400\" class=\"wp-caption-text\">A import\u00e2ncia dos coletivos femininos tem se tornado cada vez mais latente em um mercado na qual profissionais capacitadas lutam por oportunidades.<\/figcaption><\/figure>\n<p><span style=\"font-weight: 400;\">J\u00e1 o coletivo <a href=\"https:\/\/hysteria.etc.br\/?gclid=Cj0KCQjwgOzdBRDlARIsAJ6_HNlS86lRARjlz7PcTQpXukhvM7B5i3Xgw4NYsAADdAzc6Rwz-eRERosaApJ4EALw_wcB\">Hysteria<\/a>, da produtora audiovisual Conspira\u00e7\u00e3o, tem o objetivo de gerar conte\u00fado pensado por mulheres. &#8220;N\u00e3o \u00e9 necessariamente para e sobre mulheres. Por\u00e9m, \u00e9 feito por elas. O que nos interessa \u00e9 a vis\u00e3o feminina sobre diversos temas&#8221;, conforme afirmou Renata Brand\u00e3o, CEO da produtora, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.<\/span><\/p>\n<p><span style=\"font-weight: 400;\">Outra iniciativa nesse sentido \u00e9 o selo Elas, da <a href=\"http:\/\/www.elocompany.com\/\">Elo Company<\/a>. A empres\u00e1ria <a href=\"https:\/\/aicinema.com.br\/que-horas-ela-volta-entra-em-sua-quarta-semana-de-exibicao-nos-cinemas\/\">Barbara Sturm<\/a>, diretora de conte\u00fado da produtora e ex-aluna da AIC, foi respons\u00e1vel pela cria\u00e7\u00e3o do selo e explica um pouco sobre o processo que levou \u00e0 concretiza\u00e7\u00e3o desse projeto: \u201cNo final de 2017, as hist\u00f3rias com narrativas femininas estavam consolidadas, tanto no interesse do p\u00fablico (com sucessos como <\/span><i><span style=\"font-weight: 400;\">Mulher Maravilha<\/span><\/i><span style=\"font-weight: 400;\">, <\/span><i><span style=\"font-weight: 400;\">Moana<\/span><\/i><span style=\"font-weight: 400;\"> e <\/span><i><span style=\"font-weight: 400;\">The Handmaid&#8217;s Tale<\/span><\/i><span style=\"font-weight: 400;\">), como em termos de cr\u00edtica e pr\u00eamios (<\/span><i><span style=\"font-weight: 400;\">Big Little Lies<\/span><\/i><span style=\"font-weight: 400;\">, <\/span><i><span style=\"font-weight: 400;\">Como Nossos Pais<\/span><\/i><span style=\"font-weight: 400;\">, entre outros). Percebemos que, dos 20 projetos premium na empresa em fase de desenvolvimento, 9 eram dirigidos por mulheres. Juntando esses dados, fazia sentido a Elo ser pioneira na mudan\u00e7a dos apenas 19% de filmes brasileiros dirigidos por mulheres lan\u00e7ados anualmente. O selo foi criado para jogar luz ao tema, mostrar que temos interesse em analisar projetos dirigidos por mulheres, mas que buscamos sempre os melhores projetos.\u201d<\/span><\/p>\n<p><span style=\"font-weight: 400;\">De acordo com Barbara, o grande diferencial do selo Elas \u00e9 seu grupo de consultores do mercado, nas \u00e1reas executivas, jur\u00eddicas e art\u00edsticas, formado para potencializar os resultados dos projetos em todas as m\u00eddias. \u201cAcredito que o que faltava eram oportunidades para as diretoras e interesse do p\u00fablico, duas coisas que foram consolidadas e agora n\u00e3o temos como andar para tr\u00e1s\u201d, afirma a empres\u00e1ria. \u201cO audiovisual \u00e9 um reflexo da sociedade. Precisamos de personagens para nos inspirar, hist\u00f3rias com as quais nos identifiquemos, protagonistas de suas pr\u00f3prias hist\u00f3rias.\u201d<\/span><\/p>\n<h3><b>Tempo de transforma\u00e7\u00e3o<\/b><\/h3>\n<p><span style=\"font-weight: 400;\"> Na opini\u00e3o da professora da AIC &#8211; <a href=\"https:\/\/aicinema.com.br\/docente\/yara-guzman\/\">Yara Guzman<\/a>, que trabalha como assistente de dire\u00e7\u00e3o cinematogr\u00e1fica, o mercado audiovisual brasileiro reflete uma realidade em que a hierarquia e os sal\u00e1rios ainda s\u00e3o desiguais entre homens e mulheres. \u201c\u00c9 um espa\u00e7o onde, durante muito tempo, para se destacarem, as mulheres precisavam ter posturas ditas \u2018masculinas\u2019, impositivas, sendo \u00e0s vezes at\u00e9 mais \u2018duras\u2019 que os pr\u00f3prios homens com quem trabalhavam. Por se tratar de um meio art\u00edstico e privilegiado, felizmente nos \u00faltimos anos ele tem sido beneficamente afetado pelas transforma\u00e7\u00f5es sociais\u201d, observa.