A Academia Internacional de Cinema (AIC) encerrou a 13ª Semana de Cinema e Mercado com o pré-lançamento do LORE – Imersão em Game Design, formação voltada à criação de narrativas interativas e ao desenvolvimento de jogos eletrônicos.
Um setor em crescimento
Em 2024, o mercado global de games movimentou entre US$ 182,7 bilhões e US$ 187,7 bilhões, segundo estimativas de diferentes levantamentos internacionais. O segmento de jogos para dispositivos móveis responde por cerca de metade dessa receita.
No Brasil, o setor registrou faturamento de US$ 2,7 bilhões em 2022. O país soma cerca de 115 milhões de jogadores, o que o coloca como o quinto maior mercado do mundo em número de usuários. O número de estúdios nacionais também cresceu nos últimos dez anos, passando de aproximadamente 150 para mais de 1.000.
Discussão sobre narrativa e mercado
O tema central da noite foi abordado na mesa “Storytelling Interativo – Perspectivas e Carreiras no Universo dos Games”, com participação de Cristian Cunha, Fabiano Onça e Thiago Fogaça.
Cristian Cunha destacou que a interatividade é o principal diferencial do jogo em relação a outras mídias, permitindo que o jogador assuma papel de protagonista e tome decisões que influenciam a narrativa. Ele relembrou sua experiência inicial com um Atari e associou à sensação de imersão que busca recriar em cada projeto.
Fabiano Onça relatou sua trajetória como jornalista e game designer em um período em que não havia formação acadêmica específica no Brasil. Com mestrado, doutorado e pós-doutorado na área, ressaltou a necessidade de reconhecimento dos jogos como manifestação cultural, citando a importância do aumento de editais e políticas públicas voltadas ao setor.
Thiago Fogaça observou que os jogos oferecem múltiplas possibilidades narrativas e permitem ao jogador vivenciar experiências diversas vezes, com diferentes resultados. Ele também apontou o papel das novas tecnologias, como a inteligência artificial, na ampliação dessas narrativas.
Produção e oportunidades no Brasil
Os participantes discutiram a evolução do desenvolvimento de games no país, destacando a popularização de motores de jogo como Unity e Unreal, que facilitaram o acesso às ferramentas de criação. A expansão do mercado mobile e o crescimento da produção independente contribuíram para a diversificação de títulos e formatos.
Para os palestrantes, o profissional brasileiro tem reconhecimento no exterior pela combinação de conhecimento técnico e experiência prática. Eles ressaltaram que a produção de games é um trabalho coletivo que demanda competências em quatro áreas principais: game design, arte, tecnologia/programação e negócios.
O curso LORE
Previsto para lançamento oficial em setembro, o LORE – Imersão em Game Design reunirá conteúdos voltados ao desenvolvimento criativo e técnico de jogos, com foco na integração entre narrativa e mecânica. Interessados podem se cadastrar para receber informações antecipadas por meio deste link, divulgado durante o evento.
