Academia Internacional de Cinema (AIC)

A Atriz Rejane Arruda e o novo Curso de Interpretação para Cinema

Atriz, pesquisadora e professora

Cena do filme “Corpo” de Rubens Rewald e Rossana Foglia

Rejane Arruda, atriz, professora e pesquisadora por vocação – como se define, é uma das professoras do novo curso da Academia Internacional de Cinema, o Curso de Interpretação para Cinema.

Como pesquisadora e doutoranda na USP, realiza uma pesquisa intitulada “O Ateliê do Ator-encenador” sobre o que acontece entre o material de estímulo (que pode ser uma palavra de um texto, uma instrução do diretor, uma imagem interna, um movimento, um objeto, um som etc) e a resultante corporal em cena. “Uma espécie de articulação entre várias técnicas que vivencio e reelaboro em minha experiência como atriz”, conta.

Estreou no cinema com ninguém menos que Ruy Guerra, em “O Veneno da Madrugada” (2004) e depois fez “Corpo”, de Rubens Rewald e Rossana Foglia, protagonizando ao lado de Leonardo Medeiros. Em 2008, o filme ganhou o prêmio de Melhor Filme no The Method Independent Film Festival, em Los Angeles, e ficou entre os 10 melhores da Mostra Internacional de São Paulo.

Também atuou em dois curtas: “Medo de Sangue”, de Luciano Coelho, que estreou no Brooklin Internacional Film Festival e percorreu vários outros festivais e, o curta “Iminente”, de Romeu Di Sessa, sobre uma personagem com Síndrome do Pânico.

“Medo de Sangue” de Luciano Coelho

Dia 14 (próxima sexta), o longa “Rendas no Ar” de Sandra Alves, que conta com Rejane no elenco, tem pré-estreia no Festival FAM – Florianópolis Audiovisual Mercosul.  E em julho, a atriz filma em Porto Alegre, com Leonardo Remor. Além dos filmes, atua há 20 anos em teatro e passou pela globo na novela “O Cravo e a Rosa”.

A Entrevista

Em entrevista para a Academia Internacional de Cinema, Rejane conta um pouco sobre como é atuar em cinema e fala sobre o novo curso de Interpretação para Cinema. Confira:

AIC – Qual a diferença em atuar para o cinema?
Rejane Arruda: Atuar em cinema é diferente de atuar no teatro, especialmente pelo jogo com o enquadramento e pelo cinema muitas vezes (acredito que isto aconteça bastante no cinema contemporâneo) exigir do ator uma espécie de atuação bastante naturalista – onde se vê a plasticidade de um pensamento, a inscrição da visualidade de um corpo cotidiano e íntimo e onde as ações e as falas precisam ser apresentadas como impulso para que se dê um efeito de espontaneidade.

“O Cravo e a Rosa” novela da Rede Globo

AIC – Quais qualidades e técnicas um bom ator de cinema precisa ter?
R.A.: Eu acredito muito na construção para a desconstrução. Quer dizer, construir para esquecer e voltar sem querer, desdobrar. Improvisar com cadeias pré-marcadas no corpo. Para que na hora a surpresa (e o novo) seja registrada pela câmera.

AIC – Por que fazer o curso de interpretação para cinema?
R.A.: O curso irá instrumentalizar o ator para uma inscrição na poética fílmica, para se virar melhor em testes e manejar melhor seu jogo com certos materiais em função do filme.

AIC – Que tipo de exercício e desafio o aluno irá encontrar no curso?
R.A.: Ele vai viver certo percurso: desde a escolha de materiais até a criação de cenas para o exercício de atuação no cinema – e a reflexão sobre isto, a busca de referências, como situar seu trabalho.

AIC – Precisa ser ator?
R.A.: Não precisa ser ator mas precisa ter um certo desejo de estar no set, junto a câmera, junto a condição de imprevisibilidade que a criação implica.

AIC – Qual a sua dica pra quem está começando?
R.A.: O curso é interessante por juntar três referências, cabeças e métodos, experiências, diferentes (eu o Cris e o Henrique). Então uma dica boa é fazer o curso mesmo. Acho que a gente pode trazer um referencial interessante para quem quer começar. E uma experiência marcante também.

O Curso de Interpretação para Cinema

O objetivo do curso de Interpretação para Cinema é analisar e refletir sobre os aspectos técnicos e artísticos que compõem a

“O Veneno da Madrugada” de Ruy Guerra

linguagem do cinema a partir da perspectiva do ator. O curso fornece instrumentos para que o ator tenha a compreensão prática e teórica da relação entre diretor e ator num set de filmagem. Faz uma análise introdutória das escolas de interpretação dentro do contexto histórico do cinema e seus desdobramentos. A direção de “não-atores” e suas especificidades. Analisa o perfil do ator, construção de um perfil de personagem, casting e mise en scène. Ao todo são 42 horas distribuídas em 14 encontros que acontecem às quintas, começando no dia 12 de setembro. Saiba mais e inscreva-se.

*Fotos Divulgação

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