Academia Internacional de Cinema (AIC)

Workshop de 4k no Filmworks

Workshop de 4k

A tecnologia 4K ao alcance dos futuros profissionais

A tecnologia tem evoluído com bastante rapidez e esse progresso pode ser visto, por exemplo, nos celulares, TVs, no cinema, na internet e em vários outros que estão mudando o tempo todo. Uma evolução tecnológica bastante nítida é com relação à imagem, depois da chegada da TV Digital e das resoluções Full HD, quem chegou para dominar o mercado de imagem foi a tecnologia 4K.

Para apresentar o formato, a Academia Internacional de Cinema (AIC) proporcionou um workshop sobre o novo formato 4K, para os alunos do curso Filmworks, o Curso Técnico em Direção Cinematográfica de São Paulo, no mês de junho. O workshop contou com os professores e André Besen, professor no curso Filmworks e Ricardo Herling, professor no curso de Formação Livre em Direção de Fotografia. “A tecnologia 4K é no momento o que conseguimos mais amplamente com qualidade em captação de imagens… É a nova tendência com expectativa de padrão até o ano de 2020” revela, pois como colorista, Ricardo reconhece que observa e enxerga imagens com mais qualidades e defeitos também, por isso, pode afirmar que se tem muito mais recursos em 4K de definição e tecnologia a favor.

Mas afinal, o que é o 4K?

Para quem ainda não conhece muito bem, 4K é o formato de resolução (4096 x 2160), com quatro vezes mais pixels que o conhecido Full HD (1920 x 1080). Esses números indicam a quantidade de linhas e colunas de pixels que compõem a imagem exibida na tela. Quanto maior o número de pixels, melhor a qualidade da exibição. E o que isso significa? Bom, em termos mais gerais a tecnologia 4K permite telas maiores, sem distorções ou perda de qualidade, pois são 08 milhões de pixels em uma única imagem.

E foi pensando em apresentar essa nova tecnologia aos alunos que surgiu a ideia do workshop. “A proposta foi sem dúvida apresentar, de forma prática, uma tecnologia e recurso novos e que os alunos certamente vão encontrar quando entrarem no mercado de trabalho” afirma Juliana Salazar, coordenadora de produção da AIC. Além disso, André Besen reitera que o workshop contribui, à medida que, ajuda os alunos a compreenderem a fundo o que essa tecnologia significa, inclusive aprendendo a distinguir a participação ou não dessa tecnologia na garantia da qualidade da imagem, pois “ela é responsável pela resolução, mas existem vários outros fatores responsáveis pela qualidade da imagem”.

Vale ou não vale a pena?

Ainda não é unanimidade, devido a valores, ao acesso, mas a tecnologia 4K é uma realidade no Brasil e no mundo. Por enquanto, os filmes e séries no formato ainda são escassos, mas aos poucos está chegando ao grande público. A minissérie Ligações Perigosas, apresentada em janeiro pela Rede Globo, foi gravada e pós-produzida em 4K, ainda que poucas pessoas tenham notado a diferença na qualidade, pois era preciso ter uma TV 4K conectada à internet, pode-se notar um interesse em tornar acessível o novo formato.

Na internet, é possível ter acesso à tecnologia por meio dos serviços streaming. O YouTube possui um acervo de vídeos em 4K, que pode ser acessado pela maioria dos dispositivos com telas UltraHD, por meio de apps para Smart TVs, por exemplo. O Netflix também possui conteúdo no formato, além de oferecê-lo em algumas de suas próprias produções, mas é preciso fazer uma assinatura. No Vimeo, concorrente do YouTube, também é possível encontrar um grande arquivo de vídeos em 4K. O problema da internet é a velocidade, pois existe a necessidade de uma internet de 25Mbps, e sabe-se que a velocidade nacional média gira em torno de 4 a 6Mbps. Portanto, o acesso à nova tecnologia ainda é para poucas pessoas, mas há uma tendência de popularização do formato.

Apesar de já estarem disponíveis no mercado desde 2013, foi somente no ano de 2015, que mais aparelhos com essa tecnologia começaram a ser comercializados, e quase todos os smartphones top de linha possuem essa configuração.

Gravando com 4K

Mesmo se o formato final for menor que 4k, existem vantagens em captar utilizando essa tecnologia, como por exemplo a qualidade da imagem, que é melhor quando se reduz de 4k para Full Hd do que uma gravação inicialmente feita em Full HD. E por que isso acontece? Resumidamente, quer dizer que na hora de converter uma resolução para outra, cada pixel continua carregando o mesmo “valor” de cores de antes, ou seja, há muito mais cores captadas pelo 4K que fazem diferença mesmo após a redução. Quem trabalha com pós-produção pode se beneficiar do formato, pois a quantidade de informações processadas na imagem 4K é grande, o que possibilita alterações, correções com um resultado muito melhor.

Red Dragon e Black Magic 4K

Por ser uma tecnologia que envolve uma integração essencial das fases de pré-produção, produção e pós-produção, esse workshop também explorou bastante a importância de realizar um trabalho completo e coordenado durante essas três fases, para extrair o melhor que essa tecnologia oferece. Dessa forma, André conta que o workshop foi dividido em quatro períodos.

No primeiro período foi realizado um workshop com a câmera Red Dragon e a câmera Black Magic 4K, explorando e conhecendo a fundo suas possibilidades, seus menus de operação e a diferença entre as duas relativas ao resultado de imagem. No segundo período foi produzida uma série de imagens com a câmera Red Dragon, para que os alunos conhecessem a câmera na prática e gerassem material para ser estudado e manipulado na pós-produção. Já no terceiro período, foi ensinado como começar o trabalho na pós-produção, lidando com esse material (loggagem, geração de proxy, EDL, XML). No último e quarto momento, foi trabalhado esses materiais em softwares de pós-produção (color grading) para obter o melhor resultado das imagens. E quem assumiu esses últimos dois períodos foi o professor e colorista Ricardo Herling.

Quando se fala em cinema, inevitavelmente tem-se que falar de equipamentos, e esse é um tema que está em constante evolução. Então, mostrar essas novas possibilidades tecnológicas para nossos alunos, é essencial”, finaliza Juliana.

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