<\/span><\/p>\n<figure id=\"attachment_19390\" aria-describedby=\"caption-attachment-19390\" style=\"width: 330px\" class=\"wp-caption alignright\"><img decoding=\"async\" class=\"size-thumbnail wp-image-19390\" src=\"https:\/\/aicinema.com.br\/wp-content\/uploads\/2018\/10\/Yara_Guzman_5_silvio_tanaka-330x210.jpg\" alt=\"\" width=\"330\" height=\"210\" \/><figcaption id=\"caption-attachment-19390\" class=\"wp-caption-text\">&#8220;O mercado audiovisual brasileiro reflete uma realidade em que a hierarquia e os sal\u00e1rios ainda s\u00e3o desiguais entre homens e mulheres&#8221;- declara Yara Guzman, professora da AIC.<\/figcaption><\/figure>\n<p><span style=\"font-weight: 400;\">Embora o cinema seja uma arte muito atualizada com seu tempo e aberta a questionamentos, uma mat\u00e9ria recente do jornal El Pa\u00eds escancarou a realidade de que a produ\u00e7\u00e3o cinematogr\u00e1fica brasileira ainda \u00e9, essencialmente, \u201cmasculina e branca\u201d. Nesse sentido, Yara acredita que as narrativas femininas podem contribuir para o aumento do consumo do audiovisual brasileiro, j\u00e1 que metade da popula\u00e7\u00e3o \u00e9 composta por mulheres. \u201cPara tornar o cinema menos desigual e potencializar seu alcance com o p\u00fablico, \u00e9 preciso que mais mulheres ocupem importantes cargos no topo da cadeia dentro das produ\u00e7\u00f5es e tenham poder de decis\u00e3o\u201d, defende.<\/span><\/p>\n<p><span style=\"font-weight: 400;\">Segundo a assistente de dire\u00e7\u00e3o, projetos e sets com mais mulheres em cargos estrat\u00e9gicos impactam positivamente as produ\u00e7\u00f5es, gerando mai<\/span>or comprometimento por parte de todos &#8211; tanto homens quanto mulheres. \u201cO mercado tamb\u00e9m\u00a0tem sido impactado pela sororidade praticada entre as mulheres do cinema\u201d, afirma a profissional. \u201cH\u00e1 uma evidente (e consciente) busca das mulheres por trabalhar com outras mulheres, al\u00e9m de grupos em redes sociais que incentivam e fortalecem as trocas femininas no fazer cinematogr\u00e1fico.\u201d<\/p>\n<p><span style=\"font-weight: 400;\">Yara conta que se tornou assistente de dire\u00e7\u00e3o em um per\u00edodo de retomada do cinema nacional, no qual a produ\u00e7\u00e3o era significativamente menor, com pol\u00edticas p\u00fablicas ainda em desenvolvimento; portanto, um cen\u00e1rio dif\u00edcil para uma jovem em in\u00edcio de carreira. Foi um trabalho que exigiu muita perseveran\u00e7a, foco e sabedoria, mas que tamb\u00e9m a levou a conquistas. Hoje, atuando como professora, sua inten\u00e7\u00e3o \u00e9 de preparar os alunos para que n\u00e3o sejam \u201cfantoches\u201d nas m\u00e3os de produ\u00e7\u00f5es mal intencionadas, mas agentes eficientes, produtivos e tamb\u00e9m cr\u00edticos, \u201cpara que os avan\u00e7os que vimos no mercado ao longo dos \u00faltimos anos n\u00e3o sofram retrocessos\u201d, garantindo a manuten\u00e7\u00e3o dos direitos conquistados e a evolu\u00e7\u00e3o criativa do mercado. <\/span><\/p>\n<h3><b>Pequenas revolu\u00e7\u00f5es<\/b><\/h3>\n<p><span style=\"font-weight: 400;\">A produtora executiva <a href=\"https:\/\/aicinema.com.br\/docente\/gal-buitoni\/\">Gal Buitoni<\/a>, professora de produ\u00e7\u00e3o da AIC, acredita que nos \u00faltimos anos o mercado audiovisual tem experimentado uma \u201cmini revolu\u00e7\u00e3o\u201d. De acordo com ela, ainda h\u00e1 um longo caminho a percorrer, para que as mulheres possam ocupar de maneira igualit\u00e1ria posi\u00e7\u00f5es ainda vistas como majoritariamente masculinas, em especial nas \u00e1reas t\u00e9cnicas e na dire\u00e7\u00e3o de longas-metragens.