Academia Internacional de Cinema (AIC)

Curta de ex-aluna premiado em vários festivais

O filme 25 Anos Sem Asfalto, da ex-aluna do Filmworks Fabiola Andrade, estreou em março deste ano e já foi premiado no Festival de Cinema de Caruaru, no Kinolab Tela Digital, contemplado com o Prêmio Aldir Blanc para curta-metragem. E, como diretora, Fabiola recebeu o Prêmio da Doc Society, do Reino Unido, de reconhecimento como Documentarista de Impacto. Em junho, o filme vai ser exibido no Ramsgate International Film & TV Festival.

O curta acompanha Rose, que se empenha para garantir ao filho Pedro um futuro melhor do que uma vida confinada entre as ruas de terra do bairro Vargem Grande e o asfalto da cidade. Mas um acontecimento inesperado a fará se conectar ao cotidiano de pequenas aventuras do filho.

Segundo os jurados do festival “Kinolab Tela Digital”, uma iniciativa da Kinoforum com o objetivo de fomentar o cinema produzido por realizadores oriundos da periferia, a obra foi premiada “por trazer para as telas com contundência, dignidade e delicadeza as imagens de um bairro pouco visto e em constante transformação, pela força coletiva impressa na realização do filme, na qual direção, fotografia, atuação e montagem potencializam a linguagem do filme em cenas cotidianas, captadas com sensibilidade na fronteira entre ficção e documentário e por querermos ver os próximos filmes dessas realizadoras”.⠀

Fabi Andrade, diretora, roteirista, produtora e produtora de pós produção, também contou com o apoio das ex-alunas da Academia Internacional de Cinema Gabriela França, como Primeira Assistente de Direção e Produtora, e Ana Carolina Ballan, como Diretora de Arte.

O roteiro do curta foi baseado nas vivências de Fabi, que morou no Vargem Grande durante 14 anos. “Passei a maior parte da minha infância e adolescência no Vargem. Em 2009, me mudei para o centro de São Paulo, mas nunca perdi contato com o bairro, onde ainda hoje vivem meus pais, minha irmã e meus sobrinhos. Ter crescido em um bairro de alto índice de vulnerabilidade social, com a maior taxa de homicídio da década de 2000, me levou a refletir sobre o meu pertencimento à cidade. Moro na cidade mais rica do país, mas a riqueza nunca chegou no meu bairro”, explicou a diretora.

A ideia que originou o roteiro surgiu em 2014. No ano seguinte, Fabi entrou em contato com coletivos de cinema periférico.

“A partir de 2017, ingressei na AIC e 25 anos sem asfalto foi produzido ao longo do ano de 2019, com o apoio do Edital Histórias de Bairros de São Paulo, da SPCINE”, explicou.

Em 2020, o bairro Vargem Grande foi finalmente asfaltado.

 

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