Academia Internacional de Cinema (AIC)

Crack é tema de longa de ex-aluno e ganha 8 prêmios em um único festival

Caíque Oliveira (ator e produtor do filme) em cena na cracolândia.

Miguel Nagle, ex-aluno do FILMWORKS – o curso de Formação Profissional em Cinema da Academia Internacional de Cinema (AIC), lança seu primeiro longa e de cara já emplaca 8 prêmios em um único Festival. O filme trata de um assunto polêmico: o crack. Foi coproduzido pela 4U Filmes e Cia de Artes Nissi e conta com elenco famoso, entre eles Caio Blat, Einat Falbel, Solange Couto e Thogun Teixeira.

“Metanoia” recebeu 8 estatuetas das 12 categorias do 2º Festival Nacional de Cinema Cristão: Melhor Filme, Melhor Roteiro (Miguel Nagle e Caique de Oliveira), Melhor Direção (Miguel Nagle), Melhor Direção de Arte (Josy Antunes, ex-aluna do curso Avançado de Direção de Arte), Melhor Fotografia (Gabriel Chiarastelli), Melhor atriz (Einat Falbel), melhor ator (Caique de Oliveira) e Melhor Montagem (Josy Antunes, Leonardo Oliveira e Paulo China).

A História

Caio Blat e Einat Falbel em cena de Metanoia.

Filmado em locações reais, como a Cracolândia em São Paulo, o diretor diz que o filme não trata apenas de denúncia, mas também traz uma mensagem de fé e esperança. A história é sobre Eduardo, um jovem que cresceu no Jardim Angela (bairro da periferia de São Paulo), seu envolvimento com o crack e as desesperadas tentativas de sua mãe para tirá-lo das drogas. “A ideia do filme surgiu de uma história que o Caique Oliveira (ator e produtor do filme) ouviu sobre um jovem que foi preso em casa, numa jaula, para conter sua abstinência do crack. Pegamos esse recorte, misturamos com o universo da cracolândia e escrevemos o roteiro. Produzi-lo foi uma experiência enorme, tanto profissional quanto de vida. Filmamos na cracolândia, em “bocas” de fumo, entramos nesse submundo dos usuários de drogas. O bacana foi poder contar um pouco dessa realidade que às vezes fica invisível e, quem sabe, despertar a sociedade para esse problema”, diz Miguel.

Direção de Arte e Fotografia

O diretor e atores em ação na Cracolândia.

O diretor conta que a arte do filme foi um desafio, já que representar o “feio” não é tarefa simples. “A direção de arte foi brilhantemente desenvolvida pela Josy Antunes. Ela conseguiu criar esse universo do submundo das drogas, produzindo maquiagens de sujeira na pele e unhas, muito lixo, figurinos desgastados etc. Inclusive, tivemos cenas com mais de 200 figurantes maquiados e vestidos que ficaram perfeitamente caracterizados. O mais legal é ouvir quem assistiu ao filme perguntando se os figurantes eram atores ou eram usuários de droga reais. Sinal que chegamos a um resultado bacana”.

Já a fotografia é densa, com um cenário da cidade cinza, sem muitas cores e foi pensada para trazer essa atmosfera da Cracolândia. “Nosso diretor de Fotografia, Gabriel Chiarastelli, conseguiu imprimir essa proposta dramática, para narrar esse assunto tão delicado”.

O Sonho de Estudar Cinema

O carioca de Nova Iguaçu mudou sua vida para estudar Cinema. Foi para São Paulo assim que recebeu a notícia da seleção para uma bolsa integral na AIC. “A mudança foi tranquila, afinal, estava indo em busca de um sonho”.

Miguel fala de sua paixão por filmes. Era o cara que fazia as fotos e as filmagens caseiras das viagem em família e que assistia 3 filmes por dia na adolescência. Seu primeiro contato com cinema foi aos 18 anos, quando participou de um concurso de crítica de cinema.

“Cursei um ano de faculdade em Cinema, mas tive que trancar. Depois fiz Escola Livre de Cinema e fiz meus primeiros curtas, foi lá que tive 100% de certeza que gostaria de fazer filmes para dialogar com o mundo. Ainda em Nova Iguaçu, participei das Oficinas Tela Brasil e soube que a AIC tinha parceria com o Observatório das Favelas e então me candidatei para tentar a bolsa integral e fui selecionado. Minha vida mudou completamente. A AIC ajudou a ampliar meus horizontes e sou muito grato a tudo! Além de ter me dado uma vivência de set enorme, no primeiro ano da AIC eu fiz 17 curtas-metragens, porque além dos curtas que precisava entregar como exercício, acabava ajudando os amigos da sala, trabalhando em várias funções: som, fotografia, assistente de direção, continuidade, roteiro, edição, entre outros. Isso me deu uma bagagem muito bacana pra dirigir”, conta Miguel.

Paralelo a AIC ele também trabalhou com o roteirista Henry Grazinoli, na área de publicidade da O2 Filmes e como educador de cinema nas oficinas do projeto Tela Brasil, onde foi aluno. “Passei três anos viajando por vários estados brasileiros ministrando oficinas de cinema nas periferias”.

Por fim, antes de se formar na AIC, montou com dois amigos a produtora 4U Films, que acaba de fechar a comercialização do “Metanoia” com a O2 Play para exibição do filme on demand em iTunes e Netflix.

Outros Alunos

Na equipe do filme tiveram vários ex-alunos da AIC e um professor: Julian Ludwid, o professor responsável pela edição de som do filme; o ator Thogun Teixeira; Josy Antunes, diretora de arte; Eliane Golliver, 1ª assistente de arte; Daniela Risk, platô; Leo Grego, 1º assistente de fotografia; Luiz Paulo Xein, chefe de maquinaria e elétrica; Nath Braz, 2ª assistente de direção; e Rogério Salgado, 1º assistente de fotografia.

Assista ao Trailer:

 

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