<\/span><\/p>\n<figure id=\"attachment_19396\" aria-describedby=\"caption-attachment-19396\" style=\"width: 330px\" class=\"wp-caption alignright\"><img decoding=\"async\" class=\"size-thumbnail wp-image-19396\" src=\"https:\/\/aicinema.com.br\/wp-content\/uploads\/2018\/10\/tudoeprojeto_still1-330x210.png\" alt=\"\" width=\"330\" height=\"210\" \/><figcaption id=\"caption-attachment-19396\" class=\"wp-caption-text\">De acordo com Gal Buitoni, professora de produ\u00e7\u00e3o da AIC\u201d, ainda h\u00e1 um longo caminho a percorrer, para que as mulheres possam ocupar de maneira igualit\u00e1ria posi\u00e7\u00f5es ainda vistas como majoritariamente masculinas, em especial nas \u00e1reas t\u00e9cnicas e na dire\u00e7\u00e3o de longas-metragens.<\/figcaption><\/figure>\n<p><span style=\"font-weight: 400;\">Gal \u00e9 s\u00f3cia da <a href=\"http:\/\/www.oleproducoes.com.br\/\">Ol\u00e9 Produ\u00e7\u00f5es<\/a> e tem uma carreira bem sucedida como produtora executiva no cinema, tendo passado por empresas como a <\/span><span style=\"font-weight: 400;\">O2, Mixer, Bossa Nova Filmes e Spray Filmes<\/span><span style=\"font-weight: 400;\">. Pessoalmente, ela conta que n\u00e3o enfrentou dificuldades pelo fato de ser mulher, mas j\u00e1 se deparou com situa\u00e7\u00f5es no mercado de trabalho nas quais um profissional do sexo masculino foi privilegiado, \u00e0s vezes at\u00e9 de maneira inconsciente. No entanto, a produt<\/span>ora v\u00ea o cen\u00e1rio de maneira otimista: \u201cAs mulheres se uniram e est\u00e3o se ajudando. As pessoas est\u00e3o se conscientizando, porque antes nem se pensava a respeito, ningu\u00e9m sequer percebia esse desequil\u00edbrio na hierarquia. Mas ainda h\u00e1 muito a ser conquistado.\u201d<\/p>\n<p><span style=\"font-weight: 400;\">Para as cineastas mulheres, o set de filmagem deixa de ser um ambiente hostil quando os departamentos n\u00e3o s\u00e3o chefiados apenas por homens. Nesse sentido, a luta para criar um lugar de fala e permitir \u00e0s mulheres mais poder de decis\u00e3o n\u00e3o \u00e9 apenas das profissionais do sexo feminino, mas de toda a ind\u00fastria. \u201cAcho que precisamos de uma mudan\u00e7a de olhar: come\u00e7ar a perceber como um filme dirigido por uma mulher, com personagens femininos, ajuda as pr\u00f3prias mulheres e os homens a perceberem um ponto de vista com o qual n\u00e3o estavam acostumados, mudando pensamentos e atitudes machistas. O machismo n\u00e3o tem g\u00eanero\u201d, acrescenta Gal.<\/span><\/p>\n<h3><b>Explorando as complexidades<\/b><\/h3>\n<p><span style=\"font-weight: 400;\">A presen\u00e7a de mais mulheres na produ\u00e7\u00e3o cinematogr\u00e1fica leva \u00e0 cria\u00e7\u00e3o de filmes mais diversos e complexos no que diz respeito tamb\u00e9m ao desenvolvimento de personagens femininas. Para <a href=\"https:\/\/aicinema.com.br\/docente\/sabrina-greve\/\">Sabrina Greve<\/a>, atriz, diretora e pesquisadora, professora de<\/span>\u00a0dire\u00e7\u00e3o de atores na AIC, no Brasil ainda \u00e9 preciso explorar melhor a rela\u00e7\u00e3o entre atores e diretores, compreendendo a maneira como cada um pode contribuir para enriquecer o processo criativo na feitura de uma obra.