Academia Internacional de Cinema (AIC)

Alunos da AIC no 23º Festival de Curtas

Dois ex-alunos do curso FILMWORKS participam do 23º Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo.  Os curtas Velar, de  Nana Ribeiro, e Laura, de Felipe Adami entraram na programação do Festival nos programas Mostra Brasil e Panorama Paulista, respectivamente.

Com curadoria que privilegia a diversidade de técnicas e temas, a 23ª edição do Festival trouxe filmes em curta duração de diversos países. Na Mostra Internacional, o destaque é o filme turco Silêncio, de L. Rezan Yesilbas, vencedor da Palma de Ouro de melhor curta-metragem em Cannes este ano. Também foi privilegiada a produção latino-americana cuja mostra compreende 27 filmes de 10 países, com destaque para a participação argentina, que trouxe três filmes premiados no Bafici, festival de cinema independente de Buenos Aires. A Mostra Brasil, com 53 filmes selecionados, mescla a participação de estreantes e veteranos e com o Panorama Paulista a produção do estado foi representada por 28 filmes.

Velar conta a história de um fotógrafo estrangeiro que, em visita a São Paulo, reencontra uma antiga amante, encontro este que traz à luz questões antes obscuras. Sobre a ideia para o filme, explica Nana Ribeiro: ” Na época, há dois anos, eu relia o Ricardo Reis – heterônimo do Fernando Pessoa – e uma frase de um poema me provocava: ‘não tenha nada nas mãos, nem uma memória na alma’. Sem a pretensão de me basear nesse autor, mas saltando a partir dele, é que o roteiro foi sendo trabalhado, se contaminando por outras referências e ganhando mundo próprio”.  Nana confessa que inscreveu seu filme sem muitas expectativas, considerando o tamanho e a importância do Festival, até que foi surpreendida: ‘Enquanto conversava distraidamente pelo skype com uma amiga que viajava, bati o olho num e-mail, abri, e ela foi a primeira a testemunhar meu espanto e felicidade. É o primeiro festival de que participo.”

Laura, de Felipe Adami, trata da relação pontuada de perguntas de uma garota de 15 anos com sua mãe, com quem não vive – filha de pais separados, prefere viver com o pai. “A ideia do Laura surgiu ao ver uma foto de uma menina olhando Central Park, em NY. Quem me mostrou essa foto foi a minha montadora, Renata Maria, ex-aluna da AIC (e que montou o Laura). A foto passava uma sensação de uma solidão quase carente. Discutimos sobre a ideia do curta-metragem e eu começei a desenvolver o roteiro. Um amigo mineiro, Thiago Correia, ajudou no processo final”, conta Felipe, que fez a estreia desse filme no Festival.

Sobre a participação em festivais na carreira dos cineastas, Felipe acredita que ela é ainda mais importantes para os curta-metragens: “É um formato a que as pessoas não tem acesso, o que aumenta a importância de festivais destinados a esse ele. Além disso, todo o lado cultural e social que envolve um festival é ótimo. Conhecer pessoas, contatos, mostrar seu filme, ser visto. Conforme você vai entrando em festivais, vai criando um nome, vai ficando conhecido, vai ganhando prêmios que possibilitam a produção de outros curtas-metragens, enfim. Quanto mais festivais tiverem no país, melhor.”

O 23º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo vai até 31 de agosto e os filmes estão sendo exibidos nas salas da Cinemateca Brasileira, do CineSESC, no Museu da Imagem e do Som, no Espaço Itaú Augusta, no Cine Olido e no Cinusp. A programação completa encontra-se no site do evento.

 

* Foto:  “Laura”, de Felipe Adami.

 

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