<\/p>\n<p><span style=\"font-weight: 400;\">Sobre a atua\u00e7\u00e3o feminina no mercado audiovisual, Sabrina comenta que o mercado ainda est\u00e1 em transforma\u00e7\u00e3o. \u201cDiversas iniciativas atuais buscam equilibrar a disparidade que existe entre projetos realizados por mulheres e homens, tanto em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 atua\u00e7\u00e3o quanto dire\u00e7\u00e3o, <a href=\"https:\/\/www.aicinema.com.br\/como-fazer-um-roteiro\/\">roteiro<\/a>, dire\u00e7\u00e3o de fotografia e outras fun\u00e7\u00f5es (paridade de g\u00eanero nas comiss\u00f5es, editais espec\u00edficos e com cotas para mulheres, etc). Fato \u00e9 que, estatisticamente, o n\u00famero de protagonistas femininas em filmes \u00e9 bem menor do que protagonistas masculinos (vide o <\/span><a href=\"https:\/\/aicinema.com.br\/teste-de-bechdel-bechdel-test-o-que-e-e-para-que-serve\/\"><span style=\"font-weight: 400;\">teste de Bechdel<\/span><\/a><span style=\"font-weight: 400;\">), e isso se deve em grande parte ao predom\u00ednio de roteiristas e realizadores homens no mercado. \u201d<\/span><\/p>\n<figure id=\"attachment_19399\" aria-describedby=\"caption-attachment-19399\" style=\"width: 330px\" class=\"wp-caption alignright\"><img decoding=\"async\" class=\"wp-image-19399 size-thumbnail\" src=\"https:\/\/aicinema.com.br\/wp-content\/uploads\/2018\/10\/Irina-direcao-330x210.jpg\" alt=\"\" width=\"330\" height=\"210\" \/><figcaption id=\"caption-attachment-19399\" class=\"wp-caption-text\">Segundo Sabrina Greve, \u00e9 preciso explorar melhor a rela\u00e7\u00e3o entre atores e diretores, compreendendo a maneira como cada um pode contribuir para enriquecer o processo criativo na feitura de uma obra.<\/figcaption><\/figure>\n<p><span style=\"font-weight: 400;\">Segundo a cineasta, as mulheres come\u00e7aram a questionar diversos estere\u00f3tipos perpetuados durante anos por uma vis\u00e3o estritamente masculina. \u201c\u00c9 toda uma engrenagem de produ\u00e7\u00e3o que deve e est\u00e1 sendo revista para equiparar essa desigualdade e trazer um ponto de vista mais plural para o mercado audiovisual. Vale ressaltar que essa quest\u00e3o n\u00e3o \u00e9 exclusiva do audiovisual, \u00e9 uma quest\u00e3o sociocultural que abrange tamb\u00e9m outras formas de arte e outras profiss\u00f5es\u201d, ressalta.<\/span><\/p>\n<p><span style=\"font-weight: 400;\">Para superar essa realidade, ainda desigual, mas que caminha rumo a transforma\u00e7\u00f5es, a uni\u00e3o das mulheres \u00e9 fundamental, assim como o apoio de institui\u00e7\u00f5es e de empresas produtoras. \u201cEspero que, em um futuro pr\u00f3ximo, isso j\u00e1 n\u00e3o seja mais uma quest\u00e3o, que possamos olhar para o cinema sem desigualdades de produ\u00e7\u00e3o relativas a g\u00eanero, ra\u00e7a e orienta\u00e7\u00e3o sexual. N\u00e3o s\u00f3 no cinema, mas na sociedade em geral\u201d, conclui Sabrina.<\/span><\/p>\n<p><iframe width=\"560\" height=\"315\" src=\"https:\/\/www.youtube.com\/embed\/e1MRZl-miig\" frameborder=\"0\" allow=\"accelerometer; autoplay; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture\" allowfullscreen><\/iframe><\/p>\n<p><strong><em>*Pesquisa e texto por Katia Kreutz.\u00a0<\/em><\/strong><\/p>\n<p><strong><em>** Fotos\u00a0cedidas por Yara Guzman,\u00a0Sabrina Greve e\u00a0Gal Buitoni. Cr\u00e9dito foto em destaque: Juliana Vasconcelos.<\/em><\/strong><\/p>\n<p>&nbsp;<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"<p>Por que o mercado cinematogr\u00e1fico, seja brasileiro ou estrangeiro, ainda \u00e9 dominado pela presen\u00e7a masculina? Com a populariza\u00e7\u00e3o de tem\u00e1ticas como a representatividade e o empoderamento nas redes sociais, surgem tamb\u00e9m questionamentos a respeito da participa\u00e7\u00e3o e da representa\u00e7\u00e3o feminina no cinema. 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